Nos
últimos tempos tem-se discutido sobre se devemos ou não ordenar mulheres como
pastoras e presbíteras, principalmente nas igrejas de linha reformada ou
consideradas como igrejas tradicionais no Brasil.
Essa
discussão de vez em quando reaparece nos concílios da Igreja Presbiteriana do
Brasil, onde uns defendem de forma apaixonada a ordenação de mulheres como
presbíteras e ministras do evangelho, outros são veementemente contra e cada
grupo expõe os seus argumentos tentando validar as suas opiniões. A discussão
se dá pelo fato de que talvez a totalidade das igrejas neo-pentecostais e
grande parte das pentecostais e outros grupos, já ordenam mulheres como
pastoras, Brasil afora.
Somos
contra a ordenação de mulheres ao ministério como presbíteras ou ministras do
evangelho, principalmente porque não há respaldo na Escritura. Cremos que o
ensino apostólico sobre liderança masculina na igreja e na família é claro, os
textos em sequência o provam (1 Coríntios 11-14; Efésios 5; 1 Timóteo 2 e 1
Pedro 3). O princípio claro nesses textos, é que a liderança na igreja é para
ser exercido por homens. Isto não tem
nada que ver com questões culturais, mas é uma ordenança do criador (1
Tim 2:13), e está enraizada na natureza de Deus (1Co 11:3).
Esses
debates ganharam uma conotação maior, no calor das discussões sobre as questões
de gênero que começaram a surgir nos últimos 20 anos, o que estimulou uma
análise muito mais cuidadosa dos textos em questão e serviu para corroborar o
acerto técnico das traduções bíblicas à disposição no país.
Os
textos bíblicos que tratam do assunto não podem ser usados para aprisionar a
narrativa à cultura da época, se assim fosse, estaríamos negando a autoridade
das Escrituras. O que está dito no N.T.
e que foi dito em um contexto particular é também a palavra de Deus para
nós. Paulo não era prisioneiro da sua
cultura e não tinha medo de desafiá-la: “Isto,
portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os
gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos” (Ef. 4:17).
Não
tenho nenhuma dúvida de que a reflexão histórica fundamentada nos princípios cristãos
ao longo dos séculos foi correta, e que a atual pressão para derrubar os
valores e os princípios bíblicos nesse sentido, não são fundamentadas em razões
bíblicas mas porque as muitas igrejas estão acovardadas diante da pressão da
sociedade, inclusive a Igreja de Roma, que tem sido pressionada quanto ao
ministério feminino no primeiro escalão.
Não
somos contra as mulheres e muito menos reivindicamos uma superioridade
masculina, afirmamos que somos "todos
um em Cristo Jesus", apesar de que temos cada um, papéis diferentes. Na Bíblia os papéis são separados, na Bíblia
a liderança no lar e na Igreja é um papel preponderantemente masculino, na
Bíblia, homem e mulher são iguais em dignidade, mas separados em funções. Se
cremos que a Bíblia é a imutável Palavra de Deus, não temos autoridade para
mudar isso, não temos autoridade para estabelecermos novas revelações. Ninguém tem!
A Escritura
Sagrada é nossa regra de fé e também de prática, todos dizemos isso, e
ensinamos isso em nossas igrejas e esse ensino que os papeis de gênero são "complementares"
no casamento, na vida familiar e na igreja. Esse
entendimento é, a nosso ver, vital para o nosso testemunho de uma
compreensão cristã da vida familiar.
Nossas
igrejas são constituídas de muitos membros – homens e mulheres - que estão satisfeitos
com este ensino, e que é ainda mais importante em um mundo que está em confusão
quanto aos papéis de gênero e sexualidade em geral. Nesse contexto a supervisão e o
pastoreio feito por uma mulher é difícil de explicar, apesar de que há méritos
em outros aspectos.
Essa é
a nossa visão da Sagrada Escritura, e é por isso que nos preocupamos, como
ministros da Palavra. Diante da situação atual, onde os governos estão propondo
leis de inclusão de minorias em todos os ramos da sociedade, talvez sejamos convidados
a votar em nossos concílios nessas propostas que ameaçam nossos ministérios.
Tememos
ser discriminados em nosso próprio meio, assim como já somos em outras questões
menos polêmicas. O que vamos dizer aos futuros ordenandos? Que garantias vamos
lhes dar de que estarão seguros se mantiverem suas convicções bíblicas sem
alterações? A questão que então se coloca é como encorajar os vocacionados a
desenvolver seus ministérios, se eles não podem fazê-lo dentro das estruturas
formais da Igreja confessional?
Todos
os dias somos bombardeados com perguntas das nossas congregações sobre o
assunto das questões de gênero que palpitam na mídia e nas instituições do
país. Temos de dar respostas adequadas e bíblicas. Temos também de pastorear
aqueles que querem ser pastoreados de acordo com o modelo atual e enfrentar a
oposição dos que pensam andar por outro caminho.
A
questão de um ministério feminino não é uma questão sociológica ou política,
mas é uma questão bíblica. Ou obedecemos os preceitos divinos expresso em sua
palavra, ou nos rebelamos contra Deus e sua palavra para criar o nosso próprio
caminho, fora dos padrões do Senhor.
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