quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

QUAL A TUA MOTIVAÇÃO?

Se você ficar na porta de um templo religioso e perguntar às pessoas que adentram o local, por que você veio aqui hoje? Qual é o seu objetivo aqui? Com certeza você ouvirá algumas das seguintes respostas:

- Eu vim aqui em busca de uma benção. Meu marido me deixou!
- Eu vim aqui pedir oração pelo meu filho que está envolvido com gente ruim!
- Eu vim aqui em busca de uma porta de emprego!
- Eu vim aqui porque estava pensando em suicídio, por não ter nada que me preencha!
- Eu vim aqui em busca de uma esposa(o) crente!

Você não ouvirá de alguém, que ele está ali, por causa de uma necessidade espiritual, ou seja, a pessoa parou, refletiu e viu que a sua vida estava errada e que precisava sentir-se perdoada dos seus pecados e por isso foi em busca de Deus e do seu perdão. Seu objetivo principal é resolver o problema do seu pecado.

Jesus Cristo em João 6: 22-27 diz: “..vós me procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos fartastes.”

Assim como no tempo de Jesus, a motivação dos crentes hodiernos é a satisfação pessoal. Deus tornou-se um deus de algibeira, onde a pessoa se serve apenas para resolver as suas necessidades materiais, sem se preocupar com a sua real condição de pecador perdido.

Jesus continua dizendo (João 6: 27): “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque Deus o Pai, o confirmou com o seu selo

As pessoas, no início da segunda década do século XXI no Brasil, motivadas por tele-vangelistas, adoradores de Mamom, como Edir, Valdemiro, Silas, Soares, Linhares, Alencar e tantos outros, cujo objetivo, claramente é se locupletar, onde seus negócios, com rótulo de igrejas evangélicas, altamente rentáveis, estão atraindo pessoas imaturas, não bobas, mas interesseiras, que querem as “bênçãos de Deus, mas nada querem com o Deus da bênção”.

O Evangelho no Brasil tem sido enxovalhado, por causa de gente desse naipe, que não crêem em Deus e no seu Filho Jesus Cristo, mas usam o seu nome para atrair pessoas a doarem para a sua causa pessoal. Henfil disse: “Não dou um centavo por uma pessoa que lucra com as suas próprias causas”.

A busca por soluções mágicas para os problemas da vida, está no centro da mentalidade cultural brasileira, com a miscigenação religiosa, que produziu no país uma religiosidade pagã com cara de cristã. O povo do Brasil, ainda mantêm a mentalidade católico-romana, misturada com elementos da religião pagã afro-brasileira e conseguiu produzir também, uma religiosidade supersticiosa que tenta misturar símbolos judaicos com conceitos bíblicos-cristãos.

Algum tempo atrás víamos as igrejas ostentando candelabros, bandeiras de Israel, tocando “chofar”. Líderes que organizavam caravanas a Israel para levar o povo a batizar-se no rio Jordão, como se esse rio tivesse alguma propriedade mágica.

Hoje, por exemplo, a IURD mantêm a sua liturgia com elementos essencialmente espíritas: sal grosso, fogueira santa, água benta do Jordão, terra da Terra Santa, óleo santo de Israel. “A igreja do poder de deus” do Valdomiro, vende martelinhos de metal por R$ 50,00 para as pessoas “quebrarem a maldição” do seu caminho. “Chaves” que abrem todas as portas trancadas. “Toalha milagrosa” que resolve todos os problemas, sem falar na “meia santa”, que aqueles que as calçam, são curados de todas as enfermidades. Tudo isso para pagar os jatinhos particulares nos quais eles andam pelo Brasil inteiro, administrando o seu negócio com nome de “Igreja”.

Jesus Cristo diz em Mateus 7: 21 e 22: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhe direi explicitamente: nunca vos vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.

sábado, 17 de dezembro de 2011

O PODER DA REFORMA NA VIDA POLÍTICA

A Reforma Protestante do século XVI e XVII foi um movimento cuja influência certamente não se limitou à vida pessoal dos cristãos. Ele deixou marcas profundas na vida pública, incluindo a vida do Estado. Isto é especialmente verdadeiro nesse ramo da Reforma que recebeu seus impulsos da cidade de Genebra. A História é um testemunho constante deste fato.

Precisamos analisar apenas um ponto da atividade de Calvino nesta cidade. Embora ele nunca tenha assumido um cargo público lá, sua influência como um reformador foi fortemente sentida também na situação política. E essa influência não se limitou à Genebra, porque ele manteve relações intensas com outras protestantes, por exemplo, os huguenotes na França, a quem ele constantemente aconselhaou no que diz respeito às suas atividades políticas. O fato de que ele dedicou a sua obra mais importante, As Institutas da Religião Cristã, para Francisco I, rei da França, fala bem alto a este respeito.

De fato, neste trabalho Calvino enfatizou a importância da autoridade civil. Ele escreveu que "ninguém pode duvidar que a autoridade civil é, aos olhos de Deus, não somente sagrada e legítima, mas a mais sagrado, e de longe a mais honrosa de todas as atividades da vida mortal" (Inst. IV, XX, 4). Durante toda a sua vida Calvino lutou com os "fanáticos" anabatistas, que defendiam com paixão desenfreada que os cidadãos do Reino de Deus, não tem nada a ver com a autoridade civil, e que as leis e os tribunais eram supérfluos (Inst. IV, XX, 2).

Os descendentes espirituais do grande reformador seguiram seus passos. Eles não evitaram a arena política, como a história da Suíça, França, Holanda, Escócia, Inglaterra e da América do Norte nos séculos XVI e XVII prova. O historiador, Holandês A. A. van ScheIven, chamou este período, o florescimento do Calvinismo. Em geral pode-se dizer que o Calvinismo, muito mais do que o luteranismo, sempre esteve intimamente ligado à vida do Estado.

Ele não vem como uma surpresa, portanto, o Calvinismo sempre que floresceu, produziu não somente grandes teólogos, mas também grandes juristas. A título de exemplo podemos apontar o conhecido jurista alemão Johannes Althusius, que em 1586 se tornou professor de Direito na Universidade de Herborn, em Nassau, e que foi nomeado syndicus da cidade de Emden em 1604 - um posto que que ocupou até sua morte.



Nota: Tradução de um artigo de J. D. D.
Cujo título original é: The Power of the Reformation in political Life

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