segunda-feira, 11 de março de 2013

ORDENAÇÃO FEMININA – CONSIDERAÇÕES FORTÚITAS



Nos últimos tempos tem-se discutido sobre se devemos ou não ordenar mulheres como pastoras e presbíteras, principalmente nas igrejas de linha reformada ou consideradas como igrejas tradicionais no Brasil.

Essa discussão de vez em quando reaparece nos concílios da Igreja Presbiteriana do Brasil, onde uns defendem de forma apaixonada a ordenação de mulheres como presbíteras e ministras do evangelho, outros são veementemente contra e cada grupo expõe os seus argumentos tentando validar as suas opiniões. A discussão se dá pelo fato de que talvez a totalidade das igrejas neo-pentecostais e grande parte das pentecostais e outros grupos, já ordenam mulheres como pastoras, Brasil afora.

Somos contra a ordenação de mulheres ao ministério como presbíteras ou ministras do evangelho, principalmente porque não há respaldo na Escritura. Cremos que o ensino apostólico sobre liderança masculina na igreja e na família é claro, os textos em sequência o provam (1 Coríntios 11-14; Efésios 5; 1 Timóteo 2 e 1 Pedro 3). O princípio claro nesses textos, é que a liderança na igreja é para ser exercido por homens. Isto não tem nada que ver com questões culturais, mas é uma ordenança do criador (1 Tim 2:13), e está enraizada na natureza de Deus (1Co 11:3). 

Esses debates ganharam uma conotação maior, no calor das discussões sobre as questões de gênero que começaram a surgir nos últimos 20 anos, o que estimulou uma análise muito mais cuidadosa dos textos em questão e serviu para corroborar o acerto técnico das traduções bíblicas à disposição no país.

Os textos bíblicos que tratam do assunto não podem ser usados para aprisionar a narrativa à cultura da época, se assim fosse, estaríamos negando a autoridade das Escrituras. O que está dito no N.T. e que foi dito em um contexto particular é também a palavra de Deus para nós. Paulo não era prisioneiro da sua cultura e não tinha medo de desafiá-la: “Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos(Ef. 4:17).

Não tenho nenhuma dúvida de que a reflexão histórica fundamentada nos princípios cristãos ao longo dos séculos foi correta, e que a atual pressão para derrubar os valores e os princípios bíblicos nesse sentido, não são fundamentadas em razões bíblicas mas porque as muitas igrejas estão acovardadas diante da pressão da sociedade, inclusive a Igreja de Roma, que tem sido pressionada quanto ao ministério feminino no primeiro escalão.

Não somos contra as mulheres e muito menos reivindicamos uma superioridade masculina, afirmamos que somos "todos um em Cristo Jesus", apesar de que temos cada um, papéis diferentes. Na Bíblia os papéis são separados, na Bíblia a liderança no lar e na Igreja é um papel preponderantemente masculino, na Bíblia, homem e mulher são iguais em dignidade, mas separados em funções. Se cremos que a Bíblia é a imutável Palavra de Deus, não temos autoridade para mudar isso, não temos autoridade para estabelecermos novas revelações. Ninguém tem!

A Escritura Sagrada é nossa regra de fé e também de prática, todos dizemos isso, e ensinamos isso em nossas igrejas e esse ensino que os papeis de gênero são "complementares" no casamento, na vida familiar e na igreja. Esse entendimento é, a nosso ver, vital para o nosso testemunho de uma compreensão cristã da vida familiar. 

Nossas igrejas são constituídas de muitos membros – homens e mulheres - que estão satisfeitos com este ensino, e que é ainda mais importante em um mundo que está em confusão quanto aos papéis de gênero e sexualidade em geral. Nesse contexto a supervisão e o pastoreio feito por uma mulher é difícil de explicar, apesar de que há méritos em outros aspectos. 

Essa é a nossa visão da Sagrada Escritura, e é por isso que nos preocupamos, como ministros da Palavra. Diante da situação atual, onde os governos estão propondo leis de inclusão de minorias em todos os ramos da sociedade, talvez sejamos convidados a votar em nossos concílios nessas propostas que ameaçam nossos ministérios.

Tememos ser discriminados em nosso próprio meio, assim como já somos em outras questões menos polêmicas. O que vamos dizer aos futuros ordenandos? Que garantias vamos lhes dar de que estarão seguros se mantiverem suas convicções bíblicas sem alterações? A questão que então se coloca é como encorajar os vocacionados a desenvolver seus ministérios, se eles não podem fazê-lo dentro das estruturas formais da Igreja confessional?

Todos os dias somos bombardeados com perguntas das nossas congregações sobre o assunto das questões de gênero que palpitam na mídia e nas instituições do país. Temos de dar respostas adequadas e bíblicas. Temos também de pastorear aqueles que querem ser pastoreados de acordo com o modelo atual e enfrentar a oposição dos que pensam andar por outro caminho.

A questão de um ministério feminino não é uma questão sociológica ou política, mas é uma questão bíblica. Ou obedecemos os preceitos divinos expresso em sua palavra, ou nos rebelamos contra Deus e sua palavra para criar o nosso próprio caminho, fora dos padrões do Senhor.

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