segunda-feira, 17 de junho de 2019

O PECADO E A GRAÇA (Romanos 5.20)


O PECADO E A GRAÇA
(Romanos 5.20)

Introdução:

            Temos um antídoto para o pecado, que é a graça de Deus. A graça é apresentada a nós como um vasto oceano, e tentar explicar a graça do Senhor, é semelhante a tentar contar as gotas do oceano. Todo que se propõe a explicar a graça de Deus, assemelha-se ao balbuciar de uma criança. Só iremos ter pleno conhecimento da graça do Senhor, na eternidade. O que nos cabe conhecer então, são umas pequenas observações sobre a manifestação dessa graça.

Tudo o que somos e possuímos, são dons da graça de Deus. A nossa criação foi um ato da graça de Deus, como também é a conservação da nossa vida e o glorioso destino de nossas almas.

Precisaríamos da graça de nosso Deus, mesmo se não tivéssemos pecado, pois sem a graça de Deus não vida, não há felicidade, sem a graça de Deus só há desespero. Somos criados para sermos vasos nos quais Deus derrama vida e amor, para sermos templo do Espírito Santo, e isso é graça. Semelhante à planta que precisa dos raios do sol para a sua vida, assim nós precisamos da graça de Deus para vivermos plenamente a nossa. Sem a graça do Senhor ninguém alcançará a felicidade na eternidade. A mais alta dignidade do homem é a capacidade de receber Deus em seu coração, seu mais alto destino é a comunhão com Deus. Tudo isso é graça.

Amor dom de graça imerecido

O amor é dom imerecido. Poderíamos até merecer muitas coisas como gratidão, recompensa ou reconhecimento, mas se alguém nos dá o seu amor, quem poderá dizer que o mereceu? O amor é sempre um livre dom e sempre é graça.

A graça está colocada acima da justiça. A justiça e as leis formam o fundamento do Estado, mas a graça é a sua coroa. Não podemos passar sem a graça, em qualquer que seja a atividade da vida, quanto mais em nossa relação com Deus.

Bem-aventurados

            O mundo em que vivemos é um lugar de sofrimentos e aflições, mas isso não é tudo. Jesus Cristo inicia o seu Sermão do Monte, chamando de “bem-aventurados os que são pobres de espírito, os mansos e os que choram. Aqueles a quem o mundo chama de infelizes, Jesus Cristo os chama de bem-aventurados e lhes promete consolação. Esse é o valor da vida presente, não consiste na felicidade exterior, mas na consolação. Não podemos todos ser ricos, mas todos podemos ser consolados.

A declaração de Jesus: “Bem-aventurados os que choram, pois eles serão consolados”, só pode ser declarado nesse mundo de tristezas e dores, por Jesus Cristo, porque somente ele possui a verdadeira consolação, sendo esta a sua graça.

Para nós é uma grande consolação saber que que diante de todas as dificuldades da vida, do sofrimento, da pobreza, da doença e do inesperado, somos objeto da graça de Deus, e isto é para nós grande consolação. Porém essa é ainda a menor parte da recompensa da graça que o Senhor nos tem reservado. A graça de Deus se manifesta no seu mais elevado grau, na salvação dos pecadores.

O coração e a mente do homem natural, envolto em seus pecados não consegue entender e nem mesmo crer na graça salvadora do Senhor. Antes da Queda, talvez, fosse possível para o homem ter um pouco de entendimento do que seria a graça de Deus, mas desde que o pecado entrou na realidade humana pela desobediência dos nossos primeiros pais, o pecador vive em oposição a Deus e aos seus desígnios, está possuído de medo e longe de aproximar-se do Senhor. O homem foge de Deus por causa da sua culpa. Como disse o apóstolo João: “Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras.” (João 3.20).

O pecador tenta expiar as suas culpas por seus próprios esforços, tentando aplacar a “ira de Deus sobre os filhos da desobediência” buscando a salvação pelas obras, o que é impossível ao homem. A palavra de Deus, revelação divina, nos instrui na verdade consoladora da salvação sem mérito humano, do perdão dos pecados, da bem-aventurança eterna para todos os que confiam no Senhor e na sua graça.

No tempo do Antigo Testamento, todos os grandes homens de Deus que viveram o período, reconheceram que só a graça de Deus podia salvar os pecadores arrependidos, nada mais os pode salvar. “Abraão creu o Senhor e isso lhe foi imputado para justiça”. (Rm. 4.3). Assim também Moisés regozijava-se no Senhor, que guarda misericórdia em milhares de gerações: “... Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até a terceira e quarta geração. (Êxodo 34. 6,7).

O rei Davi, pecador como todos nós, não se cansava de cantar e louvar a graça e a misericórdia do Senhor, que perdoa os pecados e salva os arrependidos e contritos de coração. No tempo dos profetas, quanto mais o povo se afastava do Senhor, mais eles confiavam na graça de Deus. “Porque os montes se retirarão, e os outeiros serão removidos; mas a minha misericórdia não se apartará de ti, e a aliança da minha paz não será removida, diz o Senhor, que se compadece de ti”. (Isaias 54.10).

O que era prometido no Antigo Testamento foi cumprido no Novo. Na pessoa de Jesus Cristo a graça do Pai se manifestou visivelmente entre os homens. A vida de Cristo era toda a expressão da graça de Deus. Ele tomou sobre si os nossos pecados e reconciliou os pecadores com Deus-Pai. Jesus ensinou os crentes a chamarem Deus de Pai, nome que melhor expressa o que é a graça de Deus. Pelos merecimentos de Jesus Cristo, somente os pecadores que creem nele, tornam-se filhos de Deus.

Os apóstolos, no fiel cumprimento de sua missão, exortaram os cristãos a confiarem inteiramente na graça do Senhor. Paulo, cuja vida é o resultado da graça, começa as suas cartas com a frase: “Graça e paz da parte de Deus Pai e de nosso Senhor Jesus Cristo”. O conteúdo de suas cartas são a explicação da Graça de Deus em Jesus Cristo e da salvação gratuita dos pecadores.

A maior manifestação da graça no Novo Testamento, é, a redenção dos pecadores por Deus, enviando seu próprio Filho para levar sobre si os pecados do mundo, e atribuindo aos que creem nele a própria justiça de seu Filho. Porém esta manifestação é acompanhada de outras ações da graça.

1 – PELA VOCAÇÃO - que consiste em o Senhor chamar e convidar-nos a aceitar a salvação por ele alcançada. Os que se salvam não podem atribuir a si a iniciativa. “Não foste vós quem me escolheste, pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis frutos e o vosso fruto permaneça” (João 15.16). Jesus, por seu Espírito e pelas circunstâncias da nossa vida, nos conduz ao conhecimento de seu Filho por mera graça sua, sem que nós o tivéssemos merecido.

2 – PELA ILUMINAÇÃO Que consiste em o Espírito Santo renovar os corações dos homens e convencê-los tanto da própria indignidade, como da graça de Deus. É o Senhor quem abre os nossos olhos para conhecermos qual é a esperança a que ele nos chamou e quais as riquezas e a glória da herança que ele prepara para os santos.

3 – PELA JUSTIFICAÇÃO – Que consiste em Deus selar e confirmar com a sua paz ao pecador crente e arrependido o perdão dos seus pecados, atribuir-lhe a justiça de seu Filho e restituir-lhe os direitos de filho seu e co-herdeiro de Cristo.

4 – PELA SANTIFICAÇÃO Que consiste em nos dar um novo coração e em derramar em nós um novo espírito pelo qual podemos clamar ABBA PAI¸ e na força do qual podemos andar e crescer no seu amor e na santidade. “Porque Deus em quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade (Fl. 2.13).

A Ele seja a honra e a glória para sempre!

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