(Atos 2.43-47)
Introdução:
Um
fenômeno que tem invadido as igrejas nos últimos trinta anos, é a categoria de
crentes progressistas ou crentes adeptos do sistema político conhecido como
socialismo-comunismo, uma aberração. Na tentativa de transformar o nosso país
em uma sociedade comunista, os partidos de esquerda se implantaram no país
depois do período denominado redemocratização, à partir de 1985 e com um
discurso pseudo-democrático, criticaram o período do regime militar que o nosso
país viveu, satanizaram os militares e tentaram de toda forma implantar o
comunismo no Brasil.
Respondendo
a pergunta que intitula essa lição, dizemos que em Jerusalém, nos primeiros
séculos do cristianismo, não havia comunismo na acepção da doutrina
político-sociológica atual. Para justificar a tese que propomos, apresentaremos
o antagonismo existente entre a doutrina cristã e o comunismo.
1 – O comunismo não admite Deus,
ao passo que os primeiros cristãos criam, adoravam e serviam a Deus;
2 – O alvo do comunismo é
materialista, ao passo que o alvos dos crentes do primeiro século era
espiritual;
3 – O comunismo divide a
humanidade em duas classes, capitalistas e trabalhadores (proletários). O
cristianismo considera a humanidade com uma.
A mensagem do cristianismo é para todos, porque todos sofrem do mesmo mal, o
pecado, bem como todas as pessoas precisam do mesmo remédio para a sua situação
de pecado, a salvação por meio de Jesus Cristo. A ordem a todos os crentes é: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a
toda criatura”. Jesus diz ainda: “Vinde
a mim todos os cansados e oprimidos”. Essa é a mensagem de Jesus Cristo dirigida a
toda a humanidade, ricos e pobres, oprimidos e opressores. Deus quer o bem de
todas as pessoas.
4 – O comunismo confisca a
propriedade privada, ao passo que os cristãos primitivos, voluntariamente
usaram as suas propriedades e bens, sem nenhum cunho político ou ideológico,
sem nenhuma pressão, para beneficiar os mais necessitados, pelo simples fato de
que Cristo Jesus havia transformado a sua vida e ele aguardavam o retorno do
Senhor ainda na sua geração, não fazendo sentido, portanto, acumular bens.
No
comunismo o homem é obrigado a abrir mão de sua propriedade pelo poder
coercitivo do Estado, que passa a ser o único capitalista e proprietário
admissível. O objetivo do comunismo é a extinção da propriedade privada.
5 – O cristianismo ensina que a
salvação do homem é um fato espiritual, contrário ao que doutrina o comunismo,
que considera a salvação como uma questão material e econômica.
6 – O cristianismo visa a vida espiritual
do homem, enquanto que o comunismo só está preocupado com a sua vida material
nesse mundo.
Como pudemos
ver o comunismo é antagônico ao cristianismo nos seus princípios. Veremos na
sequência o que se deu entre os primitivos cristão para que eles doassem as
suas propriedades e bens entre os necessitados para que todos tivessem em
comum. Na verdade não era uma prática sociológica que possamos classificar de
comunismo.
I – OS MOTIVOS DA DIUSTRIBUIÇÃO DE BENS ENTRE OS PRIMITIVOS CRISTÃOS (At.
5.32).
O
que eles faziam não era comunismo. Aquele prática era uma forma transitória
para suprir as necessidades dos crentes pobres da igreja de Jerusalém. Já entre
os Essênios, seita judaica do tempo de Cristo, havia esse trabalho de
solidariedade para com os necessitados, portanto, essa prática não se originou
com Jesus Cristo ou com os seus discípulos.
Os
motivos pelos quais os primitivos cristãos praticaram a “comunidade de bens” foram
as condições econômicas de muitos membros necessitados na igreja de Jerusalém,
que levou os mais abastados a socorrerem-se mutuamente. Esta nova ordem social
era o resultado da ação do cristianismo nos corações dos homens. “Não havia
necessitados” porque todos tinha se reunido para minorar as necessidades dos
outros.
O
amor fraternal em Cristo Jesus era outro motivo da “comunidade de bens”. “O coração
e a alma eram um só”. O amor fraternal com base em Jesus Cristo era
evidentemente praticado. “Eles tinham tudo em comum”.
A
outra condição que ocasionava essa vida entre os primitivos cristãos era a
interpretação sobre o retorno iminente de Jesus Cristo. Os primeiros crentes
entendiam que o retorno de Jesus seria breve e que ele viria para implantar o
seu reino na terra e eles esperavam esse retorno ainda na sua geração.
Somente
o amor fraternal, e principalmente este, levavam os primitivos cristãos a
desfazer-se dos seus bens usando para benefício comum. Não havia necessitados
porque cada um era socorrido de acordo com a sua necessidade. O espírito de equidade
regulava as relações dos primeiros crentes, mesmo em se tratando de interesses
materiais.
II – A DISTRIBUIÇÃO DE BENS ENTRE OS PREIROS CRISTÃOS ERA ESPONTÂNEA E
VOLUNTÁRIA (At.4.34-37).
Vender
as suas propriedades e bens e depositar aos pés dos apóstolos, isto é, à
disposição da liderança espiritual da igreja, era fruto espontâneo e voluntário
do amor. Não havia uma lei estabelecida nem pela igreja, nem pelos próprios
apóstolos. Também não havia coação ou imposição a que todos fizessem os seus
bens comuns (v, 34,35).
Nada
disso podemos comparar com a doutrina comunista. Era uma expressão voluntária
de abnegação e filantropia. A doutrina comunista estabelece obrigatoriedade na
extinção da propriedade privada. Barnabé, companheiro de viagem do apóstolo
Paulo, na sua primeira viagem missionária, é apresentado como um dos que seguiram
voluntariamente o exemplo de outros, depositando o preço de sua herdade mãos pés
dos apóstolos.
III – AS DIFERENÇAS OBSERVADAS À PARTIR DESSA PRÁTICA (At. 5.1-10; 6.1-4).
A
pratica da comunidade de bens entre os primeiros cristãos de Jerusalém não deu
bons resultados, levantando-se logo alguns problemas. Enquanto alguns vendiam e
davam o preço voluntariamente, para agradar ao Senhor e servir aos seus irmãos
na fé, apareceu um casal, que se tornou o tipo da ostentação hipócrita de uma
piedade que não possuía. O pecado deste casal, Ananias e Safira, estava em
mentir ao Espírito Santo, pois que era livre para dar o que quisesse, mas sem
mentir.
Não
ficou terminada a dificuldade no exemplo deste casou que sofreu o castigo merecido.
Maiores dificuldades vieram mais tarde com as queixas e murmurações, por motivo
da distribuição dos recursos da igreja (At. 6.1).
Esta
foi outra dificuldade por causa da prática da comunidade de bens. Depois disto
não se ouve falar mais desta prática em mais nenhuma igreja apostólica. Foi,
como já nos referimos, uma coisa eventual, passageira, local e não tomou forma
de doutrina ou prática social entre os cristãos primitivos.
Aplicação:
Ser
crente e socialista/comunista é uma aberração, não se enquadra em nenhuma
possibilidade. Ambas as ideias se excluem.
O
socialismo/comunismo nivela todas as pessoas por baixo, não há liberdade de
desenvolvimento, não há propriedade privada, tudo passa a ser propriedade do
governo central que torna-se controlador das vidas e assistencialista. Ninguém
tem nenhuma possibilidade de ascender socialmente.
O
socialismo/comunista é gerador de pobreza, de miséria. Enquanto todos os demais
ficam pobres e necessitados, os dirigentes do partido ficam bilionários e
engordando as suas contas bancárias.
O Estado
torna-se capitalista, enquanto que a população vira um monte de máquinas para
fazer funcionar a engrenagem.
Em que pese o
capitalismo não ser um sistema perfeito, mas dá a chance das pessoas ascenderem
socialmente, há liberdade de criação, de trabalho e de desenvolvimento. Há
verdadeira democracia no capitalismo.