segunda-feira, 11 de setembro de 2006
A INDISSOLUBILIDADE DO CASAMENTO.
Por
Pr. João d’Eça
“Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei
uma auxiliadora que lhe seja idônea.” (Gênesis 2: 18).
“Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do vosso coração
é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher;
ENTRETANTO, NÃO FOI ASSIM DESDE O PRINCÍPIO.” (Grifo meu). (Mateus 19: 8).
Nesta semana de feriadão eu recebi algumas notícias que me deixaram triste.
Fui como palestrante até um clube na praia, para participar de um evento promovido pela SAF da minha igreja. A palestra teve como tema: A Restauração da Alegria do Casamento. Quando lá cheguei encontrei alguns casais de nossa igreja que já haviam chegado e nos confraternizamos alegremente até o momento da palestra, que começou por volta das dez horas da manhã.
Quando iniciei a palavra, notei que muita gente chegava ao clube como se tivessem vindo em caravana e realmente era. Percebi que chegava gente conhecida, eram irmãos de uma outra igreja, na verdade irmãos da minha adolescência e juventude, pessoas queridas que cresceram junto comigo e que formaram família quase que ao mesmo tempo, naquela época dos nossos 20 anos.
Alguns desses irmãos me reconheceram a certa distância, mas como apesar disso, não se chegaram para conversar ou para ouvir a palestra eu estranhei, porque em outras épocas o comportamento era outro, não deixavam uma oportunidade como essa passar para revivermos juntos, as lembranças de quando éramos bem mais jovens. Como se mantiveram afastados de onde estávamos ao ar-livre, apesar de que a distância não era tão grande, aquilo me incomodou e eu por três vezes interrompi a palestra para chamá-los pra junto de nós, chamado que só foi atendido na terceira vez, porém só veio um irmão que ao chegar foi indagado por mim, porque a sua esposa não veio pra junto de nós, foi ai que recebi a triste notícia de que eles estão separando-se. A princípio eu não entendi e até achei que fosse brincadeira, já que eles estavam juntos ali no local, mas ele explicou que era por causa da filha do casal, uma adolescente que também estava junto.
A igreja da minha juventude foi organizada em 1980, eu e minha esposa fomos os primeiros jovens que casaram ali naquele templo. Depois vieram outros casamentos. Houve cerimônias religiosas e civis, mas quase todos os jovens da minha idade, amigos meus, crentes, casaram-se naquela época. Vou fazer 17 anos de casado em Janeiro do ano que vem e esse tempo de união matrimonial deve ser de quase todos os outros, talvez com diferença de um ou dois anos, ao todo deve ter havido uns 10 casamentos ali naquela época.
O triste da história, é que após a palestra no clube, resolvi conversar com alguns amigos de outrora, perguntando por outros casais amigos que não estavam ali, mas que sempre nos encontrávamos em eventos assim. Fui sabendo que quase todos os outros casais estão separados ou em vias de separação, na verdade dos 10 casais da minha época, Acho que somente o meu e mais dois casamentos resistiram ao tempo, ou seja, de 10 casamentos, somente três resistiram, e o pior, pessoas crentes, que deveriam ser exemplo de dignidade para a sociedade, estão dando o maior exemplo de indignidade possível, a separação de uma união que segundo Deus, deve ser pra sempre.
Existem inúmeros textos na Palavra de Deus que falam da indissolubilidade do casamento, mas eu resolvi usar os dois que encimam esse texto, porque acredito que são porções da Escritura Sagrada que são bastante claros e que mostram a preocupação do Criador desde o início, em providenciar o complemento para o homem e a mulher na união matrimonial. “Não é bom que o homem esteja só”. Vemos a preocupação de Deus em providenciar companhia para o homem e a mulher; vemos Deus criando a primeira e mais importante Instituição humana, o casamento.
No outro texto, os fariseus interrogam a Jesus sobre o divórcio e eles ouvem do Senhor a mais completa de todas as respostas a respeito do assunto, no meu modo de ver: ENTRETANTO, NÃO FOI ASSIM DESDE O PRINCÍPIO (grifo meu). Quando eles interrogaram o Mestre, experimentando-o acerca do divórcio, perguntando-lhe se era lícito ao homem (ou mulher) repudiar o seu cônjuge por qualquer motivo, Jesus lhes diz que Deus os fez uma só carne, e que, o que Deus uniu, não o separe o homem. Porém a resposta mais completa no meu entendimento é a do versículo 8, quando Jesus diz que Moisés permitiu o divórcio, por causa da dureza dos corações deles e não como concessão para troca-troca de casais ao bel prazer, como acontece hoje em nossa sociedade sem limites e sem parâmetros. Diz ainda Jesus na sua resposta que NO PRINCÍPIO NÃO ERA ASSIM (grifo meu), ou seja, não está no plano de Deus desde o princípio que os casais se separem, porque a fidelidade matrimonial representa a fidelidade a Deus. Como que casais que juraram perante Deus e os homens que iriam manter o amor pra sempre, agora estão traindo o seu compromisso, fugindo da responsabilidade de cultivar a união indissolúvel, e o que é pior, por causa dos motivos mais banais, numa prova inconteste de desrespeito ao outro, à instituição de Deus, à falta de palavra, à traição do compromisso, de demonstração de falta de conversão.
Fico triste quando vejo casais separando-se, percebo que o rompimento é feito por pura vaidade, por mundanismo mesmo, por carnalidade, por falta de conhecimento de Deus, por não observarem os preceitos de Deus em sua Palavra, por viverem somente pra seu próprio estômago, por seguirem o curso deste mundo e do príncipe das trevas o seu dominador, por adotarem os valores do mundo, de uma sociedade caída que despreza os absolutos e relativiza até mesmo a virtude do amor, como se este fosse um mero sentimento e que portanto, por ser sentimento, justifica a troca de casais, alegando não mais sentirem amor.
“O amor não é um sentimento não, sentimentos sempre vem e vão.” Amor é decisão, é tomada de atitude, é pra gente séria, sincera, de personalidade, de caráter, que não quebra o compromisso, que não volta atrás na decisão tomada, que faz o que for possível para manter o relacionamento em Deus, que cuida do amor como de um jardim, regando-o todos os dias para não murchar. Sim, o casamento é uma união indissolúvel que só pode ser rompido pela morte, porque até no caso excepcional que Jesus fala, relações sexuais ilícitas (traição conjugal), pode haver perdão, pode haver restauração e o encontro da felicidade. Aliás, ninguém casa para ser feliz, nós casamos pra fazer o outro feliz. TALVÊZ ESTEJA AI O SEGREDO.
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