sexta-feira, 6 de maio de 2011

SOBRE A PREGAÇÃO - PARTE III - DO TEXTO PARA O SERMÃO.

A maioria dos sermões de domingo nas igrejas brasileiras não passam de conceitos de auto-ajuda em alguns grupos, em apelação supersticiosa em outros, em agressividade neurótica em grande parte e verdadeira exposição bíblica na minoria.

A importânca do texto Bíblico.
Já ouvi de pregadores que no sermão de domingo de suas igrejas, pregam, não com base em texto bíblico, mas numa poesia (não os salmos), de Fernado Pessoa ou, pasmem, de Vinícios de Moraes.

O sermão tem como base, como ponto de partida, o texto bíblico. É certo que grande parte dos pregadores usam o texto bíblico como um pretexto para pregarem um sermão de três pontos que são: 1) Entram no texto; 2) Saem do texto e 3) Nunca mais voltam para o texto. Apesar de que a maioria das mensagens que ouvimos não se preocupa em expor o que o texto Sagrado diz, não é por isso que se cometa o desatino de substituir o texto bíblico por uma poesia ou um texto fora da Bíblia. E não me venham com o argumento de que Paulo usou os ditos dos filósofos epicureus e estóicos, pois uma coisa não tem nada a ver com a outra.

O sentido do texto bíblico é um só, não pode haver mais de um sentido, já que o escritor original pretendia transmitir uma mensagem aos seus leitores e ele tinha a intenção de que os leitores entendesse claramente o que ele pretendia transmitir, então, o trabalho do pregador é descobrir o sentido único, original. No entanto, apesar de ter um sentido único, a aplicação é diversificada, pode ser contextualizada, contanto que não se perca o sentido verdadeiro.

Já ouví pregadores dizerem:
- "Para mim, esse texto  quer dizer o seguinte:...."

Quem disse que a tua opinião conta? O que o texto quer dizer pra você, não é o que verdadeiramente o texto diz. O que o texto diz, é o que o autor do texto quis dizer, ou melhor, é o que Deus quis dizer e falou através do escritor original. Se ele falou através do escritor original da Sagrada Escritura, com certeza não precisará dizer uma coisa nova hoje, já está escrito, o que o pregador precisa é encontrar a verdade única contida no texto e já revelada por Deus.

No seminário, aprendi que existem três pontos de abordagem. Aprendí a conhecer as línguas bíblicas e a sua estrutura, tudo para proporcionar a mim que ia pregar, subsídios para que a minha pregação fosse a mais bíblica possível.

Aqueles que estudaram pelo método histórico-crítico (defunto), foram treinados a irem ao texto em busca de idéias para a pregação, não no sentido de exporem ao texto, mas de encontrarem um tema para pregar. Esse método não crê na Bíblia como Palavra de Deus e não crê que seja possível resgatar a intenção original do autor. Infelizmente a maioria dos pregadores ainda fazem uso desse método. Já o métódo histórico-gramatical busca dizer o que o texto diz, qual é a mensagem de Deus alí naquela porção bíblica, não importa o tamanho do texto base, contanto que este esteja de acordo com o contexto de toda Bíblia.

A pregação faz parte da disciplina Homilética e esta é uma arte que se aprendida adequadamente ajudará em muito o pregador na entregas de seus sermões. Existem muitos bons livros sobre homilética, mas os dois que mais me marcaram foram: “Da pesquisa ao púlpito” de Jilton Moraes (Meu professor num curso de mestrado no Seminário Batista Equatorial em Belém – PA) e um outro livro em espanhol, que não me recordo o nome agora, mas que tratava de criatividade na apresentação da mensagem. Lembro-me também das aulas do meu professor Hans Ulrich Reifler, que sempre admirei como pregador. Acredito e prego sermões expositivos por acreditar que somente a Palavra criadora de Deus pode nos libertar. A palavra de Deus vem a nós com o poder de nos libertar do pecado, morte e Satanás.

Pregação expositiva da Bíblia é muito mais do que uma proposição, é muito mais do que procurar idéias, é proclamar as verdades de Deus, é falar a verdade de Deus contida no texto, em nome de Deus, para que chegue aos ouvidos do pecador e este, transformado e revivido por Deus, responda positivamenteao seu chamado.

Pregação portanto começa com a escolha do texto bíblico, análise lingüística e histórica, exposição do que o texto verdadeiramente diz com a intenção de que os ouvintes possam se sentir estimulados a viverem uma vida de acordo com a vida que o Senhor deseja que ele viva, não com base em princípios sociológicos e de ética moderna, mas de acordo com os eternos propósitos de Deus, válidos para todas as geografias, culturas e épocas.

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