sábado, 30 de setembro de 2006

A TENTAÇÃO DO DESVIO.

Por Pr. João d'Eça Há um poeta americano chamado William Stafford (gravura ao lado), que disse certa vez: "os desvios e distrações da vida nos definem melhor que as estradas retas que nos levam ao objetivo" Essa imagem não me agrada, pois em termos de caráter, de personalidade e de ética, fala daqueles que se encantam facilmente com a facilidade de uma proposta a-moral. Amanhã, domingo dia 1º de Outubro, os milhões de brasileiros de todas as regiões do país, estarão escolhendo, além de deputados estaduais e federais, senadores, governadores e o Presidente da República. Muitos destes que ainda agora são candidatos, amanhã, a partir das 19 horas, já saberemos os possíveis eleitos. Há os que fazem prognósticos, que definem logo de antemão os eleitos, que publicam antecipadamente a lista dos vitoriosos (se vivêssemos em um país onde se aplicam as leis, isso nunca aconteceria). Serão eleitos políticos experientes e marinheiros de primeira viagem. Os experientes já conhecem "o caminho das pedras", mas os novatos, logo aprenderão e se sentirão tentados a desviar a sua conduta para auferir benefícios particulares. Serão convidados a participar de esquemas e serão incentivados a usar a prerrogativa da famigerada "imunidade parlamentar" para escapar da Lei e da Justiça. A tentação do desvio é muito forte, e como disse o poeta "nos definem melhor que as estradas retas que nos levam ao objetivo". Será que o que dizem que cada homem tem o seu preço é verdade? Será que a tentação do lucro fácil desvia qualquer um do seu rumo original? Será que as boas propostas que ouvimos são só discursos? A resposta para estas perguntas, só teremos ao longo do processo, mas, desde já, quero dizer que não vale a pena o desvio, não vale a pena trocar uma consciência limpa, tranquila pelo desassossego de um travesseiro insone. Não desvie-se do caminho do bem.

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