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João d’Eça
Introdução:
O
assunto em tela não pode ser confundido com o problema do mal. Esse é um
problema da teologia e da filosofia, que não tem explicação fácil e ninguém tem
a última palavra, por mais elaborado que sejam os seus argumentos. Mas não é
disso que iremos tratar, mas de dinheiro, porque o Espírito Santo, inspirando o
apóstolo Paulo, diz em I Tm. 6.10, que o “amor
ao dinheiro é a raiz de todos os males”. Nota-se que o argumento não está
dizendo que o dinheiro em si é mal, afinal o dinheiro é um objeto, e é o seu uso,
assim como o de todas as coisas é pode ser para o bem ou para o mal.
Quando
o apóstolo fala que o “amor ao dinheiro” é a razão de todo mal, é porque, como
aconteceu na queda, o homem quis ser o seu próprio “deus”, quis determinar o
seu próprio destino e não prestar contas pra ninguém.
O
dinheiro dá um falso poder, uma ilusão que faz o homem pensar que ele não
precisa de mais nada nem de ninguém. É uma ilusão porque o que tem valor de
fato, é o metal que ele representa, o ouro. Um país só pode emitir moeda na
proporção de suas reservas lastreadas em ouro. O que uma pessoa tem de dinheiro
em seu poder representa uma fração da riqueza que circula, e essa fração pode
ser ínfima ou considerada.
Ninguém
vai ser sepultado com o seu dinheiro ou com as riquezas que amealhou na vida.
Em que pese sabermos que os faraós do antigo Egito eram sepultados com a sua
riqueza, eles não usufruíam de nada disso no além-túmulo, enterrá-los com a sua
riqueza só serviu para a alegria dos violadores de tumba. Não vemos um cortejo
fúnebre pelas ruas com um carro forte seguindo para enterrar o dinheiro do
falecido junto com ele, isso seria a felicidade dos ladrões que não mediriam
esforços para roubá-lo.
Os
homens tem sido seduzidos pelo amor ao dinheiro desde que o mundo é mundo, e
continuará a ser assim enquanto o mundo existir. O amor ao dinheiro tem sido a
desgraça dos povos e das nações, bem como das pessoas individualmente. Por
dinheiro se mata, por dinheiro as pessoas roubam, por dinheiro mentem e enganam.
Filhos desconhecem seus pais e pais desconhecem seus filhos por causa do
dinheiro. Tudo que é bom, justo e certo tem sido desprezado pelo amor ao
dinheiro. Por dinheiro o homem é capaz de trocar Deus pelo diabo.
A benção que o dinheiro poderia ser
Quando as igrejas investiram
o seu dinheiro no avanço do Reino de Deus, na expansão da obra missionária, o
mundo conheceu a Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Desde o conde Von
Zinzendorf até as igrejas na Europa e nos Estados Unidos, que investiram em
missionários, construção de escolas, de hospitais e de igrejas para a glória de
Deus, até ai o dinheiro era usado para benção. Depois que a ganancia semeada
pelo diabo, cresceu e se multiplicou dentro das igrejas, a realidade se
inverteu, e pessoas sem caráter, inescrupulosas, desonestas e egoístas, viram
na igreja uma possível fonte de renda para si próprios e passaram a manipular a
igreja em seu favor, inventando coisas que até então não se ousava fazer, tudo
para ganhar dinheiro, para enriquecer. E com o poder da riqueza em suas mãos
eles brincam de “deus” controlando a situação para se perpetuarem no poder e
obter mais riqueza ainda.
Quando
os homens usavam o dinheiro para o engrandecimento do Reino de Deus, a igreja
prosperou e conseguiu alcançar com o Evangelho de Cristo, quase todos os
rincões do planeta, as terras mais distantes, desde a Groelândia até a Terra do
Fogo, desde a China até a selva africana.
A escassez de dinheiro nas igrejas
Muitas igrejas
poderiam usar o dinheiro para promover a glória de Deus e implementar muitos
projetos ainda hoje ao redor do mundo. Por que não o fazem? Porque as pessoas
não são mais solidárias, não são mais altruístas, não são ofertantes liberais.
Tornaram-se egoístas e desconfiadas, não fazem nem sequer a sua parte, o seu
dever, mas querem usufruir de todos os benefícios que a igreja pode lhes
proporcionar, mas sem contribuir com a sua parte. Amam o dinheiro mais do que a
Deus e não querem se desfazer do vil metal.
“O
amor ao dinheiro é a raiz de todos os males”. O homem que ama o dinheiro troca
a verdadeira riqueza por algo que pode ser destruído e é passageiro, vai ficar
aqui, não passa para o outro lado. A única saída para esse circulo de males, é
o homem ser forte na fé, amar mais a Deus que o papel moeda e ser altruísta, querendo
ver a prosperidade do reino de Deus. Hoje os crentes apesar de mais ricos do
que as gerações anteriores, estão cooperando financeiramente com muito menos.
Qual a atitude certa quando lhe for pedido cooperar?
Examine as prioridades da sua
vida – As suas
prioridades refletem o que Deus diz que tem valor eterno? Deus valoriza as
pessoas e não as coisas, mas o nosso desprendimento das coisas para promover o
Reino de Deus, mostra quem somos de fato. Quando for contribuir com dízimos e
ofertas, faça o que diz as Escrituras: “Nada
façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um
os outros superiores a si mesmo” (Fl. 2.3). Ao considerar a sua oferta para
Deus, certifique-se de colocar essas coisas no topo da sua lista. Administre os
recursos financeiros que Deus lhe dá de maneira eficaz, para que sejam
aplicados com o máximo efeito.
Pergunte a si mesmo - Se
lhe for pedido que você doe do seu dinheiro, faça as perguntas certas antes de
responder. Não pergunte: “Eu posso fazer isso?” ou “O que eu ganho com
isso?”
Certa vez eu levei um parente meu
descrente, para ver a construção de um novo templo para um trabalho incipiente.
Diante do terreno e da construção iniciada eu pedi a ele uma ajuda financeira
para a continuidade da obra. Ele me respondeu: “Eu não faço esse tipo de
investimento”. Decepcionado pensei com meus botões: - “Quantos crentes também
não estão fazendo a mesma coisa, não investem no avanço do Reino de Deus, por
puro egoísmo”!
Não espere nada em troca, faça
como para o Senhor – Elimine as expectativas. Quando
você dá, faça sem esperar nada em troca. Não seja como os fariseus (Marcos
12.38-39). A doação sacrificial lhe custa
algo, mas você pode não ser recompensado imediatamente por sua generosidade.
Faça sua agenda levando a obra de
Deus em consideração – A cada
dia estabeleça os seus compromissos e planos para Deus primeiro. Peça a
Ele que lhe mostre como Ele quer que você use seu tempo, talentos e recursos e
deixe espaço na sua agenda para Deus agir como quiser. Ele é Deus!
Conclusão:
Os
crentes precisam entender que podem enriquecer suas vidas, desenvolvendo um
estilo de vida de generosidade. O ponto é o sentimento de amor e de dever
cumprido. Quanto mais os crentes doam, melhor eles se sentirão. E quanto mais
alegres e satisfeitos eles estiverem, mais eles vão querer doar.
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