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João d’Eça
Hoje
é 13 de maio de 2019, e o catolicismo romano, sendo pseudo-cristã...... O
título “Outro Conto do Vigário” está
no livro do Ex-padre Aníbal Pereira Reis, falecido em 30 de maio de 1991. Autor
de várias obras de cunho apologético, onde uma dessas obras se destaca é a que
leva o título acima, onde ele narra uma das mais perniciosas farsas do
catolicismo romano, a aparição de Fátima.
A
designação de nação católica tem trazido sérios prejuízos para o Brasil,
principalmente, porque depois da visita do papa João Paulo II, que veio ao
Brasil duas vezes e lhe foi pedido pelo presidente que resolvesse os problemas
da crise no país, vemos que depois dessas visitas e desse pedido as coisas só pioraram
e o país entrou em banca rota por várias vezes desde então. O país tornou-se um
território livre para ladrões na política e a cada ano que passa as coisas
pioram, pois precisamos resolver esse problema que não é de origem econômica,
mas, espiritual.
Quando
analisamos o desenvolvimento e progresso dos países católicos ao redor do mundo,
nenhum deles é próspero, pelo contrário, são os países católicos os do terceiro
mundo, os mais pobres dentre as nações do mundo. O Brasil é um reino de
feitiçarias e crendices. Nosso povo precisa ser esclarecido e esse trabalho
deve ser feito por todos nós. Divulgar a verdade, é cortar este mal pela raiz.
O Contexto da
suposta aparição de Fátima
A República portuguesa foi instalada em
outubro de 1910, esse fato fez com que o catolicismo perdesse espaço como
religião oficial do Estado português, que vigora já há 800 anos, dando ao
catolicismo todas as regalias e privilégios nesses 8 séculos. Logicamente com a
perda desses privilégios a Igreja romana esperneou e procurou manter o que
tinha de privilégio e regalias no país de Camões.
O catolicismo então partiu para o
ataque no afã de não perder essas regalias, e utilizou-se de suas irmandades,
das organizações medievais e principalmente do confessionário para levar o povo
a se revoltar contra a novel República, querendo de volta o Império, ou que a
República lhe resguardasse os privilégios e regalias do outro regime.
O clero católico português tentou seduzir o povo para se
revoltar contra aquela situação à curto prazo, mas o efeito esperado não se
concretizou, e a nova liderança do país preferiu fazer separação entre a Igreja
e o Estado.
No desespero de ver as suas intenções frustradas, o clero
católico português resolveu ressuscitar velhas devoções populares ligadas
diretamente a santuários e imagens, o que sempre lhes deu polpudos rendimentos.
Pipocaram nesse tempo dezenas de relatos de aparições da “virgem Maria” e de
milagres operados por “santos” padroeiros de cidades importantes ou não.
Foi sempre assim que a ICR agiu, jogando a opinião pública
contra o governo e trazendo os incautos para o seu lado. Hoje faz o mesmo com a
imprensa, inclusive retirando do noticiário, fatos que são contra si, como por
exemplo, na semana passada noticiou-se que um grupo de bispos e religiosos
entraram com uma queixa de heresia contra o papa Francisco, sendo essa uma das
piores acusações a se fazer a um religioso católico. A imprensa não repercutiu
devidamente.
Naqueles dez anos entre 1910 e 1920 surgiram os relatos
fantasiosos que envolviam o santuário “mariano” com o único intuito de manter e
conservar o rico patrimônio da igreja, usando-se para isso a credulidade dos
ignorantes, e sempre envolvia crianças inocentes como comparsas.
Os apelos dos padres à partir dos púlpitos das igrejas já
não faziam mais o efeito que antes, já que agora, com o regime democrático, o
povo não mais se impressionava com a fala dos padres. As romarias e as “nossas
senhoras” já não mais atraia a multidão como antes, a não ser as velhas carolas
que continuavam a atender ao chamado dos clérigos.
As novas leis do país trouxeram uma preocupação muito grande
aos bispos portugueses, já que a igreja perdia a sua hegemonia a olhos vistos.
A igreja agora perdia o controle das universidades e das escolas secundárias e
infantis, não podendo mais doutrinar as crianças e os jovens e nem atrair as
pessoas aos antigos santuários.
O contra-ataque
da igreja
Os padres da arquidiocese de Lisboa
reuniram-se no verão de 1915, na cidade de Torres Novas, que tinha como vigário
Benevenuto de Souza. Para foram os clérigos portugueses e entre eles estava o
cardeal Mendes Belo, arcebispo de Lisboa, cujo objetivo era a instalação da Diocese
de Leiria.
Três bispos se recolheram em um quarto
para discutirem um assunto, para eles, mais sério que a instalação da Diocese.
Entre esses padres reunidos estava o Benevenuto de Souza. A decepção deles se
deu em 1910, quando o povo, revoltados com os padres, tentaram destruir o
santuário dedicado à “senhora de Lourdes”. Ali eles planejaram como fazer para
encenar algumas aparições da “senhora”.
O encontro na cidade de Torres Novas
teve como ponto culminante, não o banquete oferecido ou a criação da Diocese de
Leiria, mas sim, o estreitamento da amizade e da armação fraudulenta que dali
saiu, perpetrado pelos sacerdotes: Benevenuto de Souza, Manoel Marques
Ferreira, vigário de Fátima e Abel Ventura do Céu Faria, vigário de Ceiça. Eles
planejaram naquele dia uma “aparição da senhora”, que seria a mais espetacular
de todas, a maior fraude religiosa da Igreja Católica no século XX.
Os detalhes do
plano
O planejamento envolvia uma armação sui
generis, que fazia o cardeal Antônio Mendes Belo, já desgastado politicamente,
a ficar de fora do plano e ainda fazia parte da estratégia, que ele se
posicionasse contrário às supostas aparições, para que, caso não desse certo, o
nome da igreja não estaria envolvido.
Dentre os detalhes sórdidos, muito bem
planejado pelo padre Benevenuto de Souza, estava o local das “aparições”, para
tal o plano era o seguinte:
-
Escolha de um local no centro de Portugal, para facilitar a divulgação em todas
as direções;
-
A escolha dos cumplices de paróquias vizinhas;
-
A região onde se encontram as cidades de Leiria, Nazaré, Alcobaça, Torres Novas,
Ourém e Fátima.
Como Fátima era a mais miserável das
cidades citadas, de solo pedregoso e terra infértil, e, ainda por cima aliar a
pobreza e ignorância do povo com a superstição, era terra fértil para o plano
dos padres.
Antecedentes
daquela região Central de Portugal
Daquela região foi dado apoio a João
Tetzel, dominicano alemão que pregou o pagamento das indulgências e que foi o
estopim da Reforma Protestante. Ali, além de ter-se arrecadado dinheiro para a
propagação das indulgências, foi também o centro onde deram assistência
eclesiástica à santa inquisição.
O resultado desse contexto, foi que a
região tornou-se a mais supersticiosa e idólatra de Portugal, presas fáceis
para os intentos malignos da fraude da aparição de Fátima. O restante do país
rebelou-se contra o clero e seus privilégios e regalias, mas aquela região não,
os habitantes dali ainda permaneceram escravos das superstições do romanismo.
Miséria, superstição e crendice, são os elementos onde o catolicismo finca as
suas garras de escravidão espiritual.[1]
A escolha dos
personagens
O plano dos padres chegou à escolha da
Cova da Iria, um local que fica a uns três quilômetros de Fátima, indo pela
estrada de Ourem. Esse local pertencia a Antônio dos Santos e a sua esposa
Maria Rosa dos Santos, moradores de um pequeno distrito de Fátima. Ali parecia
o lugar ideal, um lugar deserto, seco, inóspito e difícil.[2]
Ali iam levar as ovelhas para pastar os três filhos menores
do casal, três crianças sem instrução, analfabetas e supersticiosas como seus
pais e como o povo da região. Aquele local já havia sido usado pelo padre
Benevenuto para outras supostas aparições, e o povo do local denominou o lugar
de “senhora das urtigas”, porque era infestado dessa planta que causa coceiras
incontroláveis a quem tem o desprazer de ter contato com ela.[3]
O padre Manuel Marques Ferreira foi designado para ser o
orientador dos personagens que iriam atuar na farsa: as crianças “videntes”. De
forma sorrateira o padre Marques Ferreira aproximou-se da família que era
proprietária da Cova da Iria. Intensificou as visitas àquelas pessoas que de
nada desconfiava, ele porém a tudo observava, especialmente a menina Lúcia.
Lúcia, nascida a 22 de março de 1907, a mais velha das três
crianças usadas no maligno intento dos padres portugueses.[4]
As outras eram seus primos: Jacinta, nascida a 11 de março de 1910 e Francisco,
nascido a 11 de junho de 1908, eles eram companheiros de Lúcia no pastoreio das
ovelhas, e os dois eram filhos de Manoel Pedro Marto e Olímpia de Jesus.
O padre Manuel Marques observava tudo, inclusive a característica
de mandona de Lúcia, com relação as outras crianças. Ela era a que cuidava das
outras crianças da vizinhança quando os pais saiam.[5]
À época ela tinha oito anos de idade. O padre então dá a cartada inicial,
insistindo com a mãe, para que enviasse a menina Lúcia ao aprendizado do
catecismo na paróquia
Havia uma norma de que as crianças com menos de dez anos não
pudessem comungar, mas o padre viu uma oportunidade de fazer Lúcia destacada
entre os seus primos mais novos, permitindo a ela a comunhão com menos de dez
anos.
Aproveitando-se
da situação
Como as crianças e os seus pais eram
analfabetos, a não ser D. Maria Rosa que sabia ler pouco, o padre Manuel
entregou-lhe a “missão” de ensinar as crianças, dando-lhe um devocionário
supersticioso, preparado com o objetivo de amedrontar as crianças e divulgar as
superstições. O padre assinalou as passagens que ela deveria ler, previamente
escolhidas para influenciar as pobres e crédulas crianças. A estratégia da
lavagem cerebral foi perpetrada quando as crianças tinham em 1916, 9 anos
(Lúcia), 8 anos (Francisco) e 6 anos (Jacinta).
O efeito nas
crianças
As leituras selecionadas pelos padres
na estratégia de aterrorizar os pequeninos surtiu um efeito devastador. As
imagens do inferno relatadas nas leituras selecionadas feitas por D. Maria,
inocente útil, fizeram as crianças ter pesadelos assustadores. Lúcia, que ia
constantemente ao confessionário a fim de comungar a hóstia, era aterrorizada
mais ainda pelo padre Marques Ferreira que completava o serviço de D. Maria,
com instruções de penitência, ordens de obediência à autoridade eclesiástica.
Já havia passado a etapa do terror,
agora era lido a parte das aparições da virgem, preparando para o desfecho
final do plano diabólico dos padres.
O Visconde de Montelo, escreveu As Grandes Maravilhas de Fátima e interrogou
D. Maria que lia para as crianças. A Narrativa é surreal. Ela diz que leu tudo
segundo as orientações do padre e as partes que ele havia sublinhado.[6]
Ela não percebeu o engodo que estava sendo perpetrado pelos padres e o
envolvimento dos sobrinhos e da filha.
No livro que o padre deu a D. Maria
para ler às crianças, intitulado Missão
Abreviada, à página 242 diz que:
Em Sua Paixão, Jesus sofreu 144 pontapés, 150 punhadas, 102
bofetadas, 202 golpes pelo corpo, 27 arrastões com cordas; além de 5000
açoites, 72 angústias no coração, 72 escarros no rosto, 72 golpes de martelo ao
cravar os pregos, 109 suspiros, 6.475 ferimentos, 600.200 lágrimas que chorou
sangue vertidas. e 230.000 gotas de sangue vertidas.
Imaginem o efeito dessa leitura na mente de crianças tão
pequenas? O objetivo era o de imbecilizar aquelas pobres crianças. O padre
Marques Ferreira ainda por cima, incitava as crianças a imitarem os sofrimentos
de Cristo, assim demonstrariam compaixão para com ele. Hoje, o merecimento de
pena criminal desses padres charlatães, não seria menos que a prisão perpétua.
A Primeira
Guerra Mundial
O conflito mundial (1914 – 1918),
espalhava dor e morte por toda parte da Europa, meu bisavó Sérvulo Honorato d’Eça
e seus irmãos: ..... d’Eça e Iria d’Eça já haviam vindo para o Brasil fugindo
da guerra. A tristeza era parte da rotina nos lares portugueses. Até esse fato
desolador serviu de subsídio para os padres e sua empreitada maligna. Anunciar
aos que sofriam com a guerra, que a “virgem” estava aparecendo para enviar uma
mensagem de alerta às pessoas.
Com a proximidade do fim do conflito
entre a Inglaterra e a Alemanha, os padres viram a oportunidade de por em
prática o plano da aparição fraudada. Agora eles escolheriam alguém para fazer
o papel da virgem na suposta e fraudulenta aparição, sendo que a condição fosse
o segredo de “estado”. Eles queriam envolver o menor número possível de pessoas
na trama maligna e para segurança do segredo resolveram que aquela que fizesse
o papel da “virgem”, deveria ser da família dos padres, entre os seus parentes.
A Farsa
propriamente dita
As notícias de aparições da “virgem”
pipocavam pelas cidades próximas, mas não ali. As crianças foram então
induzidas a cumprir com certas penitencias a elas impostas e principalmente deveriam
guardar segredo das conversas e instruções de padre Marques Ferreira, sob pena
do fogo do inferno. Lúcia era usada para convencer os pequeninos daquele ardil
maldoso dos diabólicos padres.
Lúcia por vezes dizia estar vendo um
anjo (ao estilo de muitos neo-pentecostais de hoje). Os priminhos apenas ouviam-na
falar mais nada viam. O padre a havia instruído a dizer coisas maravilhosas em
suas supostas visões aos primos e exigia que eles confirmassem tudo, mas que
mantivessem segredos aos seus familiares, sob pena de serem castigadas por
Deus.
Escolheram a jovem de 18 anos, Rosa Correia da Silva
Bacelar, sobrinha do bispo de Leiria, José Correia da Silva. O padre Manuel
Marques foi incumbido de conversar com a jovem, que depois de ouvir a proposta,
aceitou prontamente, dai, passou-se aos ensaios para realização da trama. O
objetivo deles era que a “aparição” tivesse o objetivo de dar uma mensagem às
três crianças do acordo de paz para o fim da guerra, isso causaria um impacto
muito grande nas mentes e corações fragilizados e crédulos. Lúcia estava ciente
de tudo, menos Jacinta e Francisco, e ela ficou encarregada de convencer os
primos da “aparição” da virgem.
13 de maio de
1917
Era um domingo, as crianças estavam na
Cova da Iria pastoreando as ovelhas, Lúcia com 10 anos, Francisco com 9 e Jacinta
com 7anos. Quando ouviram o sino da matriz soar, ajoelharam-se sob o sol e
fizeram as suas orações. Lúcia já havia sido instruída pelo padre e já havia
comungado. Ela tinha de convencer os primos de que deveriam fazer sacrifícios
em prol da humanidade.
Agora, vejam a sordidez do plano
maligno, relatado abaixo:[7]
“Naquele meio dia de céu azul, o sol a pino fazia os seus
raios se
reverberarem na face do espelho manuseado pelo Manuel
Lamarosa, escondido por detrás de arbustos numa das encostas de um outeiro.
Habilmente fazia os reflexos do espelho projetarem-se sobre as copas das
azinheiras e, depois, concentrarem-se sobre uma delas, de apenas um metro de
altura, tão baixa para facilitar subisse a Virgem em seus galhos.
Qualquer pessoa que se dá ao cuidado de ler as obras sobre
Fátima irá facilmente encontrar muitas contradições. Os bispos que lhes dão
aprovação eclesiástica até hoje não se aperceberam do escárnio que podem cair
ou confiam mesmo na estupidez dos seus fiéis.
Mais tarde, a própria Lúcia, falando sobre os tais
relâmpagos, escreveu: "Não eram propriamente relâmpagos, mas sim o reflexo
de uma luz que se aproximava..." O cocheiro Manuel da Costa, conhecido
pela alcunha de Manuel Lamarosa e residente no lugarejo Tomareis, da freguesia
do Olival, é que transportara a virgem Rosa Correia da Silva Bacelar trajada à
característica e, havendo feito os devidos preparos, executara com perfeição o
manejo do espelho para produzir os "relâmpagos", fazendo-os incidir
sobre a arvorezinha onde pousava a virgem Rosa. Francisco e Jacinta,
assustados, quiseram fugir... A senhora aparecida, todavia, chamou-os com
gestos da mão direita e psius! acompanhados de sorrisos.
- Não tenhais medo, porque eu não vos faço mal algum!
Lúcia reteve os primos em sua fuga e pergunta à
"visão":
- Donde é vossemecê?
- Sou do céu!
- E que veio cá lazer?, torna-lhe torna-lhe a Lúcia já
prevenida e adestrada pelo vigário para o momento de lhe aparecer a
"visão" celestial.
Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no
dia 13, a esta mesma hora. Em Outubro vos direi quem sou e o que quero.
- Vem do céu... E eu irei para o céu?, perguntou Lúcia que
ainda há pouco recordara a seus primos os horrores do inferno.
- Sim, irás, respondeu à sobrinha prelatícia.
- E a Jacinta?
- Também!
- E o Francisco?
- Ele também; mas, primeiro tem de rezar muitos terços.
Assim nasceu o maior embuste da igreja
católica e agora, a farsa consolidada continua enganando milhares de pessoas,
que desprovidas de inteligência, de fé ou por motivos outros, tem disseminado
essa mentira e continua enganando e levando ao caminho do inferno milhares de
pessoas.
Conclusão:
[1]
Lopes Vieira, Afonso. Novidades de 13 de
maio de 1929
[2]
Ayres Fonseca, Luis Gonzaga. Nossa
Senhora de Fátima: Petrópolis, Vozes, p. 20
[3]
Nunes, Leopoldo. Fátima, p. 17
[4]
Fonseca, Luis Gonzaga A. Op. Cit. p. 22
[5]
Ibid, p. 112
[6]
Ibid, p. 77
[7]
Ibid, p. 77
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