segunda-feira, 29 de abril de 2019

DEVERES DE CADA MEMBRO PARA COM A SUA IGREJA


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João d’Eça


Introdução:



         Os deveres que relacionamos abaixo, são aqueles que são tidos como os principais de um membro para com a sua igreja. Não são deveres que esgotam o assunto, mas apenas iniciam a lista dos deveres que cada crente tem e que são assumidos perante as testemunhas no culto onde o crente faz a sua pública profissão de fé

Dever 1 - Orar pela Igreja

         Orar por sua igreja é o primeiro dever de um membro de igreja. Quando o dever de orar pela sua igreja é fielmente cumprido, os outros deveres ficam muito mais fácil de serem cumpridos.

         Orar pela igreja é orar pelo nosso próprio bem-estar espiritual, porque todos os membros de uma igreja compartilham das bençãos de serem membros e orar reforça em cada um as virtudes da alma.

         Nenhum crente que ora, de forma sincera e fervorosa pela causa do Mestre Jesus, jamais sentirá frieza em seu coração. Orar demonstra amor pelos irmãos, mostra interesse por tudo que promove o bem-estar da igreja e revela um crente que está vivendo perto do Senhor, que diz que responderá as orações do fiel que clama (Mateus 7.7-20).

         Nenhuma igreja prosperará em seu trabalho de evangelização e discipulado, se os seus membros não forem pessoas dedicadas à oração. Sem oração há desfalecimento, com oração a igreja se torna um Jardim do Senhor, que exala frescor, beleza e fragrância.

Dever 2 - Frequentar os Cultos

         O culto é um dos deveres de cada crente que não pode ser negligenciado. Negligenciar os cultos da igreja é desprezar a conversão dos pecadores, é ficar indiferente à edificação dos crentes, é sustar a promoção da glória de Deus, para o qual, cada crente foi chamado.

         É dever de todo crente professo participar ativamente em todos os cultos da igreja, e, só será desculpável em caso de obstáculos insuperáveis para a sua participação. O culto é momento de comunhão com os irmãos e os irmãos são a família espiritual, e faltar aos cultos é desprezar a própria família espiritual que Deus nos deu.


A participação dos crentes dos cultos da igreja, promove:

1) A honra do Senhor na participação dos sacramentos em comunhão uns com os outros;

2) Alegra e ajuda aos irmãos enfraquecidos em sua fé;

3) Fortalece os laços de amizade entre os irmãos;

4) Atrai as pessoas para ouvir a pregação do Evangelho, com o exemplo dado pelo crente;

5) Promove o bem-estar espiritual do crente;

6) Promove a Glória de Deus;

7) Alegra o coração do pastor e o ajuda na pregação do Evangelho.


A ausência do crente aos cultos, gera:

1) Desonra o Senhor Jesus Cristo que está no culto para ser adorado;

2) Entristecerá os outros irmãos e causará dano a sua fé;

3) Os maus exemplos arrastam. A ausência de um estimulará o outro a ausentar-se também;

4) Impede que o crente receba as bençãos, pois ele estará fora do lugar;

5) Desestimulará o pastor e tem o poder de tornar desleixado nos estudos e consequentemente não alimentará as ovelhas adequadamente.


Por que é importante frequentar os cultos?

         Porque as pessoas trazidas por Deus para a igreja verão a comunhão e o empenho dos crentes pela salvação de sua alma. Caso contrário ele poderá receber a acolhida em outra igreja. Estar presente em todos os cultos é importante porque faz com que o crente interrompa as distrações do mundo.

         É dever de cada crente estabelecer o hábito de estar presente em cada culto. A ausência aos cultos deve ser para o crente fiel um momento de tristeza. É o que o autor de Hebreus nos diz:

“Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.”

(Hebreus 1.24-25)


Dever 3 – Sustentar a Igreja

         Ultimamente esse dever não tem sido cumprido pelos membros da igreja. Chegamos onde chegamos como igreja, porque os irmãos do passado cooperavam financeiramente com desprendimento. Usavam os seus recursos para promover o Reino de Deus.

         Hoje temos templos bonitos, confortáveis e arejados, porque no passado os irmãos traziam suas ofertas liberais com amor. Hoje a maioria dos crentes são avarentos, mesquinhos e não contribuem porque usam os seus recursos exclusivamente para promover o seu próprio bem-estar e desprezam o avanço do Reino de Deus, assim como os mundanos fazem.

         Há muitos que consideram a contribuição financeira como algo de somenos importância, como se nada tivessem de responsabilidade quanto as despesas necessárias para manter o culto no santuário. Esse tipo de omissão denota desprezo e desconsideração pela obra de Deus.

         Quando consideramos as despesas fixas da igreja com salários, energia, reparos, manutenção, segurança e outras despesas que devem ser sanadas, vemos que o necessário para as despesas de uma igreja não é coisa pequena.

         Todos os recursos devem ser providos para a Casa de Deus (Malaquias 3.8-10). As pessoas de fora repelem um lugar com aparência negligenciada, mas são atraídas pela evidência de ser bem cuidada.

         Nenhum crente deveria ficar satisfeito por não contribuir para a manutenção do culto de Deus. A decisão de cada membro da igreja deve ser a do rei Davi:

“... porque não oferecerei ao Senhor, meu Deus, holocaustos que não me custem nada.”

(II Sm. 24.24)


Conclusão:

         Concluímos, portanto, que todo o membro deve contribuir com sua parte. O princípio a ser observado a respeito da manutenção vem desde a antiguidade.

         Deus não pede mais do que nós podemos contribuir. Ninguém é chamado a contribuir além das suas possibilidades. Se não contribui com o que lhe é exigido, é porque é infiel, negligente e despreza a Deus.

Deus estabeleceu o princípio de contribuição dizimal para a igreja e para o seu povo. Assim diz o Senhor:


“Cada um oferecerá na proporção em que possa dar, segundo a benção que o Senhor, seu Deus, lhe houver concedido.”

(Deuteronômio 16.17)

quinta-feira, 25 de abril de 2019

DOMINGO, O DIA DO SENHOR!



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João d’Eça





Introdução:

Nunca esqueçamos de que o domingo é o dia de descanso hebdomadário, e que é um dom precioso do Criador, que de forma benfazeja oferece aos seus eleitos e ao mundo inteiro, porque o Senhor deseja a sua saúde física, mental e espiritual.

Nós também não devemos nos cansar de fazer todos os esforços necessários para que a igreja tenha parte nesse dom da misericórdia divina. Os que podem ter o privilégio de usufruir do descanso dominical não devem gozar dele egoisticamente. As pessoas que usufruem do descanso dominical, não podem esquecer daqueles que não podem usufruir, por questões alheias à sua vontade, porque com uma vida moderna tão cheia de atividades e agitações, as pessoas precisam de um momento de descanso. No caso contrário, a falência material se instala, puxando consigo a falência moral.



A necessidade do descanso dominical

         Constata-se, que apesar das resistências e oposições que ainda encontramos, onde reina o egoísmo e a busca desenfreada por diversão, a causa do descanso dominical, obedecendo ao mandamento do Senhor, ainda é observada na maioria dos países civilizados, se não como causa religiosa, mas como causa social e filantrópica, o que já é alguma coisa, mas não é aquilo que desejamos que seja, conforme ensina a Escritura.



A igreja deve levantar a sua voz e exigir os seus direitos

         Assim como o boi que não sabe a força que tem, a igreja também não sabe e por não saber não reivindica os seus direitos. É necessário que a igreja reclame que os trabalhadores sejam tratados do ponto de vista do seu descanso, como é necessário para todos os homens.

         O que nossas igrejas devem enfatizar com muita veemência é que as pessoas não devem ser escravas do trabalho contínuo. Esse é um princípio humanitário e que traz bênçãos para a sociedade como um todo e não prejudica o país, pelo contrário, os trabalhadores terão mais saúde e mais disposição, consequentemente, maior produção.



A santificação do domingo

         O descanso dominical deve ser completado com a santificação do domingo. Fazer qualquer atividade laboral, no domingo, dia de descanso, é violar a Lei de Deus, é o mesmo que rebaixar o mandamento e tirar do dia de descanso o selo divino. Tanto a nossa vida, quanto as nossas famílias, nossas almas e o culto devido a Deus, devem ser beneficiados pelo descanso dominical.

         Se os nossos domingos não são os dias em que o Senhor ocupa o lugar principal e em que cuidamos das nossas almas, se não o consagrarmos a Deus, que nos lembra a cada domingo, da ressurreição de nosso Salvador Jesus, então os nossos domingos se tornarão apenas em dias de dissipação e de perdição.

         O domingo do cristão não é um domingo qualquer. A guarda e observância do Dia do Senhor, pode redundar para nós, para nossas famílias e para a nossa pátria, em prosperidade e muitas bênçãos. Não precisamos de domingos para exaltar a preguiça e o ócio, ou para gastá-lo com bebedices, diversões e entretenimentos, mas precisamos de domingos em que, conjuntamente com as puras e legítimas distrações concedidas por Deus para o bem dos nossos pobres corpos, devemos fazer dele o dia por excelência dos nossos progressos morais e espirituais, o Dia do Senhor.

        

Conclusão

         Analisando desde o passado vemos que o progresso da nossa sociedade no que se refere à ética e espiritualidade regrediu a níveis baixíssimos. Tudo de ruim que vemos hoje, na sociedade e principalmente nas igrejas, dá-se pela não observância do descanso dominical e da santificação do domingo. Temos violado o mandamento do Senhor e temos pago um alto preço por essa violação e negligência.

         A quebra do mandamento não se dá somente pro alguém trabalhar no dia do Senhor, mas também, por negligenciar a observância espiritual. Crentes que vão se divertir em sítios, chácaras, praia, festas, campos de futebol, shoppings-centers ou entretenimento, seja qual for, em detrimento do trabalho religioso ou descanso com a família em casa, em preparação para os serviços religiosos na igreja, estão violando o mandamento de Deus.

terça-feira, 23 de abril de 2019

UMA PREGAÇÃO IMPACTANTE


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João d’Eça


         No outono de 1619, na Vila de Dedham, próximo a Cambridge, reuniu-se uma grande congregação para ouvir ao Rev. John Rogers, velho pregador puritano e um dos filhos de John Rogers, mártir, que foi queimado vivo durante o reinado de Maria, por causa da sua adesão às doutrinas da Reforma Protestante. Ele, sua irmã e seus irmãos, assistiram a morte de seu pai. Relatando o seu martírio, diz Froude:

“Sua família da qual lhe fora proibido despedir-se em particular, o esperava no caminho para vê-lo. Sua mulher com nove filhinhos ao seu lado e um décimo em seu seio, juntamente com a multidão, aclamavam-no com brados de gozo delirante, como se ele estivesse indo para uma festa. Um desses nove filhinhos era o pregador desse notável sermão a que nos referimos.

No lugar havia muita gente e a congregação estava como que suspensa aos lábios do homem de Deus e escutava e escutava as suas palavras com atenção respeitosa. Ele era ardente eloquente e da abundância do seu coração expunha as convicções da sua alma. Seu tema era o Estudo das Escrituras, e com muita solenidade reprovou o povo pela sua negligência da Palavra de Deus e, em reprovando, parecia como se ele mesmo fora o Ser Divino, e em seu lugar assim falou: - ‘Bem, eu confiei a vocês já a muito tempo a Bíblia, mas vocês fizeram pouco caso dela. Ela está nas vossas casas toda coberta de pó e teia de aranha. É assim que vocês tratam a Bíblia? Vocês não terão por mais tempo a Bíblia’.

Tomando-a então, deu meia volta como que para leva-la embora dali, mas voltou-se para o povo outra vez, como se ele mesmo fosse o povo, então caiu de joelhos e começou a implorar ardentemente! ‘Senhor, seja qual for a causa, não nos tires a Bíblia’. Outra vez, como que falando como se fosse o Senhor, continuou a dizer ao povo: ‘Vocês dizem isso? Então, confiarei outra vez em vós, por pouco tempo; aqui está a Bíblia para vocês. Eu verei como vocês a usarão. Se vocês a amarão mais, se darão mais valor, se irão praticar mais do que ela ordena e se irão conformar as suas vidas aos seus ensinos’.

O efeito da argumentação na consciência da multidão ali reunida não dá para ser descrito em palavras. Foi penetrante e muito tocante. A multidão que ouvia derramava lágrimas e retirou-se dali comovidos por aquela impactante pregação.

O resultado prático do bem que aquela pregação produziu. Estava presente naquele auditório um jovem estudante de Cambridge, chamado Thomas Goodwin, que tinha então dezenove anos de idade. Ele ouviu aquelas palavras veementes e viu a solicitude do pregador, ele viu nos seus olhos o amor anelante para com aquelas almas, a realidade da sua luta em oração com Deus, e todo o seu ser ficou comovido.

Depois que a congregação foi despedida, ele preparou-se para montar a cavalo e voltar para Cambridge, mas sentiu-se tão profundamente impressionado e tão fraco para prosseguir viagem que deixando cair a cabeça sobre o pescoço do seu cavalo, chorou por um quarto de hora. Naquele dia foi despertado em sua alma um amor pela Palavra de Deus que nunca mais se extinguiu, naquele dia foi acesa a chama em sua alma que ardeu até a última hora de sua vida.

Depois disso Goodwin veio a ser o eminente ministro do evangelho e profundo teólogo, e ele mesmo narrou a história daquele dia ao erudito John Howe, sessenta anos depois, quando esses dois grandes puritanos se achavam juntos”.


Conclusão:

Qual efeito produz em tua alma essa pequena história? Como você tem tratado o bendito Livro de Deus? Como pretende trata-lo futuramente?

Quem dera que aquele incidente memorável que ocorreu a exatos 400 anos, venha a ser para vossa alma como o toque dos ossos de Eliseu ao cadáver que foi enterrado em seu sepulcro, e vivifique a sua vida renovando-a e lhe dando um novo amor pela Palavra de Deus que pode lhe tornar sábio para a salvação pela fé que há na pessoa gloriosa de Jesus Cristo e que é a única sobre a qual podemos descansar a alma cansada na hora da morte.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

O DÍZIMO, VOLUNTÁRIO OU OBRIGATÓRIO?


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João d’Eça


O dízimo faz parte do projeto de Deus para sustento de sua Igreja e para o bem do homem.

Introdução:
            A Igreja Cristã, iniciada por Jesus Cristo, tem uma missão a cumprir no mundo – evangelizar. Mas mesmo que a evangelização seja próximo, e não distante como a atuação de muitas igrejas através de missionários, para cumprir a missão de evangelizar a igreja precisa de dinheiro. Dinheiro não cai do céu, portanto, compete aos homens e mulheres sustentarem a Igreja visível na parte financeira.

O dízimo é uma ordenança bíblica, é uma ordem de Deus que não pode ser discutida e é como toda ordenança do Senhor, é para o bem do homem. O plano de contribuição deve levar o crente a reconhecer a soberania de Deus sobre todas as coisas.

Objeções ao dízimo
            Geralmente quem se opõe à prática do dízimo nessa dispensação, são os avarentos que não contribuem e estão roubando o Senhor (Ml. 3.8). As objeções que se levantam sempre vão pelo mesmo caminho argumentativo:

            - O dízimo é da lei e não est6amos mais debaixo da lei de Moisés!
Resposta: Ocorre que a prática do dízimo faz parte de uma lei moral, porque reconhece que tudo vem de Deus;

            - Jesus não deixou um mandamento sobre o dízimo!
            Resposta: O nosso Senhor falou sobre o dízimo em duas oportunidades (Mt. 23.23, 24). No v, 23 Jesus  Cristo apoia integralmente a prática do dízimo conforme está na Lei;

            - Paulo não faz referência ao dízimo!
            Resposta: Em I Co. 16.2 há um esquema de contribuição, da seguinte forma:

                        1 – “No primeiro dia da semana” – Oferta sistemática;
                        2 – “Cada um de vós” – Oferta Pessoal;
                        3 – “Ponha de parte, em casa” – Oferta preparada;
                        4 – “Conforme a sua prosperidade, e vá juntando” – Oferta proporcional;
                        5 – “Para que se não façam coletas” – Ofertas preventivas. Isso mostra que as ofertas de Paulo era total.

            - A igreja primitiva não era dizimista!
            Resposta: Quem usa esse argumento, deve então contribuir como contribuía a igreja primitiva:

            Atos 2.44,45: “Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. VENDIAM AS SUAS PROPRIEDADES E BENS, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade.” (Grifo meu!).

            Atos 4.34-37: “Pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, VENDENDO-AS, traziam os valores correspondentes e depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade. José, a quem os apóstolos deram o sobrenome de Barnabé, que quer dizer filho da exortação, levita, natural de Chipre, como tivesse um campo, vendendo-o trouxe o preço e o depositou aos pés dos apóstolos.”

            - Eu sou pobre, meu dízimo é muito pouco!
            Resposta: Deus não dividiu a humanidade entre pobres e ricos. O pobre pode entregar a parte de Deus proporcionalmente, como Deus pede e andar com a cabeça erguida, tranquilo em paz com a sua consciência.

            - Eu ganho pouco e nada sobra!
            Resposta: Deus não quer de nós as sobras, os restos, ele exige de nós o que nos pede, a fidelidade. O dízimo não é pesado para o pobre e leve para o rico, isso é uma falácia. O dízimo é proporcional a cada um. Ninguém pode estabelecer a proporção para menos, a não ser para mais. O dízimo não pode ser retido, sob pena de roubo. A pessoa pode contribuir com mais de 10%, mas nunca com menos do que esse percentual estabelecido por Deus.

Como entregar o dízimo biblicamente.
            O dízimo deve ser administrado pela igreja e nunca por quem o entrega. Há pessoas que querem administrar o dízimo do jeito que querem. Trazem notas de gastos para serem contabilizados na hora de entregar o seu dízimo no altar, como se fossem eles que administrassem os recursos da casa do Senhor e não a liderança estabelecida por Deus. Fazer isso é motivo de atrair problemas para si. Gaste o que é seu e não o que é do Senhor.

O dízimo é anterior a Lei de Moisés (Gn. 14.18-20; Gn. 28.20-22). Há uma taxa mínima. Paulo recomenda contribuir conforme propôs no coração, mas nunca abaixo do estabelecido. Se uma pessoa quer contribuir com um dízimo de 15% dos seus rendimentos, pode, mas se quiser contribuir com 8% ai não pode, deixa de ser dízimo e passa a ser oferta. A fidelidade deve ser completa, dentro do que Deus estabeleceu em sua palavra. Tentar administrar os dízimos ao seu bel-prazer, atrai, como diz a Escritura, maldição (Ml. 3.8,9 e Ageu 1.5,6).

                        Ageu 1.5,6“Ora, pois, assim diz o Senhor dos exércitos: Considerai o vosso passado. Tendes semeado muito e recolhido pouco; comeis, mas não chega para fartar-vos; bebeis, mas não dá para saciar-vos; vesti-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para pô-lo num saquitel furado.”

Ser dizimista fiel garante receber as bênçãos divinas (Ml. 3.10). Os períodos de declínio espiritual eram marcados pelo abandono do dízimo, assim é também nos nossos dias (Neemias 13.10-14). Em contrapartida, a prática do dízimo trouxe bênçãos (II Cr. 31.5-10). E para as igrejas que estão atravessando crises na área financeira, a solução para resolver o problema na igreja de Deus, é os dizimistas se manterem fieis.

Conclusão:
O dízimo não é voluntário, é uma obrigação de honra de cada crente. O dízimo é do Senhor e por isso deve ser entregue à igreja. Nenhum crente jamais viverá em paz com Deus e jamais terá paz na família, se falhar nessa área.

Reconheça que Deus é o dono de tudo, que não precisa de nada seu, mas você sim, precisa de Deus em tudo. Ele te pede fidelidade. Portanto, separe a décima parte de seus vencimentos para entregar ao Senhor, no culto, como prova de adoração e do reconhecimento do domínio do Senhor sobre a tua vida e sobre tudo o mais.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

ROTEIRO PARA UMA BOA PREGAÇÃO EXPOSITIVA


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João d’Eça


Introdução:

Não muito tempo atrás, sempre que eu encontrava com um presbítero de uma outra igreja, ele sempre vinha com uma indagação para mim, acerca de pregação e pregadores e antes que eu respondesse qualquer coisa ele dizia que o melhor pregador que ele conhecia era o seu próprio pastor, que como pregador expositivo, era melhor que os demais da cidade.

Eu sempre perguntava a ele se ele já havia ouvido os outros pastores da nossa denominação na nossa cidade, se ele visitava as outras igrejas no intuito de ouvir os outros pregadores para que essa sua avaliação fosse mais abalizada. Ele sempre desconversava e geralmente a conversa terminava por ali. Particularmente eu estava presente e ouvi uma das últimas pregações desse pregador e fiquei tentando entender quando ele iria concluir, porque parece que não conseguia terminar o seu sermão, que aliás, foi lido de uma forma insegura, como se ele estivesse lendo pela primeira vez naquele momento.

Não sou contra que se leia o sermão que se prega, apesar de não ser muito atrativo esse estilo, mas ainda que seja lido, o pregador deve ser o autor do sermão que ler, caso contrário, o auditório perceberá os tropeços nas palavras.

Abaixo seguem algumas sugestões extraídas de bons pregadores e dos métodos que eles usam para preparar os seus sermões, bem como princípios usados por pregadores como Hernandes Dias Lopes, Jilton Morais, John Stott, Martin Lloyd Jones, John Piper e outros:

1 – Todo pregador deve em primeiro lugar se familiarizar com o texto com o qual trabalhará a sua pregação. A principal atividade do pregador nessa fase e ler o texto até a exaustão. Nada irá substituir o conhecimento prévio do trecho da pregação escolhido e do seu contexto imediato e remoto. Se puder ler o texto original será muito melhor, a utilidade do conhecimento do grego e do hebraico é fundamental;

2 – Depois da leitura até à exaustão (não esqueça disso!), prepare um esboço destacando os pontos principais que deseja pregar aos seus ouvintes. Destaque um roteiro para a sua abordagem; faça o ouvinte entender a temática do que você está tratando, que ele possa mentalmente seguir o trilho que você está indicando;

3 – Busque subsídios em livros que tratam do assunto abordado, não esqueça das enciclopédias, dicionários bíblicos e geográficos para auxiliar. Eles são de grande importância. Tenha à mão comentários bíblicos de vários autores diferentes, eles te ajudarão a ter um melhor entendimento geral do que diz o texto. O uso de comentários bíblicos de vários autores, será fundamental para a sua interpretação do texto e para fazer os ouvintes entenderem o que você está pregando;

4 – Depois dessa fase, com o sermão já quase concluído, já inteiramente esboçado na mente do pregador, é a hora de fazer a introdução. Muitos pensam que a introdução é a primeira coisa a ser feita, afinal é por ela que começamos a pregar o nosso sermão, mas o que tenho aprendido desde o seminário, é que, quando a introdução é feita no final, ela fica mais consistente e prende muito mais a atenção do ouvinte. Não esqueça de manter o seu esboço por perto, principalmente quando você for pregar num tópico de difícil entendimento geral, nessa hora o esboço estando ao alcance, ajuda bastante.

5 – Nunca seremos pregadores bíblicos se não estudarmos a Bíblia com afinco; mas mesmo que tenhamos habilidades naturais ou treinadas de oratória ou experiência de falar em público, nada disso dispensará a orientação do Espírito Santo. Portanto o seu sermão desde a preparação até a entrega, deve ser regado com oração. Nunca se esqueça disso!

Conclusão:

Esses pontos destacados não são os únicos, mas uma boa pregação expositiva deverá conter esses cinco pontos entre outros, dependendo de como o pregador prepara o seu sermão. Quando observamos através de leituras ou por ouvir os bons pregadores nossos contemporâneos do início do século XXI, veremos que na preparação dos seus sermões eles utilizam esses recursos.

Aplicação:

O objetivo do pregador deve ser o de persuadir os seus ouvintes a ouvirem e compreenderem a mensagem da Palavra de Deus. O sermão não deve nunca ter como objetivo, destacar a eloquência do pregador, mas este deve ser humilde para se deixar conduzir pelo Santo Espírito e em oração deve pedir que a mensagem pregada seja aplicada nos corações e nas mentes dos ouvintes a quem Deus quer salvar.

sábado, 13 de abril de 2019

CALVINO E O ABORTO



"Se parece horrível matar um homem em sua própria casa do que em um campo, porque a casa de um homem é seu lugar de refúgio mais seguro, certamente deve ser considerado mais atroz destruir um feto no útero antes que ele venha à luz."

(João Calvino)
Comentando sobre Êxodo 21.22-25

quinta-feira, 11 de abril de 2019

A RAIZ DE TODOS OS MALES


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João d’Eça






Introdução:
           O assunto em tela não pode ser confundido com o problema do mal. Esse é um problema da teologia e da filosofia, que não tem explicação fácil e ninguém tem a última palavra, por mais elaborado que sejam os seus argumentos. Mas não é disso que iremos tratar, mas de dinheiro, porque o Espírito Santo, inspirando o apóstolo Paulo, diz em I Tm. 6.10, que o “amor ao dinheiro é a raiz de todos os males”. Nota-se que o argumento não está dizendo que o dinheiro em si é mal, afinal o dinheiro é um objeto, e é o seu uso, assim como o de todas as coisas é pode ser para o bem ou para o mal.

            Quando o apóstolo fala que o “amor ao dinheiro” é a razão de todo mal, é porque, como aconteceu na queda, o homem quis ser o seu próprio “deus”, quis determinar o seu próprio destino e não prestar contas pra ninguém.

            O dinheiro dá um falso poder, uma ilusão que faz o homem pensar que ele não precisa de mais nada nem de ninguém. É uma ilusão porque o que tem valor de fato, é o metal que ele representa, o ouro. Um país só pode emitir moeda na proporção de suas reservas lastreadas em ouro. O que uma pessoa tem de dinheiro em seu poder representa uma fração da riqueza que circula, e essa fração pode ser ínfima ou considerada.

            Ninguém vai ser sepultado com o seu dinheiro ou com as riquezas que amealhou na vida. Em que pese sabermos que os faraós do antigo Egito eram sepultados com a sua riqueza, eles não usufruíam de nada disso no além-túmulo, enterrá-los com a sua riqueza só serviu para a alegria dos violadores de tumba. Não vemos um cortejo fúnebre pelas ruas com um carro forte seguindo para enterrar o dinheiro do falecido junto com ele, isso seria a felicidade dos ladrões que não mediriam esforços para roubá-lo.

            Os homens tem sido seduzidos pelo amor ao dinheiro desde que o mundo é mundo, e continuará a ser assim enquanto o mundo existir. O amor ao dinheiro tem sido a desgraça dos povos e das nações, bem como das pessoas individualmente. Por dinheiro se mata, por dinheiro as pessoas roubam, por dinheiro mentem e enganam. Filhos desconhecem seus pais e pais desconhecem seus filhos por causa do dinheiro. Tudo que é bom, justo e certo tem sido desprezado pelo amor ao dinheiro. Por dinheiro o homem é capaz de trocar Deus pelo diabo.


A benção que o dinheiro poderia ser

            Quando as igrejas investiram o seu dinheiro no avanço do Reino de Deus, na expansão da obra missionária, o mundo conheceu a Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Desde o conde Von Zinzendorf até as igrejas na Europa e nos Estados Unidos, que investiram em missionários, construção de escolas, de hospitais e de igrejas para a glória de Deus, até ai o dinheiro era usado para benção. Depois que a ganancia semeada pelo diabo, cresceu e se multiplicou dentro das igrejas, a realidade se inverteu, e pessoas sem caráter, inescrupulosas, desonestas e egoístas, viram na igreja uma possível fonte de renda para si próprios e passaram a manipular a igreja em seu favor, inventando coisas que até então não se ousava fazer, tudo para ganhar dinheiro, para enriquecer. E com o poder da riqueza em suas mãos eles brincam de “deus” controlando a situação para se perpetuarem no poder e obter mais riqueza ainda.

            Quando os homens usavam o dinheiro para o engrandecimento do Reino de Deus, a igreja prosperou e conseguiu alcançar com o Evangelho de Cristo, quase todos os rincões do planeta, as terras mais distantes, desde a Groelândia até a Terra do Fogo, desde a China até a selva africana.

A escassez de dinheiro nas igrejas

            Muitas igrejas poderiam usar o dinheiro para promover a glória de Deus e implementar muitos projetos ainda hoje ao redor do mundo. Por que não o fazem? Porque as pessoas não são mais solidárias, não são mais altruístas, não são ofertantes liberais. Tornaram-se egoístas e desconfiadas, não fazem nem sequer a sua parte, o seu dever, mas querem usufruir de todos os benefícios que a igreja pode lhes proporcionar, mas sem contribuir com a sua parte. Amam o dinheiro mais do que a Deus e não querem se desfazer do vil metal.

            “O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males”. O homem que ama o dinheiro troca a verdadeira riqueza por algo que pode ser destruído e é passageiro, vai ficar aqui, não passa para o outro lado. A única saída para esse circulo de males, é o homem ser forte na fé, amar mais a Deus que o papel moeda e ser altruísta, querendo ver a prosperidade do reino de Deus. Hoje os crentes apesar de mais ricos do que as gerações anteriores, estão cooperando financeiramente com muito menos.

Qual a atitude certa quando lhe for pedido cooperar?

Examine as prioridades da sua vida As suas prioridades refletem o que Deus diz que tem valor eterno? Deus valoriza as pessoas e não as coisas, mas o nosso desprendimento das coisas para promover o Reino de Deus, mostra quem somos de fato. Quando for contribuir com dízimos e ofertas, faça o que diz as Escrituras: “Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo” (Fl. 2.3). Ao considerar a sua oferta para Deus, certifique-se de colocar essas coisas no topo da sua lista. Administre os recursos financeiros que Deus lhe dá de maneira eficaz, para que sejam aplicados com o máximo efeito.

Pergunte a si mesmo - Se lhe for pedido que você doe do seu dinheiro, faça as perguntas certas antes de responder. Não pergunte: “Eu posso fazer isso?” ou “O que eu ganho com isso?”

Certa vez eu levei um parente meu descrente, para ver a construção de um novo templo para um trabalho incipiente. Diante do terreno e da construção iniciada eu pedi a ele uma ajuda financeira para a continuidade da obra. Ele me respondeu: “Eu não faço esse tipo de investimento”. Decepcionado pensei com meus botões: - “Quantos crentes também não estão fazendo a mesma coisa, não investem no avanço do Reino de Deus, por puro egoísmo”!

Não espere nada em troca, faça como para o SenhorElimine as expectativas. Quando você dá, faça sem esperar nada em troca. Não seja como os fariseus (Marcos 12.38-39). A doação sacrificial lhe custa algo, mas você pode não ser recompensado imediatamente por sua generosidade.

Faça sua agenda levando a obra de Deus em consideraçãoA cada dia estabeleça os seus compromissos e planos para Deus primeiro. Peça a Ele que lhe mostre como Ele quer que você use seu tempo, talentos e recursos e deixe espaço na sua agenda para Deus agir como quiser. Ele é Deus!

Conclusão:

Os crentes precisam entender que podem enriquecer suas vidas, desenvolvendo um estilo de vida de generosidade. O ponto é o sentimento de amor e de dever cumprido. Quanto mais os crentes doam, melhor eles se sentirão. E quanto mais alegres e satisfeitos eles estiverem, mais eles vão querer doar.

quarta-feira, 10 de abril de 2019

OS BENEFÍCIOS DO CALVINISMO


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João d’Eça


Introdução:

            Na postagem anterior dissemos que iríamos fazer uma nova postagem dando alguns pontos que certificam que o calvinismo é uma benção. Em que pese ouvirmos gente que nunca abriu uma página das Institutas e nem de nenhum escrito de Calvino, denegrindo o ensino do calvinismo, sabemos que são pessoas desprovidas do conhecimento, que enxergam em uma só direção e não tem coragem de estudar a sério a doutrina, por ter medo do que pode lhe acontecer.
            Abaixo listo alguns motivos por que creio que o calvinismo é uma benção para a igreja cristã. Você que é calvinista, não permita que o opositor leve vantagem em denegrir a imagem de nossa doutrina. Estude-a, ame-a, pregue-a, isso só trará benefício para a sua vida e ministério.

            Coloca o homem no seu próprio lugar – O homem não é Deus, é simplesmente homem. Cheio de pecados, de erros éticos e morais. O homem carnal em seu estado natural de Queda, é inimigo de Deus, todas as suas inclinações são contra Deus. O homem é mal, e como diz Paulo em Efésios, “filhos da ira” (Ef. 2.3).  Nesse sentido o homem é escravo do pecado e não tem liberdade para escolher entre o bem e o mal, como escravo do pecado, irá sempre escolher o mal. A não ser que Deus faça a obra de atrair para Si o pecador, este nunca escolherá seguir a Deus. “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entende-las, porque elas se discernem espiritualmente” (I Cor. 2.14).

            Enfatiza o efeito salvador da morte de CristoA morte de Jesus Cristo na cruz efetivamente produz vida. Jesus Cristo morreu em favor da salvação dos eleitos. Ele pagou a penalidade do pecado (Rm. 5.8). Era preciso um homem perfeito para cumprir com as exigências da penalidade do pecado, mas não havia homem algum sobre a terra que pudesse cumprir essa exigência. Ele deveria também ser divino para poder suportar o peso da culpa do pecado. Jesus Cristo cumpriu em si essas duas exigências. Verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. O pagamento não será feito duas vezes. Jesus já pagou o preço em nosso lugar.

Cristo não morreu por todos os homens sem exceção, mas somente pelo “mundo” dos eleitos. A Palavra de Deus ensina assim. Cristo se deu a si mesmo, mas no sentido de dar Sua vida pelas suas ovelhas (João 10.15). Ele se deu “em resgate de muitos” (Marcos 10.45). Aqueles por quem Cristo morreu são todos salvos. Ele salvou-os por Sua morte no lugar deles. Ele não morreu em vão. Alguns autores da atualidade alegam o universalismo, ou seja, que a morte de Cristo proporcionou a salvação para todos, sem exceção, portanto, estarão no banquete das bodas do Cordeiro, todos os déspotas, facínoras e criminosos assentados, juntamente com as suas vítimas. Esse pensamento anula totalmente o ensino bíblico tanto do Antigo, quanto do Novo Testamento.

            Enfatiza a Graça de Deus – Como diz a Sagrada Escritura, o pecador “está morto em seus delitos e pecados” (Ef. 2.1). Um morto não exerce vontade, se está morto, só pode levantar-se se alguém o ressuscitar, e só Deus pode ressuscitar um morto, seja física ou espiritualmente. O Espírito Santo, através da pregação do Evangelho, “convence o homem do pecado, da justiça e do juízo” (João 16. 7-11).

Deus enviou o Seu Filho unigênito para levar os nossos pecados em Seu próprio corpo sobre a cruz (Isaías 53.6); no devido tempo envia Seu Espírito Santo para nos vivificar; e dá pleno perdão e nos livra para sempre de todas as nossas culpas e pecados (Ef. 1.7). Esse é o efeito de Sua maravilhosa Graça.

            Garante a Salvação – Salvação não é roupa que se veste e tira conforme a conveniência. Se estamos firmados na rocha que é Cristo, estamos garantidos. “Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão” (João 10.28). A Escritura diz que “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”. Ora, se os que estão em Cristo podem ainda ser condenado, se a morte e o inferno tem o poder de arrancar aquele que está em Cristo, então o poder dele é fraco, não teria forças para nos sustentar em suas mãos e o poder do pecado seria mais forte que o poder de Deus.

            Garante a pregação do evangelho – Deus tem um povo escolhido. O número dos eleitos nem aumenta e nem diminui, então eu terei entusiasmo na pregação do evangelho, porque sei que somente através da pregação é que os eleitos virão a Cristo. A carta aos Romanos 10.9-15 ensina isso. “Não temas, mas fala, e não te cales… pois tenho muito povo nesta cidade” (Atos 18.10). Nossa tarefa é anunciar o evangelho em todo lugar, e o fato de sabermos que o Senhor chamará os seus eleitos pela pregação, deve nos incentivar a pregar a verdade, dai, os pecadores ao ouvirem a voz do evangelho, buscarão a reconciliação com o Senhor.

Conclusão:

            Essa é somente uma síntese que lhe ajudará a redescobrir a riqueza do calvinismo e a sua validade para a igreja contemporânea. Em nenhuma hipótese o calvinismo perderá a sua relevância. Já está ai nesses 500 anos de caminhada, ajudando a igreja a se proteger contra os males da deturpação da Sagrada Escritura, que de tempos em tempos assola a igreja e enreda muitos ao erro.

terça-feira, 9 de abril de 2019

A DOUTRINA CALVINISTA: UMA BENÇÃO PARA A VIDA!


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João d’Eça



            Após a saturação das loucuras neo-pentecostais no meio da população evangélica no Brasil e no mundo, houve uma busca pela solidez de uma doutrina que trouxesse segurança e ai surgiu entre esses grupos sectários, a necessidade de estudar o calvinismo, para tentar encontrar a segurança espiritual que o neo-pentecostalismo e o arminianismo não proporcionam.
            As editoras de maior solidez doutrinária começaram a publicar as obras sobre calvinismo e mesmo de calvinistas de renome de todas épocas, bem como a tradução de obras de fontes primárias, como Calvino e Lutero, principalmente. Os autores calvinistas passaram a ser conhecidos e seus trabalhos consumidos com avidez. Homens como C.H. Spurgeon, A.W. Pink, John Gill. Passou-se a conhecer o pensamento calvinista e a estuda-lo em EBDs, classes de doutrina e grupos pequenos. Proliferou a realização de congressos, encontros de discussão teológica e grandes reuniões para tratar do assunto da teologia Reformada. Tudo isso trouxe um interesse cada vez maior pelo calvinismo.
            Em contrapartida os arminianos, também, para não perderem aqueles que estavam em busca da solidez da doutrina Reformada, começaram a publicar obras mais voltadas para a explicação da doutrina que defendiam, bem como, passaram a realizar congressos e encontros para solidificar o pensamento na mente dos que desejavam algo mais consistente.

Calvinismo X Arminianismo

            No século XVI, no auge do movimento da Reforma Protestante, quando a Europa, já cansada de milhares de anos de escravidão aderiu as ideias dos reformistas anteriores e de Lutero e Calvino posteriormente, João Calvino desenvolveu uma forma de entender e de ensinar a Bíblia que se popularizou depois da sua morte.
            A base da doutrina calvinista é a Bíblia e os ensinos de Agostinho de Hipona, no sec. IV, que por sua vez formulou a sua doutrina dos escritos de Paulo, no Novo Testamento e da igreja primitiva. Paulo sabemos, recebeu esses ensinos, como ele mesmo diz: “não de homens, mas de Deus” (Gl. 1.11, 12).
            O arminianismo é a doutrina de Jacob Arminius que se contrapôs às doutrinas da graça, como também é conhecido o calvinismo. Arminius estabeleceu os seus pontos doutrinários e os ensinou pela Europa. Após a morte de Calvino e com a proliferação do arminianismo, os seguidores do calvinismo estabeleceram cinco principais pontos doutrinários que se contrapunha às principais doutrinas de Arminius, o que ficou conhecido como “os cinco pontos do calvinismo”: Depravação Total; Eleição Incondicional; Expiação Limitada; Graça Irresistível e Perseverança dos Santos.
            A doutrina calvinista declara que o pecador está “morto nos seus delitos e pecados” (Ef. 2.1). Assim o pecador não pode fazer absolutamente nada para se salvar. No que se refere a questões espirituais, a vontade do homem é escravizada e ele não é livre para escolher a Deus, e escolherá sempre contra Deus, porque perdeu a condição original na qual foi criado, por causa da Queda. Todos os desejos e vontades desse homem escravizado pelo diabo é contra Deus (Rm. 3.11-23; II Tm. 2.26).
            Para salvar da condição de perdição eterna, Jesus Cristo morreu pelos eleitos, que são as suas ovelhas escolhidas (Jo. 10.15; 15.16; I Pd. 2.24, 25). Jesus Cristo salva a quem quer e o Espírito Santo cria o verdadeiro arrependimento no coração e na mente do pecador, condição fundamental para que ele seja salvo. Toda obra de salvação é exclusividade de Deus, sem a participação humana no processo. Os que serão salvos são aqueles por quem Cristo morreu. Sua morte é suficiente para salvar a todos os homens, e é eficiente na salvação efetiva dos eleitos.

Na próxima postagem iremos destacar alguns pontos fundamentais do calvinismo que são bênçãos para os que creem em tão sólida doutrina.

segunda-feira, 8 de abril de 2019

E A APOSTASIA, COMO VAI INDO?

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João d’Eça

Assim como os profetas do A.T. denunciavam a falta de uma vida com Deus sincera, espiritual e com conteúdo, do mesmo modo no tempo de Jesus, conforme nos diz o N.T., ele denunciava a falsidade da espiritualidade dos líderes religiosos de seu tempo. Muito do que tem sido chamado de “igreja” hoje em dia, ou está morto ou caminhando para a morte.

Como pode cristãos se unirem ao romanismo ou não conseguirem enxergar a igreja romana como falsa? Como pode pastores antes reformados, antes sérios, centrados na Bíblia, defendendo o Sola Scriptura, e agora se veem de mãos dadas com a falsa igreja, apostatando da fé, denegrindo o evangelho em suas relações ecumênicas com igrejas falsas, com ideias falsas e aplicando métodos falsos?

Como pode a heresia do livre-arbítrio ser pregada em púlpitos presbiterianos, quando a CFW e os Catecismos, condenam essa heresia? Estamos vendo diante de nós uma ignorância histórica sem precedentes. A História que sempre foi e ainda é a mãe de todas as ciências, tem sido desprezada em nome da pretensa intelectualidade do estudo da Teologia Sistemática, mas sem estudar a História da Teologia?

Essa ignorância histórica faz com muitos pensem que Lutero, Calvino e outros reformadores nunca disseram o que eles disseram. Lutero, por exemplo escreveu A Escravidão da Vontade. O que vemos são oficiais das nossas igrejas que quando ordenados alegam defender as confissões da igreja, mas que na verdade nem mesmo crêem nelas e sequer as leram.

Os falsos mestres sempre existiram na igreja, assim nos diz a Bíblia em II Pd. 2.1. Como pode muitas lideranças de hoje ignorarem a caminhada histórica de dois mil anos da igreja e os seus embates contra as heresias, e a morte de tantos cristãos, que preferiram perder a vida a compactuar com o erro? O que vemos crescer já a algum tempo, são os pretensos “apóstolos”, ministras, presbíteras e diaconisas. Esteja absolutamente certo de que Jesus Cristo não chamou as mulheres para exercerem esses ofícios I Tm. 2.12.

O que o protestantismo histórico nos ensina, é que as igrejas cristãs são conhecidas por algumas características, como por exemplo: Pregação expositiva, celebração dos dois sacramentos, disciplina aos que defendem falsas doutrinas ou vivem na prática do pecado, e, a prática de uma adoração com base unicamente nas Sagradas Escrituras.

Falta conteúdo bíblico-histórico. Os crentes de hoje frequentam as igrejas, ou porque moram perto, ou por tradição familiar, ou por causa da programação agradável, ou por outros motivos que não seja exclusivamente por causa da firmeza bíblica. Porém, o principal motivo deve ser por causa de Deus e nada mais. O ponto é, que o crente precisa buscar a glória de Deus numa igreja onde Cristo está presente na pregação bíblica, nos sacramentos, na disciplina e na adoração. O que passa disso é de procedência maligna.

Diante de todo esse quadro, concluímos que a igreja de hoje está caracterizada pela ignorância total e completa de quem seja Deus, o Deus revelado na Sagrada Escritura. O mundanismo invadiu os arraiais evangélicos. Há pastores que estão pregando seus sermões baseados em Imagine ou em Fernando Pessoa. Já ouvi de um pastor que pregou seu sermão com base na poesia de Vinicius de Morais. Como pode?

terça-feira, 2 de abril de 2019

SEJA ANÁTEMA!


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João d’Eça





         Quando a igreja cristã ainda iniciava a sua caminhada rumo a recompensa celestial do seu glorioso porvir, já iniciava também a semeadura do mal no seio da igreja, crescia juntamente com o trigo, o joio.

         Era dessa forma que alguns inimigos da cruz de Cristo inquietavam as igrejas da região da galacia, ensinando que era necessário fazer certas coisas que nem Jesus, nem os seus apóstolos ensinaram e nem mandaram fazer. Paulo, zeloso como era, protestou dizendo:



“Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema”.

(Gl. 1.8, 9).



         A palavra anátema é frequentemente usada no A.T. para designar pessoa ou coisa maldita, separada da comunhão, proibida, separada para ser destruída. A cidade de Jericó foi considerada anátema ao Senhor, com tudo o que nela havia. Os israelitas foram proibidos de se contaminar ou de tocar na coisa anátema, para não trazer maldição ao arraial.

         Quando examinamos o protesto e a admoestação de Paulo, vemos que o ensino do apóstolo torna ilimitado a abrangência, envolve as igrejas e as pessoas: “seja Anátema”, isto é, fica fora da comunhão dos santos, todo aquele que anunciar um evangelho diferente do que foi anunciado desde Jesus Cristo e os apóstolos e que está claramente expresso nas Sagradas Escrituras.

         O “anátema” é formulado contra todas as novas doutrinas extra-bíblicas e todas as inovações religiosas que aconteciam nas igrejas da galacia e de todas as igrejas em todos os tempos e geografias.

         Assim sendo, é “anátema” uma igreja que impõe aos seus adeptos, preceitos que não estão expressos na Escritura, ensinando que deve ser praticado para alcançar a salvação. Os que ensinam assim, estão indo contra o ensino de Cristo e dos apóstolos.

         Não existe outro evangelho além do que se acha nas páginas do Novo Testamento, e o Espírito Santo, falando através de Paulo, diz aos que pregam evangelho diferente, que são incontestavelmente, ANÁTEMA!

         Se nem mesmo um anjo do céu seria perdoado por pregar um evangelho espúrio, tal qual os dogmas do romanismo e as práticas sincréticas do neo-pentecostalismo, assim os que fazem tal pregação e realizam tal prática, está fora da comunhão cristã, é portanto, ANÁTEMA!

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