segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A ORAÇÃO DE AGRADECIMENTO DE YOHANN KEPLER

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Rev. João d'Eça


O celebre astrônomo Yohann Kepler nasceu em Weil, em 1571, de uma família nobre, rica e tradicional, mas que devido à malversação dos recursos, sofreram contínuos revezes em sua fortuna.

Kepler estudou na universidade de Tubingem, que era na época uma das mais conceituadas, com professores de primeira grandeza, muitos dos quais muito o ajudaram nos momentos de dificuldades pelos quais ele passou.

Kepler assumiu a cadeira de professor de matemática em 1594 em Graetz, Styrie, universidade que em 1782 foi substituída por um colégio secundário.

No ano de 1600 Yohann Kepler viajou para a Boemia com a intenção de estudar astronomia com o sábio Tycho-Brabe conseguindo aperfeiçoar os óculos que eram usados na época. Os óculos de Galileu, Kepler substituiu por dois vidros convergentes que ficou conhecido por luneta astronômica.

Kepler escreveu muitas obras em latim e teve a glória de descobrir, em 1618, as leis sobre as quais está fundamentada a astronomia moderna. Foi um trabalho de 22 anos de pesquisas.

Yohann Kepler era um homem de fé e o seu nome ficou marcado na história da Ciência. Cada vez que deixava o seu escritório de trabalho e recolhia-se para orar.

Em 1619, depois de ter concluído um dos seus principais trabalhos A Harmonia do Mundo – dirigiu com devoção uma humilde oração a Deus:

Óh tu que pelas luzes sublimes que tens espalhado sobre toda a natureza, elevas nossos desejos até a divina luz da tua graça, afim de que sejamos um dia transportados à luz eterna de tua glória! Eu te dou graças, Senhor e criador, por todas as alegrias que tenho experimentado nos extases em que me tens lançado a contemplação da obra de tuas mãos. Eis que termino o livro que contém o fruto de meus trabalhos. Empreguei para compô-lo toda a inteligência que me deste. Proclamei diante dos homens toda a grandeza de tuas obras, dei testemunho tanto quanto meu espírito finito pôde abranger o infinito. Fiz todos os esforços para me elevar à verdade pelos caminhos da filosofia, e sucedeu a mim, miserável verme concebido e nutrido no pecado, dizer alguma coisa indigna de ti, faz-me conhecer afim de que eu a possa apagar. Será que não fui levado pelas seduções da presunção diante da beleza admirável de tuas obras? Não teria eu proposto ante os homens a minha própria glória elevando este monumento que devia ser consagrado inteiramente à tua glória? Oh! Se assim é Senhor, recebe-me em tua clemência e em tua misericórdia, e concede-me a graça de que a obra que acabo de concluir seja para sempre impotente para fazer o mal, mas que antes contribua para tua glória e para a salvação das almas.


Yohann Kepler faleceu em Ratisbouni, na Baviera aos 58 anos, em 1630.

domingo, 29 de setembro de 2013

A ALEGRIA DO CRENTE

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Rev. João d'Eça


Muita gente pensa que ser cristão (ou crente!), é ser uma pessoa cabisbaixa, triste, bitolada, com ar de compungido e santarrão. Esta é uma das maiores mentiras diabólicas para fazer com que o pecador tenha ojeriza de ser cristão.

Felicidade verdadeira é a porção de cada cristão. Não há razão para a tristeza. Nada há no evangelho que possa nos entristecer:

- Será que pode haver tristeza na vida do pecador que foi perdoado de seus pecados?
- Será que pode haver tristeza na vida do homem condenado, mas que foi alvo da graça e misericórdia de Deus?

Nesse mundo a única pessoa que pode viver alegre é o seguidor de Jesus Cristo, porque somente ele acha-se libertado da escravidão da morte, do pecado e do juízo.

Como o salmista o cristão pode dizer:

“Bem aventurado o pobre cujo Deus é o Senhor” (Sl. 144.15).

“A mim me fizestes conhecer o caminho da vida, encher-me-ás de alegria no teu rosto: deleites na tua direita para sempre” (Sl. 16.11).

Nunca tristes, mas sempre alegres, falando do amor de Cristo, que por sua morte trinfou sobre o pecado e a condenação eterna e tornou os seus seguidores aptos para gozar das alegrias celestiais.



sexta-feira, 27 de setembro de 2013

ROMA, OS PROTESTANTES, E OS SACRAMENTOS


Uma das diferenças mais significativas entre protestantes e católicos, diz respeito aos sacramentos. Se a doutrina cotólico-romana fosse verdadeira, então o protestantismo estaria errado, se o protestantismo está certo, então o ensino cotólico-romano está eivado de erros.

A palavra sacramento vem do latim “sacramentum” e antigamente significava “um juramento ou uma obrigação solene”. Na patrística foi aplicada para significar qualquer coisa sagrada e misteriosa. Com o passar do tempo veio a significar a própria instituição, Igreja.

A definição do Catecismo de Trento, autoridade superior na igreja romana, diz o seguinte: “Um sacramento é uma coisa sujeita aos sentidos, que em virtude da instituição divina, tem o poder de significar santidade e justiça, e infundi-las na pessoa que o recebe.”

No catolicismo a crença é de que os sacramentos “são uns remédios espirituais que nos curam e justificam, dando-nos a graça interna por meio de sinais externos.”

Estas definições declaram que um sacramento não é meramente um “sinal”, mas um “meio” de graça, que há no sinal um poder que “produz” no homem a graça significada pelo sinal.

A definição protestante e: “um sacramento é um sinal externo e visível de uma graça interna e espiritual, ordenado por Cristo como um meio pelo qual recebemos a mesma graça.”

Nessa definição se diz que o sacramento é um “sinal” e um “meio” de graça, mas nada se diz que “produz” graça.

Vê-se que há duas partes no sacramento: “sinal externo e visível, e a graça interna e espiritual.” Nisto estão de acordo católicos e protestantes. Há também concordância na harmonia que deve existir entre o sinal e a coisa significada e sobre a sua instituição.

As discordâncias estão nos seguintes pontos:

1 – A autoridade para se estabelecer um sacramento;
2 – A forma e matéria dos sacramentos;
3 – Influência que exerce o ministro no sacramento;
4 – Uso e objeto dos sacramentos;
5 – Número dos sacramentos.


Referências:

CHAMPLIN, R. N.. Enciclopedia Histórico-Teológica da Igreja Cristã
BERCKHOF, Louis. Teologia Sistemática
GRUDEN, Wayne. Teologia Sistemática
ROBERTSON. O Cristo dos Pactos
HOEKEMA, Anthony. Salvos pela Graça

CULLMAN, Oscar. Cristologia do Novo Testamento

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

24 de setembro de 1903

24 de setembro de 1903


Prologômenos

Há exatos, 110 anos, nascia em São Luís, a Igreja presbiteriana Independente, dissidência da Igreja presbiteriana do Brasil, que, em 31 de julho de 1903, numa reunião conturbada na cidade de São Paulo, mas precisamente no templo da Igreja Presbiteriana Unida, os partidários do Rev. Eduardo Carlos Pereira, que juntamente com seis outros pastores e com 12 presbíteros saíram da reunião dizendo palavras de ordem e o lema: “Pela Coroa Real do Salvador”, que veio a ser o lema do jornal O Estandarte, à partir dessa data.

Em São Luís, os acontecimentos tiveram lugar no templo da Igreja Presbiteriana de São Luís quando era pastor da mesma o Rev. Belmiro de Araújo César e tinha como presbíteros dessa igreja, os seguintes irmãos:
José Maria de Lima, Felix Emiliano do Nascimento Abreu e Sólon Protásio Coelho de Sousa, que era o secretário do conselho da igreja.

Os fatos

As notícias da divisão nacional ocorrida na cidade de São Paulo em 31 de julho de 1903 espalharam-se em todo o país rapidamente através do jornal O Estandarte, que circulava semanalmente e tinha como editor chefe o Rev. Eduardo Carlos Pereira.

Toda questão que acabou gerando a divisão da igreja, tinha com o pano de fundo a Escola Americana, futuro Mackenzie. Os missionários queriam uma escola mista, que educasse os filhos dos crentes e pessoas da sociedade paulistana. Os pastores nacionais, partidários do Rev. Eduardo Carlos Pereira, queriam uma escola que se preocupasse em ensinar somente os crentes. Houve também divergências quanto ao local de instalação de um seminário para educação teológica e formação dos futuros ministros para servir a igreja.

A divisão

Como os pastores nacionais, partidários do Rev. Eduardo Carlos Pereira, perceberam, que não iriam vencer a luta, encontraram na questão maçônica aquilo que eles mesmos denominaram de “pulo do gato”, ou seja, usaram a questão maçônica para promover a divisão, o que de fato aconteceu naquele 31 de julho de 1903, há 110 anos atrás.

O que São Luís tinha a ver com isso?

A resposta para essa pergunta é que não tinha absolutamente nada a ver. Os presbíteros da igreja maranhense não conheciam os protagonistas de São Paulo, não havia maçons na igreja de São Luís (pelo menos não há notícia de que tenha havido um movimento maçônico na igreja), e eles foram convencidos pelas notícias dos jornais que circulavam na época.

Os antecedentes da divisão em São Luís

Munidos das notícias que lhes chegavam às mãos, principalmente pelo O Estandarte, os presbíteros Lima, Felix e Solon, reuniram-se sem a presença do pastor Belmiro Cesar, e planejaram os próximos passos. Depois de planejarem sozinhos, eles resolveram conversar com o pastor e exigir que ele tomasse uma posição quanto a uma “Pastoral” publicada em O Estandarte e pressionaram o pastor para que fizesse a igreja tomar conhecimento da referida “pastoral”. O presbítero Lima bateu de frente com o pastor Belmiro e este o ameaçou de disciplina por estar querendo promover a discórdia. Depois desse momento os ânimos se acirraram e os presbíteros se fecharam na ideia de levar o caso ao conhecimento da igreja.

Numa reunião marcada para o dia 24 de setembro de 1903, presidida pelo Rev. Belmiro de Araújo César, os presbíteros acusaram o pastor de não querer informar a igreja sobre os acontecimentos de São Paulo e de estar ele querendo protelar a decisão sobre se ficava ao lado dos independentes ou se permanecia fiel aos sinodais, que segundo eles, eram partidários da maçonaria.

De forma lúcida e prudente, o Rev. Belmiro César resolveu aguardar os acontecimentos e esperar uma resposta oficial do Sínodo do Brasil e do Presbitério de Pernambuco sobre o assunto e propôs esperar-se até o mês de janeiro de 1904 para se posicionar.

Essa proposta não foi aceita pelos três presbíteros insurgentes, que levaram a igreja a apoiá-los e a votar uma proposta de adesão aos Independentes de São Paulo. Posta a votos a proposta, mesmo com a contrariedade do pastor que pedia que se esperasse mais um pouco. Os presbíteros se insurgiram contra o pastor e praticamente o depuseram de seu cargo. 15 membros, mais o Rev. Belmiro se abstiveram de votar e 28 membros ficaram ao lado dos insurgentes, que após a votação, assumiram a cadeira do presidente, sentando-se na mesma o presb. José Lima, que declarou que à partir daquela data, 24 de setembro de 1903, a igreja presbiteriana do Maranhão, passaria agora a ser denominada Igreja Presbiteriana Independente do Maranhão.

A questão do Templo

O Rev. Belmiro César, deixou a cadeira de presidente e perguntou com quem ficaria o templo? Obtendo a resposta do presb. Lima, de que, se a igreja, por maioria de votos, decidiu aderir ao movimento de independência à partir daquela data, o patrimônio seria deles. O pastor Belmiro disse então que o templo estava em nome do Rev. Dr. George Butler e de sua esposa D. Hena, recebendo como resposta do presbítero Lima, de que ele tinha o Dr. Butler em alta conta, querendo dizer com isso, que ele não se oporia a eles.

Depois desses episódios, o Rev. Belmiro César com o grupo que se absteve na votação de 24 de setembro, resolveram realizar os cultos na residência do próprio pastor e comunicaram a situação ao Dr. Butler que estava na cidade de Canhotinho, PE. O Dr. Butler enviou correspondência aos insurgentes, dizendo-lhes que eles deveriam devolver a chave do templo para o Rev. Belmiro realizar ali os cultos da igreja, e que o patrimônio da igreja presbiteriana de São Luís pertencia ao Sinodo do Brasil e que, portanto, eles deveriam deixar as dependências do templo e procurar um local para se reunir.

Eles devolveram, então, a chave ao Rev. Belmiro e foram se reunir na residência do presbítero José Lima até que adquiriram um terreno à rua Grande onde começaram a construir um templo para a realização dos cultos.

Rev. Vicente Themudo Lessa

Em 1907 o Rev. Vicente Themudo Lessa veio para São Luís para pastorear a Igreja Presbiteriana Independente e ficou no seu pastoreio efetivo até 1912. Sua área de atuação era a parte norte do Brasil, indo do Maranhão até o estado do Amazonas. Trabalhou também na cidade de Belém – PA e no interior do Maranhão, nas cidades de São Vicente de Ferrer, Viana e São Bento.


Aqui em São Luís nasceram dois dos seus filhos e a sua primeira esposa morreu e foi enterrada. O Rev. Themudo Lessa teve na cidade de São Luís um ministério abençoado e a sua última visita à cidade ocorreu em 1939, depois da qual ele faleceu na cidade de São Paulo, em novembro daquele ano.


Fontes:

d'EÇA. João. História da Igreja Presbiteriana do Maranhão. São Luís. 2012.

_____ Livro de Atas da Assembléia Extraordinária da Igreja Presbiteriana de São Luís, 1903 - 1931.


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

“PELOS SEUS FRUTOS OS CONHECEREIS”

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Rev. João d'Eça



Quando Jesus Cristo, nosso Senhor diz em sua Palavra: “pelos seus frutos os conhecereis” (Mt. 7.20), esta afirmação encerra em si um princípio pelo qual Ele nos ensina a julgar homens e instituições, pelos frutos que produzem.

         Este princípio pode ser aplicado de modo geral na vida cotidiana dos povos e pessoas, ele pode ser aplicado a todas as atividades da vida humana.

Vida Social

         Na vida social, pouco a pouco se vai abandonando os costumes e práticas que “pelos seus frutos” ou resultados práticos mostram a sua inconveniência. Num mundo pragmático, depressa são abandonados os empreendimentos que não dão resultados imediatos. Na política exige-se a troca de governo que não atende aos anseios da sociedade, que tende para o mal estar dos governados, como é o caso do atual governo do PT, que tem insistido em promulgar leis que prejudicam a família, os cristãos e os pobres. Pelos resultados se julga a eficácia do medicamento. “É pelo fruto que se conhece a árvore!!”

Religião

         Assim como esse princípio tem aplicação geral em termos de sociedade, comércio e à política, não é de admirar que ele se aplique mui especificamente aos assuntos da religião.

         Os fariseus foram severamente repreendidos por se apegarem à letra da lei, se dizerem cumpridores dos preceitos legais, mas que esqueciam o que estava por trás do que estava escrito e que eles ainda ampliavam para se safarem.

         Se hoje em dia nós examinarmos bem os que se dizem cristãos e olharmos bem para os frutos que essas pessoas produzem, é certo que elas merecem as mesmas repreensões que os fariseus receberam. Muitas dessas pessoas são petulantes em se denominar crentes, porque os frutos produzidos em suas vidas dizem o contrário, “porque uma árvore boa não pode produzir frutos maus.” (Mt. 7.18).

         Apesar de que no nosso tempo as pessoas se posicionem contrariamente ao julgamento de qualquer natureza, esse princípio julgador de nosso Senhor Jesus, deve ser aplicado a qualquer pessoa, seja ela crente ou não. Se aquele que se diz crente, ainda que seja um ministro da palavra, não produzir em sua vida frutos dignos da vida eterna, pode ser considerado mundano.

         O mesmo princípio aplicado aos indivíduos pode ser aplicado às instituições e corporações.

         Se um governo se diz governado por cristãos, mas promulga leis que vão de encontro à vida moral, ética e religiosa de seus cidadãos, se usa de subterfúgios legais (como fez o Supremo Tribunal Federal), esse governo pode ser considerado um governo mau e corrupto, porque os seus frutos são maus.

         Se uma igreja aceita entre os seus membros, ou entre o seu corpo de ministros, homens que são devassos, desonestos, bígamos, corruptos, não podendo, portanto, dar ao mundo o testemunho de uma igreja cristã autêntica, fica provado de que se afastou do caminho da verdade. “Pelo fruto se conhece a árvore!”

         O papa Francisco tem declarado a sua posição contrária a que a sua igreja vem defendendo por pelo menos 1500 anos. Agora ele vem e começa destruir a base doutrinária da sua igreja, provando que os seus frutos não são frutos dignos da Verdade. Os seus frutos estão mostrando a má qualidade da árvore.


         Todo cristão deve se portar de tal modo que nenhum inimigo da fé cristã possa levantar acusação contra ele, mesmo sabendo que as mentiras são postas, mas a verdade sempre prevalece. Todo crente deve se comportar de tal modo a não agradar homem algum, mas deve estar em paz com a sua consciência esclarecida pela Palavra de Deus.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

7 SIMILARIDADES ENTRE MOISÉS E PAULO

Moisés e Paulo
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Rev. João d'Eça


Moisés e Paulo viveram no meio de dois grandes períodos históricos da economia divina, o período da lei e o período da Graça.

No período da Lei de Moisés prevaleciam a lei, as obras, as cerimônias, os tipos e as sombras. No tempo de Paulo prevaleceu a Graça, a fé em Cristo, a lei do amor a realidade e a substância.

A vida desses dois homens tem muitos pontos admiráveis e muitas semelhanças, como veremos.

1 – Moisés foi instruído em toda a literatura dos egípcios: aprendeu dos seus sacerdotes, dos mágicos egípcios, da ciência egípcia em todos os ramos conhecidos na época. Foi um homem poderoso em palavras e em ações.

Paulo também foi instruído nas tradições dos seus pais, conhecia profundamente a filosofia, as leis, a poesia a literatura e a moral dos gregos e romanos.

2 – Moisés foi atraído por uma chama de fogo que saia do meio de uma sarça que não se consumia, foi lá onde teve a revelação do Senhor Jeová, que o chamava da sarça: “Moisés, Moisés”.

Paulo em sua viagem para Damasco, cidade da Síria, viu uma luz brilhante e ouviu o Senhor que o chamou em língua hebraica: “Saulo, Saulo”.

3 – Moisés foi comissionado por Deus a apresentar-se perante o Faraó, rei do Egito, e para libertar o povo de Deus das mãos do opressor.

Paulo foi enviado pelo Senhor à presença dos reis e poderosos, para libertar os gentios do reino das trevas.

4 – Moisés não foi bem recebido por pessoas do seu próprio povo e muitos nunca deixaram de murmurar contra ele.

Paulo foi vítima de desconfiança entre os cristãos e isso durante toda a sua vida e ministério. Frequentemente passava por oposição e perigos em meio a falsos irmãos.

5 – Moisés teve de opor a Coré, Datã, Abirão, Miriã e até mesmo Arão.

Paulo encontrou a indiferença de Demas, Marcos, Alexandre e até Barnabé.

6 – Moisés teve muitos cooperadores como Arão, Hur, Jetro; porém o seu companheiro era o jovem Josué.

Paulo teve o companheirismo e amizade de Barnabé, Silas, Lucas e outros; porém o amigo em que ele estava mais próximo era o jovem Timóteo.

7 – Moisés, no fim da vida exortou o povo a ser fiel a Deus e leal à Sua Palavra e recomendou a Josué que mantivesse a fé e o ânimo.


Paulo, ao aproximar-se o tempo de sua morte, aconselhou aos presbíteros de Mileto e deixou recomendações a Timóteo.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

A ORIGEM DO NOME "PROTESTANTES"

Dieta de Spira
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Rev. João d'Eça


A ORIGEM DO NOME “PROTESTANTE”[1]







O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do Senhor, e o seu poder, e as maravilhas que fez.
(Salmo 78: 3, 4).

Introdução:

Uma nova dieta foi convocada em Spira para a primavera de 1529. Fernando, que devia presidi-la, transpôs os umbrais da antiga cidade no dia 5 de março seguido dos príncipes católicos com suas escoltas em armas. No dia 15 chegou o eleitor de Saxe, acompanhado de Fillipe Melanchton e Agrícola. Cinco dias depois Philippe de Hesse entrava ao som de trombetas com duzentos cavaleiros.

Logo se notou a expansão de ódios recíprocos. Aqui dois homens notáveis se acotovelavam e fingiam não se conhecer; ali adversários em doutrinas trocavam na rua olhares ameaçadores.

Começou a se propalar que ia expirar o prazo marcado para a liberdade de cultos. De um lado havia reclamações enérgicas pedindo a execução do edito de Worms; do outro exigia-se a conservação do último edital de Spira. Finalmente, a 24 de março, a maioria da dieta decidiu que qualquer inovação religiosa seria interdita onde quer que tivesse sido observado e edito de Worms, e que, nos lugares onde o decreto não tinha sido respeitado, não se tentaria nenhuma reforma nova, não se trataria de assuntos de controvérsia e nenhum católico poderia se fazer luterano. Isso seria estabelecer o Status quo para impedir o progresso da Reforma.

Os príncipes protestantes, alarmados reuniram-se. “Rejeitemos este decreto”, diziam, “em questões de consciência, a maioria nada significa.” As cidades que haviam abraçado a Reforma acrescentavam: “É ao edito de Spira (o anterior) que o Império deve a paz que desfruta, sua revogação perturbaria a Alemanha: A dieta não é competente senão para conservar a liberdade religiosa até a reunião de um concílio.”

Nesta memorável assembléa foram proferidas ameaças para intimidar os membros mais exaltados da Liga de Torgau. Vinte e uma cidades livres aceitaram o decreto da dieta; quatorze resistiram heroicamente. Os príncipes se conservaram firmes e a lembrança de sua conduta nobre é valiosíssima para nós, porque nesse dia foi criado o nosso glorioso nome, de “Protestantes”.

Na grande sala do palácio imperial em que se reuniu as dietas e da qual resta apenas uma antiga muralha em ruínas, o Eleitor Frederico, em nome de toda Liga, pronunciou as seguintes palavras:

Nobres senhores, primos, tios e amigos – reunidos aqui ao apelo do Imperador buscando os grandes interesses do estado e do cristianismo, temos compreendido que os decretos da dieta de Spira devem se abrogados e que há o desejo de substituí-los por perigosas restrições. Entretanto, o rei Fernando havia prometido, em nome do Imperador, fidelidade inviolável àquele edito, como nós nos esforçamos para mantê-lo. Não podemos, consequentemente, permitir que ele seja revogado. Em primeiro lugar porque Sua Majestade imperial tem interesse em fazer executar um decreto emanado por sua própria autoridade. Em segundo lugar porque estão envolvidas a glória de Deus, do Rei dos reis, e a salvação das almas.

Na continuidade do seu pronunciamento, o Eleitor Frederico, discorre sobre a liberdade de cultos que eles adotam, coisa que não fazem os partidários católicos, que queriam a todo custo destruir a Fé Reformada e matar os seus defensores. Ele diz:

Meus caros senhores, nenhum juízo formamos sobre as vossas crenças; limitamo-nos a suplicar a Deus diariamente que nos conduza a todos nós à unidade da fé, à verdade, à santidade e à caridade em Cristo, nosso único Mediador. Se aderíssemos o vosso projeto, seria negar o nosso Senhor e nos expormos a sermos negados por ele diante de seu Pai. Se aceitássemos essa revogação, afirmaríamos que ninguém pode aceitar de Deus a luz. Oh! De quantas apostasias não seríamos cúmplices?


         Na sequência de suas argumentações, Frederico, Eleitor da Saxônia expõe o porque da não concordância com as decisões dos católicos. Suas palavras são:


Eis porque rejeitamos o jugo que nos é imposto. Sabe-se que em nossos estados a Santa Ceia é devidamente distribuída. Não podemos portanto aceitar as medidas propostas contra nossos comungantes. Além disso, questões tão importantes não podem ser resolvidas antes do próximo concílio.


         Ainda no seu pronunciamento perante a dieta, Frederico da Saxônia expõe a forma de culto e celebração da Santa Ceia, da forma como era ministrada pelos ministros que aderiram a Reforma: Diz ele:

O edito de Spira levava os ministros a explicarem as Escrituras de acordo com os escritos reconhecidos pela igreja cristã. Seria necessário portanto explicar o que se entende por igreja. Ora as opiniões são muito diversas a este respeito, mas, como nenhuma doutrina é digna de fé a não ser que se conforme com a Palavra de Deus, estamos resolvidos a manter a pregação pura e exclusiva desta Palavra Santa, contida nos livros canônicos do Antigo e do Novo Testamentos, sem adição de qualquer doutrina contrária.


            Na próxima sequência do pronunciamento de Frederico, ele diz protestar contra a decisão da maioria católica, o que veio posteriormente a fazer os crentes evangélicos serem conhecidos como “Protestantes.” Eis os relatos:

Assim, caros senhores, mui sinceramente vos rogamos que pondereis com cuidado nossas tristezas e nossos motivos de agir. Se resistis a nossa súplica, protestamos aqui diante de Deus nosso Criador, Redentor e Salvador, e diante dos homens – no nosso nome e no dos nossos – contra qualquer adesão ao decreto proposto naquilo em que é contrário a Deus, à Sua Palavra, à nossa liberdade de consciência e ao último edito do imperador. Esperamos que Sua Majestade procederá para conosco como um príncipe cristão e nos confessamos prontos a nos render toda nossa afeição e obediência como fazemos a Deus.


            Estas foram as palavras desses homens heróicos que a cristandade desde então passou a apelidá-los de PROTESTANTES.

         Como protestantes e herdeiros da Reforma e das doutrinas da Graça, devemos nos orgulhar do legado que recebemos. Sabemos que essas histórias foram esquecidas por uma grande maioria e não foram ensinadas com o passar do tempo e das gerações. Por esta razão é preciso nos imbuirmos da responsabilidade de ensinar as gerações futuras a ter orgulho de ser chamados PROTESTANTES.




[1] Traduzido de Souvenirs de La Reformation.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

DIVAGAÇÕES FORTÚITAS SOBRE A MORTE

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João d’Eça



         A morte é uma trabalhadora incansável, infatigável, que de dia, de noite, a todas as horas está trabalhando.

         Para ela não há descanso. Não sente fadiga alguma por mais aterefada que esteja. Ela trabalha e faz trabalhar ao mesmo tempo.

         Todos os homens sabem que vão morrer e a maioria se preocupa com a morte. Poucos são os que não se lembram que são mortais.

         Todos os dias assistimos o espetáculo horrendo da morte, ela ceifa a vida de ricos e pobres, de pretos e brancos, de europeus, asiáticos, americanos e latinos. Africanos aos milhares todos os dias. Gente da Oceania e de todos os lugares aonde houver gente.

         Uns estão um pouco de tempo enfermos, e morrem; outros não experimentam enfermidade alguma, não sentem a mínima dor, e são levados repentinamente. Há os que procuram a morte, brincam com ela, e a encontram nos momentos mais inesperados.

Uns chegam à velhice, e morrem em seu leito, enquanto outros são arrebatados na flor da idade, sendo feridos de repente.

Caro leitor, você pensou alguma vez nisto?

É bom que pensem para que não vivam descuidados, mas sim prontos, como diz o Evangelho, para que vocês possam entrar na vida celestial.


         A morte é traidora, e aos que estão descuidados, fere de improviso.

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