quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

MORRE A.G. SIMONTON - 9 DE DEZEMBRO DE 1867



Há 148 anos atrás, num dia como esse, morria o Rev. A.G. Simonton, fundador da Igreja Presbiteriana do Brasil.

Simonton ocupa lugar de honra na galeria dos grandes homens que lutaram em prol do avanço da fé evangélica. Simonton foi o fundador e primeiro pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, organizada no Rio de Janeiro, antiga Capital Federal.

Simonton era natural dos Estados Unidos, onde nasceu no condado de Dauphin, Pensylvania, no dia 20 de janeiro de 1833. Seus pais eram o Dr. W. Simonton e D. M. Davis Simonton, que eram crentes sinceros, e que na ocasião do batismo do filhinho o consagraram ao ministério evangélico.

Breve biografia

Simonton fez seus estudos preparatórios e depois foi para o Colégio de Princeton, em Nova Jersey, uma das melhores instituições do seu gênero nos Estados Unidos naquela época, e, em 1852 ele formou-se em todas as matérias do seu curso. Depois, durante dois anos seguintes ele dirigiu uma escola de instrução secundária.


Depois desse período de dois anos ele deixou o magistério para estudar direito, queria trabalhar como advogado nos embates políticos que achava lhe acenavam e lhe davam esperanças de futuro.

Era um homem de uma inteligência ímpar e que parecia ter encontrado a carreira adequada a seu perfil. Logo depois de ter iniciado a sua carreira de causídico, Simonton converteu-se a Cristo. O Seu coração que por muito tempo resistia ao Salvador, rendeu-se afinal. Daquele dia em diante a sua vida teve outro rumo, uma nova direção se lhe abria os horizontes e uma mudança radical mudou toda a sua vida até o fim de seus dias.

Simonton reconheceu que o Senhor o chamava para o ministério sagrado e lembrou-se dos votos dos seus pais quando do seu batismo ainda criança e se lançou adiante para cumprir o chamado do SENHOR.

Matriculou-se no Seminário de Princeton e seguiu o seu curso até o fim com distinção e formou-se em Teologia em 1858, sendo em seguida ordenado como ministro da Igreja Presbiteriana, em 1859. No mesmo ano chegou à cidade do Rio de Janeiro, onde exerceu o seu ministério, quase sem interrupção, até a sua morte em dezembro de 1867.


Desde 1861 ele pregou em português tanto como em inglês, organizando a igreja presbiteriana daquela cidade em 1861. Como pastor da igreja, trabalhou incansavelmente no desempenho de seus deveres, em muitas ocasiões pregou quatro vezes por semana, escrevendo quase todos os seus sermões, além do mais, visitava assiduamente os membros da congregação.

Sua personalidade era simpática, era um homem além de inteligente, culto, era também criativo e cativava as pessoas ao seu redor. Seu prazer maior era servir às pessoas e trabalhar em benefício de quantas precisassem dele.[1]


Homem de Imprensa

Simonton e outros colaboradores fundaram em 1864 a Imprensa Evangélica, periódico que circulou até o mês de 1892. Através desse jornal Simonton combateu o erro e proclamou a verdade do Evangelho de Cristo. Ele foi o iniciador do movimento da imprensa religiosa no país, mas que não recebeu nenhum reconhecimento ainda.

A morte da esposa e de Simonton

Blackford continua a sua narrativa sobre o seu cunhado: “Ele casou-se em 1863 com Helen Murdoch na cidade de Baltimore. Infelizmente Helen morreu em 1864, deixando uma filha que herdou o seu nome. No fim do ano de 1867, Simonton, estando na cidade de São Paulo, adoeceu vitimado de uma febre violenta e no dia 9 de dezembro daquele ano, antes de completar 35 anos de idade, descansou no Senhor”.[2] Os restos mortais de Simonton, descansam no Cemitério dos protestantes em São Paulo, ao lado do túmulo do Rev. José Manoel da Conceição.

A Editora Cultura Cristã lançou o livro Sermões Escolhidos, obra que nos presenteia com alguns sermões que Simonton pregou quando pastor da igreja do Rio de Janeiro.

Homenagens póstumas

Logo depois do anúncio da morte do Rev. Simonton, os seus amigos americanos e ingleses, reunidos no consulado dos Estados Unidos, adotaram uma resolução nos seguintes termos:
 

“Visto que aprouve À Divina Providência remover deste mundo o nosso muito amado e estimado amigo, o Rev. A. G. Simonton no meio dos seus trabalhos e no vigor da sua virilidade, por isso resolvemos:

1 – Que na morte do nosso estimado amigo, cada um de nós sente que sofreu uma grande perda pessoal; e desejamos unir as nossas lágrimas Às daqueles que eram ligados com ele pelos laços de parentesco;

2 – Que tendo tido relações de amizade durante alguns anos com o falecido Sr. Simonton, sempre o conhecemos como um homem de raros dotes morais e intelectuais – um cristão a cujos severos princípios de dever juntava um grande espírito de tolerância para com os outros, e cuja moralidade e pureza de vida não desprezava os prazeres inocentes – um cavalheiro, cujas maneiras eram amáveis, cuja franqueza era delicada e cujas convicções declaradas nunca deram ofensa e eram recebidas com respeito mesmo por aqueles que não as partilharam.

Como vizinho, interessava-se por tudo quanto dizia respeito ao bem-estar dos outros, e sentiremos por muito tempo a falta de sua presença agradável nas nossas casas de negócio e no círculo doméstico onde ele sempre era bem acolhido.

Era pacífico, moderado, dócil, susceptível de todo bem, cheio de misericórdia, e de bons frutos, e não era dissimulador;

3 – Que damos os nossos sinceros pêsames aos parentes do falecido, neste pais e nos Estados Unidos., e aos seus associados neste império; e prometemos-lhes guardar viva em nossos corações a memória de nosso excelente amigo e de imitar as virtudes que lhe adornaram a alma.”
 
Essa foi a curta de vida de um homem que deixou-se usar por Deus, mesmo tendo vivido uma vida curta, porém da pequenez, Deus fez algo grande, a Igreja Presbiteriana do Brasil - IPB





[1] Testemunho de A.L. Blackford, cunhado de Simonton, dito em um discurso pouco depois da sua morte.
[2] Ibid.

Um comentário:

Anônimo disse...

Certa vez, ouvi alguém dizer que Dom Pedro II era admirador de Simonton, talvez porque o imperador era um homem culto e o Evangelho é sabedoria pura!

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