quinta-feira, 19 de novembro de 2015

A IMORTALIDADE DA ALMA



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Rev. João d’Eça, MD

  

Introdução


Muitos que se dizem cristãos, alegam a sua crença em Deus, mas não acreditam na imortalidade da alma, assim, a alma deixaria de existir no momento da morte, essa é a afirmação deles. O homem orgulhoso prefere o aniquilamento do que se submeter ao julgamento divino.

Este mundo não satisfaz o crente que foi alcançado pela graça de Deus, mas o homem natural, esse não está satisfeito com nada, quanto mais alcança, mais quer alcançar, numa busca frenética por preencher o vazio de sua alma. De igual modo, só que de forma positiva, o crente que tem aspirações espirituais, quando alcança o conhecimento de uma verdade, esse se torna apenas o ponto de partida para novas e mais profundas investigações, nesse ponto, é que aspiramos as coisa que não podem ser alcançadas pelo sentidos humanos, mas que uma voz secreta, espiritual, nos diz que existe uma vida sem fim e uma liberdade sem limites.

Nós, os seres humanos, estamos acostumados com o temporal, vemos no nosso dia-a-dia as coisas que nos cercam, elas desaparecem e morrem, Dai a pergunta: Quem nos deu a ideia da eternidade? Isso não será o sonho do nosso espírito fraco e limitado? Não! Porque quando a humanidade é estudada, em todas as épocas, em todas as geografias, revela que a humanidade sempre sonhou com o infinito, sejam os filósofos especuladores gregos, sejam os ignorantes onde quer que eles estejam.


A preservação da história

         Os homens são levados naturalmente a procurar os meios que lhe preservem o nome do esquecimento, ou que o tornem imortal. Para os homens, a ideia de morrer e ser esquecido é trágica. Será por que? Talvez encontremos um caminho no texto de Eclesiastes 3.11, que diz:


Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até o fim.


Depois de depositado na tumba fria, no fundo tenebroso do sepulcro, não se pode ouvir mais nada dos elogios que foram feitos, nem contemplar as estátuas erguidas em homenagem à nossa honra.

A memória que se guardará de nós, será limitada a um curto espaço de tempo, assim foi com os grandes homens da história da humanidade. Alguns poucos são lembrados, mas a grande maioria é esquecida completamente. Os maiores homens da humanidade como Júlio César, Pompeu, Galileu, Napoleão, um dia serão esquecidos, em que pese ainda hoje serem lembrados nos anais da história.


Mesmo sabendo que seremos esquecidos estamos sempre prontos a tudo sofrer, contanto que possamos fazer alguma coisa que faça o nosso nome ser lembrado na posteridade. Assim também é o nosso desejo de tornarmos imortal o nome de nossa família.


Quando nos tornamos pais, a tendência é que esqueçamos de nós mesmos para lembrarmos da nossa prole. Nos preocupamos com o futuro dos nossos filhos, e para que esse futuro seja glorioso, geralmente sacrificamos o bem-estar dos que vivem em prol dos que haverão de vir. Esquecemos que a história guarda a memória de umas raras famílias, que por circunstâncias extraordinárias se tornaram lembradas no decorrer das eras.

A loucura que acomete a humanidade

         A humanidade ainda não se curou dessa loucura, dessa busca desenfreada pela perpetuação do seu nome. Assim fizeram os que construíram a Torre de Babel, cuja intenção era a de preservar os seus nomes. O texto Sagrado de Gn. 11.4 diz:
 

Disseram: Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo topo chegue até os céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda terra.

 
É certo que por essa ambição humana podemos afirmar categoricamente que o último homem que estiver vivo sobre a terra, será dominado pelo desejo irresistível de perpetuar o seu nome.

Esse desejo humano atesta uma necessidade de ordem moral a que ninguém se esquiva, pois é tão certo como a morte. Todos os filhos de Adão são atingidos por esse desejo. O ser humano tem a necessidade do infinito, da eternidade, da imortalidade. Isso está gravado na constituição humana, para isso ele foi criado.

Quando o homem se entrega totalmente à conquista das coisas aqui da terra, ele faz isso na tentativa de transportar a imortalidade para essa existência efêmera, passageira, de curta duração. O homem natural, mas que tem uma alma imortal, que seguirá após a morte para uma existência eterna em Deus ou separada dele, supõe que foi criado somente para essa existência e por isso não aceita separar-se das suas conquistas terrenas e nem cogita na possibilidade que seja esquecido, isso é uma prova inconteste da imortalidade.

Os adeptos do materialismo alegam a eternidade da matéria. Descrer no Deus único e pessoal, no Deus que se relaciona com o homem e que é o criador da eternidade, quando age assim, ele faz da matéria o seu “deus”. Faça o homem o que fizer para fugir dessa realidade incontestável da imortalidade, adultere o quanto puder a sua consciência, camufle o máximo possível os sentimentos da sua alma e do seu coração, ele não poderá nunca eliminar da sua existência a necessidade de uma vida sem fim.

Conclusão

A imortalidade é uma realidade gravada na alma humana, é a marca do seu criador na existência humana. Deus, no entanto, jamais fez surgir na alma humana uma necessidade sem lhe proporcionar ao mesmo tempo um meio de satisfazê-la. Deus deu à alma humana a sede devoradora da felicidade imortal. Deus fez brotar das profundezas da eternidade uma fonte, em cujas águas cristalinas e doces, a alma poderá beber até ficar plenamente saciada.

Jesus disse em João 4.14:


Aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna.

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