By
João d’Eça
Introdução:
Não muito tempo atrás, sempre que
eu encontrava com um presbítero de uma outra igreja, ele sempre vinha com uma
indagação para mim, acerca de pregação e pregadores e antes que eu respondesse
qualquer coisa ele dizia que o melhor pregador que ele conhecia era o seu
próprio pastor, que como pregador expositivo, era melhor que os demais da
cidade.
Eu sempre perguntava a ele se ele
já havia ouvido os outros pastores da nossa denominação na nossa cidade, se ele
visitava as outras igrejas no intuito de ouvir os outros pregadores para que
essa sua avaliação fosse mais abalizada. Ele sempre desconversava e geralmente
a conversa terminava por ali. Particularmente eu estava presente e ouvi uma das
últimas pregações desse pregador e fiquei tentando entender quando ele iria
concluir, porque parece que não conseguia terminar o seu sermão, que aliás, foi
lido de uma forma insegura, como se ele estivesse lendo pela primeira vez
naquele momento.
Não sou contra que se leia o
sermão que se prega, apesar de não ser muito atrativo esse estilo, mas ainda
que seja lido, o pregador deve ser o autor do sermão que ler, caso contrário, o
auditório perceberá os tropeços nas palavras.
Abaixo seguem algumas sugestões extraídas
de bons pregadores e dos métodos que eles usam para preparar os seus sermões,
bem como princípios usados por pregadores como Hernandes Dias Lopes, Jilton
Morais, John Stott, Martin Lloyd Jones, John Piper e outros:
1 – Todo pregador deve em primeiro lugar se
familiarizar com o texto com o qual trabalhará a sua pregação. A principal
atividade do pregador nessa fase e ler o texto até a exaustão. Nada irá
substituir o conhecimento prévio do trecho da pregação escolhido e do seu contexto
imediato e remoto. Se puder ler o texto original será muito melhor, a utilidade
do conhecimento do grego e do hebraico é fundamental;
2 – Depois da leitura até à exaustão (não esqueça
disso!), prepare um esboço destacando os pontos principais que deseja pregar
aos seus ouvintes. Destaque um roteiro para a sua abordagem; faça o ouvinte
entender a temática do que você está tratando, que ele possa mentalmente seguir
o trilho que você está indicando;
3 – Busque subsídios em livros que tratam do
assunto abordado, não esqueça das enciclopédias, dicionários bíblicos e
geográficos para auxiliar. Eles são de grande importância. Tenha à mão comentários
bíblicos de vários autores diferentes, eles te ajudarão a ter um melhor
entendimento geral do que diz o texto. O uso de comentários bíblicos de vários
autores, será fundamental para a sua interpretação do texto e para fazer os
ouvintes entenderem o que você está pregando;
4 – Depois dessa fase, com o sermão já quase concluído,
já inteiramente esboçado na mente do pregador, é a hora de fazer a introdução.
Muitos pensam que a introdução é a primeira coisa a ser feita, afinal é por ela
que começamos a pregar o nosso sermão, mas o que tenho aprendido desde o
seminário, é que, quando a introdução é feita no final, ela fica mais
consistente e prende muito mais a atenção do ouvinte. Não esqueça de manter o
seu esboço por perto, principalmente quando você for pregar num tópico de
difícil entendimento geral, nessa hora o esboço estando ao alcance, ajuda bastante.
5 – Nunca seremos pregadores bíblicos se não
estudarmos a Bíblia com afinco; mas mesmo que tenhamos habilidades naturais ou
treinadas de oratória ou experiência de falar em público, nada disso dispensará
a orientação do Espírito Santo. Portanto o seu sermão desde a preparação até a
entrega, deve ser regado com oração. Nunca se esqueça disso!
Conclusão:
Esses pontos destacados
não são os únicos, mas uma boa pregação expositiva deverá conter esses cinco
pontos entre outros, dependendo de como o pregador prepara o seu sermão. Quando
observamos através de leituras ou por ouvir os bons pregadores nossos
contemporâneos do início do século XXI, veremos que na preparação dos seus
sermões eles utilizam esses recursos.
Aplicação:
O objetivo do pregador
deve ser o de persuadir os seus ouvintes a ouvirem e compreenderem a mensagem
da Palavra de Deus. O sermão não deve nunca ter como objetivo, destacar a
eloquência do pregador, mas este deve ser humilde para se deixar conduzir pelo
Santo Espírito e em oração deve pedir que a mensagem pregada seja aplicada nos corações e nas
mentes dos ouvintes a quem Deus quer salvar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário