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Rev. João d’Eça, MD
Introdução
Muitos que se dizem cristãos,
alegam a sua crença em Deus, mas não acreditam na imortalidade da alma, assim,
a alma deixaria de existir no momento da morte, essa é a afirmação deles. O
homem orgulhoso prefere o aniquilamento do que se submeter ao julgamento
divino.
Este mundo não satisfaz o crente que foi alcançado pela
graça de Deus, mas o homem natural, esse não está satisfeito com nada, quanto
mais alcança, mais quer alcançar, numa busca frenética por preencher o vazio de
sua alma. De igual modo, só que de forma positiva, o crente que tem aspirações
espirituais, quando alcança o conhecimento de uma verdade, esse se torna apenas
o ponto de partida para novas e mais profundas investigações, nesse ponto, é
que aspiramos as coisa que não podem ser alcançadas pelo sentidos humanos, mas
que uma voz secreta, espiritual, nos diz que existe uma vida sem fim e uma
liberdade sem limites.
Nós, os seres humanos, estamos acostumados com o temporal,
vemos no nosso dia-a-dia as coisas que nos cercam, elas desaparecem e morrem,
Dai a pergunta: Quem nos deu a ideia da eternidade? Isso não será o sonho do
nosso espírito fraco e limitado? Não! Porque quando a humanidade é estudada, em
todas as épocas, em todas as geografias, revela que a humanidade sempre sonhou
com o infinito, sejam os filósofos especuladores gregos, sejam os ignorantes
onde quer que eles estejam.
A preservação da
história
Os homens são
levados naturalmente a procurar os meios que lhe preservem o nome do
esquecimento, ou que o tornem imortal. Para os homens, a ideia de morrer e ser
esquecido é trágica. Será por que? Talvez encontremos um caminho no texto de Eclesiastes 3.11, que diz:
Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também
pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que
Deus fez desde o princípio até o fim.
Depois de depositado na tumba fria, no fundo tenebroso do
sepulcro, não se pode ouvir mais nada dos elogios que foram feitos, nem
contemplar as estátuas erguidas em homenagem à nossa honra.
A memória que se guardará de nós, será limitada a um curto
espaço de tempo, assim foi com os grandes homens da história da humanidade.
Alguns poucos são lembrados, mas a grande maioria é esquecida completamente. Os
maiores homens da humanidade como Júlio César, Pompeu, Galileu, Napoleão, um
dia serão esquecidos, em que pese ainda hoje serem lembrados nos anais da
história.
Mesmo sabendo que seremos esquecidos estamos sempre prontos
a tudo sofrer, contanto que possamos fazer alguma coisa que faça o nosso nome
ser lembrado na posteridade. Assim também é o nosso desejo de tornarmos imortal
o nome de nossa família.
Quando nos tornamos pais, a tendência é que esqueçamos de
nós mesmos para lembrarmos da nossa prole. Nos preocupamos com o futuro dos
nossos filhos, e para que esse futuro seja glorioso, geralmente sacrificamos o
bem-estar dos que vivem em prol dos que haverão de vir. Esquecemos que a
história guarda a memória de umas raras famílias, que por circunstâncias
extraordinárias se tornaram lembradas no decorrer das eras.
A loucura que acomete
a humanidade
A humanidade
ainda não se curou dessa loucura, dessa busca desenfreada pela perpetuação do
seu nome. Assim fizeram os que construíram a Torre de Babel, cuja intenção era
a de preservar os seus nomes. O texto Sagrado de Gn. 11.4 diz:
Disseram: Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e
uma torre cujo topo chegue até os céus e tornemos célebre o nosso nome, para
que não sejamos espalhados por toda terra.
É certo que por essa ambição humana podemos afirmar
categoricamente que o último homem que estiver vivo sobre a terra, será
dominado pelo desejo irresistível de perpetuar o seu nome.
Esse desejo humano atesta uma necessidade de ordem moral a
que ninguém se esquiva, pois é tão certo como a morte. Todos os filhos de Adão
são atingidos por esse desejo. O ser humano tem a necessidade do infinito, da
eternidade, da imortalidade. Isso está gravado na constituição humana, para
isso ele foi criado.
Quando o homem se entrega totalmente à conquista das coisas
aqui da terra, ele faz isso na tentativa de transportar a imortalidade para
essa existência efêmera, passageira, de curta duração. O homem natural, mas que
tem uma alma imortal, que seguirá após a morte para uma existência eterna em
Deus ou separada dele, supõe que foi criado somente para essa existência e por
isso não aceita separar-se das suas conquistas terrenas e nem cogita na
possibilidade que seja esquecido, isso é uma prova inconteste da imortalidade.
Os adeptos do materialismo alegam a eternidade da matéria.
Descrer no Deus único e pessoal, no Deus que se relaciona com o homem e que é o
criador da eternidade, quando age assim, ele faz da matéria o seu “deus”. Faça
o homem o que fizer para fugir dessa realidade incontestável da imortalidade,
adultere o quanto puder a sua consciência, camufle o máximo possível os
sentimentos da sua alma e do seu coração, ele não poderá nunca eliminar da sua
existência a necessidade de uma vida sem fim.
Conclusão
A imortalidade é uma realidade
gravada na alma humana, é a marca do seu criador na existência humana. Deus, no
entanto, jamais fez surgir na alma humana uma necessidade sem lhe proporcionar
ao mesmo tempo um meio de satisfazê-la. Deus deu à alma humana a sede
devoradora da felicidade imortal. Deus fez brotar das profundezas da eternidade
uma fonte, em cujas águas cristalinas e doces, a alma poderá beber até ficar
plenamente saciada.
Jesus disse em João
4.14:
Aquele, porém, que beber da água que eu lhe der
nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte
a jorrar para a vida eterna.
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