domingo, 31 de dezembro de 2006

Saddam, o estado vingador e o Rio de Janeiro.

Por Pb. Solano Portela Postei um comentário no blog do Augustus, Solano e Mauro. Gostei muito do último artigo sobre a morte do Saddam e os acontecimentos do Rio de Janeiro que resolví reproduzí-lo na íntegra. Rev. João d'Eça. O mundo inteiro está comentando a morte de Saddam Hussein, ex-ditador do Iraque. Os jornais e programas de notícias têm apresentado não somente os detalhes da execução realizada após um conturbado julgamento, mas também as reações e pronunciamentos de autoridades diversas, entre as quais a do governo brasileiro. Além da condenação à execução pronunciada pelo Itamaraty, o nosso chefe maior declarou igual discordância, pois ela representava apenas um ato de vingança e ele era contra a pena de morte por convicção, primeiramente religiosa e depois política. Declarações semelhantes têm sido emitidas pelos mais diversos comentaristas e personalidades chamadas para entrevistas sobre o acontecimento. A notícia veio obscurecer o item anterior que tomava conta da atenção dos brasileiros – os ataques seqüenciados contra postos policiais, populares e ônibus incendiados com sua carga de cidadãos indefesos, por criminosos, em mais uma cruel demonstração de força evidenciando a falência cada vez mais intensa da instituição do estado. O que esses temas aparentemente heterogêneos têm em comum e, como cristãos, qual deve ser nossa percepção e discernimento dos tempos? Algumas observações podem ser emitidas, neste momento: 1 - Precisamos nos resguardar da beatificação de Saddam Hussein. Li a carta que ele escreveu – parecem procedentes das mãos de um anjo, e muitos estão apresentando essa visão nostálgica em seus comentários. A história não deve esquecer as atrocidades cometidas por ele e sua gangue. Não somente o genocídio e a aniquilação em larga escala, como a ferocidade com que eliminaram os desafetos e membros da própria família, quando os contrariaram (as estimativas são de que em seus 24 anos de regência, foi responsável pela morte de mais de 2.000.000 de pessoas). Os próprios jornais destes dias, ao darem o seu histórico, desfilam um rosário impressionante das barbaridades do seu regime. A suposta calma interna do país, observada sob sua regência, era vivida às custas do terror oficial e da tirania. Isso não significa que o Iraque esteja atualmente vivendo um período de calma e paz. Tenho sido um crítico do modus operandi norte-americano, em vários escritos. Não por terem ido lá e tentado “limpar a casa”, mas porque demonstraram total inabilidade em estruturar um governo de transição, que garantisse exatamente o que minimamente deveria estar presente – a segurança dos cidadãos e os serviços públicos essenciais. O descaso e despreparo do início; a inércia perante os rufiões armados que pilhavam e maltratavam os mais fracos; a tolerância com as milícias; a permissividade e despreparo dos que deveriam estabelecer a ordem, mas perpetuaram as prisões como câmaras de tortura; a ingênua avaliação do lado obscuro e malévolo do islamismo; todos esses fatores resultaram no crescimento dos grupos que diariamente se matam uns aos outros. Entretanto, não tenho qualquer dúvida que Saddam merecia ser deposto e ser alvo de justiça retributiva pelos crimes cometidos. Contrário ao que afirma manchete da Folha de São Paulo (30.12.2006), que a execução é uma “derrota da justiça”, esta é uma das poucas vezes em que a justiça implacável prevaleceu acima da visão humanista, açucarada e diluída, que permite que tiranos assassinos dêem continuidade à sua arrogante vida de violência. 2 - Ser-se pressuposicionalmente contra a pena de morte, sem o exame das bases lógicas e político-religiosas para esta penalidade é um erro. Se o nosso presidente tivesse realmente convicções religiosas cristãs, nesta matéria, não seria contra, mas a favor. Em outro lugar já escrevi sobre a Pena Capital – indicando a base bíblica para sua aceitação (caso tenha interesse de ler o ensaio todo, clique aqui), e não caberia, neste espaço, uma repetição dos argumentos. Mas a Pena Capital foi instituída por Deus (Gênesis 9.6), e não pelo homem, exatamente porque ele dá valor à vida do ser humano, formado à sua imagem e semelhança, e não por que a considera uma comodidade barata. Ela é exatamente uma medida contra a violência. Deus abomina a violência e aqueles que atentam contra a vida humana perdem o direito à própria vida. É um erro acreditar que ela é o reflexo de uma sociedade primitiva, e que hoje já evoluímos socialmente e adquirimos um novo patamar de entendimento – o próprio Deus, através da pena inspirada de Paulo, a comanda e delega a sua aplicação ao estado (Romanos 13.1-7), e isso no Novo Testamento. 3 - Isso não significa que a execução de Saddam represente uma ocasião de alegria. A morte é sempre ocasião de tristeza – ela não pertence à essência da criação perfeita. Ela é concretamente fruto do pecado, salário deste, conseqüência nefasta do nosso afastamento de Deus, como bem postou em seu Blog nosso irmão Juan , comentando os acontecimentos do Rio. Até a morte do malfeitor, por mais que venha em resultado da justiça e por mais que profilaticamente proteja a sociedade de crimes adicionais que ele poderia cometer, é momento de sobriedade, reflexão e tristeza, principalmente porque a vida que se foi não alcançou o seu propósito máximo e original – de glorificar o criador com as suas ações e pensamentos. Assim, sou contra as manifestações públicas e privadas de regozijo pela morte de Saddam, bem como, pelos motivos já expostos, contra os protestos, inconseqüentes contra a sua execução, insensíveis aos antecedentes históricos que a justificam. 4 - E quanto à colocação presidencial de que a execução foi um ato de vingança? Ela é precisa e real, mas não precisamos pedir desculpas por aceitá-la como tal. Vingança é um sentimento que não cabe na vida pessoal do cristão. Como cristãos, somos pessoas pacíficas, perdoadoras – voltamos até a outra face. No entanto, isso não significa que somos insensíveis à justiça, nem coniventes com o erro. A Palavra de Deus nos leva a Deus, apresentando-o como o nosso vingador (Salmo 9.11-12; Naum 1.2). Ela apresenta Deus como aquele que faz justiça aos fracos e oprimidos e vinga os direitos que são subtraídos (1 Tessalonicenses 4.6). De que maneira? Trazendo conseqüências danosas aos criminosos; e uma das maneiras que ele faz isso é através do estado – a este é delegado esse poder (Romanos 13.4: “... visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal”). Isso mesmo, se a vingança não deve fazer parte de nossa vida é porque ela foi institucionalmente colocada nas mãos do estado. Os governantes e autoridades são (ou deveriam ser) ministros de Deus para executar justiça e proteger os cidadãos. Quem vinga os curdos indefesos – mulheres e crianças, que foram massacrados por Saddam? E as demais pessoas que pereceram em suas mãos? Eles nada mais podem fazer, mas o estado vingador entra em ação e executa justiça. 5 - E o Rio de Janeiro? É exatamente essa, a conexão com os últimos acontecimentos de violência na Cidade Maravilhosa e linda que está cada vez mais refém, a exemplo de São Paulo e outra regiões do nosso país. Quem vingará os cidadãos calcinados nos ônibus incendiados? Quem vingará os que ainda agonizam nos hospitais, com os corpos queimados, possivelmente desfigurados até o fim de seus dias? Quem vingará a vida da mãe que morreu tentando proteger o seu filho? Quem vingará os que foram friamente assassinados? Quando perdemos essa visão de que o estado é, realmente, o vingador, o executor da justiça implacável, a população fica a mercê dos criminosos. Quando nossos governantes emitem palavras que soam piedosas, humanistas e politicamente corretas, mas que revelam um estado fraco e impotente em frente à criminalidade e aos criminosos, temos palavras que são realmente mortais para os fracos e oprimidos, vítimas da violência insana. Além disso, temos um outro aspecto ainda mais cruel. Um articulista da Folha expressou o problema de acúmulo de cargos do Sr. Álvaro Dias, que acaba de ser eleito deputado: ex-chefe da polícia do Rio de Janeiro e, segundo a Polícia Federal, concomitantemente, chefe de quadrilha. Esse é um dos maiores problemas brasileiros – o acúmulo desses cargos por vários integrantes da classe política, várias autoridades governamentais e inúmeros policiais – muitos possuem não somente os seus postos de autoridade, mas são igualmente chefes de quadrilhas. Esse acúmulo de funções é mortal à instituição do estado e à população. Essas pessoas de vida dupla, corrompidas se alimentam do sangue e da vida dos cidadãos que deveriam estar protegendo. É por isso que anualmente, no Brasil, 50.000 vidas são ceifadas por assassinatos, apenas! Muito menos que no Iraque, sob Saddam (tirando a média dos seus 24 anos no poder, as estimativas são de que ele foi responsável pela matança de 41.000 pessoas de outros países vizinhos por ano, mais 42.000 pessoas por ano do seu próprio povo), mas muito mais do que no Iraque de hoje (cerca de 30.000 por ano), com toda a convulsão social, carros bomba e estágio pré-guerra civil que vigora naquele país. Que Deus se apiede de nós em 2007 e nos conceda mais paz e justiça, conscientizando aqueles que estão em autoridade de sua real missão e obrigações perante Deus e para com os homens. Que tenhamos uma visão mais cristalina e mais bíblica da justiça. Intercedamos por isso (1 Timóteo 2.1-2).

sábado, 30 de dezembro de 2006

A ARTE DE SABER OUVIR.

Por Rev. João d'Eça Num era de tecnologias que a cada dia mudam, que avançam mais e mais melhorando e tornando a comunicação mais eficiente, a maioria das pessoas gasta mais tempo ouvindo a palavra falada. Apesar de muito se falar, pouco se ouvir (afinal temos dois ouvidos e só uma boca, deveríamos falar menos e ouvir mais), a grande maioria da população do mundo não sabe ouvir. Jesus disse certa vez a respeito dos que oram presunçosamente: “Eles pensam que pelo seu muito falar serão ouvidos” (Mat. 6: 7). A pessoa comum só ouve pela metade. Pergunte para qualquer pessoa, ao término de um culto, ou de uma palestra na igreja, ou em outro lugar, qual foi o tema ou o assunto do que foi dito. Surpresa será se alguém discorrer sem problemas a respeito do que ouviu. Escutar é uma técnica mental que pode ser aperfeiçoada com treinamento e prática. As pessoas que se submetem a aulas desse tipo, adquirem uma melhora de 25%, segundo os especialistas. O ato de ouvir exige que se faça algo mais do que deixar simplesmente que ondas de som entrem pelos ouvidos, assim como o ato de ler exige muito mais do que simplesmente ver a palavra impressa. Ouvir bem, requer participação ativa. Uma das maneiras de se conhecer a paixão vocacional de alguém, é fazê-la ouvir palestras ou conversas sobre vários assuntos. Se a pessoa se interessar por um assunto qualquer, com bastante interesse, a ponto de prestar atenção total, é bastante provável que ai esteja a sua paixão vocacional. Um dos grandes problemas é que pensamos mais depressa do que falamos. Falamos em geral na proporção de 125 palavras por minuto, mas pensamos quatro vezes mais rápido. Isso quer dizer que, em cada minuto que alguém fala conosco, nós temos normalmente disponíveis cerca de 400 palavras de tempo para pensar. Se somos maus ouvintes, logo ficamos impacientes; nossos pensamentos se desviam um momento para coisas diferentes, depois voltam rapidamente ao interlocutor, até desistirmos de ouvir o que ele está dizendo, porque em geral perdemos o “fio da meada”, enquanto a pessoa fala nosso espírito está em outro mundo. O bom ouvinte tira proveito de sua rapidez de pensamento, aplica ao que está sendo dito, o tempo que tem para pensar. Ele ouve nas entrelinhas. Quem fala nem sempre põe tudo em palavras. As fisionomias, os gestos, as entonações de voz, as expressões corporais, dizem tanto quanto as palavras. A concentração é mais da metade do trabalho de se saber ouvir. Os maus ouvintes tendem a se distrair com facilidade. O bom ouvinte, por outro lado, instintivamente combate a distração. Desliga-se de tudo ao redor que pode roubar-lhe a concentração, chega mais pra perto, anota, e só interrompe quando é mesmo necessário. Ouvir com atenção o que está sendo dito é muito mais que interesse pelo assunto, é respeito por quem fala, porque a meneira como se ouve, influencia a maneira como se fala, de modo que ouvir inteligentemente, ajudará a quem fala, exprimir melhor as suas idéias, o que melhorará o entendimento das informações de que precisamos. A meneira de se ouvir, influenciará diretamente sobre o que aprendemos. Sejamos portanto bons ouvintes.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

COMO SE DEUS NÃO EXISTISSE.

Ricardo Gondim No século passado, Karl Marx e Sigmund Freud representavam duas grandes ameaças contra a religião. Marx afirmava que a igreja serve a interesses ideológicos de controle político e de subjugação econômica. Freud, por sua vez, percebia os mecanismos infantilizantes da religião quando sacerdotes projetam em Deus nosso desejo por um pai perfeito. Para ele, a prática religiosa condena homens e mulheres a viverem como eternas crianças, sempre precisando de intervenções sobrenaturais para enfrentar as agruras da vida. É preciso dar a mão à palmatória. Os dois leram as instituições religiosas dos seus dias corretamente, principalmente a cristandade. Desde Constantino, o apelo do poder mostrou-se arrasador e irresistível nas igrejas. Infelizmente, os ensinos do Nazareno foram usados para autenticar o expansionismo imperialista e colonialista dos grandes impérios que se auto-proclamaram cristãos. Padres, pastores e bispos se vestiram como a grande prostituta do Apocalipse e se entregaram por qualquer preço. Monarcas beijaram anéis episcopais enquanto obrigavam seus donos a lamberem suas botas. Assim, os mercadejadores do templo precisaram distribuir ópio religioso para poderem fazer vista grossa e abençoar inúmeras carnificinas – dos Tsares russos ao Batista cubano; das aventuras ensandecidas de Isabel espanhola às dos Bush, pai e filho. A adoração do “Deus provedor” ocidental deu razão a Freud, que denunciava os recintos religiosos como incubadoras de oligofrênicos. O proselitismo missionário foi feito, em grande parte, precisando de uma espiritualidade funcional. Na tentativa de mostrar a superioridade de Jeová sobre as demais divindades, criou-se um fascínio por milagres. “Nosso Deus funciona”, clamaram os evangelistas por séculos. Desse modo, o sobrenatural passou a ser compreendido como uma intervenção legitimadora daquele que é o verdadeiro “dono do pedaço”. Assim, os crentes viciados em milagres se condenaram à freudiana dependência infantil. Em minha opinião, só seria possível resgatar a mensagem de Jesus Cristo, caso a religião abrisse mão de suas hierarquias institucionais, demitisse elites, democratizasse o acesso a Deus, e esvaziasse os rituais da função de serem técnicas para se obter bênçãos. É importante que repensemos a fé, seguindo o exemplo de Jesus que viveu sem precisar de milagres e morreu sem apelar para os anjos. Iguais a ele, precisamos viver sem os cabrestos da religião e sem as intervenções de Deus. Concordo com John Hick em “Evil and the God of Love” (New York, Harper & Row; London, Mcmillan, 1966, p. 317) “Ao criar pessoas finitas para amar e serem amadas por ele, Deus precisa dotá-las com certa autonomia relativa quanto a si mesmo”. Mas como pode uma criatura finita, dependente do Criador infinito quanto à sua própria existência e a cada poder e qualidade do seu ser, possuir qualquer autonomia significativa em relação a esse Criador? A única maneira que podemos imaginar é aquela sugerida pela nossa situação efetiva. Deus precisa colocar o homem à distância de si mesmo, de onde ele então pode vir voluntariamente a Deus. Mas como algo pode ser colocado à distância de alguém que é infinito e onipresente? É óbvio que a distância espacial não significa nada nesse caso. O tipo de distância entre Deus e o homem que criaria certo espaço para certo grau de autonomia humana é a distância epistêmica. Em outras palavras, a realidade e a presença de Deus não devem se impor ao homem de forma coercitiva como o ambiente natural se impõe à atenção deles. O mundo deve ser para os homens, pelo menos até certo ponto, etsi deus non daretur, “como se Deus não existisse”. Ele precisa ser cognoscível, mas apenas por um modo de conhecimento que implique uma resposta livre da parte do homem, consistindo essa resposta em uma atividade interpretativa não-compelida através da qual experimentamos o mundo como realidade que media a presença divina”. Uma nova igreja precisa se desvincular de seu fascínio pelo poder, qualquer um: político, econômico, militar ou espiritual. Repito, urge que homens e mulheres construam sua humanidade, sendo sal da terra e luz do mundo, sem necessitar de repetidos socorros celestiais. [Ricardo Gondim]

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

PRA QUE SERVE A HUMILDADE?

Por Rev. João d'Eça “Bem aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.” (Mateus 5:3). “Certamente, ele [Deus] escarnece dos escarnecedores, mas dá graça aos humildes”. (Prov. 3:34). Tenho acompanhado pessoas que não sabem ser humildes em nenhum momento, creio que isso faz parte dos seus sistemas de valores. Apesar de que falta de humildade não é valor, mas defeito. Tem gente que parece que vive competindo o tempo todo com as outras pessoas, é como o título de um livro que li: “O mito da Grama mais verde”, a idéia é que vida do vizinho é sempre melhor do que a minha. Tem gente que vive assim, numa eterna competição com as outras pessoas, para ver quem é melhor em que. Humildade é mandamento divino. Como diz os textos que encimam esse artigo, “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”. Toda a minha família, da parte do meu pai e da minha mãe, são do interior, nós, eu e os meus irmãos, nascemos na Capital do Estado e por isso algumas coisas no interior me encanta. Lá na cidade onde nasceu meu pai, no período do verão, as estrelas são enormes, maiores do que nós da cidade costumamos ver, elas parecem estar bem próximas dos olhos, acostumados só com a cidade grande. Em uma visita à fazenda de um amigo em um outro município do interior do meu Estado onde não há energia elétrica, eu pude ver o céu mais estrelado de toda a minha vida, foi a sensação mais gostosa que tive, senti-me totalmente pequeno no meio de tudo aquilo e para completar a beleza sem par, duas estrelas cadentes juntas, nos acompanharam por algum tempo, até desaparecerem no céu. Naquele momento eu me senti grato à Deus por fazer parte do Universo. A humildade não tem a prerrogativa de nos fazer pequenos aos nossos próprios olhos, mas sim, expandir a nossa capacidade de apreciação, reverência e encantamento. A humildade parece que não é desejável, aliás, existem pessoas que fazem questão de serem em tudo arrogantes, a humildade parece não ser atraente. A humildade leva as pessoas ao céu, mas não os promovem no emprego, não aumenta seu salário. A humildade parece incompatível com o intelecto e com um espírito vigoroso. Descobri que o oposto é que é verdade. As figuras que nós admiramos por sua humildade – Jesus Cristo, Abraão Lincoln, Maratma Gandhi, Albert Einstein – nunca foram medrosos e sim homens de um destino vigoroso, com uma enorme determinação. A humildade não é autodepreciação, mas é uma característica de força, liberdade e autoconfiança. Humildade não é por as mãos juntas em prece e oração, o hipócrita faz isso muito melhor do que qualquer altruísta. Humildade é saber reconhecer os erros, as falhas, lamentar por elas, más, levantar a cabeça e seguir em frente não repetindo os mesmos erros. “Mulher, onde estão os teus acusadores, eles não te condenaram, eu também não te condeno. Vai e não peques mais” (Jesus pra Madalena). O resultado todos nós já sabemos, ela tornou-se um exemplo de dignidade daí pra frente. Podemos aprender com as pessoas mais improváveis e se não dermos a devida atenção ao que dizem, podemos perder uma grande idéia. É preciso que levemos em conta o potencial humano, por mais fraca que seja a chama. Há uma diferença entre ser humilde e humilhar-se. É começar de novo que caracteriza o produto autêntico, e não o uso permanente de trapos. Como bem disse o dramaturgo James Barrie; “A arte não pode ser dominada em três semanas, a vida é uma longa lição de humildade”.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

O PASTOR QUE NÃO VIU O DEUS-MENINO.

Por Rev. João d'Eça Hoje é dia de Natal, para mim a data mais importante da cristandade. Jesus Nasceu! O seu nascimento nos dá lições valiosíssimas de humildade: Sendo Jesus Rei-Divino, não usurpou o direito de vir ao mundo como tal, antes esvaziou-se, assumindo a forma de servo. Sendo glorioso e rico, preferiu nascer em uma manjedoura, num coxo de animais, numa cidade pequena, por sinal a menor dentre muitas, preferiu viver e crescer em Nazaré, cidade sem nenhuma expressão, a ponto de alguém indagar: "de Nazaré pode vir alguma coisa boa?" Jesus é essa figura notável, sua mensagem é de uma beleza incomparável, seu amor é incondicional. Ele é "Emanuel". Deus-conosco, Deus por nós, Deus no meio de nós. Ele foi adorado por reis, aliás três deles vieram do oriente afim de adorá-lo, trouxeram presentes e o serviram, afinal estavam servindo ao Rei do Universo. Heywood Broun, escreveu uma estória sobre um pastor que não quis ir com os outros, após o anúncio dos anjos. Essa estória nos dá valiosas lições, vamos a ela: O pastor que não viu o Deus-menino. "As hostes do céu e o anjo do Senhor tinham inundado a noite de resplendência. Mas já haviam desaparecido, e os pastores e suas ovelhas agora só viam luzir no alto a tênue luz das estrelas. Os homens estavam abalados com as maravilhas que tinham presenciado e ouvido e, como os animais, encolhiam-se uns contra os outros. - Vamos a Belém ver aquilo que o Senhor nos deu a conhecer - Disse o mais velho dos pastores. A cidade de Davi ficava além de uma longinqua e alta coluna, no topo da qual tremulava uma estrela. Os homens tinham pressa de partir, mas houve um deles, chamdo Amos, que enterrou seu cajado na relva e se agarrou a ele. - Vem - chamou o meis velho dos pastores, mas Amos abanou a cabeça. - Foi um anjo! Ouviste a mensagem. Nasceu o Salvador! - gritou-lhe alguém. - Ouvi - disse Amos - Mas vou aguardar. - Não estás compreendendo - insistiu o mais velho, acercando-se dele. - Um anjo nos falou. Vamos adorara o Salvador em Belém. Deus manifestou a Sua Vontade. - Não está em meu coração ir - respondeu Amos. A resposta irritou o velho pastor. - Vistes com teus próprios olhos as hostes do Céu! E ouviste, pois foi como um trovão quando "Glória a Deus nas alturas!" ecoou na noite até nós. - Como as montanhas ainda não ruiram e o Céu não desabou, Amos considera que não é o bastante - interveio outro pastor. - Ele precisa de algo mais forte do que a Voz de Deus. Amos segurou com mais força o cajado e respondeu: - Preciso de um sussurro. - Que dirá essa voz ao teu ouvido? - perguntaram rindo, os outros. - Dize-nos, que sussurra o Deus de Amos, pastorzinho de cem ovelhas? A brandura da voz de Amos desapareceu, e ele retrucou: - Para as minhas ovelhas eu sou um salvador. Vede meu rebanho! Ainda está sob o temor do anjo resplendente e das vozes. deus está ocupado em Belém, não tem tempo para cem ovelhas. Vou aguardar. Isto os outros levaram mais em consideração, pois todos os rebanhos ainda estavam aterrados, e eles conheciam a natureza das ovelhas. Antes da partida cada um dos pastores recomendou a Amos o que ele devia fazer para cuidar dos vários rebanhos. Ainda assim, anters de desaparecerem na curva da estrada que levava à cidade de Davi, alguns pastores escarneceram dele: - Veremos novas glórias junto ao trono de Deus; e tu, Amos verás carneiros. Amos não lhes deu atenção, pois pensava: "Um pastor a menos não fará diferença dinate do trono de Deus." Nem teve de preocupar-se porque não iria ver o Menino: havia muito o que fazer. Caminhou entre os rebanhos fazendo um ruido de cacarejo, e para suas cem ovelhas e as outras todas o som era mais belo e mais amistoso do que a voz do anjo luminoso. Os animais deixaram de tremer e começaram a pastar, enquanto, por trás da colina, onde antes se vira a estrela, despontava o Sol. - Para as ovelhas- disse Amos consigo mesmo- os anjos brilham demais. Um pastor é melhor. Coma a manhã chegaram os outros pela estrada, de volta de Belém. Falavam a Amos a respeito da manjedoura e dos Reis Magos que se tinham reunido aos pastores. Descreveram os presentes: ouro, incenso e mirra. E perguntaram-lhe: - Viste maravilhas aqui nos campos com os rebanhos? - Agora minhas cem cabeças são cento e uma - respondeu Amos. E mostrou-lhes um cordeirinho que nascera pouco antes da madrugada. - Foi para isso que se fez ouvir a grande voz do Céu? - perguntou o mais velho dos pastores. Amos abanou a cabeça e sorriu, e havia em seu rosto algo que, mesmo naquela noite miraculosa, pareceu aos pastores mais um milagre. - Meu coração - disse ele - ouviu um sussurro.

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

NATAL, TEMPO DE PAZ E DE ESPERANÇA!

Por Rev. João d'Eça O Natal é o maior símbolo de esperança, mas, ninguém poderia imaginar que aquele dia, em Belém da Judéia, poderia ser o dia de maior esperança para a humanidade, já há mais de dois mil anos. Um recém-nascido poderia ser ameaça ao poderio do Império Romano? O doce infante Jesus, contra o Grande César? Entretanto o que é feito hoje do poderoso Império Romano? Seus exércitos pertencem tão somente à história, desmoronou e hoje a sua influência é quase nula. Porém, as coisas que Jesus Cristo falou, seus ideais, seus valores, seus princípios eternos, suas palavras de esperança, sobreviveram ao mundo material e foram adquirindo força no correr dos séculos. É esse o fundamento da esperança que nasce de novo a cada dia de Natal. Parece impossível de se acreditar que o amor e a boa vontade possam triunfar sobre o ódio organizado e a força do mal que campeiam em nosso mundo! Parece uma luta tão desigual! Como podemos então, diante da dura realidade da vida, na era pós-moderna, encontrar-se esperança na história encantadora que é a história do Natal? Por onde começamos? Começamos por onde começaram os que se reuniram em tôrno da manjedoura. Nosso mundo está perturbado? Nossa época é de incredulidade? Nosso tempo é de materialismo? O deles também estava. Sentimentalizamos tanto o Natal que temos pouca compreensão do mundo sangrento, brutal e violento em que nasceu o menino Jesus. Se o grupo que estava no estábulo olhassem a realidade e a injustiça que enchiam o seu mundo, poderiam gritar de desespero: - “Vejam, o nosso mundo a que chegou!”, mas ao invés disso eles disseram com alegria: - “Vejam quem chegou ao mundo!” Como podemos fazer eco a essa esperança? Como podemos contribuir com dias melhores? Podemos começar como Deus começou, com as pequenas coisas. Quando Deus quer fazer crescer uma árvore, Ele planta uma semente. Quando Deus quer construir um universo, Ele começa com um átomo. Quando Deus quer mudar os corações dos homens, ele manda uma criança para uma manjedoura. Devemos começar com as pequenas coisas que temos nas mãos. É essencial sonhar grandes sonhos, mas a esperança não brota só de sonhos. Juntamente com o sonho deve estar a ação, como nas palavras do maior sábio da história depois de Jesus em todos os tempos, Salomão que disse: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças” (Ecle. 9:10). Todas as grandes realizações tem um começo humilde. Começa-se a compor uma sinfonia estudando escalas. Começa-se a construir automóveis em série, aprendendo a consertar relógios numa fazenda. Começa-se a conceber a Teoria da Relatividade aprendendo a tabuada de multiplicar. “Tudo o que te vier à mão para fazer, faze-o!” Quem eram os doze discípulos quando Jesus os chamou? Eram a maioria, simples pescadores, outros coletores de impostos para um país estrangeiro. Eram indistinguíveis em meio a multidão, até que conheceram a Jesus, e ai, esses homens desinteressantes saíram para revolucionar o mundo para sempre e mudar o curso da história. Será isso um exemplo de que qualquer pessoa, homem ou mulher, pode influenciar os negócios de nosso mundo? Sim, esta é a verdade. Há dentro de cada um de nós, capacidades que vão além da nossa compreensão. A fé pode nos dar sabedoria para entender o nosso potencial e força para realizar as nossas potencialidades. Por mais que nos julguem incapazes, por mais que nos digam que não podemos e que não somos nada, por mais que nos desestimulem, por mais que tenhamos que enfrentar dificuldades aparentemente insolúveis, adquirimos esperança e força quando olhamos de novo para a manjedoura, para o berço daquela criança especial, no coração de um antigo Império, e aprendemos a “não desprezar o dia das pequenas coisas” (Zc. 4: 10). Todos os dias de Natal nasce uma nova esperança, uma esperança como a estrela cintilante que se tornou o dedo de deus apontando para a pequena Belém e para o futuro da humanidade. Eis a esperança do Natal: embora possa parecer sombrias as perspectivas, a única escuridão que devemos temer é a escuridão dentro de cada um de nós. O Príncipe da Paz chegou. O Emanuel, “Deus Conosco”, Deus entre nós, Deus no meio de nós e Deus por nós. Com Jesus Cristo nasceu a esperança de que um dia os homens “converterão as suas espadas em enxadões e suas lanças em foices” ( Isaias 2:4). Que importa se as notícias que ouvimos não são nada boas? “Não temais, porque vos trago Boas Novas de grande alegria” (Lucas 2:10 ).

sábado, 16 de dezembro de 2006

TIVE DIAS DE FÉRIAS MARAVILHOSOS.

Pr. João d'Eça Estive viajando durante esses dias em que eu não postei nenhum artigo novo no Blog. Aproveitei as férias de minha esposa e do presbítero da minha igreja (Rodrigo) com a esposa dele (Nilba), para fazer uma viagem magnífica ao sul do Maranhão, mais precisamente à Chapada das Mesas, para fazer Ecoturismo nas trilhas até as Cachoeiras de "Pedra Caida" e "Pedra Furada" e "Cachoeiras do Itapecurú", no município de Carolina. Aqui nós estamos na trilha rumo a Cachoeira de "Pedra Furada". A imagem não reflete nem a sensação que sentimos e nem a beleza do lugar. Descendo o Rio. vamos ao encontro de uma queda d'Agua de 40 metros.

Aqui estamos nós em um momento descontraido de lazer e diversão, na gruta onde está a cachoeira de "Pedra Furada",

sábado, 9 de dezembro de 2006

PREGUE A PALAVRA!

Por

Rev. João d'Eça

"Prega a Palavra, insta, quer seja oportuno quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina". (II Timóteo 4:2).

Nenhum pregador diz que não prega a Bíblia. Todos os que conheço dizem que a pregam, alguns inclusive falam isso com uma ponta de orgulho, como se os outros não fizessem isso. Embora muitos afirmarem que pregam a Bíblia, ela não tem sido pregada em nossos dias, nos arraiais evangélicos.

A grande maioria dos pregadores pregam a respeito da Bíblia, mas não pregam a Bíblia. Eles usam o texto como um pretexto. Alguém disse que os pregadores estão pregando um sermão de três de pontos: 1 - Entram no texto; 2 - Saem do Texto; 3 - Nunca mais voltam para o texto.

Esse é o tipo de mensagem que estamos ouvindo na maioria dos nossos púlpitos, em todas as denominações evangélicas. Muitos pensam que pregar a Bíblia é citar versículos aleatoriamente, a Bíblia não tem sido ensinada satisfatoriamente. Agora com o advento da Internet e dos Sites de conteúdo evangélico, cheios de esboços, de mensagens pregadas por grandes pregadores, tem facilitado a pregadores preguiçosos que não leêm mais a Bíblia e pregam o que os outros pregam, às vezes palavra por palavra.

O príncipe dos pregadores Charles Spurgeon disse que você pode "usar o machado alheio, mas as machadadas tem de ser as suas", mais o que tem acontecido com os pregadores brasileiros é o cúmulo do absurdo, é plágio mesmo. Conta-se a história real de um jovem seminarista em um dos nossos seminários, que ouviu a história de Johnatas Edwards e do famoso sermão "Pregadores nas mãos de um Deus irado", como o resultado do sermão de Edwards redundou em centenas de conversões, esse jovem seminarista decorou o sermão e o pregou na igreja "ipse literi", mas o resultado foi frustrante, muitos dormiram durante a mensagem muito longa e sem unção.

Quase todo pregador se acha um bom pregador. Conheço um caso de um pregador que diante do Conselho da igreja, comparando-se a outro pregador, disse que o outro era muito bom em estudo bíblico, mas que ele era muito melhor pregador, os membros do Conselho só não riram em respeito. Sei que muitos que irão ler este artigo vão me julgar pedante, ou que eu estou querendo dizer que sou melhor pregador que os outros, mas não é isso não, eu ainda não sei pregar. Continuo estudando homilética e os grandes pregadores, para ver se aprendo.

O que quero aqui é tecer algumas considerações baseado no conteúdo das pregações que tenho ouvido, não só nos púlpitos, mas também no rádio e na TV.

1 - O SERMÃO NÃO É PSICOGRAFIA.

Há pregador que pensa que o sermão é dado por Deus, do mesmo modo que os espíritas crêem que as mensagens do além são psicografadas. É como se o Espírito Santo se apossasse do pregador e lhe desse a mensagem por inteiro. Vem tudo empacotado. Não é inteligente questionar, não é seguro criticar.

2 - O SERMÃO É A CARA DO PREGADOR.

O estilo pessoal do pregador, sua cultura, seus anseios, sua visão de mundo, sua compreensão das doutrinas, tudo entra no bojo da sua pregação. Se o pregador tem uma personalidade forte, se ele é pacato, se ele é simples, se ele é intelectual, tudo vai junto com a pregação. O pregador está em seu sermão. A unção do Espírito Santo não acontece só no púlpito, o Espírito Santo unge o esforço do pregador, sua pesquisa, seu estudo e tudo o mais, para que a pregação seja compreendida pelos ouvintes.

3 - NÃO É O FATO DE SE SER PASTOR OU SER ORDENADO QUE SEJA UM PREGADOR.

Como tem gente que se acha! Acham que só porque foram ordenados, isto lhes credencia como pregadores. Acham que só porque carregam o título de pastores, sabem pregar a Bíblia. Vemos as coisas mais absurdas serem ditas nos púlpitos por pastores que são ordenados, gente que na verdade não passa de manipuladores, piadistas, bajuladores na intenção clara de comover o povo. Não querem em nenhuma hipótese deixar os resultados da pregação com o Espírito Santo, eles é que querem fazer e acontecer.

4 - O ESTUDO É PRIMORDIAL, É FUNDAMENTAL.

Existem pregadores que ascendem ao púlpito sem ter estudado a mensagem e às vezes, pasmem! Sem ter escolhido o texto. Enchem linguiça por algum tempo antes de ler o texto, na esperança de que o Espírito Santo lhes deêm o texto e a mensagem. Amigo pregador, Deus não vai assinar em baixo da sua preguiça, Ele não vai homologar sua irresponsabilidade. O pregador precisa ser um estudante da Palavra, um pesquisador, alguém que lê jornais, revistas e é informado e inteirado dos assuntos pertinentes e relevantes da atualidade.

CONCLUSÃO:

A pregação é a mais sublime tarefa que Deus designou ao homem. Merece e precisa ser bem feita. A pregação deve refletir a influência da Palavra de Deus em nós, deve as suas verdades brilhar em nossa vida diária, mas na hora da pregação, nós devemos estar apagados, a glória é de Deus, a dignidade é do Senhor. Sejamos seus vasos para honra.

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

O HOMEM COM UM SONHO! EXEMPLO DIGNO DE SER SEGUIDO.

Por

Pr. João d'Eça

Para mim, um dos homens mais admiráveis depois de Jesus Cristo, São Paulo, Lutero e Calvino, é Martin Luther King Jr. Pela sua sagacidade, pela sua coragem, pela sua força, pela sua coerência de pastor, negro e cidadão. King era um homem notável em todos os aspectos, ele era um gênio quando discursava, ele era brilhante quando pregava o evangelho. King foi um arauto da verdade, um símbolo de coragem e fé, um exemplo de determinação e altruismo.

Em um dos trechos do seu famoso discurso "I HAVE A DREAM", ele diz que tem muitos sonhos, mas destaco um ponto onde acredito que ele foi, naquele momento em que discursava, arrebatado para o futuro, onde via o seu sonho realizado. Ele diz:

"Eu tenho um sonho, de que um dia, nas rubras colinas da Georgia, os filhos dos antigos escravos e de seus antigos senhores, sentarão e comerão o banquete da freternidade...Eu tenho um sonho, de que um dia o homem não será mais julgado pela cor da sua pele, mas pela força do seu caráter."

Luther King tinha uma visão de futuro impressionante, parece que ele sabia o que iria lhe acontecer. Certa vez ele profetizou que sabia que não chegaria aos 40 anos, ele foi assassinado aos 39.

King viveu os princípios do evangelho de Cristo em sua essência, ele doou a sua vida em função de uma causa justa, a não-discriminação do ser humano por motivo de raça, religião ou posição social. Sofreu vários atentados ao longo de sua curta vida, mas respondia aos seus agressores pelo princípio da resistência não-violenta. No final do seu discurso, King diz as palavras que para mim, deveriam ser diariamente mostradas em letras douradas em todos os out-doors de todas as cidades do mundo, ele diz:

"Quero que me digam que eu tentei ser direito e caminhar ao lado do próximo. Quero que vocês possam mencionar o dia em que tentei vestir o mendigo, tentei visitar os que estavam na prisão, tentei amar e servir a humanidade. Sim , se quiserem dizer algo, digam que eu fui um arauto: um arauto da justiça, um arauto da paz, um arauto do direito. Todas as outras coisas triviais não têm importância. Não quero deixar nenhuma fortuna. Eu só quero deixar uma vida de dedicação! E isto é tudo o que eu tenho a dizer:

Se eu puder ajudar alguém a seguir adiante, Se eu puder animar alguém com uma canção, Se eu puder mostrar a alguém o caminho certo, Se eu puder cumprir o meu dever cristão, Se eu puder levar a salvação para alguém, Se eu puder divulgar a mensagem que o Senhor deixou......então a minha vida terá valido a pena!"

[Martin Luther King Jr.]

Minhas postagens anteriores