Por
Rev. João d'Eça
Se você está estranhando a forma como está escrito o nome de Deus, pelo menos de acordo com o que você tem visto na sua Bíblia, quero explicar que essa forma como está escrito acima é também muito usado na Escritura para identificar o Senhor.
Estas palavras foram ditas por Jesus pouco antes da sua morte e com certeza já foi repetida por pessoas em momentos de desespero, tomadas por um sentimento de ausência de Deus, repetiram as palavras de Jesus Cristo.
Acredito que a estranheza é porque está escrito “Eloá” e não “Eloi” ou “Eli” como na maioria das versões bíblicas em português. Na verdade o termo original hebraico é “ELohi”, “ELI” e “ELOI” são diminutivos de “ELOHI”, referindo-se a “DEUS PAI”. “Eloá” é outra forma de pronunciar o termo “Elohi” ou “Elohim” que é a forma plural do termo.
Estas palavras ditas por Jesus no calvário, foram ditas por Davi (Salmo 22: 1), muitos séculos antes da morte de Jesus. Davi orou a Deus perguntando o porquê do abandono. Jesus recita as palavras de Davi que profetizavam de alguma forma a realidade daquele dia sangrento. Jesus não ficou sem resposta, a razão de seu abandono era a nossa aceitação. Ele foi rejeitado mesmo sendo justo, para que nós fôssemos aceitos mesmo sendo injustos. A ira caiu sobre ele e o amor sobre nós, a condenação foi para ele e a absolvição da culpa para nós.
Nas nossas Bíblias em português a frase é imediatamente traduzida: “Meu Deus, Meu Deus, por que me abandonaste?”. A presença constante de Deus é o que temos de mais precioso na vida, absolutamente nada se compara à presença de Deus conosco (Emanuel). Perder esta presença é perder o ar, a água, o pão, a vida, restando somente o vazio. Essa presença é o que dá sentido à vida, dá esperança, nos enche de confiança, nos dá coragem até para morrer se for preciso. Morrer por uma causa nobre é melhor que viver; já viver por nada é pior que morrer.
O mais estranho nisso tudo, o que me choca é ver um jovem de 22 anos pronunciar a frase: “Eloá, Eloá, porque me abandonaste?”. Depois de dizer a frase, o jovem espancou-a, torturou-a psicologicamente e a matou por ter sido abandonado por ela.
O que quero dizer com isso? Que paralelo quero traçar com essa trágica história de uma menina de 15 anos? Vejamos o quero dizer:
Eloá na Bíblia é Deus, mas nos noticiários é uma linda menina de 15 anos assassinada. Não é pecado clamar como Jesus clamou: “Eli, Eli, Lama Sabactani”, pois às vezes nos encontramos em um estado de lamúria, de desespero de alma, sem sentir o chão debaixo de nós, como se estivéssemos dentro de um quarto escuro, sem ar e sem saída. É pecado no entanto, fazer de algo material (Dinheiro, trabalho, estudo, posição social, herança familiar, etc), ou de alguém (marido, esposa, filhos, namorado ou namorada, etc), o sentido da nossa vida. Só Deus pode ser o sentido da nossa vida, esse lugar na vida de qualquer pessoa, deve ser exclusivamente de Deus.
Algumas pessoas perdem a vida quando perdem marido ou esposa ou filhos. Outros há que perdem a vida quando perdem o dinheiro, o poder, o emprego ou o prestígio. A vida não é somente um namoro, ou casamento, ou posição, ou fama. Não, a vida não é só isso. Deus é o sentido da vida. Nenhuma pessoa que tenha em Deus o sentido de sua vida irá limitá-la a alguma perda temporária e de menor valor. Amar as pessoas é bom, é mandamento de Deus e é fundamental à vida. Mas amá-las obsessivamente como se fossem nossa propriedade, a razão de ser da nossa vida é doença e idolatria.
Existe também o perigo da busca desenfreada do prazer pelo prazer. As pessoas vivem como se a busca pelo prazer fosse o mais importante da vida. Nossas crianças são estimuladas no nosso sistema educacional a buscar o prazer a qualquer custo, isso é também ensinado nas famílias. Estamos assim, formando pessoas desequilibradas, desregradas e descontroladas, porque na cabeça delas, o prazer tem de ser perseguido, custe o que custar. A Bíblia nos ensina o que Deus disse a Caim antes dele matar seu irmão Abel: “Se procederes bem, não serás aceito? E se não procederes bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar” (Gn 4:7).
Na morte agonizante da Cruz, Jesus (Elohim – Eloáh), morreu para salvar a todos os que nele depositam fé, confiança e obediência e buscam socorro para a cura da doença da alma, n’Ele.
A menina Eloá na sua morte, possibilitou a continuidade da vida de menos de uma dezena de pessoas que receberam os seus órgãos transplantados. Essas pessoas que receberam os seus órgãos transplantados, morrerão um dia como todos nós. Mas, aqueles que receberam a nova vida através da morte de Cristo, viverão para sempre, gozando uma vida abundante e eterna.
Enquanto o desejo meramente carnal dominar o coração da humanidade, adolescentes morrerão tragicamente, crianças serão abusadas, as pessoas se matarão, continuarão roubando, mentindo, trapaceando, abusando umas das outras, pervertendo o direito e a justiça e continuarão praticando todo tipo de absurdo, simplesmente por se recusarem a dominar o desejo.
Minha oração é que o Deus-Consolador conforte as famílias envolvidas e que a luz do Espírito Santo ilumine as suas mentes e desvende os seus olhos espirituais para que vejam a glória de Deus-Pai.
Um comentário:
depois de tanto tempo desse texto publicado;hoj eu li e vi coisas lindas escritas nele.
parabéns por te_lo escrito; são em coisas simples que percebe_se o amor que se tem em Deus;ele é simples;justo e não quer nada mais nada menos que a nossa admiração;o nosso respeito e principalmente o nosso amor para com ele...
AMAI UNS AOS OUTROS!!
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