By
João d’Eça
Introdução:
O massacre da
noite de São Bartolomeu, ocorreu em Paris, França, perpetrado pelo rei e
príncipes católicos franceses, no dia 23 e 24 de agosto de 1572, onde foram
assassinados cerca de 30 mil protestantes huguenotes. Vamos mostrar aqui o
contexto do acontecimento, culminando com a narrativa do massacre.
Um
magistrado do sec. XVI declarou: “Seja
varrida da memória dos homens, a lembrança da terrível noite de São Bartolomeu”.
O historiador francês De Fèlice, disse “que
por mais que seja esquecida, ainda assim se poderia encher uma vasta biblioteca
com o número de livros que trataram dela”. Muitos historiadores católicos
romanos querem tirar a culpa daquela noite de horrores, das costas do Papa,
jogando toda a responsabilidade sobre Catarina de Médicis e Carlos IX.
No
que se refere a Carlos IX, escreveu Chateaubriand: “não haverá alguma piedade para este monarca de vinte e três anos,
nascido com muitos talentos, com gosto pelas letras e pelas artes, um caráter
naturalmente generoso, que uma execrável mãe se comprazerá em depravar por
todos os abusos da devassidão e do poder?
Quem foram os verdadeiros autores da matança da noite de São Bartolomeu?
Chateaubriand
responde: “O papa e o rei da Espanha, que
não cessavam de pedir pelos seus legados, embaixadores, agentes públicos e
secretos, o extermínio dos chefes do partido huguenote”.[1]
Catarina
de Médicis, a neta de Clemente VII, a mulher de Florença que era seguidor das
doutrinas de Machiavel; O Cardeal de Loraine, na sua qualidade de príncipe da
igreja romana; seu sobrinho Henrique de Guise, chamado, o Loreno, com seus
vinte e dois anos de idade; Alberto de Gondi, o florentino. Ele citava como
exemplo a Carlos IX o assassinato do duque de Orleans pelo duque de Borgonha, e
dizia ser preciso fazer as cousas, não pela metade, mas matar tudo, ainda os
dois jovens príncipes de Bourdon; René Birago ou de Birague, aventureiro milanez
que Francisco I havia trazido para França, o qual, pelo servilismo recebeu o chapéu
cardinalício em recompensa da grande parte que tomou na noite de São Bartolomeu.
Foi esse mesmo Birago.
Luis
Gonzaga, originário de Mantua, conhecido como duque de Nevres, era um hábil
cortesão, um capitão medíocre e um dos mais ardentes estimulador dos assassinatos
da fatídica noite.
O
marechal de Tavannes autorizou o massacre e também ajudou a consumá-lo. Antes
ele havia falado nos conselhos com moderação e se colocou contra o assassinato
dos dois príncipes de Bourdon.
O
duque de Anjou, com idade de vinte anos, tinha sido educado, com seu irmão
Carlos IX, por Gondi, o qual lhe havia ensinado a violar a sua fé e se divertir
com o derramamento de sangue dos huguenotes. Como ele já tinha se entregado a
todo tipo de devassidão, ficou conhecido como o mais abjeto dos príncipes que
ocupara o ntrono da França. Carlos IX disse a Coligny: “quanto a mim, sou francês e rei dos franceses;meu irmão, o duque de
Anjou, só fala com a cabeça, co0m os olhos e com os ombros: é um italiano.”
Carlos
IX recebeu toda execração humana, que caiu sobre a sua cabeça, porque era ele o
rei no tempo do ocorrido massacre da noite de São Bartolomeu, e porque, ao
sentir o odor do sangue, ficou furioso por ser aquele que carregaria a pecha de
carrasco de seus próprios súditos. De toda coorte francesa ele foi o único a
sentir remorsos.
Quem eram os chefes da Reforma na França?
A coorte francesa
via com desprazer os chefes do movimento reformado na França. Eram eles: Joana
d’Albret, Henry de Bourbon, Henry de Condè, Coligny, Larochefoucauld, Lanoue,
Briquemant, Cavagnes, se retiraram para La Rochelle e isso causou a ira da
coorte, que os fez voltar através de um estratagema, para tê-los à mão. A
coorte enviou mensageiros, dissimulados, para induzí-los a voltar à Paris.
Os calvinistas
foram à coorte onde foram acolhidos. Carlos IX agiu com desfaçatez porque
queria agradar os seus maldosos súditos que planejavam o massacre. O rei
dissimulou o tempo todo para ganhar a confiança dos calvinistas, agindo até com
a aparência de uma falsa amizade.
O rei
dissimulado, queria que os principais chefes protestantes viessem para Paris, e
por esta razão, dissimilava com esses citados acima. Para mostrar uma falsa
amizade, marcou o casamento de sua irmã Margarida de Valois, com Henry de
Bearn, fazendo aliança com a casa de Navarra, mas que não entusiasmou Joanna d’Albret,
porque ela colocava os vícios dos Valois acima da fortuna deles.
Continua.....
Nenhum comentário:
Postar um comentário