domingo, 3 de setembro de 2006
NOSSA IGREJA CONTEMPORÂNEA.
Quero parabenizá-los por publicarem 03 pequenas, mais substanciais opiniões com os seguintes títulos: "Igreja única, mas com diferenças", "Desafios da IPB num país multicultural" e "Unidade não é uniformidade".
Não costumo ler no Brasil Presbiteriano opiniões assim. O que lemos são sempre as opiniões de pastores que nunca passaram por dificuldades de pastoreio em regiões carregadas de misticismo, de valores culturais, e de muita superstição, onde as pessoas querem manter distância da Igreja e onde os pastores que estão inseridos nesse meio sofrem por pastorearem igrejas pobres, sem condições de sustentá-lo adequadamente, enquanto o proibem de dinamizar a sua liderança, "rotulando" aqueles que praticam uma Liturgia um pouco diferente, de neo-pentecostais.
Há regiões em nosso país continental, que não funciona, um estilo de igreja como funciona bem em outras regiões, nem por isso, os que estanelecem um estilo de culto mais dinâmico, não sejam pastores Presbiterianos Reformados.
É fácil para os que pastoreiam igrejas estruturadas, que podem lhes pagar bons salários, e que não exigem deles nada além de uma mensagem bem elaborada a cada culto dominical e que ainda por cima lhes permite estudar, muitas vezes lhes pagando cursos aqui e no exterior, de Mestrado e Doutorado e que ainda lhes permitem trabalharem na área secular em outras profissões ou mesmo nos grandes seminários da denominação. É fácil para eles dizerem que os "outros", que não tiveram oportunidade de estudar em um seminário da IPB (mas que são tão presbiterianos quanto), ou mesmo os que tiveram, mas que adotam uma eclesiologia e uma liturgia diferente, que estes são neo-pentecostais.
Gostos e preferências, cada um tem o seu. Há os que gostam de música contemporânea no culto, mas há os que preferem a música de 100 anos atrás. Qual é a melhor delas para o culto? Depende da preferência. Qual delas é mais inspirada? Nenhuma delas, se por Inspiração queremos dizer, do modo como foi a Bíblia. Há gente que pensa que os Maravilhosos Hinos do nosso hinário, são tão Inspirados quanto a Bíblia. Não são!
Qual a diferença substancial de uma liturgia de 30, 40, 50 ou 500 anos atrás?
Nenhuma, somente que eram manifestações culturais de épocas diferentes.
Há exageros? Sim há, e muitos, porém esses, todo crente bem esclarecido conhece e sabe quais são.
Os irmaõs do passado viveram a sua época intensamente e fizeram a diferença contra toda oposição, eles labutaram contra o estilo da época, eles foram na contra-mão do seu tempo e nos deixaram um legado de coragem e determinação. Nós temos que fazer o mesmo, não repetir o que fizeram, pois isso não é possível, mas o possível é seguir os princípios, não os modelos que eles se utilizaram. Trabalhemos para que a IPB seja uma igreja Forte, Viva e Relevante. Para isso é preciso unidade, mas que não se confunda com Uniformidade.
(Obs.: Este texto foi publicado no Jornal Brasil Presbiteriano, Edição de Agosto de 2006, pg. 3, na Sessão, recados).
Se você desejar contactar-me, escreva-me um E-mail no endereço que está no Rodapé do Blog.
Rev. João d'Eça
Pastor auxiliar da:
Igreja Presbiteriana do Centenário
São Luís - MA
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