quinta-feira, 11 de abril de 2019

A RAIZ DE TODOS OS MALES


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João d’Eça






Introdução:
           O assunto em tela não pode ser confundido com o problema do mal. Esse é um problema da teologia e da filosofia, que não tem explicação fácil e ninguém tem a última palavra, por mais elaborado que sejam os seus argumentos. Mas não é disso que iremos tratar, mas de dinheiro, porque o Espírito Santo, inspirando o apóstolo Paulo, diz em I Tm. 6.10, que o “amor ao dinheiro é a raiz de todos os males”. Nota-se que o argumento não está dizendo que o dinheiro em si é mal, afinal o dinheiro é um objeto, e é o seu uso, assim como o de todas as coisas é pode ser para o bem ou para o mal.

            Quando o apóstolo fala que o “amor ao dinheiro” é a razão de todo mal, é porque, como aconteceu na queda, o homem quis ser o seu próprio “deus”, quis determinar o seu próprio destino e não prestar contas pra ninguém.

            O dinheiro dá um falso poder, uma ilusão que faz o homem pensar que ele não precisa de mais nada nem de ninguém. É uma ilusão porque o que tem valor de fato, é o metal que ele representa, o ouro. Um país só pode emitir moeda na proporção de suas reservas lastreadas em ouro. O que uma pessoa tem de dinheiro em seu poder representa uma fração da riqueza que circula, e essa fração pode ser ínfima ou considerada.

            Ninguém vai ser sepultado com o seu dinheiro ou com as riquezas que amealhou na vida. Em que pese sabermos que os faraós do antigo Egito eram sepultados com a sua riqueza, eles não usufruíam de nada disso no além-túmulo, enterrá-los com a sua riqueza só serviu para a alegria dos violadores de tumba. Não vemos um cortejo fúnebre pelas ruas com um carro forte seguindo para enterrar o dinheiro do falecido junto com ele, isso seria a felicidade dos ladrões que não mediriam esforços para roubá-lo.

            Os homens tem sido seduzidos pelo amor ao dinheiro desde que o mundo é mundo, e continuará a ser assim enquanto o mundo existir. O amor ao dinheiro tem sido a desgraça dos povos e das nações, bem como das pessoas individualmente. Por dinheiro se mata, por dinheiro as pessoas roubam, por dinheiro mentem e enganam. Filhos desconhecem seus pais e pais desconhecem seus filhos por causa do dinheiro. Tudo que é bom, justo e certo tem sido desprezado pelo amor ao dinheiro. Por dinheiro o homem é capaz de trocar Deus pelo diabo.


A benção que o dinheiro poderia ser

            Quando as igrejas investiram o seu dinheiro no avanço do Reino de Deus, na expansão da obra missionária, o mundo conheceu a Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Desde o conde Von Zinzendorf até as igrejas na Europa e nos Estados Unidos, que investiram em missionários, construção de escolas, de hospitais e de igrejas para a glória de Deus, até ai o dinheiro era usado para benção. Depois que a ganancia semeada pelo diabo, cresceu e se multiplicou dentro das igrejas, a realidade se inverteu, e pessoas sem caráter, inescrupulosas, desonestas e egoístas, viram na igreja uma possível fonte de renda para si próprios e passaram a manipular a igreja em seu favor, inventando coisas que até então não se ousava fazer, tudo para ganhar dinheiro, para enriquecer. E com o poder da riqueza em suas mãos eles brincam de “deus” controlando a situação para se perpetuarem no poder e obter mais riqueza ainda.

            Quando os homens usavam o dinheiro para o engrandecimento do Reino de Deus, a igreja prosperou e conseguiu alcançar com o Evangelho de Cristo, quase todos os rincões do planeta, as terras mais distantes, desde a Groelândia até a Terra do Fogo, desde a China até a selva africana.

A escassez de dinheiro nas igrejas

            Muitas igrejas poderiam usar o dinheiro para promover a glória de Deus e implementar muitos projetos ainda hoje ao redor do mundo. Por que não o fazem? Porque as pessoas não são mais solidárias, não são mais altruístas, não são ofertantes liberais. Tornaram-se egoístas e desconfiadas, não fazem nem sequer a sua parte, o seu dever, mas querem usufruir de todos os benefícios que a igreja pode lhes proporcionar, mas sem contribuir com a sua parte. Amam o dinheiro mais do que a Deus e não querem se desfazer do vil metal.

            “O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males”. O homem que ama o dinheiro troca a verdadeira riqueza por algo que pode ser destruído e é passageiro, vai ficar aqui, não passa para o outro lado. A única saída para esse circulo de males, é o homem ser forte na fé, amar mais a Deus que o papel moeda e ser altruísta, querendo ver a prosperidade do reino de Deus. Hoje os crentes apesar de mais ricos do que as gerações anteriores, estão cooperando financeiramente com muito menos.

Qual a atitude certa quando lhe for pedido cooperar?

Examine as prioridades da sua vida As suas prioridades refletem o que Deus diz que tem valor eterno? Deus valoriza as pessoas e não as coisas, mas o nosso desprendimento das coisas para promover o Reino de Deus, mostra quem somos de fato. Quando for contribuir com dízimos e ofertas, faça o que diz as Escrituras: “Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo” (Fl. 2.3). Ao considerar a sua oferta para Deus, certifique-se de colocar essas coisas no topo da sua lista. Administre os recursos financeiros que Deus lhe dá de maneira eficaz, para que sejam aplicados com o máximo efeito.

Pergunte a si mesmo - Se lhe for pedido que você doe do seu dinheiro, faça as perguntas certas antes de responder. Não pergunte: “Eu posso fazer isso?” ou “O que eu ganho com isso?”

Certa vez eu levei um parente meu descrente, para ver a construção de um novo templo para um trabalho incipiente. Diante do terreno e da construção iniciada eu pedi a ele uma ajuda financeira para a continuidade da obra. Ele me respondeu: “Eu não faço esse tipo de investimento”. Decepcionado pensei com meus botões: - “Quantos crentes também não estão fazendo a mesma coisa, não investem no avanço do Reino de Deus, por puro egoísmo”!

Não espere nada em troca, faça como para o SenhorElimine as expectativas. Quando você dá, faça sem esperar nada em troca. Não seja como os fariseus (Marcos 12.38-39). A doação sacrificial lhe custa algo, mas você pode não ser recompensado imediatamente por sua generosidade.

Faça sua agenda levando a obra de Deus em consideraçãoA cada dia estabeleça os seus compromissos e planos para Deus primeiro. Peça a Ele que lhe mostre como Ele quer que você use seu tempo, talentos e recursos e deixe espaço na sua agenda para Deus agir como quiser. Ele é Deus!

Conclusão:

Os crentes precisam entender que podem enriquecer suas vidas, desenvolvendo um estilo de vida de generosidade. O ponto é o sentimento de amor e de dever cumprido. Quanto mais os crentes doam, melhor eles se sentirão. E quanto mais alegres e satisfeitos eles estiverem, mais eles vão querer doar.

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