sexta-feira, 5 de julho de 2013

O CATOLICISMO E SUAS ORIGENS (Parte I)

O CATOLICISMO E SUAS ORIGENS (Parte I)

A origem do papado.

Como conhecemos hoje, o papado teve a sua origem, desenvolvendo-se gradativamente, sustentado a princípio pelo Império Romano. Não teve uma data de nascimento, não foi instituído por Cristo nem pelas igrejas. É um intruso no cristianismo e não se enquadra na Bíblia. (DEV).

O catolicismo romano assim como as igrejas evangélicas são estruturadas da seguinte forma: A igreja romana, sua estrutura é a de ordens religiosas, sob a direção de um chefe visível, é uma monarquia absoluta. As demais igrejas cristãs são estruturadas em forma de denominações, todas com uma só base doutrinária, a Bíblia.

Pontos em comum

Tanto católicos quanto evangélicos creem na Trindade, em Cristo como Salvador pela sua morte substitutiva, ensinam a existência do céu e do inferno e o seu livro texto é a Bíblia. Em que pese as crenças em comum, as duas igrejas cristãs caminham separadas.

Até o IV século da era cristã havia uma e somente uma igreja cristã. A caminhada da igreja continuou desde Cristo até o tempo de Constantino, quando este cristianizou o Império Romano, tornando a religião cristã, antes considerada ilegal, como a religião do Império.

Nesse tempo não havia hierarquia entre os líderes cristãos, bispos, pastores, presbíteros e evangelistas, esses eram homens veneráveis como Policarpo, Papias, Inácio, Justino, Irineu, Orígenes, Eusébio, João Crisóstomo, etc. O único que fugiu fora desse padrão foi o bispo Calixto que foi repreendido por Tertuliano de querer ser o “bispo dos bispos”, isso aconteceu em 208 d.C.

Igreja Católica, apostólica e romana? Que negócio é esse?

No Concílio de Constantinopla que foi presidido pelo imperador romano Teodósio, que decretou no ano de 381 d.C, o “CUNCTUS POPULUS”, a igreja passou a ser chamada de Apostólica. Apostólica ela não é, pois se baseia numa interpretação sofrível de Mt. 16: 13-23, e também não sabemos como pode ser Católica e romana ao mesmo tempo.[1]

A história do surgimento dos papas aconteceu no IV século, quando as várias igrejas espalhadas pelo Império se viram dominadas por cinco dentre os bispos, eram eles: o bispo de Antioquia, o de Jerusalém, o de Constantinopla, o de Alexandria e o de Roma. O Concílio de Calcedônia no ano de 451 concedendo igualdade de poder entre o bispo de Constantinopla e o bispo de Roma. Com o passar do tempo e com o envolvimento político com os imperadores, o bispo de Roma foi tendo a hegemonia e concentrando o poder sobre os outros bispos em sua mão, os que não obedeciam eram destronados.

Voltando um pouco no tempo

Em 325 d.C., o Imperador romano Constantino, depois de uma suposta conversão ao cristianismo, convocou o primeiro Concílio das Igrejas (protótipo do domínio político religioso que dura até hoje – continuidade do Império Romano), e este concílio foi dirigido por Hósia Cordova, com 318 bispos presentes. Constantino, querendo agradar aos bispos que tinham domínio sobre o povo, resolveu construir uma templo a qual deu o nome de “Igreja do Salvador”, posteriormente os papas passaram a ocupar um palácio oferecido por Fausta. Bem mais tarde, no século XV, demoliram a Igreja do Salvador e construíram no lugar a Basílica de São Pedro.

Depois de Constantino, já no século IV, as igrejas que eram livres começaram a perder a sua autonomia com o bispo Inocêncio, que foi feito papa Inocêncio I, no ano 401 d.C., que se auto denominava “governante das igrejas de Deus” e exigia que todas as controvérsias fossem levadas a ele. 40 anos depois, em 440 d.C., o papa Leão I, na tentativa de impor mais temor aos outros bispos dizia que: “resistir a sua autoridade seria ir direto para o inferno!”. Esse papa aumentou o seu domínio, bajulando o Imperador Valentiniano III no ano 445 d.C., que cedeu ao que ele pretendia, que era exercer autoridade sobre as igrejas, até então nas mãos do Estado.

Como historiadores comentam, “era o papado emergindo das ruinas do Império Romano que se desintegrava, herdando dele o autoritarismo e o latim como língua”. Antes do século V, todos os bispos ocidentais eram chamados de papa (pai), aos poucos foram restringindo esse tratamento a somente o bispo de Roma. Até então ninguém ousava supor ou dizer que o apóstolo Pedro havia sido um papa.

Acompanhe o caminhar da história no próximo post.




[1] RIVAUX, História Eclesiástica, Tomo 1, p. 347

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