terça-feira, 28 de maio de 2019

100 ANOS DA MORTE DO REV. DR. GEORGE WILLIAM BUTLER


100 anos da morte de George William Butler[1]

Em Colossenses 4.14, na saudação de Paulo àquela igreja ele diz que Lucas, “o médico amado”, também os saudava. O dr. George William Butler, era também conhecido como o “médico amado”.

George William Butler

Nasceu na cidade de Roswell, no Estado americano da Georgia, no dia 12 de julho de 1854. Seu pai lutou pelo Exército Confederado onde ocupou o posto de capitão, morrendo na guerra próximo a Richmond, Virginia, e ali está enterrado.


Após a guerra “a família Butller foi destituída”[2] passou inúmeras dificuldades e o jovem George, foi ensinado pela filha do pastor presbiteriano local e quando completou vinte anos de idade, foi para o Davidson College, na Carolina do Norte, em 1874.

Sua educação médica foi feita em duas escolas. W. C. Porter disse que ele foi para Nova York sem dinheiro "para uma escola de medicina onde as aulas eram gratuitas"[3], e para se sustentar, trabalhou no Hospital Bellevue.

Não fica claro quando foi que Butler deixou a escola onde estava, mas sabemos que ele recebeu o seu diploma de medicina pela Universidade Johns Hopkins. Butler partiu de Newport News, Virginia, em 31 de janeiro, 1883 e chegou ao Brasil em fevereiro, não se sabe o dia.[4]

No seu primeiro ano de Brasil o Dr. Butler procurou aprender a língua e visitou missionários em Fortaleza no Ceará e em São Luís, no Maranhão.[5] As informações não dão conta de se o Dr. Butller praticou ou não a medicina nesse período.

Po rcausa da intensa luminosidade do Nordeste brasileiro, o Dr. Butler desenvolveu algum problema no olho, que se tornou cada vez pior até que ele teve de voltar para os Estados Unidos para tratamento médico. Enquanto estava tratando do olho nos Estados Unidos, foi ordenado para o sagrado ministério

Chegada ao Brasil

O missionário norte-americano, chegou ao Recife, capital pernambucana, em 22 de fevereiro de 1883, não era ainda ordenado pastor. Nesse ano, boa parte do tempo ele passou visitando os trabalhos da Missão Presbiteriana, na Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Ceará.

No ano seguinte, 1884, o Dr. Butler voltou a sua pátria e lá casou-se com Rena Butler e ali também foi ordenado ao sagrado ministério, regressando em maio do mesmo ano, ao Brasil, aportando novamente em Recife, agora na dupla função de médico e missionário da missão do Sul dos Estados Unidos.

Recife, era a base da Missão presbiteriana no norte do Brasil, sob o comando e orientação do Dr. John Rockwell Smith, e ali Butler permaneceu como médico-missionário durante o restante do ano de 1884.

Ministério em São Luis

No ano de 1885, os líderes da missão baseada em Recife, decidiram abrir um trabalho mais para o norte, e como a cidade de São Luís era litorânea e já havia sido visitada por John Smith, Blackford, Delacy Wardlaw e alguns colportores em 1875, sem que se estabelecesse nenhum trabalho regular, Butler foi cogitado para ser o pioneiro na Atenas brasileira.

Em 15 de maio de 1885, era um sábado, o Dr. William Butler iniciou os trabalhos evangélicos na cidade de São Luís. O primeiro local a funcionar a futura igreja foi à rua Grande, 69, num prédio onde funciona hoje uma agência bancária, passando depois para o prédio onde funcionou o Hotel Central, em frente da igreja da Sé. Como o Dr. George Butler não gostava do som do badalar dos sinos, escolheu outro lugar, encontrando o local definitivo, onde a igreja está até o dia de hoje, em frente à Praça da Alegria.

A primeira pessoa batizada foi a esposa de um tribuno, que participou da Junta Governativa do Maranhão, quando da mudança de Império para República, o nome dela era Maria Bárbara Belfort Duarte. Em 6 de maio de 1886, batizou o segundo grupo de crentes, Polina Jansen Tavares e Felix Emiliano Abreu, que veio a ser presbítero e participou ativamente da divisão da igreja, no pastorado de Rev. Belmiro de Araújo César, criando a Igreja Presbiteriana Independente do Maranhão em 24 de setembro de 1903.

Dr. George William Butler empreendeu várias jornadas pelo interior dos estados do Maranhão e Piauí, sendo o primeiro a pregar em Teresina. Pregou a palavra de Deus nos vales dos rios Mearim e Itapecuru e em outras localidades maranhenses como Alcântara, Rosário e Caxias, onde organizou a Igreja Presbiteriana de Caxias em 1892.

Dr. Butler pregou o evangelho não somente do púlpito, mas também através da imprensa, debatendo com padres e outros que discordavam da sua pregação. Para adaptar o prédio da Praça da Alegria em templo, ele trabalhou com as suas próprias mãos, como operário, gastando os seus recursos próprios e tendo de passar por privações, segundo o testemunho dos que acompanharam esse processo à época. O templo foi inaugurado a 26 de julho de 1887.

O período de tempo que o Dr. Butler ficou no Maranhão foi de sete anos, de 1885 a 1892, quando retirou-se para um período de férias em sua terra natal, e quando voltou, foi designado para outro campo, assumindo o pastorado da igreja em São Luís, o Rev. Belmiro César.


Ministério em Pernambuco

Na sua volta dos Estados Unidos depois de sete anos de trabalhos ininterruptos em São Luis, George Butler ao regressar ficou em Recife e substituiu os missionários W. C. Porter e John R. Smith, que foram destacados para outro lugar no Brasil.

Quando chegou ao Brasil pela primeira vez, Butler começou o trabalho em Recife, depois de dez anos de ausência ele volta para o mesmo lugar, e a terra pernambucana será a sua última esfera de trabalho por vinte e seis longos anos, sendo que o seu ministério no Brasil durou trinta e seis anos.

Em 1894 Butler estabeleceu uma nova estação missionária na cidade de Garanhuns, onde sofreu fortes agressões do clero católico romano. Por causa de George Butler, Garanhuns tornou-se um reduto do presbiterianismo e ali deu-se origem o Seminário do Norte, por iniciativa de Martinho de Oliveira. Ali em Garanhuns foram muitos os convertidos, em especial a família Gueiros, dedicados ao evangelho e de onde saíram muitos ministros evangélicos.


Atentado à vida do Dr. Butler

De Garanhuns transferiu-se para Canhotinho – PE, onde passou a maior parte do seu ministério no Estado. Canhotinho é uma cidade que fica próximo a Garanhuns e também próximo à divisa com o Estado de Alagoas.

Em Canhotinho o missionário-médico empreendeu várias campanhas frutíferas de evangelização e foi através do seu esforço que os templos de Garanhuns e Canhotinho foram construídos. Na cidade de São Bento – PE, enquanto fazia campanha evangelística, o punhal de um bandido foi em direção ao seu peito. Manoel Corrêa Vilela, conhecido “Né Vilela”, seu companheiro de viagem, se jogou na frente do marginal e levou a facada que era para o Dr. Butler, em seu peito, caindo morto. No templo da cidade de Canhotinho estão enterrados os restos mortais de Manoel Vilela, o mártir do evangelho no sertão de Pernambuco.

O Dr. Butler era amado pelo povo daquela região pernambucana. Apesar de ser um homem grande, media quase dois metros de altura, tinha um coração sensível e um espírito verdadeiramente evangélico, conquistando simpatia em todas as classes sociais. Quando era preciso os seus serviços médicos, o Dr. Butler nunca se furtou de ajudar os que precisavam.


Sínodo de 1888

Laborioso da obra missionária tomou parte na instalação do Sínodo Presbiteriano do Brasil em 1888, e em 1897, foi eleito vice-moderador da quarta reunião do concílio na cidade de São Paulo.

O Dr. Butler prestou serviços à hinologia, compilando um pequeno hinário em Recife, no ano de 1895. Uma das suas composições, transcrevo abaixo:



Senhor, eu sei que te amo mais

(I Rs. 10.7)

I

Jesus eu sei que te amo mais
Que gozo algum aqui.
Pois tu me dás a plena paz,
A qual em vão segui

Refrão:

Quem pode tudo nos dizer
Do amor que satisfaz!
Quem pode tudo nos dizer
Do sangue eficaz!

II

De mim mais perto eu sei que estás
Que amigo algum dos meus,
Mais suave soa a tua voz
Que outra aquém dos Ceus.

III

Quando o Senhor me alegrou,
Eu com razão folguei;
Só seu amor me consolou:
Do mais me contristei.

IV

Oh cristo amado, que será
Teu rosto lá mirar,
Se tanto gozo já me dá
Aqui te acompanhar!


(George William Butler)



A morte do Dr. George Buttler

         O missionário Dr. George William Butler, faleceu no dia 27 de maio de 1919, há exatos cem anos. Depois de ter feito uma viagem aos Estados Unidos em 1918, ficando um tempo com a sua família, Dr. Buttler voltou sozinho para o Brasil, para a cidade de sua base de trabalho, Canhotinho – PE. O missionário logo depois do seu retorno contraiu a gripe espanhola que se alastrava pelas Américas, matando milhares de pessoas. Enquanto viajava pelo seu país, o Dr. Buttler deixou em seu lugar o filho Dr. Humphrey Buttler.

O Rev. George Buttler trabalhou intensamente no mês de abril de 1919, pregando, atendendo doentes, visitando. Ele já sentia que alguma coisa não estava certa com a sua saúde, até que no dia 24 de maio o seu estado de saúde se agravou e ele começou a gemer com muitas dores, prolongando o seu sofrimento até o dia 27 de maio, era assim como hoje, cem anos depois, uma terça-feira. As dores se intensificaram até as quinze horas, quando ele faleceu, poucas semanas depois de ter voltado do seu período de férias em sua pátria natal.

A cidade de Canhotinho foi impactada pela notícia da morte do “médico amado”. A cidade ficou comovida a ponto de o Jornal do Commercio de Pernambuco noticiar o seu passamento com a seguinte manchete:


Causou a toda população doloroso pesar o passamento do humanitário médico operador, Dr. George William Butler, ocorrido as 15 horas do dia 27 e ocasionado por uma congestão hepática.

Realizou-se o seu enterramento no local junto a igreja evangélica, as 14 horas do dia 28, comparecendo toda a população, vendo-se nos olhos da maior parte borbulharem lágrimas de sentido pesar. O extinto era natural dos E. U. da América do Norte, casado com Mrs. Rena Mary Butler, havendo de seu consórcio 7 filhos, naturais do nosso país. Era um espírito caritativo e muito irá sofrer, com o seu desaparecimento, a pobreza. Há cerca de 30 anos que residia nesta onde granjeou a estima de todos; amava o solo brasileiro com devotamento e em vida sempre manifestara o desejo de ser sepultado em nosso país. Era um homem de saúde e a morte levou-o quase de surpresa. O comércio, em sinal de sentimento, cerrou suas portas até a hora do enterro.


Quando o Rev. Dr. Butler morreu tinha 65 anos de idade. Sua esposa D. Rena Butler ficou muito abalada com a notícia e não retornou mais ao Brasil e viveu até o seu último dia ao lado dos seus parentes na sua terra natal. Ela morreu em 1954, na cidade de Goldsboro, no Estado da Carolina do Norte, quando tinha 91 anos de idade.


Hoje, completados 100 anos de sua morte, lembramos o trabalho abnegado do “Médico amado”, que teve de Deus a incumbência de uma dupla tarefa: curar o corpo e a alma.


Os relatos acimas foram retirados da obra História da Igreja Presbiteriana do Maranhão, do Rev. João d'Eça, publicado incialmente em 2012, já estando na 3ª reimpressão.

[1] O Estandarte, Ano 27, nº 24, 12/06/1919.

[2] PORTER, W.C. Dr. George William Butler. Norte Evangélico, 25 de junho de 1919.
[3] Ibid.
[4] Cartas do Dr. Butler ao The Missionary,  Maio de 1883.
[5] Cartas do Dr. Butler ao The Missionary, Novembro de 1883.

terça-feira, 14 de maio de 2019

O CRENTE E A FIDELIDADE NO DÍZIMO.


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João d’Eça




Introdução:
         Quando o assunto é o dízimo, constatamos que são poucos os fieis a Deus nessa área. Aqueles que restituem ao Senhor, dono da prata e do ouro, a décima parte de seus rendimentos, são escassos. Quando não retém parte do que é exigido por Deus para que sejam fieis, eles desonram o Senhor, não entregando absolutamente nada.
         Já falei tanto de dízimo que já estou me tornando antipático para com muitos dos irmãos que não querem tratar desse assunto ou ver esse assunto em discussão. Porém, como pastor, ministro de Deus chamado para ensinar os princípios da Palavra de Deus ao rebanho sob os meus cuidados, não cessarei de falar, principalmente quando vemos tantos irmãos e irmãs, passando tremenda dificuldade financeira, atolados em dívidas, com problemas familiares ou de saúde, e atormentados na mente, simplesmente porque estão roubando o Senhor, quando não entregam os seus dízimos.

Qual será o motivo de existir tão poucos irmãos fieis à Deus?
         Muitos que se dizem discípulos de Jesus, não entregam a décima parte de seus rendimentos mensais, ou seja, o dízimo, porque não acreditam que o Senhor é o seu supridor, outros porque são avarentos mesmos e são tão apegados ao dinheiro que o tem como seu “deus”, ao qual Jesus Cristo chamou de Mamon (Mateus 6.24).
Há os que dizem que o sistema de taxação de contribuição dizimal era para o Antigo Testamento, mas que na nova dispensação essa norma foi abolida, deixando que o crente decida com liberdade, qual é o valor da sua contribuição com dízimos e ofertas. Os que seguem esse raciocínio, esquecem de que caso estejam certos, o Senhor, em nenhum lugar do Novo Testamento aboliu o dízimo, então se Deus não aboliu, ainda permanece a obrigatoriedade da contribuição da décima parte de seus rendimentos, a novidade seria que o máximo não é estipulado, apenas o mínimo, então o crente é livre para contribuir com mais de 10%, nunca menos, se Deus assim colocar no seu coração o desejo de contribuir com mais. Entregar menos de 10% ou não entregar nada é ROUBAR ao Senhor. Ai acompanhará o infiel, todas as maldiçoes registradas em Malaquias 3.

Qual o motivo para a entrega do dízimo?
         No Antigo Testamento era para sustento da obra de Deus, para manutenção do culto, para sustento dos sacerdotes levitas. Muitos alegam que tudo isso estava relacionado à Lei Mosaica e que tudo foi abolido. Dizem que o domingo sucedeu o shabbat judaico, o batismo sucedeu a circuncisão e a santa ceia sucedeu a páscoa. Mas em nenhum lugar na Bíblia se diz que o dízimo foi sucedido por outro sistema qualquer, pelo contrário, Jesus quando confrontado pelos fariseus acerca do dízimo, diz: “... fazei estas cousas, sem omitir aquelas” [dízimo – grifo meu] (Mateus 23.23).
Diante disso pergunto: Ainda temos de contribuir? Sim, claro, ninguém pode em sã consciência contestar isso. Ainda existem os motivos para se entregar o dízimo? Sim! Então com quanto eu devo contribuir para a disseminação do Evangelho de Cristo? Com 10% ou mais, nunca menos disso. Ora se o judeu que não tinha os mesmos privilégios que nós temos em Cristo Jesus, ofertavam os seus dízimos e as suas primícias, deve você irmãos, se colocar em plano inferior ao do judeu do Antigo Testamento? Certamente que não! Por isso, decida em seu coração, prometa a Deus entregar o que lhe é exigido e com a ajuda de Deus ofereça muito mais.
O texto sagrado diz: “Deus ama ao que dá com alegria” (II Cor. 9.7). Isto implica que esse amor de Deus não o atinge se você for avarento, negar-se a entregar o dízimo ou entregar retendo parte dele, assim como fizeram Ananias e Safira, e que por isso, morreram (Atos 5). Porém, esse amor de Deus será ainda maior quando a sua oferta for entregue ao mesmo tempo, com toda a liberalidade de um coração agradecido por todas as bençãos com que o crente é beneficiado.

Por que o crente deve mudar a sua atitude para com o dízimo?
         - Porque essa é a ordenança de Deus para cada um de nós;
         - Porque a tesouraria da igreja está quase vazia e as contas chegando;
         - Porque o telhado da igreja está precisando de conserto;
         - Porque a obra missionária precisa continuar, sem dinheiro, não dá.

Os que são fieis ao Senhor, estão cooperando com os seus dízimos e ofertas, para que “haja mantimento” na casa de Deus (Malaquias 3.10). Havendo crentes fieis, não avarentos, não egoístas, HAVERÁ mantimentos na Casa de Deus. Mas se os crentes se mantiverem EGOISTAS, AVARENTOS e INCRÉDULOS, a obra de Deus sofrerá solução de continuidade. Deus AFASTARÁ os infiéis e LEVANTARÁ outros para serem abençoados.

Conclusão:
         Sejam dizimistas fieis e a Casa de Deus terá sempre o mantimento devido. Essa é a promessa do Senhor para a igreja e para os crentes individuais.
         Os crentes precisam pagar o preço da fidelidade, porque “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hebreus 11.6). Cumpra com o seu dever e receba os privilégios da sua fidelidade, assim você irá satisfazer “Aquele que sendo rico se fez pobre” por amor a nós.

segunda-feira, 13 de maio de 2019

APARIÇÃO DE FÁTIMA – Um outro “Conto do Vigário”.


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João d’Eça





         Hoje é 13 de maio de 2019, e o catolicismo romano, sendo pseudo-cristã...... O título “Outro Conto do Vigário” está no livro do Ex-padre Aníbal Pereira Reis, falecido em 30 de maio de 1991. Autor de várias obras de cunho apologético, onde uma dessas obras se destaca é a que leva o título acima, onde ele narra uma das mais perniciosas farsas do catolicismo romano, a aparição de Fátima.



         A designação de nação católica tem trazido sérios prejuízos para o Brasil, principalmente, porque depois da visita do papa João Paulo II, que veio ao Brasil duas vezes e lhe foi pedido pelo presidente que resolvesse os problemas da crise no país, vemos que depois dessas visitas e desse pedido as coisas só pioraram e o país entrou em banca rota por várias vezes desde então. O país tornou-se um território livre para ladrões na política e a cada ano que passa as coisas pioram, pois precisamos resolver esse problema que não é de origem econômica, mas, espiritual.



Quando analisamos o desenvolvimento e progresso dos países católicos ao redor do mundo, nenhum deles é próspero, pelo contrário, são os países católicos os do terceiro mundo, os mais pobres dentre as nações do mundo. O Brasil é um reino de feitiçarias e crendices. Nosso povo precisa ser esclarecido e esse trabalho deve ser feito por todos nós. Divulgar a verdade, é cortar este mal pela raiz.



O Contexto da suposta aparição de Fátima



         A República portuguesa foi instalada em outubro de 1910, esse fato fez com que o catolicismo perdesse espaço como religião oficial do Estado português, que vigora já há 800 anos, dando ao catolicismo todas as regalias e privilégios nesses 8 séculos. Logicamente com a perda desses privilégios a Igreja romana esperneou e procurou manter o que tinha de privilégio e regalias no país de Camões.

         O catolicismo então partiu para o ataque no afã de não perder essas regalias, e utilizou-se de suas irmandades, das organizações medievais e principalmente do confessionário para levar o povo a se revoltar contra a novel República, querendo de volta o Império, ou que a República lhe resguardasse os privilégios e regalias do outro regime.

O clero católico português tentou seduzir o povo para se revoltar contra aquela situação à curto prazo, mas o efeito esperado não se concretizou, e a nova liderança do país preferiu fazer separação entre a Igreja e o Estado.

No desespero de ver as suas intenções frustradas, o clero católico português resolveu ressuscitar velhas devoções populares ligadas diretamente a santuários e imagens, o que sempre lhes deu polpudos rendimentos. Pipocaram nesse tempo dezenas de relatos de aparições da “virgem Maria” e de milagres operados por “santos” padroeiros de cidades importantes ou não.

Foi sempre assim que a ICR agiu, jogando a opinião pública contra o governo e trazendo os incautos para o seu lado. Hoje faz o mesmo com a imprensa, inclusive retirando do noticiário, fatos que são contra si, como por exemplo, na semana passada noticiou-se que um grupo de bispos e religiosos entraram com uma queixa de heresia contra o papa Francisco, sendo essa uma das piores acusações a se fazer a um religioso católico. A imprensa não repercutiu devidamente.

Naqueles dez anos entre 1910 e 1920 surgiram os relatos fantasiosos que envolviam o santuário “mariano” com o único intuito de manter e conservar o rico patrimônio da igreja, usando-se para isso a credulidade dos ignorantes, e sempre envolvia crianças inocentes como comparsas.

Os apelos dos padres à partir dos púlpitos das igrejas já não faziam mais o efeito que antes, já que agora, com o regime democrático, o povo não mais se impressionava com a fala dos padres. As romarias e as “nossas senhoras” já não mais atraia a multidão como antes, a não ser as velhas carolas que continuavam a atender ao chamado dos clérigos.

As novas leis do país trouxeram uma preocupação muito grande aos bispos portugueses, já que a igreja perdia a sua hegemonia a olhos vistos. A igreja agora perdia o controle das universidades e das escolas secundárias e infantis, não podendo mais doutrinar as crianças e os jovens e nem atrair as pessoas aos antigos santuários.



O contra-ataque da igreja



         Os padres da arquidiocese de Lisboa reuniram-se no verão de 1915, na cidade de Torres Novas, que tinha como vigário Benevenuto de Souza. Para foram os clérigos portugueses e entre eles estava o cardeal Mendes Belo, arcebispo de Lisboa, cujo objetivo era a instalação da Diocese de Leiria.

         Três bispos se recolheram em um quarto para discutirem um assunto, para eles, mais sério que a instalação da Diocese. Entre esses padres reunidos estava o Benevenuto de Souza. A decepção deles se deu em 1910, quando o povo, revoltados com os padres, tentaram destruir o santuário dedicado à “senhora de Lourdes”. Ali eles planejaram como fazer para encenar algumas aparições da “senhora”.

         O encontro na cidade de Torres Novas teve como ponto culminante, não o banquete oferecido ou a criação da Diocese de Leiria, mas sim, o estreitamento da amizade e da armação fraudulenta que dali saiu, perpetrado pelos sacerdotes: Benevenuto de Souza, Manoel Marques Ferreira, vigário de Fátima e Abel Ventura do Céu Faria, vigário de Ceiça. Eles planejaram naquele dia uma “aparição da senhora”, que seria a mais espetacular de todas, a maior fraude religiosa da Igreja Católica no século XX.



Os detalhes do plano



         O planejamento envolvia uma armação sui generis, que fazia o cardeal Antônio Mendes Belo, já desgastado politicamente, a ficar de fora do plano e ainda fazia parte da estratégia, que ele se posicionasse contrário às supostas aparições, para que, caso não desse certo, o nome da igreja não estaria envolvido.

         Dentre os detalhes sórdidos, muito bem planejado pelo padre Benevenuto de Souza, estava o local das “aparições”, para tal o plano era o seguinte:

- Escolha de um local no centro de Portugal, para facilitar a divulgação em todas as direções;

- A escolha dos cumplices de paróquias vizinhas;

- A região onde se encontram as cidades de Leiria, Nazaré, Alcobaça, Torres Novas, Ourém e Fátima.



         Como Fátima era a mais miserável das cidades citadas, de solo pedregoso e terra infértil, e, ainda por cima aliar a pobreza e ignorância do povo com a superstição, era terra fértil para o plano dos padres.



Antecedentes daquela região Central de Portugal



         Daquela região foi dado apoio a João Tetzel, dominicano alemão que pregou o pagamento das indulgências e que foi o estopim da Reforma Protestante. Ali, além de ter-se arrecadado dinheiro para a propagação das indulgências, foi também o centro onde deram assistência eclesiástica à santa inquisição.

         O resultado desse contexto, foi que a região tornou-se a mais supersticiosa e idólatra de Portugal, presas fáceis para os intentos malignos da fraude da aparição de Fátima. O restante do país rebelou-se contra o clero e seus privilégios e regalias, mas aquela região não, os habitantes dali ainda permaneceram escravos das superstições do romanismo. Miséria, superstição e crendice, são os elementos onde o catolicismo finca as suas garras de escravidão espiritual.[1]



A escolha dos personagens



         O plano dos padres chegou à escolha da Cova da Iria, um local que fica a uns três quilômetros de Fátima, indo pela estrada de Ourem. Esse local pertencia a Antônio dos Santos e a sua esposa Maria Rosa dos Santos, moradores de um pequeno distrito de Fátima. Ali parecia o lugar ideal, um lugar deserto, seco, inóspito e difícil.[2]

Ali iam levar as ovelhas para pastar os três filhos menores do casal, três crianças sem instrução, analfabetas e supersticiosas como seus pais e como o povo da região. Aquele local já havia sido usado pelo padre Benevenuto para outras supostas aparições, e o povo do local denominou o lugar de “senhora das urtigas”, porque era infestado dessa planta que causa coceiras incontroláveis a quem tem o desprazer de ter contato com ela.[3]

O padre Manuel Marques Ferreira foi designado para ser o orientador dos personagens que iriam atuar na farsa: as crianças “videntes”. De forma sorrateira o padre Marques Ferreira aproximou-se da família que era proprietária da Cova da Iria. Intensificou as visitas àquelas pessoas que de nada desconfiava, ele porém a tudo observava, especialmente a menina Lúcia.

Lúcia, nascida a 22 de março de 1907, a mais velha das três crianças usadas no maligno intento dos padres portugueses.[4] As outras eram seus primos: Jacinta, nascida a 11 de março de 1910 e Francisco, nascido a 11 de junho de 1908, eles eram companheiros de Lúcia no pastoreio das ovelhas, e os dois eram filhos de Manoel Pedro Marto e Olímpia de Jesus.

O padre Manuel Marques observava tudo, inclusive a característica de mandona de Lúcia, com relação as outras crianças. Ela era a que cuidava das outras crianças da vizinhança quando os pais saiam.[5] À época ela tinha oito anos de idade. O padre então dá a cartada inicial, insistindo com a mãe, para que enviasse a menina Lúcia ao aprendizado do catecismo na paróquia

Havia uma norma de que as crianças com menos de dez anos não pudessem comungar, mas o padre viu uma oportunidade de fazer Lúcia destacada entre os seus primos mais novos, permitindo a ela a comunhão com menos de dez anos.



Aproveitando-se da situação



         Como as crianças e os seus pais eram analfabetos, a não ser D. Maria Rosa que sabia ler pouco, o padre Manuel entregou-lhe a “missão” de ensinar as crianças, dando-lhe um devocionário supersticioso, preparado com o objetivo de amedrontar as crianças e divulgar as superstições. O padre assinalou as passagens que ela deveria ler, previamente escolhidas para influenciar as pobres e crédulas crianças. A estratégia da lavagem cerebral foi perpetrada quando as crianças tinham em 1916, 9 anos (Lúcia), 8 anos (Francisco) e 6 anos (Jacinta).

        

O efeito nas crianças



         As leituras selecionadas pelos padres na estratégia de aterrorizar os pequeninos surtiu um efeito devastador. As imagens do inferno relatadas nas leituras selecionadas feitas por D. Maria, inocente útil, fizeram as crianças ter pesadelos assustadores. Lúcia, que ia constantemente ao confessionário a fim de comungar a hóstia, era aterrorizada mais ainda pelo padre Marques Ferreira que completava o serviço de D. Maria, com instruções de penitência, ordens de obediência à autoridade eclesiástica.

         Já havia passado a etapa do terror, agora era lido a parte das aparições da virgem, preparando para o desfecho final do plano diabólico dos padres.

         O Visconde de Montelo, escreveu As Grandes Maravilhas de Fátima e interrogou D. Maria que lia para as crianças. A Narrativa é surreal. Ela diz que leu tudo segundo as orientações do padre e as partes que ele havia sublinhado.[6] Ela não percebeu o engodo que estava sendo perpetrado pelos padres e o envolvimento dos sobrinhos e da filha.

         No livro que o padre deu a D. Maria para ler às crianças, intitulado Missão Abreviada, à página 242 diz que:



Em Sua Paixão, Jesus sofreu 144 pontapés, 150 punhadas, 102 bofetadas, 202 golpes pelo corpo, 27 arrastões com cordas; além de 5000 açoites, 72 angústias no coração, 72 escarros no rosto, 72 golpes de martelo ao cravar os pregos, 109 suspiros, 6.475 ferimentos, 600.200 lágrimas que chorou sangue vertidas. e 230.000 gotas de sangue vertidas.



Imaginem o efeito dessa leitura na mente de crianças tão pequenas? O objetivo era o de imbecilizar aquelas pobres crianças. O padre Marques Ferreira ainda por cima, incitava as crianças a imitarem os sofrimentos de Cristo, assim demonstrariam compaixão para com ele. Hoje, o merecimento de pena criminal desses padres charlatães, não seria menos que a prisão perpétua.



A Primeira Guerra Mundial



         O conflito mundial (1914 – 1918), espalhava dor e morte por toda parte da Europa, meu bisavó Sérvulo Honorato d’Eça e seus irmãos: ..... d’Eça e Iria d’Eça já haviam vindo para o Brasil fugindo da guerra. A tristeza era parte da rotina nos lares portugueses. Até esse fato desolador serviu de subsídio para os padres e sua empreitada maligna. Anunciar aos que sofriam com a guerra, que a “virgem” estava aparecendo para enviar uma mensagem de alerta às pessoas.

         Com a proximidade do fim do conflito entre a Inglaterra e a Alemanha, os padres viram a oportunidade de por em prática o plano da aparição fraudada. Agora eles escolheriam alguém para fazer o papel da virgem na suposta e fraudulenta aparição, sendo que a condição fosse o segredo de “estado”. Eles queriam envolver o menor número possível de pessoas na trama maligna e para segurança do segredo resolveram que aquela que fizesse o papel da “virgem”, deveria ser da família dos padres, entre os seus parentes.

        

A Farsa propriamente dita



         As notícias de aparições da “virgem” pipocavam pelas cidades próximas, mas não ali. As crianças foram então induzidas a cumprir com certas penitencias a elas impostas e principalmente deveriam guardar segredo das conversas e instruções de padre Marques Ferreira, sob pena do fogo do inferno. Lúcia era usada para convencer os pequeninos daquele ardil maldoso dos diabólicos padres.

         Lúcia por vezes dizia estar vendo um anjo (ao estilo de muitos neo-pentecostais de hoje). Os priminhos apenas ouviam-na falar mais nada viam. O padre a havia instruído a dizer coisas maravilhosas em suas supostas visões aos primos e exigia que eles confirmassem tudo, mas que mantivessem segredos aos seus familiares, sob pena de serem castigadas por Deus.

Escolheram a jovem de 18 anos, Rosa Correia da Silva Bacelar, sobrinha do bispo de Leiria, José Correia da Silva. O padre Manuel Marques foi incumbido de conversar com a jovem, que depois de ouvir a proposta, aceitou prontamente, dai, passou-se aos ensaios para realização da trama. O objetivo deles era que a “aparição” tivesse o objetivo de dar uma mensagem às três crianças do acordo de paz para o fim da guerra, isso causaria um impacto muito grande nas mentes e corações fragilizados e crédulos. Lúcia estava ciente de tudo, menos Jacinta e Francisco, e ela ficou encarregada de convencer os primos da “aparição” da virgem.



13 de maio de 1917



         Era um domingo, as crianças estavam na Cova da Iria pastoreando as ovelhas, Lúcia com 10 anos, Francisco com 9 e Jacinta com 7anos. Quando ouviram o sino da matriz soar, ajoelharam-se sob o sol e fizeram as suas orações. Lúcia já havia sido instruída pelo padre e já havia comungado. Ela tinha de convencer os primos de que deveriam fazer sacrifícios em prol da humanidade.

         Agora, vejam a sordidez do plano maligno, relatado abaixo:[7]





“Naquele meio dia de céu azul, o sol a pino fazia os seus raios se

reverberarem na face do espelho manuseado pelo Manuel Lamarosa, escondido por detrás de arbustos numa das encostas de um outeiro. Habilmente fazia os reflexos do espelho projetarem-se sobre as copas das azinheiras e, depois, concentrarem-se sobre uma delas, de apenas um metro de altura, tão baixa para facilitar subisse a Virgem em seus galhos.



Qualquer pessoa que se dá ao cuidado de ler as obras sobre Fátima irá facilmente encontrar muitas contradições. Os bispos que lhes dão aprovação eclesiástica até hoje não se aperceberam do escárnio que podem cair ou confiam mesmo na estupidez dos seus fiéis.



Mais tarde, a própria Lúcia, falando sobre os tais relâmpagos, escreveu: "Não eram propriamente relâmpagos, mas sim o reflexo de uma luz que se aproximava..." O cocheiro Manuel da Costa, conhecido pela alcunha de Manuel Lamarosa e residente no lugarejo Tomareis, da freguesia do Olival, é que transportara a virgem Rosa Correia da Silva Bacelar trajada à característica e, havendo feito os devidos preparos, executara com perfeição o manejo do espelho para produzir os "relâmpagos", fazendo-os incidir sobre a arvorezinha onde pousava a virgem Rosa. Francisco e Jacinta, assustados, quiseram fugir... A senhora aparecida, todavia, chamou-os com gestos da mão direita e psius! acompanhados de sorrisos.



- Não tenhais medo, porque eu não vos faço mal algum!



Lúcia reteve os primos em sua fuga e pergunta à "visão":



- Donde é vossemecê?

- Sou do céu!

- E que veio cá lazer?, torna-lhe torna-lhe a Lúcia já prevenida e adestrada pelo vigário para o momento de lhe aparecer a "visão" celestial.



Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no dia 13, a esta mesma hora. Em Outubro vos direi quem sou e o que quero.



- Vem do céu... E eu irei para o céu?, perguntou Lúcia que ainda há pouco recordara a seus primos os horrores do inferno.

- Sim, irás, respondeu à sobrinha prelatícia.

- E a Jacinta?

- Também!

- E o Francisco?

- Ele também; mas, primeiro tem de rezar muitos terços.



         Assim nasceu o maior embuste da igreja católica e agora, a farsa consolidada continua enganando milhares de pessoas, que desprovidas de inteligência, de fé ou por motivos outros, tem disseminado essa mentira e continua enganando e levando ao caminho do inferno milhares de pessoas.

        

Conclusão:


O agravante nisso tudo, foi o papa João Paulo II, após a tentativa de assassinato que sofreu pelo turco Ali Agca, ter dito que esse crime era o terceiro segreda de Fátima que agora era revelado. Infelizmente, o próprio líder do catolicismo no mundo, que deveria ter denunciado a farsa e feito o povo esquecer o embuste mostrando-lhes a Bíblia, não fez outra coisa, senão continuar na mentira perniciosa


[1] Lopes Vieira, Afonso. Novidades de 13 de maio de 1929
[2] Ayres Fonseca, Luis Gonzaga. Nossa Senhora de Fátima: Petrópolis, Vozes, p. 20
[3] Nunes, Leopoldo. Fátima, p. 17
[4] Fonseca, Luis Gonzaga A. Op. Cit. p. 22
[5] Ibid, p. 112
[6] Ibid, p. 77
[7] Ibid, p. 77

sexta-feira, 10 de maio de 2019

A FALSA SEGURANÇA DA CONFIANÇA EM SI MESMO


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João d’Eça

Introdução:

         A confiança do homem em si mesmo, no que se refere a questões de fé, esperança e religiosidade não lhe garante certeza de alcançar o que busca. Na verdade, a confiança em si mesmo e em outras áreas, só traz desalento.
         O desalento é sempre um pecado, ou porque não dizer melhor, é fruto do pecado. O desalento é a recompensa recebida por quem insiste em confiar em seus próprios recursos.

O que é o estado de desalento?

         Desalento é egoísmo. Mas é um tipo de egoísmo que não vingou, que não chegou a concretizar os seus intentos. Os homens que estão seguros dos seus próprios planos, e dos seus propósitos, estão caminhando a paços largos rumo à desilusão, porque os recursos humanos sempre são limitados e, ao chegar ao fim, os desalentados perdem a sua fúria, a sua arrogância e prepotência.

Os recursos de Deus

         Deus é o único que não tem limites em Seus recursos. Os crentes que mantêm em suas vidas as disciplinas espirituais, que lançam mão da oração diária, da leitura da Bíblia, que sempre saem de casa pela manhã para enfrentar a lida diária sem abrir mão da oração, são bem-sucedidos em seu dia-a-dia. Mas quando desprezamos esses tão valiosos recursos, estamos com essa atitude, fazendo uma declaração de que somos nós quem está no controle das coisas, assim, declaramos ao inimigo das nossas almas que somos altos suficientes, e ele aceita isso como um desafio. Por isso a maioria são derrotados todos os dias.

Entregando o nosso dia a Deus

         A experiência negativa pela qual passamos quando deixamos Deus em segundo plano na nossa vida, pode sofrer um revés se começarmos o nosso dia com a entrega de nós mesmos e do nosso trabalho do dia ao Senhor. As dificuldades não nos amedrontarão, nem de nós se apoderará o desalento. “Lancemos sobre Deus toda a nossa ansiedade” (I Pd. 5.7).

Quando somos revestidos da Graça e Misericórdia de Deus para o enfrentamento do dia, nossa vida não conhecerá derrota. O desalento é a falta de fé correta, mas quando o santo compreende o seu papel, o desalento vai embora.

segunda-feira, 6 de maio de 2019

PROTESTANTES – ORIGEM DO TERMO


PROTESTANTES – ORIGEM DO TERMO[1]

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João d’Eça


            Na primavera de 1529 foi convocada pelo Imperador Carlos V, uma dieta na cidade imperial livre de Espira. Quem devia presidi-la era o arquiduque Fernando, que seguido pelos príncipes católicos transpôs os umbrais da antiga cidade no dia 5 de março daquele ano, com suas escoltas e armas. No dia 15 chegou à cidade o príncipe eleitor de Saxe, que veio acompanhado de Phillippe Melanchton e Agrícola. Cinco dias depois Philippe de Hesse entrava ao som de trombetas com duzentos cavaleiros.

            Havia no ar uma atmosfera de ódio de ambos os lados. Na rua, adversários em questão de doutrina trocavam olhares ameaçadores e homens de destaque não se olhavam e fingiam não se conhecer.

            Os rumores davam conta de que a liberdade de culto iria ser suprimida, pois o prozo já havia acabado. Uns queriam a execução do Edito de Worms e reclamavam com veemência, do outra lado exigia-se a conservação do último Edito de Espira. Por fim, no dia 24 de março a maioria da dieta reunida ali, decidiu que qualquer inovação religiosa seria proibido onde quer que tivesse sido observado o edito de Worms, e que, nos lugares onde o decreto não tinha sido respeitado, não se trataria de assunto de controvérsia e nenhum católico poderia se fazer luterano. Era uma estratégia para impedir o progresso da Reforma.

            Os príncipes protestantes ficaram alarmados com a decisão e reunidos decidiram rejeitar o decreto. Diziam eles “que em questão de consciência a decisão da maioria não significa nada”. As cidades que haviam abraçado a Reforma diziam que o Império germânico desfrutava a paz devido ao Edito de Espira e que revoga-lo perturbaria a Alemanha, e que a dieta não era competente para resolver a questão, até que se reunisse um concílio.[2]

            Foram proferidas ameaças para intimidar os membros mais tímidos da Liga de Torgau. Vinte e uma cidades livres aceitaram o decreto da dieta, quatorze resistiram heroicamente. Os príncipes protestantes conservaram-se firmes e a lembrança de sua conduta nobre gerou naquele dia o glorioso nome de “protestantes”.

            A enorme sala do palácio imperial que abrigava os membros da dieta, o Eleitor Frederico, em nome de toda a Liga, pronunciou as seguintes palavras:

- “nobres senhores, primos, tios e amigos. Reunidos aqui atendendo ao apelo do Imperador, buscando os grandes interesses do Estado e do cristianismo, temos compreendido que os decretos da dieta de Espira devem ser ab-rogados e que há o desejo de substitui-los por perigosas restrições. Entretanto, o rei Fernando havia prometido, em nome do Imperador, fidelidade inviolável aquele Edito, como nós nos esforçamos para mantê-lo. Não podemos, por conseguinte, permitir que ele seja revogado. Em primeiro lugar porque sua majestade imperial tem interesse em fazer executar um decreto emanado por sua própria autoridade. Em segundo lugar porque estão envolvidas nele a glória de Deus do Rei dos reis, e a salvação das almas.

Meus caros senhores, nenhum juízo formamos sobre as vossas crenças; limitamo-nos a suplicar a Deus diariamente que nos conduza a todos nós à unidade da fé, à verdade, à santidade e à caridade em Cristo, nosso único Mediador.

Se aderíssemos ao vosso projeto, seria negar o nosso Senhor e nos expor a sermos negados por Ele diante de seu Pai.

Aceitaríamos então esta revogação? Afirmaríamos que ninguém pode receber a luz de Deus? Se assim fosse, de quantas apostasias não seríamos cumplices?

Eis a razão porque rejeitamos o jugo que nos é imposto. Sabe-se que em nossos Estados a Santa Ceia é devidamente distribuída. Não podemos, pois, aceitar as medidas propostas contra nossos comungantes. Além disso, questões tão importantes não podem ser resolvidas antes do próximo concílio.

O Edito de Espira levava os ministros a explicarem as Escrituras de acordo com os escritos reconhecidos pela igreja cristã. Seria portanto, necessário, explicar-se o que se entende por igreja. Ora as opiniões são muito diversas a esse respeito, mas, como nenhuma doutrina é digna de fé a não ser que se conforme com a Palavra de Deus, estamos resolvidos a manter a pregação pura e exclusiva desta Palavra santa, contida nos livros canônicos do Antigo e do Novo Testamento, sem adição de qualquer doutrina contrária.

          Assim caros senhores, mui sinceramente vos rogamos que pondereis com cuidado nossas tristezas e nossos motivos de agir. Se resistis à nossa súplica PROTESTAMOS[3] aqui diante de Deus nosso Criador, Redentor e Salvador, e diante dos homens, no nosso nome e dos vossos, contra qualquer adesão ao decreto proposto naquilo em que é contrário a Deus, à sua Palavra, à nossa liberdade de consciência e ao último edito do Imperador.

          Esperamos que Sua Majestade procederá para conosco como um príncipe cristão e nos confessamos prontos a lhe render toda a nossa afeição e obediência como fazemos a Deus.


            Tais foram as palavras destes homens heroicos que a cristandade desde então apelidou-os de PROTESTANTES.



[1] Lindsay, Tomás. V. Desde la Dieta de Spira de 1526 hasta la paz religiosa de Augsburgo de 1555. Historia de la Reforma.
[3] Grifo nosso


quinta-feira, 2 de maio de 2019

UMA ORAÇÃO POR SALVAÇÃO

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João d'Eça

“Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça...”
(Lc. 22.32)

Introdução:
Uma oração semelhante a esta de nosso Senhor Jesus Cristo, quatro séculos depois, foi feita por Mônica, mãe do jovem Agostinho de Hipona, em prol do fortalecimento da sua fé e da sua salvação.

Uma mãe que orava
Inclinada sobre o berço de seu filho, tantas vezes a jovem mãe pediu a Deus pelo seu filho, para que o Senhor o salvasse da perdição eterna e lhe desse uma vida de santidade. Mônica sentia que se não orasse pelo filho, clamando a Deus que o salvasse, não iria valer à pena continuar vivendo para ver o seu filho no caminho da perdição. Sua oração era para que Agostinho experimentasse o Novo Nascimento. E esse foi pensamento dominante em toda a sua vida.

Durante quase quarenta anos Mônica erguia ao céu o seu clamor a Deus, sempre com a mesma oração: “Oh! Senhor, salva o meu filho!” Nada a demovia de sua oração, mas, quanto mais olhava para o céu e clamava a Deus, parecia que o seu folho mais e mais se afastava de Deus e mais e mais se achegava próximo da incredulidade, impiedade e a prática do mal.

Apesar das dificuldades, a mãe sempre orava
Sem desistir, Mônica experimentava momentos em que parecia que a sua oração havia sido atendida. Primeiro em um sonho, Mônica vê o seu filho voltando para ela, depois uma palavra falada por um homem de Deus, que lhe dizia: “Não perca as esperanças, o filho de tantas orações e de tantas lágrimas não se perderá”. E isso aconteceu, Agostinho voltou de uma vida desregrada, de envolvimento com o mundanismo e com o pecado. Ele voltou, como fruto das orações e das lágrimas de sua mãe.

As mães e os pais devem orar assim por seus filhos. Pastores e líderes da igreja devem orar assim por seu rebanho. Devemos nós orarmos assim uns pelos outros, e com fé. Olhando para as promessas de Jesus Cristo e esquecendo os obstáculos que por aqui vemos.

Conclusão:

         Oremos com perseverança, não cansemos de orar. Oremos com simplicidade em nossos corações, oremos erguendo aos céus mãos santas.

         Oremos sem cessar, pois sabemos que a Palavra de Deus promete que o Senhor ouvirá as nossas orações em prol dos nossos queridos e os salvará.

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