quinta-feira, 12 de novembro de 2015

OS PRIMEIROS CRISTÃOS ERAM COMUNISTAS?


(Atos 2.43-47)

 
Introdução:

         Um fenômeno que tem invadido as igrejas nos últimos trinta anos, é a categoria de crentes progressistas ou crentes adeptos do sistema político conhecido como socialismo-comunismo, uma aberração. Na tentativa de transformar o nosso país em uma sociedade comunista, os partidos de esquerda se implantaram no país depois do período denominado redemocratização, à partir de 1985 e com um discurso pseudo-democrático, criticaram o período do regime militar que o nosso país viveu, satanizaram os militares e tentaram de toda forma implantar o comunismo no Brasil.


         Respondendo a pergunta que intitula essa lição, dizemos que em Jerusalém, nos primeiros séculos do cristianismo, não havia comunismo na acepção da doutrina político-sociológica atual. Para justificar a tese que propomos, apresentaremos o antagonismo existente entre a doutrina cristã e o comunismo.

1 – O comunismo não admite Deus, ao passo que os primeiros cristãos criam, adoravam e serviam a Deus;

2 – O alvo do comunismo é materialista, ao passo que o alvos dos crentes do primeiro século era espiritual;

3 – O comunismo divide a humanidade em duas classes, capitalistas e trabalhadores (proletários). O cristianismo considera a humanidade com uma. A mensagem do cristianismo é para todos, porque todos sofrem do mesmo mal, o pecado, bem como todas as pessoas precisam do mesmo remédio para a sua situação de pecado, a salvação por meio de Jesus Cristo. A ordem a todos os crentes é: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura”. Jesus diz ainda: “Vinde a mim todos os cansados e oprimidos”.  Essa é a mensagem de Jesus Cristo dirigida a toda a humanidade, ricos e pobres, oprimidos e opressores. Deus quer o bem de todas as pessoas.

4 – O comunismo confisca a propriedade privada, ao passo que os cristãos primitivos, voluntariamente usaram as suas propriedades e bens, sem nenhum cunho político ou ideológico, sem nenhuma pressão, para beneficiar os mais necessitados, pelo simples fato de que Cristo Jesus havia transformado a sua vida e ele aguardavam o retorno do Senhor ainda na sua geração, não fazendo sentido, portanto, acumular bens.

         No comunismo o homem é obrigado a abrir mão de sua propriedade pelo poder coercitivo do Estado, que passa a ser o único capitalista e proprietário admissível. O objetivo do comunismo é a extinção da propriedade privada.

5 – O cristianismo ensina que a salvação do homem é um fato espiritual, contrário ao que doutrina o comunismo, que considera a salvação como uma questão material e econômica.

6 – O cristianismo visa a vida espiritual do homem, enquanto que o comunismo só está preocupado com a sua vida material nesse mundo.


Como pudemos ver o comunismo é antagônico ao cristianismo nos seus princípios. Veremos na sequência o que se deu entre os primitivos cristão para que eles doassem as suas propriedades e bens entre os necessitados para que todos tivessem em comum. Na verdade não era uma prática sociológica que possamos classificar de comunismo.


I – OS MOTIVOS DA DIUSTRIBUIÇÃO DE BENS ENTRE OS PRIMITIVOS CRISTÃOS (At. 5.32).


         O que eles faziam não era comunismo. Aquele prática era uma forma transitória para suprir as necessidades dos crentes pobres da igreja de Jerusalém. Já entre os Essênios, seita judaica do tempo de Cristo, havia esse trabalho de solidariedade para com os necessitados, portanto, essa prática não se originou com Jesus Cristo ou com os seus discípulos.

         Os motivos pelos quais os primitivos cristãos praticaram a “comunidade de bens” foram as condições econômicas de muitos membros necessitados na igreja de Jerusalém, que levou os mais abastados a socorrerem-se mutuamente. Esta nova ordem social era o resultado da ação do cristianismo nos corações dos homens. “Não havia necessitados” porque todos tinha se reunido para minorar as necessidades dos outros.

         O amor fraternal em Cristo Jesus era outro motivo da “comunidade de bens”. “O coração e a alma eram um só”. O amor fraternal com base em Jesus Cristo era evidentemente praticado. “Eles tinham tudo em comum”.

         A outra condição que ocasionava essa vida entre os primitivos cristãos era a interpretação sobre o retorno iminente de Jesus Cristo. Os primeiros crentes entendiam que o retorno de Jesus seria breve e que ele viria para implantar o seu reino na terra e eles esperavam esse retorno ainda na sua geração.

         Somente o amor fraternal, e principalmente este, levavam os primitivos cristãos a desfazer-se dos seus bens usando para benefício comum. Não havia necessitados porque cada um era socorrido de acordo com a sua necessidade. O espírito de equidade regulava as relações dos primeiros crentes, mesmo em se tratando de interesses materiais.


II – A DISTRIBUIÇÃO DE BENS ENTRE OS PREIROS CRISTÃOS ERA ESPONTÂNEA E VOLUNTÁRIA (At.4.34-37).

         Vender as suas propriedades e bens e depositar aos pés dos apóstolos, isto é, à disposição da liderança espiritual da igreja, era fruto espontâneo e voluntário do amor. Não havia uma lei estabelecida nem pela igreja, nem pelos próprios apóstolos. Também não havia coação ou imposição a que todos fizessem os seus bens comuns (v, 34,35).

         Nada disso podemos comparar com a doutrina comunista. Era uma expressão voluntária de abnegação e filantropia. A doutrina comunista estabelece obrigatoriedade na extinção da propriedade privada. Barnabé, companheiro de viagem do apóstolo Paulo, na sua primeira viagem missionária, é apresentado como um dos que seguiram voluntariamente o exemplo de outros, depositando o preço de sua herdade mãos pés dos apóstolos.


III – AS DIFERENÇAS OBSERVADAS À PARTIR DESSA PRÁTICA (At. 5.1-10; 6.1-4).

         A pratica da comunidade de bens entre os primeiros cristãos de Jerusalém não deu bons resultados, levantando-se logo alguns problemas. Enquanto alguns vendiam e davam o preço voluntariamente, para agradar ao Senhor e servir aos seus irmãos na fé, apareceu um casal, que se tornou o tipo da ostentação hipócrita de uma piedade que não possuía. O pecado deste casal, Ananias e Safira, estava em mentir ao Espírito Santo, pois que era livre para dar o que quisesse, mas sem mentir.

         Não ficou terminada a dificuldade no exemplo deste casou que sofreu o castigo merecido. Maiores dificuldades vieram mais tarde com as queixas e murmurações, por motivo da distribuição dos recursos da igreja (At. 6.1).

         Esta foi outra dificuldade por causa da prática da comunidade de bens. Depois disto não se ouve falar mais desta prática em mais nenhuma igreja apostólica. Foi, como já nos referimos, uma coisa eventual, passageira, local e não tomou forma de doutrina ou prática social entre os cristãos primitivos.

Aplicação:

         Ser crente e socialista/comunista é uma aberração, não se enquadra em nenhuma possibilidade. Ambas as ideias se excluem.

         O socialismo/comunismo nivela todas as pessoas por baixo, não há liberdade de desenvolvimento, não há propriedade privada, tudo passa a ser propriedade do governo central que torna-se controlador das vidas e assistencialista. Ninguém tem nenhuma possibilidade de ascender socialmente.

         O socialismo/comunista é gerador de pobreza, de miséria. Enquanto todos os demais ficam pobres e necessitados, os dirigentes do partido ficam bilionários e engordando as suas contas bancárias.

O Estado torna-se capitalista, enquanto que a população vira um monte de máquinas para fazer funcionar a engrenagem.

Em que pese o capitalismo não ser um sistema perfeito, mas dá a chance das pessoas ascenderem socialmente, há liberdade de criação, de trabalho e de desenvolvimento. Há verdadeira democracia no capitalismo.

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