Muitas
pessoas creditam a queda de um ministro às mulheres “atiradas” que se “jogam”
para seduzir, no entanto, os pastores que caem não são vítimas. Às vezes as
mulheres são algozes, outras vezes são vítimas.
Infelizmente
temos de admitir que existem pastores que são predadores sexuais e a conclusão
a que chegamos é que cada um desses ou estão fora do ministério ou estão
saindo.
Nos
últimos 10 anos, pelo menos 10 ministros foram exonerados do nosso Sínodo
porque não observaram princípios como esses colocados abaixo. Se observarmos
esses princípios, não estaremos totalmente imunes, mas evitaremos problemas pra
nós e para nossas famílias e igrejas em pelo menos 95% das vezes.
Podemos
afirmar com certeza de que nenhum adúltero entra para o ministério com essas
intenções sórdidas. O que ocorre é que a medida que o tempo passa, ele não
observa os sinais perigosos à sua frente e por outro lado, começa a gostar de
chegar perto do perigo, até o vício se instalar, ai uma coisa leva à outra.
Convido
os jovens ministros, que estão assumindo o ministério e até os ministros mais
experientes e os presbíteros e líderes da igreja, a observarem as orientações
abaixo para não caírem no pecado da luxúria.
1
– EVITE ABRAÇAR AS MULHERES
A
não ser que seja a sua mulher, evite abraçar outras mulheres. As pessoas gostam
de ser tocadas, mas esse é um gesto perigoso para o ministério pastoral e,
portanto, deve ser evitado.
O
toque na verdade, segundo a psicologia, indica uma necessidade física ou
emocional e isso não é adequado ao ministério pastoral.
O
ministro deve manter-se irrepreensível, que ninguém lhe aponte o dedo, por
isso, evite o abraço.
2
– NÃO FIQUE SOZINHO COM UMA MULHER EM SEU GABINETE OU EM OUTRO LUGAR QUALQUER
Se
uma mulher lhe procurar e lhe dizer que precisa falar com você depois do culto,
procure um banco da igreja onde todos possam ver, mas distante o suficiente
para que não ouçam a conversa. Se a mulher insistir a ir ao seu gabinete ou a
ficar num ambiente reservado, leve a sua esposa junto.
Se
precisar aconselhar uma mulher e que não possa a conversa ser ouvida por outra
pessoa, antes de isso acontecer, mande construir o gabinete pastoral todo em
vidro transparente, como os departamentos de agências bancárias, e a sala da
secretária bem em frente. Caso esse aconselhamento precise ser feito, deixe
sempre alguém em frente a sala que não ouça a conversa, mas saiba o que está
acontecendo lá dentro.
3
– EVITE PERFUMES CAROS
Parece
até ridículo o que estamos dizendo, mas o perfume aguça a sensibilidade da
mulher. O pastor deve ser o mais discreto possível nessa área. Não exale mau
cheiro, mas também evite as fragrâncias especiais. Quando um homem usa essas
fragrâncias ele emite um sinal sutil, e o ministro não deve ser assim.
4
– NÃO FAÇA VISITAS PASTORAIS SOZINHO
Você
tem uma esposa, é ela quem deve acompanha-lo, mas se em todo caso ela não puder
por motivo de trabalho ou por outro motivo qualquer, leve consigo um presbítero
ou um diácono, nunca vá só ou com uma mulher que não seja a sua.
5
– EVITE QUALQUER QUE SEJA O ELOGIO A UMA MULHER QUE NÃO SEJA A SUA
Muitos
ministros caem aqui, isso é fato, mas devem evitar os elogios à aparência das mulheres
de sua igreja, principalmente os elogios específicos, como ao seu vestido, ou a
sua estética. Não ultrapasse essa linha.
Lembro-me
que a muitos anos eu havia aprendido, observando um experiente pastor que dizia
o mesmo elogio a todas as mulheres da igreja, jovens ou não. Quando no início
do meu ministério eu fui fazer o mesmo, isso gerou uma interpretação errada de
uma irmã, e eu, pensando melhor, nunca mais fiz isso.
6
– NÃO SE PERMITA FANTASIAR OU COMPARAR COM OUTRAS MULHERES
Sua
esposa odiaria ser comparada com outra mulher. Esse tipo de comparação é uma
afronta e uma humilhação a sua esposa. Também não fantasie com uma mulher,
porque a maioria dos pecados começa na mente e ai quando surge a oportunidade
aquele que fantasia já está pronto por causa das suas fantasias anteriores.
Foi
o que Jesus ensinou:
“...
aquele que olhar pra uma mulher com
intenção impura no coração, já cometeu
adultério com ela”. (Mat. 5:28).
O
Salmo 19: 14 nos ensina:
“Que as palavras da
minha boca e o meditar do meu coração, sejam agradáveis a ti, Senhor, Rocha
minha e redentor meu!”
Mas
e quando essas coisas acontecem ao contrário, ao invés do pastor, do
presbítero, do diácono ou qualquer irmão ser o algoz, ele é a vítima, o que
fazer?
1 - Por exemplo, quando
for elogiado por uma mulher, o que fazer?
-
“pastor o senhor está bonito hoje”.
Desconverse,
mude de assunto, saia de perto, mostre que você não admite esse tipo de elogio
a não ser da sua esposa.
Quem
é inseguro absorve esses elogios como uma esponja absorve a água. Porém, o
pastor que é pastor verdadeiro e que não está em busca de elogios e não é
inseguro, mas “completo em Cristo” (Col. 2.10), não se deixará seduzir por
elogios de quem quer que seja, de qualquer que seja a natureza.
2 – Se você está perto
de uma mulher que não seja a sua esposa, e sente-se incomodado com a situação,
pois parece que você está atraído por ela, afaste-se rapidamente, invente uma
desculpa e saia. Minha avó sempre me dizia: “meu neto, se você dança com o Diabo
o Diabo não muda, mas ele muda você!”.
Ore
a Deus, peça que Deus lhe proteja e lhe dê sabedoria e discernimento para que
você saiba que está prestes a cair na armadilha de Satanáz. Você não vai
destruir a sua vida, ministério, reputação e sua família, por causa do seu
sentimento, ou vai? Lembre-se do que diz Jeremias: “Enganoso é o coração mais
do que todas as coisas e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?”
(Jeremias 17:9).
3 – Centralize o seu
amor a Deus e depois à sua esposa e família. “Maridos, amai vossa mulher, como
também Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela”. (Efésios 5: 25).
O
melhor meio de um ministro ficar livre das tentações e transgressões sexuais no
seu ministério é manter um bom relacionamento com a sua esposa. Foi o que
Salomão, na sua experiência advertiu a seu filho: “Bebe a água da tua própria
cisterna e das correntes do teu poço”. (Prov. 5.15). Escreva no rodapé de sua
Bíblia: “Concentrar-me-ei na minha esposa”.
4 – Encontre alguém
sério e experiente para ser o seu mentor.
O
crente sábio sempre tem alguém a quem prestar contas. Normalmente é uma pessoa
mais velha e mais experiente, que já passou por tudo no ministério e saiu
incólume e vencedor.
Se
você encontrar essa pessoa, encontre-se com ele frequentemente, de modo que
possa falar o que vai em sua mente. Essa pessoa deve ser um homem de oração e
que irá orar com você e por você.
5 – Tema ao Senhor.
Qual
é a sua responsabilidade para com Deus? “O temor do Senhor é o princípio do
saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino”. (Pv. 1:7). O apóstolo
Paulo diz:
“E
assim, conhecendo o temor do
Senhor, persuadimos os homens e somos cabalmente conhecidos por Deus; e espero
que também a vossa consciência nos reconheça”. (II Cor. 5:11).
O
que Deus espera de nós é que sejamos fieis: “... O que se requer dos
despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel”. (I Cor. 4:2).
Aplicação:
Se
você é um ministro experiente e já passou por situações difíceis e enfrentou as
tentações, passando por elas sem envergonhar o nome de Cristo, então você tem
muito o que oferecer aos jovens pastores que estão iniciando a sua caminhada.
Estenda
as mãos a esses jovens que estão começando o seu ministério, almoce com eles,
ensine-os sobre as agruras do ministério, fale com ele e com a s sua esposa,
fale da solidão do ministério e de que forma um pode suprir essa solidão no
outro.
As
igrejas não entendem o que o seu pastor tem de enfrentar diariamente, eles
somente cobram que o seu trabalho seja feito e pronto.
Entenda
querido ministro ou oficial de nossas igrejas no Brasil, o objetivo de sua vida
não é ganhar dinheiro, ficar rico, ou ter o maior número possível de diplomas,
mas sim, de ser fiel.
Jesus
Cristo, nosso modelo de ministério, já próximo do fim do seu ministério terreno
disse: “Já não falarei muito convosco, porque ai vem o príncipe do mundo; e ele
nada tem em mim”. (João 14:30).
Que
nós não tenhamos nada em nós que a atração magnética do Diabo nos atraia para
que possamos dizer com Cristo:
“Ele
não tem nada em mim”.