Brasão da Família d'Eça |
A SAGA DA FAMÍLIA d'EÇA
by
Rev. João d’Eça
Introdução:
A
origem da família “d’Eça” no Maranhão data do período colonial e da
participação ativa nas origens da cidade de São Luís, capital do Estado. O
primeiro dos “d’Eça” a ser mencionado na história foi Manuel de Sousa de Eça,
aliás, o sobrenome “d’Eça” é escrito
como está grafado com “d” minúsculo e
“E” maiúsculo, pelo simples fato de
que a regra gramatical exige que seja assim. Portanto é um erro quando alguém
que não conhece a regra gramatical e suas exceções acha que nome próprio deve
ser escrito com maiúscula em toda situação. Ocorre que “d’Eça” é uma contração
de “de Eça”, assim como “de Água”, que quando contraído fica “d’Água”,
usando-se o apóstrofo, como “de Eça”, fica “d’Eça”, com o apóstrofo.
MANUEL DE SOUSA d’EÇA
Manuel
de Sousa d’Eça era fidalgo português um dos maiores heróis da colonização do norte
brasileiro era filho de Luís Álvares de Espina, de Ilhéus, e foi possivelmente
quem ocupou o maior número de cargos diferentes de Provedor da Fazenda Real.
Assim, foi provedor da Bahia, antes de 1612, de Pernambuco, de 1612 a 1614, da
Paraíba em 1613, "do rio Amazonas" em 1616 e do Maranhão e Pará em
1617.
Era militar dos mais valentes e participou de
1614 a 1617 das lutas contra os franceses no Maranhão; não quis assinar a paz
com eles e na viagem de volta a Pernambuco seu “caravelão” foi arrastado para
as Índias de Castela (Antilhas); dali passou a Portugal, onde comandou um “patacho”
na esquadra de D. Jerônimo de Almeida, ocasião em que pelejou com dois navios
turcos. Intrigas políticas fizeram com que ficasse preso 4 anos em Portugal,
mas acabou sendo nomeado capitão-mor do Grão-Pará, cargo do qual tomou posse em
6 de Outubro de 1626, sucedendo a Bento Maciel Parente. Em 1625 havia, em
companhia de Jácome Raimundo de Noronha, comandado um dos navios da expedição
enviada de São Luís para fundar a capitania do Ceará. Em 1624 havia participado
das lutas para a libertação da Bahia. Acabou morrendo no cárcere, depois de ter
se desentendido com Feliciano Coelho de Albuquerque.
PERSONAGENS
DESTACADOS NA HISTÓRIA
Bernardo Pereira de Berredo que foi
Governador da Província do Maranhão de 1726 a 1729 e escreveu os “Anais
históricos do Estado do Maranhão”, descreve Manuel de Sousa d’Eça no seu livro
como sendo um Capitão e que era natural de uma das Ilhas dos Açores,
precisamente a ilha de Ilhéus, de onde eram os seus familiares. Manuel d’Eça
era o chefe do presídio de Nossa Senhora do Rosário que passava por inúmeros
apertos por falta de comida “havia três meses [...] se sustentavam só de
ervas.”[1]
Na iminência de perder o Norte do Brasil para
os franceses, os portugueses se organizaram para a retomada do espaço ocupado
pelos franceses desde que fundaram a cidade de São Luís, à 8 de setembro de
1612. Berredo nos conta que o governador Gaspar de Sousa, depois que foi
informado da situação dos franceses, preparou uma ofensiva para recuperar o
tempo perdido. Diz berredo:
Mas conhecendo bem, que os
muitos aprestos, que ainda lhe faltavam, naturalmente não cabiam na apertura do
tempo, e que se achava reduzida a necessidade da guarnição do forte, quando era
igual, a que também sentia nas munições
de guerra; acudiu ambas com o pronto socorro de um caravelão, guarnecido de trezentos
soldados à ordem do Capitão Manuel de Sousa de Eça, natural de uma das ilhas
dos Açores. E provedor dos defuntos, e ausentes da Capitania de Pernambuco,
donde saiu em 28 de maio.
Manuel d’Eça chegou em São Luís depois de
doze dias de viagem e depois que desembarcou, levou consigo apenas 18 homens
com os quais enfrentou os franceses comandados pelo sr. De Prat, impondo-lhe
uma derrota, por causa da irregularidade do terreno com o qual os franceses
estavam desacostumados, salvando a vida dos de sua embarcação, já que os
franceses eram em maior número.
Manuel d’Eça se distinguiu na batalha de
Guaxemduba o que causou para si o infortúnio de ser motivo de inveja do
sobrinho de Jerônimo de Albuquerque, que era comandante do presídio, porque
Manuel d’Eça tomou a vanguarda e foi o responsável pela vitória. Mário Meireles
destaca a participação de Manuel d’Eça, dizendo: “...porém a maior parte destes
de reserva, sob o comando do capitão Gregório Fragoso; e, secundado pelo capitão
Manuel de Sousa d’Eça.”[2]
JOSÉ DA CUNHA
d’EÇA
O outro personagem dessa história que visa
resgatar a origem do nome dos “d’Eça” no Maranhão é o de José da Cunha d’Eça, foi o fundador da cidade Arari-MA e Vitória do Mearim em 1723. Fidalgo
da Casa Real e capitão-mor que foi da Capitania do Maranhão.
Há um verbete desse personagem no Dicionário Histórico-Geográfico da Provincia do Maranhão (1870).
Era um homem afortunado, rico e cheio de posses, que usava os seus recursos
para angariar simpatias.
A origem nobre de José da Cunha d’Eça é comprovada por ser ele uma
das famílias mais tradicionais de Portugal, mas também pela comunicação do rei
de Portugal que confirmou as ordens ao fidalgo, comunicando ao Provedor-Mor da
Fazendo no Maranhão e o mandou admitir ao seu real padroado a igreja que ele
construiu no Mearim.
ORIGENS
“A família d’Eça do Maranhão provém de D. Pedro I, de Portugal, e
de D. Inês de Castro, por seu filho D. João, senhor de muitas terras e
detentor, portanto, de suas respectivas jurisdições e rendas todas concedidas
por mercê de seu pai, por carta de 1360, para ele e seus descendentes.”[3]
De sua primeira esposa, D. Maria Teles de Meneses, D. João teve um
filho apenas, D. Fernando, que saiu do reino com ele e viveu por muito tempo em
Galiza, onde teve o senhorio da Vila Eça, da qual se originou o sobrenome da
família. D. Fernando, sem enviuvar, foi casado com várias mulheres, com as
quais teve 42 filhos. Esse era o controvertido padre José da Cunha d’Eça,
fundador do povoado que originou Vitória do Mearim e Arari.
O PADRE
JOSÉ DA CUNHA D’EÇA
Era padre, mas como era na época, a sua ordenação foi comprada e
não seria o caso de vocação. Assim como muitos papas ao longo da história o
foram em troca de benesses para a igreja. Para abraçar o sacerdócio, José da
Cunha d’Eça apelou para o bispo D. Frei José Delgate, que lhe ordenou, não há
registro de que essa ordenação tenha sido feita em São Luís ou em Belém, já que
ambos moraram nas duas cidades, conforme diz Berredo nos Anais.
ORIGEM FAMILIARES
EM ROSÁRIO
A origem dos meus familiares está na cidade de Rosário, onde o meu
bisavô, Sérvulo d’Eça e seus dois irmãos, Honorato d’Eça e Iria d’Eça,
construíram uma numerosa família com várias ramificações. Do meu bisavô eu
descendo de meu avô Caetano d’Eça que casou-se com Filomena, do qual nasceram
vários filhos, dentre eles meu pai, Oeldinantes d’Eça. A minha avô após
separar-se do meu avô Caetano, casou-se com o primo de meu avô, filho de Iria
d’Eça, o qual era conhecido como Zeca de Iria (ou Zeca, filho de Iria). Desse
ramo muitos outros filhos nasceram, irmãos de meu pai por parte de mãe, mas que
são parentes consanguíneos, vindo da mesma raiz.
Essa é a origem da família “d’Eça”. Se você é um “d’Eça” vindo
dessa linhagem, você é privilegiado, pois a história da sua família é uma Saga.
Infelizmente temos encontrado falsos “d’Eça”, mas se querem ter o privilégio de
carregar o nome, que façam assim, só que a história irá contar a verdade.
Estou escrevendo uma obra que conta a história dessa família. Se
você tem informações, fotos, subsídios, histórias pra contar, entre em contato
comigo e eu terei o maior prazer em ir até você e conhecer o que você tem para
contar a “Saga da Família d’Eça”.
Se você tiver documentos e fotos, eu estou montando um arquivo da
família para que a história seja preservada e as gerações futuras possam
conhecer sobre o nosso passado e as nossas origens.
Estou esperando o seu contato. Fale comigo:
Rev. João d’Eça
Tel. (98) 3243-2694
(98) 8807-6712 (Oi) e (98) 8256-5247 (Tim).
Bibliografia:
BERREDO,
Bernardo Pereira de. Anais Históricos do
Estado do Maranhão.
CANTANHEDE,
Washington. Vitória do Mearim, dos
primórdios à Emancipação.
CALMON,
Pedro. História do Brasil, v.1.
CALMON,
Pedro. Introdução e Notas ao Catálogo
Genealógico de Frei Jaboatão.
MEIRELES,
Mário. História do Maranhão.
MORAES,
Melo. Chronica Geral.
SALVADOR,
Frei Vicente do. História do Brasil.
VARNHAGEN,
História Geral do Brasil.
[1]
BERREDO, Bernardo Pereira. Anais
históricos do Estado do Maranhão. Rio de Janeiro: Tipo editor, 1988, p. 66,
67
[2]
MEIRELES, Mário. História do Maranhão.
Imperatriz: Ética, 2008, p. 54
[3]
CANTANHEDE, Washington. Vitória do Mearim,
dos primórdios à emancipação. São Luís: Lithograf, 1998, p. 84, 85
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