sexta-feira, 27 de outubro de 2006

SOU UM CRENTE PIEDOSO OU UM CRENTE NOMINAL?

Por Pr. João d'Eça John Bunnyan Quando li o livro "O Peregrino", de John Bunyan, fiquei encantando. Me apaixonei pela sua história e descobri em Bunyan um homem espetacular. Ele foi preso por 12 anos por se negar a se calar em relação à pregação do evangelho – o que a Igreja da Inglaterra queria forçá-lo a fazer. Marido e pai, sua maior preocupação era com a filha, cega, a quem tinha imenso carinho. Mas, em suas próprias palavras, ele disse: “quando deixei a minha casa, levava a paz de Deus no coração”. Ele não temia nem fraquejava, pois confiava em Deus. Bunnyan não se intimidou com as ameaças, ele poderia sair livre, apenas dizendo “deixarei de pregar”, mas, sua responsabilidade em transmitir o testemunho do que Deus havia mudado em sua vida era bem maior. Sua esposa o defendeu em frente ao tribunal que o julgava, mesmo sendo uma moça retraída. Quando questionada pelo Juiz se seu marido deixaria de pregar, ela disse: “meu senhor, ele não deixará de pregar enquanto tiver voz para falar”. John Bunyan escreveu o livro “O Peregrino” enquanto esteve preso. O livro conta a trajetória de Cristão, que sai de sua cidade (a Cidade da Destruição) em direção à Sião, a Cidade Celestial. Pelo caminho, ele enfrenta as mais terríveis tentações, trava lutas com demônios incontáveis e encontra-se com Nosso Senhor na Cruz, quando o fardo (seus pecados) que carregava cai dentro de uma cova aos pés da cruz. Pelo caminho, o Peregrino encontra-se com muitos personagens da trama, encontra-se com a Hipocrisia, a Sabedoria-segundo-o-mundo, o Evangelista, entre outros. Um deles é Fiel, homem que também vem da Cidade da Destruição, assim como o Peregrino, ele morava lá e deixou a família em busca de um bem maior.No capítulo 12 do livro, Cristão e Fiel encontram-se com Loquaz. Loquaz é o que poderíamos chamar de um Cristão Nominal. Alguém que se define como cristão, fala como cristão, se comporta como cristão, mas não é cristão. Ele tem respostas para tudo, fala muito bem sobre as coisas de Deus mas não é de Deus. Conseguiu enganar Fiel, que viu nele alguém que seguia a Deus. Entretanto, Cristão o conhecia, e contou a Fiel quem ele era na verdade, um engandor. Quando foi confrontado, questionado se agia ou não conforme falava, ele fugiu da conversa e se foi. Como você leitor, se define nesse contexto? Analisando a minha própria vida, eu diria que me pareço muito mais com um Cristão Nominal do que com um Cristão Piedoso. Às vezes me vejo indagando de mim pra mim mesmo: Será que as minhas atitudes e comportamentos refletem aquilo que falo? Que ensino? Que prego? Não sei. É claro que somos “salvos pela Graça, mediante a fé, não por obras para que ninguém se glorie”, mas de qualquer maneira, “a fé sem obras é morta”. Eu tenho que mostrar com as minhas obras, aquilo que declara a minha confissão. Não estou em crise, mas apenas me questionando. Gostaria de agir mais, de fazer mais. De viver mais a minha fé. Mas em um mundo onde não podemos confiar em ninguém, o que fazer? “Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz”, diria S. Francisco de Assis – já o li e o admiro muito. Também gostaria de ser um instrumento assim! Rogo a Deus todos os dias pela Sua Misericórdia. Que Deus nos ajude! Que Deus nos abençoe. Só a Deus toda a Glória.

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