sábado, 31 de março de 2012

ANOTAÇÕES NOS SALMOS - A VAIDADE DA VIDA - SALMO 39

Quando refletimos sobre a vida humana, geralmente encaramos o resultado de nossas reflexões com muito pessimismo. Os planos que fazemos quando jovens, as promessas encantadoras de sucesso esvai com o passar do tempo e a aproximação da velhice e a maioria das pessoas vendo aproximar-se o túmulo, exclamam como Jó e como Voltaire: "Quisera nunca ter nascido".

Aqui nesta Salmo, Davi sumariza nesta sentença que segue; "...Na verdade, todo homem, por mais firme que esteja é pura vaidade." (v, 5).

A luta diária do homem é para adquirir riquezas, depois ele deixa tudo aqui e não sabe pra quem deixa. Nunca se viu um cortejo fúnebre indo em direção ao cemitério e atrás do carro funerário um carro-forte levando tudo o que o defunto amealhou em vida para ser enterrado com ele.

É então que toda que a sua formosura se consome, como pela traça (v, 11). É muito importante, porém triste, aprender "que somos frágeis demais" e quanto são curtos os nossos dias aqui na terra.

Porém, essa realidade inquestionável não é verdadeira para o crente fiel. O cristão pode dizer: "Tu és a minha esperança" (v, 7). Deus nos deu a Vida Eterna por meio de seu Filho Jesus Cristo. Esse é o nosso maior presente. 

Essa esperança o mundo não tem.

terça-feira, 20 de março de 2012

VALE A PENA VOTAR E ESCOLHER PESSOAS HONESTAS?


Para muitas pessoas a resposta para a pergunta que encima esse artigo é um sonoro NÃO!!!! Essa atitude não tem nenhum valor.

A alegação de muita gente que se beneficia em tempos de eleição, como a que ocorrerá esse ano no Brasil, para eleição de prefeitos e vereadores, é que não vale a pena escolher pessoas honestas, porque o problema está na estrutura e não nas pessoas, senão vejamos: Num país onde o poder Legislativo é quem estabelece o salário do poder Judiciário e do poder Executivo, além de estabelecer o seu próprio salário, como pode ser levado à sério? Num país onde o Executivo nomeia desembargadores e juízes que poderão julgar as ações desse executivo, como pode ser considerado um país sério?

 As pessoas entendem que precisam receber do político aquilo que precisam, antes da eleição, pois se deixarem pra depois, já era. Os políticos sabem que se quiserem ser eleitos tem de dar algo em troca para o eleitor antes da eleição, pois se prometerem fazer alguma realização depois corre o risco de ficar sem votos. O povo que resolve confiar na palavra do político e nas suas promessas de campanha e este quando assume o poder não cumpre com as suas promessas, fica assim mesmo, o povo não tem um dispositivo a seu favor que obrigue o político a cumprir com as promessas e este fica no poder, na grande maioria das vezes, desviando os recursos públicos em seu favor e de seus familiares até a próxima eleição, onde o povo através do voto, poderá ou não elevá-lo novamente ao poder.

De que adianta isso? Se não há um dispositivo que impeça o político de continuar no poder por não estar fazendo o que prometeu? O que ocorre é que ele para se re-eleger, irá os recursos desviados para comprar o voto do povo, e o povo carente e querendo aproveitar em benefício próprio, pelo menos uma pequena parte desses recursos, ele vende o seu voto para o corrupto, ou seja, a situação é a seguinte: “Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.” É como uma parte do corpo humano que tem câncer, se tentar-se colocar uma parte boa para tentar curar a parte que está apodrecida, o que ocorre? A parte apodrecida apodrecerá a parte boa e de nada adiantará. O certo a fazer, é extirpar a parte podre e substituir por uma parte saudável para que a parte saudável se desenvolva normalmente.

Como fazer pra mudar o sistema canceroso do Brasil? Só tem uma solução, extirpando a estrutura cancerosa e substituindo-a por uma estrutura saudável, se não for assim, essa estrutura que ai está, cancerosa, sempre irá contaminar qualquer tentativa de corrigir o defeito, colocando-se um elemento saudável.


Como acreditar em uma saúde que está na UTI e os recursos para desenvolvê-la estão nos bolsos dos donos de hospitais particulares, de políticos (a grande maioria bandidos), transformados em fazendas, cursos no exterior e faculdades caras para os filhos. Como acreditar numa educação viciada, onde pilantras PTistas dominam a formação do pensamento de jovens universitários, que reproduzirão as alienações aprendidas nas salas de aulas das nossas "pobres universidades" públicas?


Como acreditar numa segurança onde os pobres policiais arriscam as suas vidas todos os dias no combate aos bandidos para ganhar um salário de miséria, enquanto que um bando de bandidos estão soltos nas Câmaras de Vereadores, Assembléias Legislativas e Congresso Nacional, ganhando dinheiro aos tubos, para mentir, roubar e manter o povo sofrido na miséria? 

Assim vai caminhando o Brasil, um país sem seriedade, sem vergonha na cara e que precisa ser re-inventado.

quinta-feira, 15 de março de 2012

QUEM ERAM OS IRMÃOS DE JESUS? (Mateus 13: 53-58)

Apesar das tertúlias ecumênicas com que a Igreja Romana tem conseguido enganar alguns incautos, continua essa igreja com todos os seus desvios doutrinários, insistindo, por exemplo em que Jesus não teve irmãos. A igreja chega a forçar o texto bíblico na tentativa de defender o absurdo.

Por que a igreja do Papa tenta sustentar essa posição?

A razão é que Maria foi elevada pelos romanistas a uma posição que ela se fosse viva, com absoluta certeza, não teria aceitado, de co-redentora e a de quarta pessoa da Trindade. Esse é um absurdo lógico, teológico e bíblico.

O contexto de Mateus 13: 53-58, nos mostra que Jesus estava numa espécie de excursão missionária (Mt. 11.1), tendo pregado em várias cidades. Em Cafarnaum, cidade em que ele costumava ficar (Mt. 13.1), Ele proferiu as sete palavras relacionadas com o Reino de Deus. Depois foi para Nazaré, cidade onde cresceu e onde permaneceu, até iniciar seu ministério.

Chegando a Nazaré, Jesus, que já vinha pregando em várias cidades das redondezas, resolveu ir até a Sinagoga para expor os seus ensinos. Era grande o número de seus ouvintes ali e sua mensagem causou grande impacto aos seus ouvintes. Apesar disso, a atitude dos nazarenos foi de desdém, é que eles não aceitavam o fato de que pessoa tão simples pudesse demonstrar tamanha sabedoria e poder. Isso fez Jesus lembrar do provérbio: “Não há profeta sem honra, senão na sua terra e na sua casa” (v, 57), e resolveu então não realizar nenhum milagre naquela cidade, por causa da incredulidade deles. A fé deve vir antes dos milagres.

QUEM ERAM OS IRMÃOS DE JESUS?

As referências bíblicas aos irmãos de Jesus são:

- Mateus 12: 46-47 – “Falava ainda Jesus ao povo, e eis que sua mãe e seus irmãos estavam do lado de fora procurando falar-lhe. E alguém lhe disse: Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem falar-te.”

- Mateus 13: 53-56 – “Tendo Jesus proferido estas parábolas, retirou-se dali. E, chegando à sua terra, ensinava-os na sinagoga, de tal sorte que se maravilhavam e diziam: Donde lhe vêm esta sabedoria e estes poderes miraculosos? Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, José, Simão e Judas? Não vivem entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto?”

- Marcos 3: 31-32 – “Nisto, chegaram sua mãe e seus irmãos e, tendo ficado do lado de fora, mandaram chamá-lo. Muita gente estava assentada ao redor dele e lhe disseram: Olha, tua mãe, teus irmãos e irmãs estão lá fora à tua procura.”

- Marcos 6: 2,3 – “Chegando o sábado, passou a ensinar na sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se maravilhavam, dizendo: Donde vêm a este estas coisas? Que sabedoria é esta que lhe foi dada? E como se fazem tais maravilhas por suas mãos? Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se nele.

- Lucas 8: 19-20 – “Vieram ter com ele sua mãe e seus irmãos e não podiam aproximar-se por causa da concorrência de povo. E lhe comunicaram: Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem ver-te.”

- I Cor. 9:5 – “E também o de fazer-nos acompanhar de uma mulher irmã, como fazem os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas?”

- Gálatas 1: 18-19 – “Decorridos três anos, então, subi a Jerusalém para avistar-me com Cefas e permaneci com ele quinze dias; e não vi outro dos apóstolos, senão Tiago, o irmão do Senhor.”

- João 2: 12 – “Depois disto, desceu ele para Cafarnaum, com sua mãe, seus irmãos e seus discípulos; e ficaram ali não muitos dias.”

- João 7: 3-5 – “Dirigiram-se, pois, a ele os seus irmãos e lhe disseram: Deixa este lugar e vai para a Judéia, para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes. Porque ninguém há que procure ser conhecido em público e, contudo, realize os seus feitos em oculto. Se fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo. Pois nem mesmo os seus irmãos criam nele.”

- Atos 1: 14 – “Todos estes perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, com Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele.”

A base da mariolatria (Adoração a Maria), é a suposta virgindade perpétua de Maria. A posição de Maria na teologia católica romana é de superioridade ao próprio Jesus. Ela é chamada de “mãe de Deus” e, é a pessoa mais cultuada e adorada na igreja de Roma, por esta razão, seria muito importante para os romanistas que ela mantenha-se pura, incontaminada, sem manter relações sexuais com um homem, mesmo que ele tenha sido o seu marido. O ensino romanista diz que Maria manteve-se virgem mesmo depois do nascimento de Jesus e até a sua morte.

Quando expomos diante dos teólogos romanistas os textos acima, eles dão as mais esdrúxulas explicações, dentre elas, ressalto:

1.   Os irmãos de Jesus seriam filhos de José de um casamento anterior, e Maria seria a sua segunda esposa. Eles, os supostos filhos de José, seriam irmãos de Jesus somente por parte de pai;
2.   Os filhos de José seriam fruto de um casamento por LEVIRATO (em que o irmão mais velho teria de se casar com a cunhada viúva de seu irmão). Nesse caso ele teria casado com a esposa de seu irmão Clopas.
3.   Eles seriam sobrinhos de José, filhos de Clopas, os quais depois da morte do pai, teriam sido acolhidos na casa do tio e eram considerados seus filhos.
4.  A desculpa mais usada, e a mais fácil de ser refutada, é a de que a palavra “irmãos” tem o sentido de “parente”. Eram irmãos pelos laços de parentesco. Seriam primos. Nesse caso, os irmãos seriam parentes de Jesus, filhos de uma das irmãs de Maria, e não teriam nenhuma relação de sangue com José, e,
5.   Maria teria ficado viúva, pois nada mais se fala de José quando Jesus aparece já com 12 anos no templo. Nesse caso Maria teria sido amparada com Jesus, na casa de uma irmã, tornando-se os laços entre as duas famílias tão íntimos, que Jesus teria sido considerado irmãos dos primos com os quais ele convivia.

REFUTAÇÕES:

1.  Não existe nenhuma base bíblica que comprove que os irmãos de Jesus fossem fruto de um casamento anterior de José. Esse argumento é pura imaginação, sem nenhum argumento de base bíblica;
2.    O argumento de que eram primos não se sustenta, pois no aramaico (língua falada na época), como no grego, a palavra “primo” nunca foi usada com o sentido de irmão e vice-versa;
3.    Não existe nenhuma menção na Bíblia de qualquer casamento de José anterior a Maria, ou mesmo depois por força de Lei de LEVIRATO. Se um fato dessa monta tivesse acontecido, Lucas, o mais criterioso dos evangelistas (Lc. 1:3), não teria omitido o fato;
4.   Não procede também a argumentação de que eram sobrinhos de José, acolhidos depois da morte de um seu irmão. Não existe a mais leve menção na Bíblia de que isso tenha ocorrido;
5.   Embora no Antigo Testamento (Hebraico) o termo “irmão” tenha sido usado para designar “parentes”, isso não ocorre nenhuma vez sequer no Novo Testamento (Grego);
6.  Não existe nenhuma referência bíblica de que Maria tenha ficado viúva. Mas mesmo que isso tenha acontecido, não existe nenhuma referência que nos leve a supor que ela tenha ido morar com uma suposta irmã e que os supostos filhos dessa suposta irmã, tenham ficado tão íntimos de Jesus a ponto de serem considerados seus “irmãos”.

CONCLUSÂO:

            É certo de que Maria teve outros filhos depois do nascimento de Jesus, a Escritura Sagrada é farta na citação dessas informações e pelos vários autores que inclusive mencionam os seus nomes, mas também pelos motivos a seguir:

1.   Em Lucas 2: 7, Jesus é citado como o primogênito (vem de primeiro) de Maria. Ora, o escritor do evangelho não iria fazer essa referência se não houvesse Maria dado a luz a outros filhos. E mais, quem escreve é o criterioso Lucas, que como ele mesmo diz, examinou criteriosamente os fatos antes de escrever;
2.  Em Mateus 1: 25, o texto faz pressupor que Maria teve uma vida natural de esposa, tendo relações sexuais com seu marido José;
3.  Não existe nenhuma indignidade em ter Maria perdido a virgindade depois do nascimento de Jesus, para ter outros filhos, como qualquer pessoa normal, com seu próprio marido;
4.  O casamento e as relações sexuais dele decorrentes são considerados coisas dignas e elevadas, quando normais e regulares – I Tm. 4. 3,4 e Hebreus 13. 4;
5.   O nascimento de Jesus foi uma obra especial do Espírito Santo, no seio de Maria, sem a participação de José, o que tornou imaculada a concepção de Jesus – Mt. 1:20; Lc. 1: 34, 35.
6.   Quando se cumpriu o que foi profetizado acerca de Jesus, qual seria o mal se Maria fosse mãe de outros filhos legítimos?

quinta-feira, 1 de março de 2012

PREGANDO EM EFÉSIOS

Por

Rev. João d'Eça

O que leva um pregador a escolher qualquer livro ou passagem da Bíblia para pregar? Essa é a pergunta que me fazem e tenho de muitas vezes responder a igreja que pastoreio, geralmente quando começo a pregar uma nova série de sermões baseado num livro bíblico escolhido.

A minha resposta: é porque está na Bíblia. A Bíblia deve ser pregada por inteiro, Escritura por Escritura.

Existem enormes desafios de pregação na Bíblia, por exemplo os profetas do Antigo Testamento. Já pensou pregar um ano inteiro em Ezequiel, ou em Isaias? Acho que as 52 semanas do ano são poucas para tanto conteúdo, isso se pregarmos somente no domingo.

Estou pregando em Efésios nos cultos de Estudos Bíblicos da Igreja a qual pastoreio, a IPB Betsaida. Mas o que me fez tomar a decisão de pregar em Efésios? Efésios foi o primeiro livro no qual eu li o seu comentário (Martin Lloyde Jones), isto começou a moldar o meu pensamento e minha vida a alguns anos atrás.

Apesar dos limites da minha compreensão eu tenha uma verdadeeira paixão por esta carta da Bíblia e sua mensagem. Este sentimento de apreço não só foi reforçada, mas também aprofundou-se quando ouvi dois pregadores ingleses exporem essa carta num evento em um seminário na minha cidade anos atrás.

Eu ainda me lembro como esses estudos me motivaram com seu ensinamento cristão, como descobrir o que um "santo" é na verdade. O tema sobre a eleição e a predestinação foi provavelmente os mais destacáveis. Acho que ali o meu calvinismo se consolidou. Daí fui estimulado a beber noutras fontes e nessa procura por matar a minha sede de compreensão, fui até Charles Hodge, estudar mais sobre Eleição e Predestinação. Agora, anos depois, estou eu aqui como um jovem pastor, ainda bastante inexperiente, não foi surpresa escolher em primeiro lugar, Efésios para ensinar as igrejas que pastoreei.

Essa atitude tornou-se uma viagem de descoberta compartilhada: para mim, ao tentar pregar sobre a carta de Paulo aos Efésios, e para a igreja - a maioria dos quais nada entendiam sobre a Fé Reformada. Pode ser que a minha habilidade para ensinar essa carta tão excepcional e maravilhosa, não seja a ideal, mas a caminha da junto com a igreja e as verdades com as quais nos deparamos ao longo desses meses, puseram fogo em meu entusiasmo.

Alguns aspectos em especial, cristalizaram-se para mim e me ajudaram a ver as preocupações específicas que o apóstolo tinha quando ele a escreveu. As mesmas preocupações dele, nos temos hoje, separados por esses dois longos milênios.

A primeira dessas preocupações é a doxologia: ela bate de frente em você. Logo no início, no versículo 14 do primeiro capítulo, encontrar-se uma frase que é pura adoração. O que é mais impressionante nisso é que não há nada de artificial ali. 

Cada uma das cartas de Paulo é uma exposição das Boas Novas, que expõe o Evangelho à luz das circunstâncias específicas da igreja para a qual ela foi dirigida. Então, quando ele começa a expor o evangelho para o grupo de igrejas ao redor do qual esta carta foi provavelmente circulou, ele adora numa explosão de louvor ao evangelho. Na verdade, ele mostra que há infinitamente mais nesta mensagem, do que jamais poderíamos esperar compreender. O efeito disso não é para deixar-nos debatendo sobre o que desafia a nossa compreensão, mas para fazer-nos perceber quão grande é a nossa salvação e quão gracioso é Deus, nosso Salvador. 

Ficamos com uma visão de Deus e da sua graça, que é infinitamente superior ao que tínhamos antes de começar a ler a carta. Essa compreensão da doxologia, desesperadamente precisa ser recuperada em muitas igrejas de hoje. A grande ironia, é que a maioria das igrejas estão obcecadas com a doxologia (louvor e adoração) e ainda de alguma forma o verdadeiro louvor parece escapar-lhes. Tornam-se mais e mais focados em novas músicas e ritmos, em novas abordagens que excitam as emoções, mas que de algum modo não eleva ao céu nosso espírito. 

Outro tema central que emerge neste carta é o impacto do evangelho na comunidade.  Paulo toca nesse assunto no segundo capítulo, onde ele fala de um problema, que mais do que qualquer outro, lança sua sombra sobre a igreja do Novo Testamento: é o que ele chama de "o muro de inimizade" (2: 14). Era uma espécie de “apartheid espiritual que fez muitos judeus convertidos assumirem um ar de superioridade sobre os gentios convertidos. O impacto disto era dividir a igreja.

Paulo responde, expondo o evangelho de uma forma que mostra a diferença que a Igreja faz, vivendo como uma comunidade onde Cristo é o Senhor de todos, quer judeus ou gentios. O foco de Paulo é mostrar a todos o que o evangelho não somente faz por nós como indivíduos, mas como nos introduz na igreja e nos molda como membros da família de Deus. Sua idéia básica é demonstrar que a nossa união individual e comunhão com Cristo, por definição, significa união e comunhão com todos os seus eleitos, independentemente da sua origem étnica ou espiritual. 

Isto é melhor entendido no capítulo três, em que ele fala sobre o propósito de Deus na redenção. Sua intenção era que agora, através da igreja, a multiforme sabedoria de Deus deve ser dada a conhecer aos principados e potestades (governantes e autoridades) do lugares celestiais, segundo o seu propósito eterno que ele realizou em Cristo Jesus nosso Senhor (3,10-11) . Em outras palavras, a igreja é o estágio cósmico para o drama da redenção! A relevância disso para o conjunto de igrejas em torno de Éfeso nos dias de Paulo não poderia ter sido maior. Paulo lembra-lhes que a cruz derrubou toda divisão.

Infelizmente o foco do evangelho para a grande maioria dos crentes é quase exclusivamente individualista. Paulo desenvolve este tema em toda a carta - usando a linguagem corporativa em tudo o que diz - nos levando dos primeiros três capítulos, para uma aplicação prática no restante.

No capítulo 4 Paulo fala da Unidade da Fé (4.1-16), nos fornece o mais claro plano para a vida da igreja que já foi dado. Seu ensino claro de como tudo isso funciona na prática, no casamento, na família e no trabalho no centro da questão da vida cotidiana. Na parte final, Paulo lida com as questões da luta espiritual de uma forma que é ainda estranhamente desvalorizado em nossa geração. Ele não nos deixa dúvida de que nosso inimigo invisível não é a carne e nem o sangue e que em nós mesmos não poder para combater. Paulo nos lembra de quem somos e o que temos em Cristo, nos lembrando que é em Cristo que podemos combater inimigo tão poderoso.

Por que eu estou pregando em Efésios? - Porque é uma das exposições mais necessárias à igreja. Mostra que estamos carentes e necessitados do auxílio de Deus mais do nunca. Mostra que somos incapazes, mas que nosso Deus é capaz de conduzir em triunfo. É uma mensagem tão necessária ao nosso mundo fragmentado hoje.

Rev. João d’Eça
Ministro Presbiteriano – Mestrando (Mdiv) pelo CPAJ.
Pastor da IPB Betsaida em São Luís - MA

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