segunda-feira, 29 de novembro de 2010

PREDESTINAÇÃO OU LIVRE-ARBÍTRIO?

A Bíblia ensina que podemos escolher a Deus? Ou será que a Bíblia ensina que Deus nos escolhe?

Conheço muita gente que despreza a doutrina da eleição incondicional. Na verdade essas pessoas desprezam a doutrina reformada (que consequentemente desprezam o calvinismo). Para essas pessoas o calvinismo é tirano e não crer na pregação do evangelho por causa das suas doutrinas e credos. O que elas não sabem, é que a imagem que é frequentemente retratada como teologia reformada é a hiper-calvinista que assim como a doutrina arminiana, ambas são igualmente heréticas.

Porque essas pessoas não entendem a eleição, elas usam o argumento comum nas igrejas evangélicas hoje, indo além do que as Escrituras ensinam, essas pessoas argumentam em sua mente que Deus nos predestinou para a salvação, porque ele previu que iríamos fazer essa escolha, ou seja, eleição baseada na presciência. Hoje,esse é um agumento muito tolo e inútil.

O primeiro grande problema que encontramos com este argumento, e é um enorme problema, está no versículo utilizado para sustentar essa tese que é Romanos 8:29:

Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. (Rm. 8:29).

De acordo com o argumento dos críticos, Deus apenas prevê, em última análise o nosso esforço, não a sua soberania em decidir. Em outras palavras, a ponto desta interpretação é que Deus não causa a nossa fé, que apenas prevê a fé que é oriunda de nós mesmos. Mas o problema com esta interpretação é que não é coerente com o resto das Escrituras.

Em Gênesis 18:19 Deus diz de Abraão "Porque eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do SENHOR e pratiquem a justiça e o juízo; para que o SENHOR faça vir sobre Abraão o que tem falado a seu respeito.”

Em Amós 3:2 Deus diz ao povo de Israel: "De todas as famílias da terra, somente a vós outros vos escolhi; portanto, eu vos punirei por todas as vossas iniqüidade." Ele conhecia todas as famílias, mas só escolheu Israel.

Em Mateus 7:23 Jesus diz aos hipócritas no dia do julgamento, "Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci, apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade."

Salmo 1:6 diz: "Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá." Ele conhece o caminho dos ímpios também. Mas ele conhece o caminho dos justos, no sentido de aprovar, reconhecer e amar.

Em Oséias 13:5 Deus diz a Israel: "Eu te conheci no deserto, em terra muito seca,” significando que ele tomou conhecimento de sua situação e cuidado para eles.

A Bíblia consistentemente ensina que Deus é o autor da nossa fé, e que nós não escolhemos nada. Aqueles que vêm a Cristo, vem pela vontade de Deus e não pela sua própria vontade. Eles não se tornam filhos de Deus por natureza ou por causa de suas próprias vontades, mas é o próprio Deus quem os fez seus filhos.

Em João 1: 13: “os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.”

Deus, antes da fundação do mundo, escolheu certos indivíduos para fazer deles os objetos de Seu favor imerecido ou graça especial.

Marcos 13: 20: “os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.”

Ef. 1: 4-5: “assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado.”

Apoc. 13:8: “e adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.”

Os indivíduos de cada tribo, língua e nação foram escolhidos por Deus para adoção, não por causa de algo que essas pessoas fizeram ou deixaram de fazer, mas por causa de Sua vontade soberana.

Rom. 9: 11, 13: “E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama).... Como está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú.”

Rm. 9: 16: “Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia.”

Rm. 10: 20: “E Isaías a mais se atreve e diz: Fui achado pelos que não me procuravam, revelei-me aos que não perguntavam por mim.”

II Tm 1: 9: “que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos,”

 
Deus poderia ter escolhido salvar todos os homens (Ele certamente tem o poder e a autoridade para fazê-lo), e Ele poderia ter escolhido não salvar ninguém (Ele não tem a obrigação de salvar quem quer seja). Ao invés disso, optou por poupar alguns e deixar outros com as conseqüências do seu pecado.

Ex. 33:19: “Respondeu-lhe: Farei passar toda a minha bondade diante de ti e te proclamarei o nome do SENHOR; terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia e me compadecerei de quem eu me compadecer.”

Rm. 9: 14-24: “Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum! Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão. Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia. Porque a Escritura diz a Faraó: para isto mesmo te levantei, para mostrar em ti o meu poder e para que o meu nome seja anunciado por toda a terra. Logo, tem ele misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz. Tu, porém, me dirás: De que se queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade? Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra? Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição, a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?”

Atos 13:48: “Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna.”

I Pd. 2:8: “e: Pedra de tropeço e rocha de ofensa. São estes os que tropeçam na palavra, sendo desobedientes, para o que também foram postos.”

O tema da eleição de Deus para a salvação é constante em todo o antigo e novo testamentos, não baseado em nossa própria vontade ou na nossa "escolha", mas sim, da vontade de Deus e de sua escolha. Romanos 8:28 ensina uma mensagem muito mais importante, que todos os que são predestinados serão salvos.

João 6:39: “E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia.”

Rom. 8:30: “Ditas estas coisas, muitos creram nele.”

Joao 6:37: “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.”

João 17: 2: “assim como lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele conceda a vida eterna a todos os que lhe deste.”

Eles são ovelhas de Cristo (João 10:1-30) que ouvem a Sua voz e por quem Ele morreu (João 10:15), a fim de dar-lhes a vida eterna e torná-los seguros para sempre na mão de Deus (João 10:26 - 30).

João 10: 26-30: “Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas."

As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar. Eu e o Pai somos um.”

As palavras de Jesus "está consumado" (João 19:30) é um doce som do plano completo de salvação na cruz. A morte de Cristo na cruz não foi para tornar a salvação possível. Cristo morreu na cruz para salvar efetivamente. Seu trabalho está terminado na salvação do povo de Deus, a quem ele escolheu desde a fundação do mundo.

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