quarta-feira, 31 de julho de 2019

POR UM SÓ PECADO.



POR UM SÓ PECADO.

“Mas os filhos de Israel foram infiéis no tocante às coisas condenadas; Acã, filho de Zerá, da tribo de Judá, tomou das coisas condenadas. Assim a ira do Senhor se acendeu contra os filhos de Israel.”
(Josué 7.1)

O texto acima diz que Acã desobedeceu o mandamento explícito do Senhor e tomou uma parte dos despojos de Jericó. Uma pequena parte. Por causa de sua má ação, os exércitos de Israel foram derrotados, e por fim Acã foi castigado pelo seu pecado.

Abaixo faço uma aplicação geral desta triste história relatada no livro de Josué, fazendo uma comparação da igreja de hoje e das más ações que vemos de alguns dos seus membros:

1 – O pecado de uma só, dentro da igreja, diminui o poder espiritual de toda a congregação;
2 – O pecado de um só traz desonra sobre a Igreja de Cristo;
3 – O pecado de um só pode ser um grande impedimento para a conversão dos pecadores;
4 – O pecado de um só torna-se um mal precedente, que muitas vezes, é imitado por outros;
5 – O pecado de um só, com frequência, impede os bons frutos que das bençãos divinas.

            Em obediência à Palavra de Deus e à exigência de nossa santidade, não podemos ceder ao pecado, não só pensando em nosso próprio castigo, mas sabendo que por nossa causa, o nosso próximo pode sofrer eternamente.

sexta-feira, 28 de junho de 2019

“TIMÓTEO, TRAGA-ME OS LIVROS”


“Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, bem como os livros, especialmente os pergaminhos.” (II Tm. 4.13)


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João d’Eça



Introdução:
            Estamos estudando todas as quintas-feiras na igreja, as cartas de Paulo a Timóteo e a Tito. Já terminamos a primeira carta a Timóteo e estamos ainda no primeiro capítulo da segunda carta. A segunda carta, dizem os especialistas foi a última carta que Paulo escreveu, sendo que naquele mesmo período de tempo ele foi executado pelas autoridades romanas.

O apóstolo Paulo “combateu o bom combate, completou a carreira e guardou a fé”. Ele estava consciente de que a hora da sua morte já se aproximava e ele estava pronto para enfrenta-la, pois sabia que após a sua morte é que ele receberia das mãos do seu Senhor, “a coroa da justiça”.

O seu tempo já estava abreviado e a prisão em Roma seria a sua última morada. Do cárcere em Roma ele sairia para deixar rolar a sua cabeça aos pés do Imperador Nero. Apesar de aos olhos do Império ele era um derrotado, na verdade ele era um conquistador, e a sua cabeça rolando aos pés do tirano serviu para solapar os alicerces do trono dos césares.

Paz na Morte

            Paulo sentia grande paz apesar da sentença trágica de morte. A sua tranquilidade era inexplicável para os seus algozes. Uma coisa chama atenção: em meio a todo esse cenário, Paulo sentia falta de sua capa, seus livros e dos pergaminhos.

Aproximava-se o inverno e o frio intenso da cidade de Roma, ele escreve a Timóteo dizendo: “Apressa-te a vir antes do inverno.” (II Tm. 4.21). Antes ele pedido para ele trazer a capa que havia deixado na casa de Carpo. Estava preocupado com o frio que iria passar naquele cabouco romano.

Livros, um bom companheiro

Apesar da situação em que Paulo se encontrava, de pobreza, a ponto de não ter com que se cobrir durante o rigoroso inverno com neve em Roma, ele confortava a muitos, não só por meio de correspondências, mas também, por meio de aconselhamento e pregação do evangelho aos da guarda pretoriana que o vigiavam. “Todos os santos te saúdam, especialmente os da casa de César.” (Fl. 4.22).

Ao pedir que Timóteo não esquecesse de lhe trazer os livros e os pergaminhos, ele demonstrava preocupação com a leitura e o aprendizado.

Festo disse a Paulo: “Estás louco.... As muitas letras te fazem delirar” (At. 26.24). Paulo que havia sido educado aos pés de Gamaliel, chamado de “grande rabino”, também necessitava de livros e de pergaminhos, os quais levava consigo em suas viagens, mas que por alguma razão havia deixado em Trôade.

Um ministro do Evangelho sem livros é uma contradição. Sem livros o ministro aniquilará o seu ministério. Nasci e vivo no Maranhão, terra de poetas, de cronistas, de escritores de renome mundial, onde os livros fazem parte do dia a dia das pessoas. A ausência dos livros é tão sentida como a ausência de um bom amigo. Viajei por muitos lugares, e quando esquecia os meus livros, sempre buscava adquirir um desses companheiros inseparáveis nos aeroportos ou nas ruas das cidades por onde andei.

Que melhor companheiro na hora da enfermidade, deitado em um leito, que um livro? Paulo deve ter sentido uma dupla alegria, quando viu chegar o seu amigo Timóteo trazendo a capa, os livros e os pergaminhos.

A Bíblia, livro dos livros

A Bíblia é conforto em todo tempo, em todas as circunstâncias da vida. A Bíblia é a mais preciosa de todos os livros. Nunca, jamais, se permita esquecer da Bíblia e da sua leitura diária, bem como de bons livros. Nunca se esqueça da Bíblia, nem em Trôade, nem no Maranhão, em lugar nenhum, principalmente porque ela deve estar em teu coração. Assim como no filme O Livro de Eli que ao final ele a ditou de memória, assim também a Escritura deve fazer parte de nós e nós da Bíblia.

Conclusão:

            Paulo deixou a capa em Trôade, mas para se aquecer ele se revestiu de um manto que ofusca e que atrai. Deixando os seus livros, ele estudou na Palavra de Deus que estava em sua mente, na sua alma e no seu coração. Ele era “uma carta viva” de Deus para todos que buscam comunhão íntima com o Senhor.

Aplicação:

            Você é capaz de, esquecendo os seus livros ou a sua Bíblia, falar com desassombro sobre as maravilhas de Deus em Sua Santa Palavra, citando o endereço dos capítulos e versículos da Escritura sem pestanejar?

quinta-feira, 20 de junho de 2019

EU AMO A JUVENTUDE


EU AMO AJUVENTUDE
“E Jesus, fitando-o, o amou...”

(Marcos 10.21)


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João d’Eça





Introdução:

            A juventude é a primavera da vida, é o que se diz, e eu concordo. Apesar de na nossa região a primavera não ser tão destacada como nas regiões onde as quatro estações são bem divididas, porém dá pra perceber a mudança de atmosfera, quando as flores desabrocham, os pássaros cantas, as borboletas dançam no seu bailado e as abelhas polinizam as flores para dar continuidade à vida. Amo a primavera, por isso amo a juventude.

A juventude e a esperança

Sou dominado pela alegria quando vejo um jovem dedicado a Deus, quando despertam para a vida cheios de esperança de viverem uma vida feliz. Quando encontro jovens cheios de amor por Jesus Cristo, realizando em sua vida a palavra do sábio Salomão: “Lembra-te do teu Criador nos dias de tua mocidade”. Quando um jovem dedica a sua vida a Jesus Cristo, é uma vida feliz iniciada, é uma melodia suave entoada, é uma juventude que nunca conhecerá a velhice espiritual.

Devo amar todos os jovens, mas quando vejo um jovem de olhar tristonho, vivendo no pecado e manchando a alvura de sua alma, perdendo a beleza do seu coração, fico tão triste quando na primavera percebo uma flor estragada e a voz embarga de emoção. Como é desolador ver um jovem no mau caminho, obedecendo à voz da carnalidade, que o aprisiona, escraviza e o condena a viver uma vida de ruina.

Quem nos dera ver sempre os jovens vivendo vidas felizes e abençoadas. Se dependesse de mim, eu faria com que todos os jovens vivessem vidas felizes com Jesus Cristo na mente e no coração.

O domínio do pecado e o acolhimento

            Infelizmente muitos jovens estão totalmente dominados pelo pecado. Abrigam em seus corações a feiura do pecado, estão como flores murcham, estragadas, pisadas, almas que perderam a inocência. Para esses devo olhar com olhar de amor, com gestos de ternura e da boca o som da voz suave.

Diante de uma situação assim, é melhor deixar que a alma fale, que o jovem perceba que amor está no domínio da situação e não a repreensão, o constrangimento, o ódio. Quando o amor nos domina a alma, oramos para que Deus dê ao jovem um melhor caminho e o poder para que ele possa viver uma vida feliz.

Amo a mocidade. Sinto ser por um lado seus irmãos, por outro, como seu pai. Como irmão identifico o meu coração com os jovens, com suas derrotas e vitórias; como pai, recebo-os diante de mim e lhes imponho as mãos, com os olhos fitos no céu, para que de lá desçam a paz e a alegria para as suas vidas.

Amo os jovens quando estou de joelhos suplicando a eles as bençãos do céu. Amo quando os vejo seguindo os caminhos de Jesus Cristo em doce e suave felicidade. Amo-os sem discriminação de etnia ou posição intelectual e social. Até mesmo quando demonstram sentimentos pouco nobres e preferem se tornar inimigos, mesmo assim devo amá-los.

O dever de amar a juventude

            O amor deve estar à disposição para dar sem a esperança de receber, porque o amor que o bem de todos. O amor busca os desalentados para os conduzir ao caminho da felicidade.

Aos jovens que tiveram dificuldades, que se sentem fracassados, que tiveram sonhos frustrados, que sonham e não sabem como realizar, saiba, se quiserem conversar, se precisarem de ajuda, estou aqui para ouví-los. Eu enfrentei na minha vida muitas derrotas, muitos fracassos, muitas decepções, eu sei o que isso, por isso, posso ajuda-lo. Deus me concedeu passar por momentos assim para que eu pudesse me identificar com os que estão passando por dificuldades como as que eu passei. Em todas as dificuldades, frustrações e decepções Deus me deu vitórias, para que eu e todos saibam o quanto Deus é poderoso.

Jovens, saibam que nada há no mundo mais sublime e mais belo do que o amor. Deus é amor! Eu quero ser dominado pelo amor. O amor faz da vida bela e divina. Amo a juventude.

Conclusão:

            Não há tristeza maior do que ver a juventude se perdendo, envolvida em crimes, atrás das grades de uma prisão por causa de se deixar dominar pelo maldade do coração sem Deus, por querer dar vazão à vaidade de seus corações e desprezar a humildade que Deus quer que cultivemos.

Quero cantar a bela história do amor de um meigo e divino amigo que se chama Jesus Cristo. Quero fazer de minha vida um hino de amor.

Prezados jovens, sejam felizes. Sigam o conselho do sábio Salomão:

“Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas cousas Deus te pedirá contas. Afasta, pois, do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, porque a juventude e a primavera da vida são vaidade”.

(Ec. 11.9,10).

segunda-feira, 17 de junho de 2019

O PECADO E A GRAÇA (Romanos 5.20)


O PECADO E A GRAÇA
(Romanos 5.20)

Introdução:

            Temos um antídoto para o pecado, que é a graça de Deus. A graça é apresentada a nós como um vasto oceano, e tentar explicar a graça do Senhor, é semelhante a tentar contar as gotas do oceano. Todo que se propõe a explicar a graça de Deus, assemelha-se ao balbuciar de uma criança. Só iremos ter pleno conhecimento da graça do Senhor, na eternidade. O que nos cabe conhecer então, são umas pequenas observações sobre a manifestação dessa graça.

Tudo o que somos e possuímos, são dons da graça de Deus. A nossa criação foi um ato da graça de Deus, como também é a conservação da nossa vida e o glorioso destino de nossas almas.

Precisaríamos da graça de nosso Deus, mesmo se não tivéssemos pecado, pois sem a graça de Deus não vida, não há felicidade, sem a graça de Deus só há desespero. Somos criados para sermos vasos nos quais Deus derrama vida e amor, para sermos templo do Espírito Santo, e isso é graça. Semelhante à planta que precisa dos raios do sol para a sua vida, assim nós precisamos da graça de Deus para vivermos plenamente a nossa. Sem a graça do Senhor ninguém alcançará a felicidade na eternidade. A mais alta dignidade do homem é a capacidade de receber Deus em seu coração, seu mais alto destino é a comunhão com Deus. Tudo isso é graça.

Amor dom de graça imerecido

O amor é dom imerecido. Poderíamos até merecer muitas coisas como gratidão, recompensa ou reconhecimento, mas se alguém nos dá o seu amor, quem poderá dizer que o mereceu? O amor é sempre um livre dom e sempre é graça.

A graça está colocada acima da justiça. A justiça e as leis formam o fundamento do Estado, mas a graça é a sua coroa. Não podemos passar sem a graça, em qualquer que seja a atividade da vida, quanto mais em nossa relação com Deus.

Bem-aventurados

            O mundo em que vivemos é um lugar de sofrimentos e aflições, mas isso não é tudo. Jesus Cristo inicia o seu Sermão do Monte, chamando de “bem-aventurados os que são pobres de espírito, os mansos e os que choram. Aqueles a quem o mundo chama de infelizes, Jesus Cristo os chama de bem-aventurados e lhes promete consolação. Esse é o valor da vida presente, não consiste na felicidade exterior, mas na consolação. Não podemos todos ser ricos, mas todos podemos ser consolados.

A declaração de Jesus: “Bem-aventurados os que choram, pois eles serão consolados”, só pode ser declarado nesse mundo de tristezas e dores, por Jesus Cristo, porque somente ele possui a verdadeira consolação, sendo esta a sua graça.

Para nós é uma grande consolação saber que que diante de todas as dificuldades da vida, do sofrimento, da pobreza, da doença e do inesperado, somos objeto da graça de Deus, e isto é para nós grande consolação. Porém essa é ainda a menor parte da recompensa da graça que o Senhor nos tem reservado. A graça de Deus se manifesta no seu mais elevado grau, na salvação dos pecadores.

O coração e a mente do homem natural, envolto em seus pecados não consegue entender e nem mesmo crer na graça salvadora do Senhor. Antes da Queda, talvez, fosse possível para o homem ter um pouco de entendimento do que seria a graça de Deus, mas desde que o pecado entrou na realidade humana pela desobediência dos nossos primeiros pais, o pecador vive em oposição a Deus e aos seus desígnios, está possuído de medo e longe de aproximar-se do Senhor. O homem foge de Deus por causa da sua culpa. Como disse o apóstolo João: “Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras.” (João 3.20).

O pecador tenta expiar as suas culpas por seus próprios esforços, tentando aplacar a “ira de Deus sobre os filhos da desobediência” buscando a salvação pelas obras, o que é impossível ao homem. A palavra de Deus, revelação divina, nos instrui na verdade consoladora da salvação sem mérito humano, do perdão dos pecados, da bem-aventurança eterna para todos os que confiam no Senhor e na sua graça.

No tempo do Antigo Testamento, todos os grandes homens de Deus que viveram o período, reconheceram que só a graça de Deus podia salvar os pecadores arrependidos, nada mais os pode salvar. “Abraão creu o Senhor e isso lhe foi imputado para justiça”. (Rm. 4.3). Assim também Moisés regozijava-se no Senhor, que guarda misericórdia em milhares de gerações: “... Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até a terceira e quarta geração. (Êxodo 34. 6,7).

O rei Davi, pecador como todos nós, não se cansava de cantar e louvar a graça e a misericórdia do Senhor, que perdoa os pecados e salva os arrependidos e contritos de coração. No tempo dos profetas, quanto mais o povo se afastava do Senhor, mais eles confiavam na graça de Deus. “Porque os montes se retirarão, e os outeiros serão removidos; mas a minha misericórdia não se apartará de ti, e a aliança da minha paz não será removida, diz o Senhor, que se compadece de ti”. (Isaias 54.10).

O que era prometido no Antigo Testamento foi cumprido no Novo. Na pessoa de Jesus Cristo a graça do Pai se manifestou visivelmente entre os homens. A vida de Cristo era toda a expressão da graça de Deus. Ele tomou sobre si os nossos pecados e reconciliou os pecadores com Deus-Pai. Jesus ensinou os crentes a chamarem Deus de Pai, nome que melhor expressa o que é a graça de Deus. Pelos merecimentos de Jesus Cristo, somente os pecadores que creem nele, tornam-se filhos de Deus.

Os apóstolos, no fiel cumprimento de sua missão, exortaram os cristãos a confiarem inteiramente na graça do Senhor. Paulo, cuja vida é o resultado da graça, começa as suas cartas com a frase: “Graça e paz da parte de Deus Pai e de nosso Senhor Jesus Cristo”. O conteúdo de suas cartas são a explicação da Graça de Deus em Jesus Cristo e da salvação gratuita dos pecadores.

A maior manifestação da graça no Novo Testamento, é, a redenção dos pecadores por Deus, enviando seu próprio Filho para levar sobre si os pecados do mundo, e atribuindo aos que creem nele a própria justiça de seu Filho. Porém esta manifestação é acompanhada de outras ações da graça.

1 – PELA VOCAÇÃO - que consiste em o Senhor chamar e convidar-nos a aceitar a salvação por ele alcançada. Os que se salvam não podem atribuir a si a iniciativa. “Não foste vós quem me escolheste, pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis frutos e o vosso fruto permaneça” (João 15.16). Jesus, por seu Espírito e pelas circunstâncias da nossa vida, nos conduz ao conhecimento de seu Filho por mera graça sua, sem que nós o tivéssemos merecido.

2 – PELA ILUMINAÇÃO Que consiste em o Espírito Santo renovar os corações dos homens e convencê-los tanto da própria indignidade, como da graça de Deus. É o Senhor quem abre os nossos olhos para conhecermos qual é a esperança a que ele nos chamou e quais as riquezas e a glória da herança que ele prepara para os santos.

3 – PELA JUSTIFICAÇÃO – Que consiste em Deus selar e confirmar com a sua paz ao pecador crente e arrependido o perdão dos seus pecados, atribuir-lhe a justiça de seu Filho e restituir-lhe os direitos de filho seu e co-herdeiro de Cristo.

4 – PELA SANTIFICAÇÃO Que consiste em nos dar um novo coração e em derramar em nós um novo espírito pelo qual podemos clamar ABBA PAI¸ e na força do qual podemos andar e crescer no seu amor e na santidade. “Porque Deus em quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade (Fl. 2.13).

A Ele seja a honra e a glória para sempre!

terça-feira, 28 de maio de 2019

100 ANOS DA MORTE DO REV. DR. GEORGE WILLIAM BUTLER


100 anos da morte de George William Butler[1]

Em Colossenses 4.14, na saudação de Paulo àquela igreja ele diz que Lucas, “o médico amado”, também os saudava. O dr. George William Butler, era também conhecido como o “médico amado”.

George William Butler

Nasceu na cidade de Roswell, no Estado americano da Georgia, no dia 12 de julho de 1854. Seu pai lutou pelo Exército Confederado onde ocupou o posto de capitão, morrendo na guerra próximo a Richmond, Virginia, e ali está enterrado.


Após a guerra “a família Butller foi destituída”[2] passou inúmeras dificuldades e o jovem George, foi ensinado pela filha do pastor presbiteriano local e quando completou vinte anos de idade, foi para o Davidson College, na Carolina do Norte, em 1874.

Sua educação médica foi feita em duas escolas. W. C. Porter disse que ele foi para Nova York sem dinheiro "para uma escola de medicina onde as aulas eram gratuitas"[3], e para se sustentar, trabalhou no Hospital Bellevue.

Não fica claro quando foi que Butler deixou a escola onde estava, mas sabemos que ele recebeu o seu diploma de medicina pela Universidade Johns Hopkins. Butler partiu de Newport News, Virginia, em 31 de janeiro, 1883 e chegou ao Brasil em fevereiro, não se sabe o dia.[4]

No seu primeiro ano de Brasil o Dr. Butler procurou aprender a língua e visitou missionários em Fortaleza no Ceará e em São Luís, no Maranhão.[5] As informações não dão conta de se o Dr. Butller praticou ou não a medicina nesse período.

Po rcausa da intensa luminosidade do Nordeste brasileiro, o Dr. Butler desenvolveu algum problema no olho, que se tornou cada vez pior até que ele teve de voltar para os Estados Unidos para tratamento médico. Enquanto estava tratando do olho nos Estados Unidos, foi ordenado para o sagrado ministério

Chegada ao Brasil

O missionário norte-americano, chegou ao Recife, capital pernambucana, em 22 de fevereiro de 1883, não era ainda ordenado pastor. Nesse ano, boa parte do tempo ele passou visitando os trabalhos da Missão Presbiteriana, na Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Ceará.

No ano seguinte, 1884, o Dr. Butler voltou a sua pátria e lá casou-se com Rena Butler e ali também foi ordenado ao sagrado ministério, regressando em maio do mesmo ano, ao Brasil, aportando novamente em Recife, agora na dupla função de médico e missionário da missão do Sul dos Estados Unidos.

Recife, era a base da Missão presbiteriana no norte do Brasil, sob o comando e orientação do Dr. John Rockwell Smith, e ali Butler permaneceu como médico-missionário durante o restante do ano de 1884.

Ministério em São Luis

No ano de 1885, os líderes da missão baseada em Recife, decidiram abrir um trabalho mais para o norte, e como a cidade de São Luís era litorânea e já havia sido visitada por John Smith, Blackford, Delacy Wardlaw e alguns colportores em 1875, sem que se estabelecesse nenhum trabalho regular, Butler foi cogitado para ser o pioneiro na Atenas brasileira.

Em 15 de maio de 1885, era um sábado, o Dr. William Butler iniciou os trabalhos evangélicos na cidade de São Luís. O primeiro local a funcionar a futura igreja foi à rua Grande, 69, num prédio onde funciona hoje uma agência bancária, passando depois para o prédio onde funcionou o Hotel Central, em frente da igreja da Sé. Como o Dr. George Butler não gostava do som do badalar dos sinos, escolheu outro lugar, encontrando o local definitivo, onde a igreja está até o dia de hoje, em frente à Praça da Alegria.

A primeira pessoa batizada foi a esposa de um tribuno, que participou da Junta Governativa do Maranhão, quando da mudança de Império para República, o nome dela era Maria Bárbara Belfort Duarte. Em 6 de maio de 1886, batizou o segundo grupo de crentes, Polina Jansen Tavares e Felix Emiliano Abreu, que veio a ser presbítero e participou ativamente da divisão da igreja, no pastorado de Rev. Belmiro de Araújo César, criando a Igreja Presbiteriana Independente do Maranhão em 24 de setembro de 1903.

Dr. George William Butler empreendeu várias jornadas pelo interior dos estados do Maranhão e Piauí, sendo o primeiro a pregar em Teresina. Pregou a palavra de Deus nos vales dos rios Mearim e Itapecuru e em outras localidades maranhenses como Alcântara, Rosário e Caxias, onde organizou a Igreja Presbiteriana de Caxias em 1892.

Dr. Butler pregou o evangelho não somente do púlpito, mas também através da imprensa, debatendo com padres e outros que discordavam da sua pregação. Para adaptar o prédio da Praça da Alegria em templo, ele trabalhou com as suas próprias mãos, como operário, gastando os seus recursos próprios e tendo de passar por privações, segundo o testemunho dos que acompanharam esse processo à época. O templo foi inaugurado a 26 de julho de 1887.

O período de tempo que o Dr. Butler ficou no Maranhão foi de sete anos, de 1885 a 1892, quando retirou-se para um período de férias em sua terra natal, e quando voltou, foi designado para outro campo, assumindo o pastorado da igreja em São Luís, o Rev. Belmiro César.


Ministério em Pernambuco

Na sua volta dos Estados Unidos depois de sete anos de trabalhos ininterruptos em São Luis, George Butler ao regressar ficou em Recife e substituiu os missionários W. C. Porter e John R. Smith, que foram destacados para outro lugar no Brasil.

Quando chegou ao Brasil pela primeira vez, Butler começou o trabalho em Recife, depois de dez anos de ausência ele volta para o mesmo lugar, e a terra pernambucana será a sua última esfera de trabalho por vinte e seis longos anos, sendo que o seu ministério no Brasil durou trinta e seis anos.

Em 1894 Butler estabeleceu uma nova estação missionária na cidade de Garanhuns, onde sofreu fortes agressões do clero católico romano. Por causa de George Butler, Garanhuns tornou-se um reduto do presbiterianismo e ali deu-se origem o Seminário do Norte, por iniciativa de Martinho de Oliveira. Ali em Garanhuns foram muitos os convertidos, em especial a família Gueiros, dedicados ao evangelho e de onde saíram muitos ministros evangélicos.


Atentado à vida do Dr. Butler

De Garanhuns transferiu-se para Canhotinho – PE, onde passou a maior parte do seu ministério no Estado. Canhotinho é uma cidade que fica próximo a Garanhuns e também próximo à divisa com o Estado de Alagoas.

Em Canhotinho o missionário-médico empreendeu várias campanhas frutíferas de evangelização e foi através do seu esforço que os templos de Garanhuns e Canhotinho foram construídos. Na cidade de São Bento – PE, enquanto fazia campanha evangelística, o punhal de um bandido foi em direção ao seu peito. Manoel Corrêa Vilela, conhecido “Né Vilela”, seu companheiro de viagem, se jogou na frente do marginal e levou a facada que era para o Dr. Butler, em seu peito, caindo morto. No templo da cidade de Canhotinho estão enterrados os restos mortais de Manoel Vilela, o mártir do evangelho no sertão de Pernambuco.

O Dr. Butler era amado pelo povo daquela região pernambucana. Apesar de ser um homem grande, media quase dois metros de altura, tinha um coração sensível e um espírito verdadeiramente evangélico, conquistando simpatia em todas as classes sociais. Quando era preciso os seus serviços médicos, o Dr. Butler nunca se furtou de ajudar os que precisavam.


Sínodo de 1888

Laborioso da obra missionária tomou parte na instalação do Sínodo Presbiteriano do Brasil em 1888, e em 1897, foi eleito vice-moderador da quarta reunião do concílio na cidade de São Paulo.

O Dr. Butler prestou serviços à hinologia, compilando um pequeno hinário em Recife, no ano de 1895. Uma das suas composições, transcrevo abaixo:



Senhor, eu sei que te amo mais

(I Rs. 10.7)

I

Jesus eu sei que te amo mais
Que gozo algum aqui.
Pois tu me dás a plena paz,
A qual em vão segui

Refrão:

Quem pode tudo nos dizer
Do amor que satisfaz!
Quem pode tudo nos dizer
Do sangue eficaz!

II

De mim mais perto eu sei que estás
Que amigo algum dos meus,
Mais suave soa a tua voz
Que outra aquém dos Ceus.

III

Quando o Senhor me alegrou,
Eu com razão folguei;
Só seu amor me consolou:
Do mais me contristei.

IV

Oh cristo amado, que será
Teu rosto lá mirar,
Se tanto gozo já me dá
Aqui te acompanhar!


(George William Butler)



A morte do Dr. George Buttler

         O missionário Dr. George William Butler, faleceu no dia 27 de maio de 1919, há exatos cem anos. Depois de ter feito uma viagem aos Estados Unidos em 1918, ficando um tempo com a sua família, Dr. Buttler voltou sozinho para o Brasil, para a cidade de sua base de trabalho, Canhotinho – PE. O missionário logo depois do seu retorno contraiu a gripe espanhola que se alastrava pelas Américas, matando milhares de pessoas. Enquanto viajava pelo seu país, o Dr. Buttler deixou em seu lugar o filho Dr. Humphrey Buttler.

O Rev. George Buttler trabalhou intensamente no mês de abril de 1919, pregando, atendendo doentes, visitando. Ele já sentia que alguma coisa não estava certa com a sua saúde, até que no dia 24 de maio o seu estado de saúde se agravou e ele começou a gemer com muitas dores, prolongando o seu sofrimento até o dia 27 de maio, era assim como hoje, cem anos depois, uma terça-feira. As dores se intensificaram até as quinze horas, quando ele faleceu, poucas semanas depois de ter voltado do seu período de férias em sua pátria natal.

A cidade de Canhotinho foi impactada pela notícia da morte do “médico amado”. A cidade ficou comovida a ponto de o Jornal do Commercio de Pernambuco noticiar o seu passamento com a seguinte manchete:


Causou a toda população doloroso pesar o passamento do humanitário médico operador, Dr. George William Butler, ocorrido as 15 horas do dia 27 e ocasionado por uma congestão hepática.

Realizou-se o seu enterramento no local junto a igreja evangélica, as 14 horas do dia 28, comparecendo toda a população, vendo-se nos olhos da maior parte borbulharem lágrimas de sentido pesar. O extinto era natural dos E. U. da América do Norte, casado com Mrs. Rena Mary Butler, havendo de seu consórcio 7 filhos, naturais do nosso país. Era um espírito caritativo e muito irá sofrer, com o seu desaparecimento, a pobreza. Há cerca de 30 anos que residia nesta onde granjeou a estima de todos; amava o solo brasileiro com devotamento e em vida sempre manifestara o desejo de ser sepultado em nosso país. Era um homem de saúde e a morte levou-o quase de surpresa. O comércio, em sinal de sentimento, cerrou suas portas até a hora do enterro.


Quando o Rev. Dr. Butler morreu tinha 65 anos de idade. Sua esposa D. Rena Butler ficou muito abalada com a notícia e não retornou mais ao Brasil e viveu até o seu último dia ao lado dos seus parentes na sua terra natal. Ela morreu em 1954, na cidade de Goldsboro, no Estado da Carolina do Norte, quando tinha 91 anos de idade.


Hoje, completados 100 anos de sua morte, lembramos o trabalho abnegado do “Médico amado”, que teve de Deus a incumbência de uma dupla tarefa: curar o corpo e a alma.


Os relatos acimas foram retirados da obra História da Igreja Presbiteriana do Maranhão, do Rev. João d'Eça, publicado incialmente em 2012, já estando na 3ª reimpressão.

[1] O Estandarte, Ano 27, nº 24, 12/06/1919.

[2] PORTER, W.C. Dr. George William Butler. Norte Evangélico, 25 de junho de 1919.
[3] Ibid.
[4] Cartas do Dr. Butler ao The Missionary,  Maio de 1883.
[5] Cartas do Dr. Butler ao The Missionary, Novembro de 1883.

terça-feira, 14 de maio de 2019

O CRENTE E A FIDELIDADE NO DÍZIMO.


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João d’Eça




Introdução:
         Quando o assunto é o dízimo, constatamos que são poucos os fieis a Deus nessa área. Aqueles que restituem ao Senhor, dono da prata e do ouro, a décima parte de seus rendimentos, são escassos. Quando não retém parte do que é exigido por Deus para que sejam fieis, eles desonram o Senhor, não entregando absolutamente nada.
         Já falei tanto de dízimo que já estou me tornando antipático para com muitos dos irmãos que não querem tratar desse assunto ou ver esse assunto em discussão. Porém, como pastor, ministro de Deus chamado para ensinar os princípios da Palavra de Deus ao rebanho sob os meus cuidados, não cessarei de falar, principalmente quando vemos tantos irmãos e irmãs, passando tremenda dificuldade financeira, atolados em dívidas, com problemas familiares ou de saúde, e atormentados na mente, simplesmente porque estão roubando o Senhor, quando não entregam os seus dízimos.

Qual será o motivo de existir tão poucos irmãos fieis à Deus?
         Muitos que se dizem discípulos de Jesus, não entregam a décima parte de seus rendimentos mensais, ou seja, o dízimo, porque não acreditam que o Senhor é o seu supridor, outros porque são avarentos mesmos e são tão apegados ao dinheiro que o tem como seu “deus”, ao qual Jesus Cristo chamou de Mamon (Mateus 6.24).
Há os que dizem que o sistema de taxação de contribuição dizimal era para o Antigo Testamento, mas que na nova dispensação essa norma foi abolida, deixando que o crente decida com liberdade, qual é o valor da sua contribuição com dízimos e ofertas. Os que seguem esse raciocínio, esquecem de que caso estejam certos, o Senhor, em nenhum lugar do Novo Testamento aboliu o dízimo, então se Deus não aboliu, ainda permanece a obrigatoriedade da contribuição da décima parte de seus rendimentos, a novidade seria que o máximo não é estipulado, apenas o mínimo, então o crente é livre para contribuir com mais de 10%, nunca menos, se Deus assim colocar no seu coração o desejo de contribuir com mais. Entregar menos de 10% ou não entregar nada é ROUBAR ao Senhor. Ai acompanhará o infiel, todas as maldiçoes registradas em Malaquias 3.

Qual o motivo para a entrega do dízimo?
         No Antigo Testamento era para sustento da obra de Deus, para manutenção do culto, para sustento dos sacerdotes levitas. Muitos alegam que tudo isso estava relacionado à Lei Mosaica e que tudo foi abolido. Dizem que o domingo sucedeu o shabbat judaico, o batismo sucedeu a circuncisão e a santa ceia sucedeu a páscoa. Mas em nenhum lugar na Bíblia se diz que o dízimo foi sucedido por outro sistema qualquer, pelo contrário, Jesus quando confrontado pelos fariseus acerca do dízimo, diz: “... fazei estas cousas, sem omitir aquelas” [dízimo – grifo meu] (Mateus 23.23).
Diante disso pergunto: Ainda temos de contribuir? Sim, claro, ninguém pode em sã consciência contestar isso. Ainda existem os motivos para se entregar o dízimo? Sim! Então com quanto eu devo contribuir para a disseminação do Evangelho de Cristo? Com 10% ou mais, nunca menos disso. Ora se o judeu que não tinha os mesmos privilégios que nós temos em Cristo Jesus, ofertavam os seus dízimos e as suas primícias, deve você irmãos, se colocar em plano inferior ao do judeu do Antigo Testamento? Certamente que não! Por isso, decida em seu coração, prometa a Deus entregar o que lhe é exigido e com a ajuda de Deus ofereça muito mais.
O texto sagrado diz: “Deus ama ao que dá com alegria” (II Cor. 9.7). Isto implica que esse amor de Deus não o atinge se você for avarento, negar-se a entregar o dízimo ou entregar retendo parte dele, assim como fizeram Ananias e Safira, e que por isso, morreram (Atos 5). Porém, esse amor de Deus será ainda maior quando a sua oferta for entregue ao mesmo tempo, com toda a liberalidade de um coração agradecido por todas as bençãos com que o crente é beneficiado.

Por que o crente deve mudar a sua atitude para com o dízimo?
         - Porque essa é a ordenança de Deus para cada um de nós;
         - Porque a tesouraria da igreja está quase vazia e as contas chegando;
         - Porque o telhado da igreja está precisando de conserto;
         - Porque a obra missionária precisa continuar, sem dinheiro, não dá.

Os que são fieis ao Senhor, estão cooperando com os seus dízimos e ofertas, para que “haja mantimento” na casa de Deus (Malaquias 3.10). Havendo crentes fieis, não avarentos, não egoístas, HAVERÁ mantimentos na Casa de Deus. Mas se os crentes se mantiverem EGOISTAS, AVARENTOS e INCRÉDULOS, a obra de Deus sofrerá solução de continuidade. Deus AFASTARÁ os infiéis e LEVANTARÁ outros para serem abençoados.

Conclusão:
         Sejam dizimistas fieis e a Casa de Deus terá sempre o mantimento devido. Essa é a promessa do Senhor para a igreja e para os crentes individuais.
         Os crentes precisam pagar o preço da fidelidade, porque “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hebreus 11.6). Cumpra com o seu dever e receba os privilégios da sua fidelidade, assim você irá satisfazer “Aquele que sendo rico se fez pobre” por amor a nós.

segunda-feira, 13 de maio de 2019

APARIÇÃO DE FÁTIMA – Um outro “Conto do Vigário”.


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João d’Eça





         Hoje é 13 de maio de 2019, e o catolicismo romano, sendo pseudo-cristã...... O título “Outro Conto do Vigário” está no livro do Ex-padre Aníbal Pereira Reis, falecido em 30 de maio de 1991. Autor de várias obras de cunho apologético, onde uma dessas obras se destaca é a que leva o título acima, onde ele narra uma das mais perniciosas farsas do catolicismo romano, a aparição de Fátima.



         A designação de nação católica tem trazido sérios prejuízos para o Brasil, principalmente, porque depois da visita do papa João Paulo II, que veio ao Brasil duas vezes e lhe foi pedido pelo presidente que resolvesse os problemas da crise no país, vemos que depois dessas visitas e desse pedido as coisas só pioraram e o país entrou em banca rota por várias vezes desde então. O país tornou-se um território livre para ladrões na política e a cada ano que passa as coisas pioram, pois precisamos resolver esse problema que não é de origem econômica, mas, espiritual.



Quando analisamos o desenvolvimento e progresso dos países católicos ao redor do mundo, nenhum deles é próspero, pelo contrário, são os países católicos os do terceiro mundo, os mais pobres dentre as nações do mundo. O Brasil é um reino de feitiçarias e crendices. Nosso povo precisa ser esclarecido e esse trabalho deve ser feito por todos nós. Divulgar a verdade, é cortar este mal pela raiz.



O Contexto da suposta aparição de Fátima



         A República portuguesa foi instalada em outubro de 1910, esse fato fez com que o catolicismo perdesse espaço como religião oficial do Estado português, que vigora já há 800 anos, dando ao catolicismo todas as regalias e privilégios nesses 8 séculos. Logicamente com a perda desses privilégios a Igreja romana esperneou e procurou manter o que tinha de privilégio e regalias no país de Camões.

         O catolicismo então partiu para o ataque no afã de não perder essas regalias, e utilizou-se de suas irmandades, das organizações medievais e principalmente do confessionário para levar o povo a se revoltar contra a novel República, querendo de volta o Império, ou que a República lhe resguardasse os privilégios e regalias do outro regime.

O clero católico português tentou seduzir o povo para se revoltar contra aquela situação à curto prazo, mas o efeito esperado não se concretizou, e a nova liderança do país preferiu fazer separação entre a Igreja e o Estado.

No desespero de ver as suas intenções frustradas, o clero católico português resolveu ressuscitar velhas devoções populares ligadas diretamente a santuários e imagens, o que sempre lhes deu polpudos rendimentos. Pipocaram nesse tempo dezenas de relatos de aparições da “virgem Maria” e de milagres operados por “santos” padroeiros de cidades importantes ou não.

Foi sempre assim que a ICR agiu, jogando a opinião pública contra o governo e trazendo os incautos para o seu lado. Hoje faz o mesmo com a imprensa, inclusive retirando do noticiário, fatos que são contra si, como por exemplo, na semana passada noticiou-se que um grupo de bispos e religiosos entraram com uma queixa de heresia contra o papa Francisco, sendo essa uma das piores acusações a se fazer a um religioso católico. A imprensa não repercutiu devidamente.

Naqueles dez anos entre 1910 e 1920 surgiram os relatos fantasiosos que envolviam o santuário “mariano” com o único intuito de manter e conservar o rico patrimônio da igreja, usando-se para isso a credulidade dos ignorantes, e sempre envolvia crianças inocentes como comparsas.

Os apelos dos padres à partir dos púlpitos das igrejas já não faziam mais o efeito que antes, já que agora, com o regime democrático, o povo não mais se impressionava com a fala dos padres. As romarias e as “nossas senhoras” já não mais atraia a multidão como antes, a não ser as velhas carolas que continuavam a atender ao chamado dos clérigos.

As novas leis do país trouxeram uma preocupação muito grande aos bispos portugueses, já que a igreja perdia a sua hegemonia a olhos vistos. A igreja agora perdia o controle das universidades e das escolas secundárias e infantis, não podendo mais doutrinar as crianças e os jovens e nem atrair as pessoas aos antigos santuários.



O contra-ataque da igreja



         Os padres da arquidiocese de Lisboa reuniram-se no verão de 1915, na cidade de Torres Novas, que tinha como vigário Benevenuto de Souza. Para foram os clérigos portugueses e entre eles estava o cardeal Mendes Belo, arcebispo de Lisboa, cujo objetivo era a instalação da Diocese de Leiria.

         Três bispos se recolheram em um quarto para discutirem um assunto, para eles, mais sério que a instalação da Diocese. Entre esses padres reunidos estava o Benevenuto de Souza. A decepção deles se deu em 1910, quando o povo, revoltados com os padres, tentaram destruir o santuário dedicado à “senhora de Lourdes”. Ali eles planejaram como fazer para encenar algumas aparições da “senhora”.

         O encontro na cidade de Torres Novas teve como ponto culminante, não o banquete oferecido ou a criação da Diocese de Leiria, mas sim, o estreitamento da amizade e da armação fraudulenta que dali saiu, perpetrado pelos sacerdotes: Benevenuto de Souza, Manoel Marques Ferreira, vigário de Fátima e Abel Ventura do Céu Faria, vigário de Ceiça. Eles planejaram naquele dia uma “aparição da senhora”, que seria a mais espetacular de todas, a maior fraude religiosa da Igreja Católica no século XX.



Os detalhes do plano



         O planejamento envolvia uma armação sui generis, que fazia o cardeal Antônio Mendes Belo, já desgastado politicamente, a ficar de fora do plano e ainda fazia parte da estratégia, que ele se posicionasse contrário às supostas aparições, para que, caso não desse certo, o nome da igreja não estaria envolvido.

         Dentre os detalhes sórdidos, muito bem planejado pelo padre Benevenuto de Souza, estava o local das “aparições”, para tal o plano era o seguinte:

- Escolha de um local no centro de Portugal, para facilitar a divulgação em todas as direções;

- A escolha dos cumplices de paróquias vizinhas;

- A região onde se encontram as cidades de Leiria, Nazaré, Alcobaça, Torres Novas, Ourém e Fátima.



         Como Fátima era a mais miserável das cidades citadas, de solo pedregoso e terra infértil, e, ainda por cima aliar a pobreza e ignorância do povo com a superstição, era terra fértil para o plano dos padres.



Antecedentes daquela região Central de Portugal



         Daquela região foi dado apoio a João Tetzel, dominicano alemão que pregou o pagamento das indulgências e que foi o estopim da Reforma Protestante. Ali, além de ter-se arrecadado dinheiro para a propagação das indulgências, foi também o centro onde deram assistência eclesiástica à santa inquisição.

         O resultado desse contexto, foi que a região tornou-se a mais supersticiosa e idólatra de Portugal, presas fáceis para os intentos malignos da fraude da aparição de Fátima. O restante do país rebelou-se contra o clero e seus privilégios e regalias, mas aquela região não, os habitantes dali ainda permaneceram escravos das superstições do romanismo. Miséria, superstição e crendice, são os elementos onde o catolicismo finca as suas garras de escravidão espiritual.[1]



A escolha dos personagens



         O plano dos padres chegou à escolha da Cova da Iria, um local que fica a uns três quilômetros de Fátima, indo pela estrada de Ourem. Esse local pertencia a Antônio dos Santos e a sua esposa Maria Rosa dos Santos, moradores de um pequeno distrito de Fátima. Ali parecia o lugar ideal, um lugar deserto, seco, inóspito e difícil.[2]

Ali iam levar as ovelhas para pastar os três filhos menores do casal, três crianças sem instrução, analfabetas e supersticiosas como seus pais e como o povo da região. Aquele local já havia sido usado pelo padre Benevenuto para outras supostas aparições, e o povo do local denominou o lugar de “senhora das urtigas”, porque era infestado dessa planta que causa coceiras incontroláveis a quem tem o desprazer de ter contato com ela.[3]

O padre Manuel Marques Ferreira foi designado para ser o orientador dos personagens que iriam atuar na farsa: as crianças “videntes”. De forma sorrateira o padre Marques Ferreira aproximou-se da família que era proprietária da Cova da Iria. Intensificou as visitas àquelas pessoas que de nada desconfiava, ele porém a tudo observava, especialmente a menina Lúcia.

Lúcia, nascida a 22 de março de 1907, a mais velha das três crianças usadas no maligno intento dos padres portugueses.[4] As outras eram seus primos: Jacinta, nascida a 11 de março de 1910 e Francisco, nascido a 11 de junho de 1908, eles eram companheiros de Lúcia no pastoreio das ovelhas, e os dois eram filhos de Manoel Pedro Marto e Olímpia de Jesus.

O padre Manuel Marques observava tudo, inclusive a característica de mandona de Lúcia, com relação as outras crianças. Ela era a que cuidava das outras crianças da vizinhança quando os pais saiam.[5] À época ela tinha oito anos de idade. O padre então dá a cartada inicial, insistindo com a mãe, para que enviasse a menina Lúcia ao aprendizado do catecismo na paróquia

Havia uma norma de que as crianças com menos de dez anos não pudessem comungar, mas o padre viu uma oportunidade de fazer Lúcia destacada entre os seus primos mais novos, permitindo a ela a comunhão com menos de dez anos.



Aproveitando-se da situação



         Como as crianças e os seus pais eram analfabetos, a não ser D. Maria Rosa que sabia ler pouco, o padre Manuel entregou-lhe a “missão” de ensinar as crianças, dando-lhe um devocionário supersticioso, preparado com o objetivo de amedrontar as crianças e divulgar as superstições. O padre assinalou as passagens que ela deveria ler, previamente escolhidas para influenciar as pobres e crédulas crianças. A estratégia da lavagem cerebral foi perpetrada quando as crianças tinham em 1916, 9 anos (Lúcia), 8 anos (Francisco) e 6 anos (Jacinta).

        

O efeito nas crianças



         As leituras selecionadas pelos padres na estratégia de aterrorizar os pequeninos surtiu um efeito devastador. As imagens do inferno relatadas nas leituras selecionadas feitas por D. Maria, inocente útil, fizeram as crianças ter pesadelos assustadores. Lúcia, que ia constantemente ao confessionário a fim de comungar a hóstia, era aterrorizada mais ainda pelo padre Marques Ferreira que completava o serviço de D. Maria, com instruções de penitência, ordens de obediência à autoridade eclesiástica.

         Já havia passado a etapa do terror, agora era lido a parte das aparições da virgem, preparando para o desfecho final do plano diabólico dos padres.

         O Visconde de Montelo, escreveu As Grandes Maravilhas de Fátima e interrogou D. Maria que lia para as crianças. A Narrativa é surreal. Ela diz que leu tudo segundo as orientações do padre e as partes que ele havia sublinhado.[6] Ela não percebeu o engodo que estava sendo perpetrado pelos padres e o envolvimento dos sobrinhos e da filha.

         No livro que o padre deu a D. Maria para ler às crianças, intitulado Missão Abreviada, à página 242 diz que:



Em Sua Paixão, Jesus sofreu 144 pontapés, 150 punhadas, 102 bofetadas, 202 golpes pelo corpo, 27 arrastões com cordas; além de 5000 açoites, 72 angústias no coração, 72 escarros no rosto, 72 golpes de martelo ao cravar os pregos, 109 suspiros, 6.475 ferimentos, 600.200 lágrimas que chorou sangue vertidas. e 230.000 gotas de sangue vertidas.



Imaginem o efeito dessa leitura na mente de crianças tão pequenas? O objetivo era o de imbecilizar aquelas pobres crianças. O padre Marques Ferreira ainda por cima, incitava as crianças a imitarem os sofrimentos de Cristo, assim demonstrariam compaixão para com ele. Hoje, o merecimento de pena criminal desses padres charlatães, não seria menos que a prisão perpétua.



A Primeira Guerra Mundial



         O conflito mundial (1914 – 1918), espalhava dor e morte por toda parte da Europa, meu bisavó Sérvulo Honorato d’Eça e seus irmãos: ..... d’Eça e Iria d’Eça já haviam vindo para o Brasil fugindo da guerra. A tristeza era parte da rotina nos lares portugueses. Até esse fato desolador serviu de subsídio para os padres e sua empreitada maligna. Anunciar aos que sofriam com a guerra, que a “virgem” estava aparecendo para enviar uma mensagem de alerta às pessoas.

         Com a proximidade do fim do conflito entre a Inglaterra e a Alemanha, os padres viram a oportunidade de por em prática o plano da aparição fraudada. Agora eles escolheriam alguém para fazer o papel da virgem na suposta e fraudulenta aparição, sendo que a condição fosse o segredo de “estado”. Eles queriam envolver o menor número possível de pessoas na trama maligna e para segurança do segredo resolveram que aquela que fizesse o papel da “virgem”, deveria ser da família dos padres, entre os seus parentes.

        

A Farsa propriamente dita



         As notícias de aparições da “virgem” pipocavam pelas cidades próximas, mas não ali. As crianças foram então induzidas a cumprir com certas penitencias a elas impostas e principalmente deveriam guardar segredo das conversas e instruções de padre Marques Ferreira, sob pena do fogo do inferno. Lúcia era usada para convencer os pequeninos daquele ardil maldoso dos diabólicos padres.

         Lúcia por vezes dizia estar vendo um anjo (ao estilo de muitos neo-pentecostais de hoje). Os priminhos apenas ouviam-na falar mais nada viam. O padre a havia instruído a dizer coisas maravilhosas em suas supostas visões aos primos e exigia que eles confirmassem tudo, mas que mantivessem segredos aos seus familiares, sob pena de serem castigadas por Deus.

Escolheram a jovem de 18 anos, Rosa Correia da Silva Bacelar, sobrinha do bispo de Leiria, José Correia da Silva. O padre Manuel Marques foi incumbido de conversar com a jovem, que depois de ouvir a proposta, aceitou prontamente, dai, passou-se aos ensaios para realização da trama. O objetivo deles era que a “aparição” tivesse o objetivo de dar uma mensagem às três crianças do acordo de paz para o fim da guerra, isso causaria um impacto muito grande nas mentes e corações fragilizados e crédulos. Lúcia estava ciente de tudo, menos Jacinta e Francisco, e ela ficou encarregada de convencer os primos da “aparição” da virgem.



13 de maio de 1917



         Era um domingo, as crianças estavam na Cova da Iria pastoreando as ovelhas, Lúcia com 10 anos, Francisco com 9 e Jacinta com 7anos. Quando ouviram o sino da matriz soar, ajoelharam-se sob o sol e fizeram as suas orações. Lúcia já havia sido instruída pelo padre e já havia comungado. Ela tinha de convencer os primos de que deveriam fazer sacrifícios em prol da humanidade.

         Agora, vejam a sordidez do plano maligno, relatado abaixo:[7]





“Naquele meio dia de céu azul, o sol a pino fazia os seus raios se

reverberarem na face do espelho manuseado pelo Manuel Lamarosa, escondido por detrás de arbustos numa das encostas de um outeiro. Habilmente fazia os reflexos do espelho projetarem-se sobre as copas das azinheiras e, depois, concentrarem-se sobre uma delas, de apenas um metro de altura, tão baixa para facilitar subisse a Virgem em seus galhos.



Qualquer pessoa que se dá ao cuidado de ler as obras sobre Fátima irá facilmente encontrar muitas contradições. Os bispos que lhes dão aprovação eclesiástica até hoje não se aperceberam do escárnio que podem cair ou confiam mesmo na estupidez dos seus fiéis.



Mais tarde, a própria Lúcia, falando sobre os tais relâmpagos, escreveu: "Não eram propriamente relâmpagos, mas sim o reflexo de uma luz que se aproximava..." O cocheiro Manuel da Costa, conhecido pela alcunha de Manuel Lamarosa e residente no lugarejo Tomareis, da freguesia do Olival, é que transportara a virgem Rosa Correia da Silva Bacelar trajada à característica e, havendo feito os devidos preparos, executara com perfeição o manejo do espelho para produzir os "relâmpagos", fazendo-os incidir sobre a arvorezinha onde pousava a virgem Rosa. Francisco e Jacinta, assustados, quiseram fugir... A senhora aparecida, todavia, chamou-os com gestos da mão direita e psius! acompanhados de sorrisos.



- Não tenhais medo, porque eu não vos faço mal algum!



Lúcia reteve os primos em sua fuga e pergunta à "visão":



- Donde é vossemecê?

- Sou do céu!

- E que veio cá lazer?, torna-lhe torna-lhe a Lúcia já prevenida e adestrada pelo vigário para o momento de lhe aparecer a "visão" celestial.



Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no dia 13, a esta mesma hora. Em Outubro vos direi quem sou e o que quero.



- Vem do céu... E eu irei para o céu?, perguntou Lúcia que ainda há pouco recordara a seus primos os horrores do inferno.

- Sim, irás, respondeu à sobrinha prelatícia.

- E a Jacinta?

- Também!

- E o Francisco?

- Ele também; mas, primeiro tem de rezar muitos terços.



         Assim nasceu o maior embuste da igreja católica e agora, a farsa consolidada continua enganando milhares de pessoas, que desprovidas de inteligência, de fé ou por motivos outros, tem disseminado essa mentira e continua enganando e levando ao caminho do inferno milhares de pessoas.

        

Conclusão:


O agravante nisso tudo, foi o papa João Paulo II, após a tentativa de assassinato que sofreu pelo turco Ali Agca, ter dito que esse crime era o terceiro segreda de Fátima que agora era revelado. Infelizmente, o próprio líder do catolicismo no mundo, que deveria ter denunciado a farsa e feito o povo esquecer o embuste mostrando-lhes a Bíblia, não fez outra coisa, senão continuar na mentira perniciosa


[1] Lopes Vieira, Afonso. Novidades de 13 de maio de 1929
[2] Ayres Fonseca, Luis Gonzaga. Nossa Senhora de Fátima: Petrópolis, Vozes, p. 20
[3] Nunes, Leopoldo. Fátima, p. 17
[4] Fonseca, Luis Gonzaga A. Op. Cit. p. 22
[5] Ibid, p. 112
[6] Ibid, p. 77
[7] Ibid, p. 77

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