sábado, 3 de março de 2007

EDUCAÇÃO E COAÇÃO.


Por.
Rev. João d'Eça.
Educação:
[Do lat. educatione.]
S. f.
1. Ato ou efeito de educar(-se).
2. Processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social: 2
3. Os conhecimentos ou as aptidões resultantes de tal processo; preparo: 2
4. O cabedal científico e os métodos empregados na obtenção de tais resultados; instrução, ensino: 2
5. Nível ou tipo de ensino: 2
6. Aperfeiçoamento integral de todas as faculdades humanas.
7. Conhecimento e prática dos usos de sociedade; civilidade, delicadeza, polidez, cortesia: 2
8. Arte de ensinar e adestrar animais; adestramento: 2 (Grifo Meu).
9. Arte de cultivar as plantas e de as fazer reproduzir nas melhores condições possíveis para se auferirem bons resultados.
(Dicionário Aurélio Século XXI, Edição Eletrônica)


COAÇÃO:
coação2
[Do lat. coactione.]
S. f.
1. Ato de coagir; coerção.
2. Estado de quem se vê coagido.
(Dicionário Aurélio Séculi XXI, Edição Eletrônica).
Antigamente a educação era muito diferente do que é hoje, desde o que se aprendia (conteúdo de ensino), como o modo como se aprendia (didática do ensino). Eu lembro que o meu aprendizado, a educação que tive, foi na base de conteúdo e de coação, sim, eu e os da minha geração, fomos, em certo sentido, coagidos a aprender e ao invés de ter sido prejudicial, foi até benéfico em alguns aspectos para a minha vida, e creio, para os da minha geração.

Quantas vezes nas aulas de Matemática, por exemplo, na hora da tabuada, ou até na aula de leitura, havia aquela competição pra saber quem iria usar mais a Palmatória, entre os alunos, ou se a professora é que iria usar para corrigir os erros dos que não estudavam. Quantas vezes eu não apanhei “bolos” nas mãos de um coleguinha ou da professora, porque eu não tinha me esforçado o suficiente, apesar de trágico, isso estimulava os alunos a se esforçarem mais, porque nós, ao invés de estudar iamos brincar e não faziamos os deveres. É caros leitores, eram tempos em que nós reconhecíamos uma autoridade, onde tínhamos respeito pelos mais velhos e principalmente pelos professores e mestres.
Lembro uma vez em que fiquei muito zangado porque a professora me bateu com a palmatória por causa de uma traquinagem que eu fiz. Ao chegar em casa, ainda chorando, contei pra minha mãe. Ela depois de ouvir, pegou-me pelo braço e aplicou-me umas novas palmadas dizendo pra eu me comportar e respeitar a professora. Antes eu pensei que minha mãe iria apoiar o meu erro e reclamar com a professora, por isso chorei. Mas quando peguei umas novas palmadas, imediatamente me calei e entendi que eu é que fui o culpado e aprendi o que significa hierarquia e respeito, nunca mais apanhei, a partir daquele momento, levei o estudo a sério.

Antes os alunos apanhavam com a régua ou com a palmatória, hoje porém, eles apanham da vida, cada dia que passa, fica mais difícil passar no vestibular, fica mais difícil passar em um concurso público. Como bem disse alguém : “A vida é a maior universidade que nos ensina tudo, sem nos cobrar nada”.

Segundo pesquisas nessa área, o investimento em educação no Brasil é de R$ 158,00/mês, por aluno, enquanto que um adolescente infrator no Brasil custa ao país a incrível soma de R$ 4.400,00/mês. A escola hoje, virou um restaurante, mais que um local de aprendizado. As crianças estão indo para as escolas para comer ao invés de ir para aprender. Os pais estão aproveitando a oportunidade para matar a fome dos seus filhos em primeiro lugar. Isto é ridículo, testemunha pessimamente contra nós. Infelizmente, os políticos parecem não estar preocupados com a educação, mas sim com os paleativos dos programas de “bolsas”, que na verdade é a compra de votos mais descarada que existe, e não resolve o problema nem da fome, nem da educação.

Recentemente foi votado no Brasil a “Lei da Palmada”, Projeto de Lei 2.654/03, que proíbe os pais a coagir os seus filhos em quaisquer circunstâncias, sendo que os pais que disciplinarem os seus filhos, mesmo que para aprender ou para se corrigir de um erro, podem sofrer a pena de prisão. Para mim isso é um grande absurdo, levando-se em consideração, o fato de que os nossos pais e avós nos disciplinavam e que a nossa geração foi uma geração mais educada, mais respeitosa, mais inteligente e que sabe respeitar o direito dos outros. Infelizmente não é assim com a geração dos anos 90. Não se respeita o direito dos outros, não se estuda mais, não há interesse no desenvolvimento e nas novas descobertas, não se faz mais pesquisa séria, o que se quer é só diversão, a palavra-chave é "alegria", a busca da alegria é desenfreada e com ela a libertinagem que se alastra até dentro das nossas universidades.
Não é possível que o nosso presidente da república, o sr. Luiz Inácio da Silva, venha a público dizer que só agora ele soube que a maioria dos alunos no Brasil não sabem fazer cálculos e nem interpretar textos. O que o senhor esteve fazendo nos últimos quatro anos, sr. presidente? Será que o senhor viajou tanto que se esqueceu de governar o páis? Ou será que o senhor estava tão preocupado em agradar aos seus amigos vermelhos (Evo e Cháves) que se esqueceu que aqui é o Brasil e não Bolívia ou Venezuela?

É lamentável que a educação no Brasil esteja nesse caminho, só quem tem a perder é a atual geração, nossos filhos e nossos netos.

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