By
João d’Eça
Após
a saturação das loucuras neo-pentecostais no meio da população evangélica no
Brasil e no mundo, houve uma busca pela solidez de uma doutrina que trouxesse
segurança e ai surgiu entre esses grupos sectários, a necessidade de estudar o calvinismo,
para tentar encontrar a segurança espiritual que o neo-pentecostalismo e o
arminianismo não proporcionam.
As
editoras de maior solidez doutrinária começaram a publicar as obras sobre calvinismo
e mesmo de calvinistas de renome de todas épocas, bem como a tradução de obras
de fontes primárias, como Calvino e Lutero, principalmente. Os autores calvinistas
passaram a ser conhecidos e seus trabalhos consumidos com avidez. Homens como
C.H. Spurgeon, A.W. Pink, John Gill. Passou-se a conhecer o pensamento
calvinista e a estuda-lo em EBDs, classes de doutrina e grupos pequenos. Proliferou
a realização de congressos, encontros de discussão teológica e grandes reuniões
para tratar do assunto da teologia Reformada. Tudo isso trouxe um interesse
cada vez maior pelo calvinismo.
Em
contrapartida os arminianos, também, para não perderem aqueles que estavam em
busca da solidez da doutrina Reformada, começaram a publicar obras mais
voltadas para a explicação da doutrina que defendiam, bem como, passaram a realizar
congressos e encontros para solidificar o pensamento na mente dos que desejavam
algo mais consistente.
Calvinismo X Arminianismo
No
século XVI, no auge do movimento da Reforma Protestante, quando a Europa, já
cansada de milhares de anos de escravidão aderiu as ideias dos reformistas
anteriores e de Lutero e Calvino posteriormente, João Calvino desenvolveu uma
forma de entender e de ensinar a Bíblia que se popularizou depois da sua morte.
A
base da doutrina calvinista é a Bíblia e os ensinos de Agostinho de Hipona, no
sec. IV, que por sua vez formulou a sua doutrina dos escritos de Paulo, no Novo
Testamento e da igreja primitiva. Paulo sabemos, recebeu esses ensinos, como
ele mesmo diz: “não de homens, mas de Deus” (Gl. 1.11, 12).
O
arminianismo é a doutrina de Jacob Arminius que se contrapôs às doutrinas da graça,
como também é conhecido o calvinismo. Arminius estabeleceu os seus pontos
doutrinários e os ensinou pela Europa. Após a morte de Calvino e com a
proliferação do arminianismo, os seguidores do calvinismo estabeleceram cinco
principais pontos doutrinários que se contrapunha às principais doutrinas de
Arminius, o que ficou conhecido como “os cinco pontos do calvinismo”:
Depravação Total; Eleição Incondicional; Expiação Limitada; Graça Irresistível
e Perseverança dos Santos.
A
doutrina calvinista declara que o pecador está “morto nos seus delitos e
pecados” (Ef. 2.1). Assim o pecador não pode fazer absolutamente nada para se
salvar. No que se refere a questões espirituais, a vontade do homem é
escravizada e ele não é livre para escolher a Deus, e escolherá sempre contra
Deus, porque perdeu a condição original na qual foi criado, por causa da Queda.
Todos os desejos e vontades desse homem escravizado pelo diabo é contra Deus (Rm.
3.11-23; II Tm. 2.26).
Para
salvar da condição de perdição eterna, Jesus Cristo morreu pelos eleitos, que
são as suas ovelhas escolhidas (Jo. 10.15; 15.16; I Pd. 2.24, 25). Jesus Cristo
salva a quem quer e o Espírito Santo cria o verdadeiro arrependimento no
coração e na mente do pecador, condição fundamental para que ele seja salvo.
Toda obra de salvação é exclusividade de Deus, sem a participação humana no
processo. Os que serão salvos são aqueles por quem Cristo morreu. Sua morte é
suficiente para salvar a todos os homens, e é eficiente na salvação efetiva dos
eleitos.
Na próxima postagem iremos
destacar alguns pontos fundamentais do calvinismo que são bênçãos para os que
creem em tão sólida doutrina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário