terça-feira, 18 de abril de 2017

O PRIMEIRO ASSASSINATO DA HISTÓRIA E SUAS CONSEQUÊNCIAS

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João d'Eça, MDiv



Introdução:

Em Gn. 4.9, encontramos a solene pergunta que o Supremo Criador faz a Caim, primeiro filho da primeira família da humanidade:


- Onde está o teu irmão Abel?


Adão e Eva já estavam condenados à morte por causa da violação do Mandamento de Deus e tinham sido expulsos do Jardim do Éden. É claro que eles sentiam o nunca haviam sentido antes, novos sentimentos como angústia, preocupação, medo. Eles sentiam agora a sua miséria. Deixaram o paraíso de delícias, onde nenhum desses sentimentos havia, e agora estavam curtindo o vale de lágrimas, onde o remorso, a maldição e a morte se fez presente. Um vale de tristezas e de calamidades.


Agora, na situação em que se encontravam por causa da desobediência e consequentemente da perda de comunhão com o SENHOR, aguardavam a promessa de Deus de libertá-los da morte eterna. Os nossos primeiros pais já haviam se estabelecido na terra para onde foram expulsos.

 
Motivo do primeiro assassinato


         A questão religiosa foi o motivo do primeiro assassinato que envolveu os dois filhos do primeiro casal. Caim era lavrador e achou que poderia se apresentar diante do SENHOR com os seus dons e com os frutos da terra; mas Abel, diferentemente apresenta-se com o sacrifício dos primogênitos dos seus rebanhos.


Deus atentou e se agradou para Abel e para a sua oferta e não para a oferta de Caim. Os jovens irmãos foram educados na fé das promessas que Deus fizera à Adão e Eva, quando os lançou para fora do Paraíso. De acordo com os ensinamentos dos seus pais e com a fé na Promessa do SENHOR, Abel ofereceu os seus holocaustos (Hebreus 11.4), mas Caim seguiu o seu próprio instinto e apresentou-se a Deus como um incrédulo. Mais tarde na história, muitos imitaram a atitude de Caim, especialmente podemos citar Esaú, que chorou tarde demais.


A Sagrada Escritura diz “que sem fé é impossível agradar a Deus”. Caim não tinha fé... vendo pois Caim que a religião de Abel, seu irmão, agradou a Deus e que a sua religião foi desprezada, ficou irado, e o seu semblante descaiu. Deus, misericordioso e longânimo, diz a Caim: “Por que andas irado? E por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.” (Gn. 4.6,7).


Diante desse aviso e advertência divina, Caim, assim como muitos fazem hoje, não se arrependem dos seus pecados e não buscam a comunhão com o Deus Todo-Poderoso. Não querem fazer o caminho de volta para o SENHOR, não querem abandonar a prática do pecado que lhes dá prazer, mesmo que momentâneo.


Para provar que o seu coração era de todo mal, Caim, convida o seu irmão Abel para um passeio sinistro, o seu irmão Abel nem desconfiava os intentos malignos do coração de Caim. Abel amava o seu irmão, e a Escritura ensina que “o amor não suspeita mal” (I Co.13.5). Caim não dominou o mal dentro de si, mas deixou-se dominar por ele. Deu vazão às suas concupiscências e iniquidades e tomou todo o cuidado para que o seu crime ficasse oculto. Ele se deixou dominar pelo desejo pecaminoso e nem percebeu que estava preso nas armadilhas diabólicas.


O primeiro assassinato, assim como todos os outros depois dele, de lá até hoje, revestiu-se de requinte de maldade e de crueldade, motivado por uma atitude religiosa que não foi aceita por Deus. Há  pessoas que pensam que podem trazer a Deus qualquer coisa, de qualquer jeito, sendo que a forma como Deus quer ser adorado e servido, ele mesmo determina nas Sagradas Escrituras, não podendo o homem inventar maneiras ao seu bel prazer de cultuar ao SENHOR.


Analisando o crime


         Este crime, o primeiro da história da humanidade, tem todos os agravantes que o levariam em tempos modernos a ter a pena máxima como consequência. Vejamos os agravantes do crime:


- Caim dissimuladamente procurou um lugar deserto para a prática do seu crime. À semelhança dos criminosos, filhos de Caim, que procuram os lugares ermos e escuros para praticarem o seu mal. A Sagrada Escritura os chama de “filhos das trevas” (Ef. 5.8). Os criminosos procuram a escuridão ou o deserto para não serem surpreendidos no seu mal.


- Caim enganou a sua vítima com uma pretensa amizade. Iludiu o seu irmão com um suposto companheirismo. Premeditou por longo tempo e executou o seu intento diabólico, porque a sua sanha tinha por objetivo eliminar o seu irmão, por causa de inveja, que foi o outro mal que ele deixou que o dominasse. Ao invés de se arrepender, pedir perdão e agir corretamente, ele manteve o sentimento de inveja na sua alma enegrecida e planejou como cometer o ato criminoso e cruel.


- Caim usou do artifício maligno da confiança do seu irmão nele. Abel jamais suspeitou de que Caim pudesse fazer o que fez, de que ele estivesse planejando lhe fazer qualquer mal. Caim revelou-se um monstro, que apesar de já ter sido advertido por Deus com graça e misericórdia, Caim não deu ouvidos ao que Deus lhe falara.


O que aprendemos com esse crime?


         No livro de Êxodo 20, na narrativa dos Dez Mandamentos, o SENHOR diz que “visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus Mandamentos.” (Ex. 20.5,6). Adão e Eva que desobedeceram ao SENHOR, ainda nem haviam

chegado a tanto na prática do pecado, os efeitos da sua desobediência já se mostraram presentes na vida de seu filho que cometeu tamanha iniquidade, revelando a morte, intrusa na existência humana.


O pecado dos pais veio se revelar na sua forma mais cruel na vida dos seus filhos. Como uma bomba cujo estopim está queimando lentamente, este veio estourar nas mãos de Caim, como efeito do pecado dos seus pais.


Deus interveio na situação e denunciou o pecado de Caim, dando-lhe oportunidade para confessar e se arrepender, mas o que ocorreu foi que o criminoso, de coração endurecido, parecia não se incomodar em ter assassinado a seu irmão. O SENHOR perguntou a Caim: “Onde está Abel, teu irmão? Ele respondeu: Não sei; acaso sou eu tutor de meu irmão?” Como que dizendo: “Ele não é o Teu preferido? Por que perguntas a mim?”


Adão e Eva sentiram o peso do seu pecado, de forma mais dolorida com a morte do seu amado filho Abel, a quem nunca mais veriam na vida. “O salário do pecado é a morte” (Rm.6.23). Abel estava morto no corpo, Caim estava morto na alma. Foi uma tragédia terrível para os nossos primeiros pais. Agora eles entendiam a grandeza da sua culpa, por meio de dor e de lágrimas eles compreendiam perfeitamente o tamanho do seu pecado e o resultado trágico da sua ação.
 
Conclusão:

          A morte entrou na existência humana por meio do pecado. Ela é uma intrusa na humanidade, não havia sido inicialmente planejada por Deus, se o homem permanecesse na obediência. Deus disse que o resultado do pecado seria a morte, que para que ela não entrasse na existência humana, o homem deveria manter-se obediente à Vontade de Deus. Foi a primeira e a única vez que o homem teve livre-arbítrio em caso de Salvação.


Caim morreu na sua alma. Que dores ele não deve ter sentido por causa de uma lembrança tão trágica? Somente a graça de Deus por meio de Jesus Cristo pode resolver esse

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