A CHEGADA DOS FRANCESES - A FRANÇA EQUINOCIAL
As condições em 8 de Setembro de 1612 eram com certeza um pouco mais amenas, mais ainda muito diferentes para os franceses que vieram de Paris e Cancale em suas Caravelas, singrando os mares até aportar na Baía de São Marcos. Eram muitos franceses liderados pelo protestante reformado Daniel de Lá Touche, conhececido senhor de La Ravardiere, que veio para cá, à mando do rei protestante reformado francês, Henrique IV, com o fim de fundar uma comunidade protestante reformada na linha equinocial, denominada "França Equinocial".
Daniel de La Touche, veio com autorização de dois documentos que não poderiam ser revogados, apesar de o rei ter sido assassinado em um complô papal juntamente com a rainha Catarina de Médices, cujo filho, ainda infante, Luis XIII, muito criança, não podia governar e a rainha-regente, pelas leis da época não poderia revogar as decisões do rei Henry IV, assassinado. Os documentos foram:
1) As cartas patentes do Rei Henry IV, enviando Daniel de La Touche para estabelecer aqui a França Equinocial;
2) O Edito de Nantes, documento que dava liberdade religiosa para os huguenotes (protestantes franceses), onde quer que estes se encontrassem, mesmo que fosse em uma colônia distante milhares de kilometros.
Foi por causa desse segundo documento que o rei Henry IV foi assassinado, já que o clero romano não suportou o golpe de dar liberdade para os protestantes, o que culminou com o assassinato do rei e com o massacre da noite de São Bartolomeu, onde perto de 100 mil protestantes foram assassinados, alagando as ruas de Paris com o sangue deles, durante quase duas semanas.
A FUNDAÇÃO DA CIDADE
Esse foi o pano de fundo da história da fundação da França Equinocial, que foi abortada em 1615, por causa da oposição da rainha-regente, católica e influenciada pelo clero francês, cuja intenção era desestabilizar o protestatnte reformado Daniel de La Touche e demovê-lo da sua determinação de fundar aqui uma colônia francesa, conforme era vontade do rei Henry IV.
São Luís foi fundada em 8 de Setembro de 1612, e levou esse nome graças a homenagem ao rei infante Luís XIII. Primeiro eles contruiram um forte nas proximidades de onde hoje é o Palácio do Leões, sede do governo Estadual. Muitas outras edificações foram se espalhando nos três anos em que eles permaneceram em São Luís, porém a formatação de uma vila de casas que deu origem à capital do Estado do Maranhão, foi sendo edificada, à ponto de, no momento em que os franceses doaram o forte aos portugueses comandados por Jerônimo de Albuquerque e um antepassado meu capitão-mor José da Cunha d'Eça.
ESTORIAS E HISTÓRIA
A rainha-regente, para garantir que Daniel de La Touche não implantasse aqui uma colônia protestante reformada, como era intenção do rei Henry IV, assassinado antes da viagem, tratou de colocar no grupo, gente dela e padres capuchinhos para garantir um estabelecimento católico. Na verdade foi mais uma forma de intimidar ao senhor de La Ravardiere, pois ela sabia que não podia revogar as cartas patentes do rei Henry IV e muito menos o Edito de Nantes que so poderia ser revogado por um rei legítimo, que governasse de fato.
Dentre os membros da comitiva que a rainha enviou para São Luís, estava o padre Claude d'Abbeville, que foi o que narrou a história da viagem e dos poucos meses que passou aqui. Sua narrativa é cheia de lendas e de mentiras que ele fez questão de contar para exaltar o catolicismo romano.
A BATALHA DE GUAXINDUBA
Essa batalha na verdade nunca existiu, mas os cronistas, para exaltar os supostos milagres da virgem, criaram uma lenda de que os portugueses venceram os franceses porque a virgem transformou a areia da praia em pólvora o que garantio a munição para as armas portuguesas.
A VERDADE DOS FATOS
Como pode um exército de pelo menos 2000 homens (como era o exército francês), ser derrotado por 120 homens comandados por Jerônimo de Albuquerque que vieram de Recife para retomar a cidade? Os cronistas inventaram a estória da batalha e inseriram a lenda da Virgem. O que de fato ocorreu foi uma entrega pacífica da cidade. Os índios Tupinambá eram favoráveis aos franceses, mais fidalgos, elegantes e humanos, e odiavam os portugueses, violentos, estupradores e assassinos.
Daniel de La Touche, sem o apoio da coroa e tendo como base o Edito de Nantes, resolveu fazer uma Constituição da França Equinocial, que estabelecia os parámetros da Colônia e determinava quais eram as atribuição de cada grupo: Os capuchinhos (catequizar os índios), os colonos católicos vindos da França (não atrapalhar o culto protestante), os huguenotes (se submeterem às leis contidas no Edito de Nantes e aos princípios da igreja reformada da Europa). E assim foi por três anos.
A RETIRADA DOS FRANCESES
Não houve expulsão de franceses, não houve guerra, somente alguns afoitos e desapercebidos atiraram uns contra os outros, menos de uma dezena morreram, os ânimos foram apaziguados e os franceses fizeram uma entrega pacífica da nascente cidade de São Luís, e foram instalar a França Equinocial na Guiana Francesa.Sem o apoio da rainha católica, vendo que não iria conseguir o seu intento tendo que lutar contra os inimigos portugueses e contra inimigos franceses, Daniel de La Touche, senhor de La Ravardiere, protestante reformado, saiu de São Luís deixando para trás muitos franceses que preferiram ficar na nova cidade, agora entregue aos portugueses que mantiveram o mesmo nome da cidade e à partir de 1615 a construiram até ela se tornar o que é hoje.
LEMBRANÇA FRANCESA EM SÃO LUÍS.
Observe que no mapa da cidade há duas grandes avenidas que lembram os seus fundadores: Av. Daniel de La Touche (circulada em vermelho), que vai do bairro da Cohama até o bairro do Maranhão Novo, com 5 km de extensão e a Av. São Luís Rei de França (circulada em verde), em direção à praia do Olho d'Agua, saindo do viaduto da Cohab.
Outra marca da lembrança do protestante reformado Daniel de La Touche, fundador de São Luís, é o nome de um dos maoires colégios de São Luís, o Colégio Batista Daniel de La Touche, com quase três mil alunos (foto abaixo).
São Luís é uma cidade linda e encantadora, maravilhosa, ensolarada quase que o ano todo.
São Luís tem uma linda história, um povo ordeiro, pacífico e alegre.
São Luís pode se dar ao luxo de ser a única capital brasileira a ter uma origem protestante reformada e com uma população de 1/3 de herdeiros do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
Aqui foram ouvidos os grandes sermões do maior orador sacro da lingua portuguesa, padre Antônio Vieira, aqui trabalhou o poeta que emprestou os seus versos para a letra do Hino Nacional Brasileiro, Antônio Gonçalves Dias.
Aqui o Evangelho se estabeleceu em 1875 e depois com a organização da 1ª Igreja Evangélica Protestante, a Igreja Presbiteriana do Brasil em 1886 com o Dr. George William Batler, tem sido uma cidade onde a Palavra de Deus prospera e ainda muitas almas haverão de se render aos pés de Cristo.
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