Há 148 anos atrás, num dia como
esse, morria o Rev. A.G. Simonton, fundador da Igreja Presbiteriana do Brasil.
Simonton ocupa lugar de honra na
galeria dos grandes homens que lutaram em prol do avanço da fé evangélica.
Simonton foi o fundador e primeiro pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil,
organizada no Rio de Janeiro, antiga Capital Federal.
Simonton era natural dos Estados
Unidos, onde nasceu no condado de Dauphin, Pensylvania, no dia 20 de janeiro de
1833. Seus pais eram o Dr. W. Simonton e D. M. Davis Simonton, que eram crentes
sinceros, e que na ocasião do batismo do filhinho o consagraram ao ministério
evangélico.

Breve biografia
Simonton fez seus estudos
preparatórios e depois foi para o Colégio de Princeton, em Nova Jersey, uma das
melhores instituições do seu gênero nos Estados Unidos naquela época, e, em
1852 ele formou-se em todas as matérias do seu curso. Depois, durante dois anos
seguintes ele dirigiu uma escola de instrução secundária.
Depois desse período de dois anos
ele deixou o magistério para estudar direito, queria trabalhar como advogado
nos embates políticos que achava lhe acenavam e lhe davam esperanças de futuro.
Era um homem de uma inteligência
ímpar e que parecia ter encontrado a carreira adequada a seu perfil. Logo
depois de ter iniciado a sua carreira de causídico, Simonton converteu-se a
Cristo. O Seu coração que por muito tempo resistia ao Salvador, rendeu-se
afinal. Daquele dia em diante a sua vida teve outro rumo, uma nova direção se
lhe abria os horizontes e uma mudança radical mudou toda a sua vida até o fim
de seus dias.
Simonton reconheceu que o Senhor
o chamava para o ministério sagrado e lembrou-se dos votos dos seus pais quando
do seu batismo ainda criança e se lançou adiante para cumprir o chamado do
SENHOR.
Matriculou-se no Seminário de
Princeton e seguiu o seu curso até o fim com distinção e formou-se em Teologia
em 1858, sendo em seguida ordenado como ministro da Igreja Presbiteriana, em
1859. No mesmo ano chegou à cidade do Rio de Janeiro, onde exerceu o seu
ministério, quase sem interrupção, até a sua morte em dezembro de 1867.
Desde 1861 ele pregou em
português tanto como em inglês, organizando a igreja presbiteriana daquela
cidade em 1861. Como pastor da igreja, trabalhou incansavelmente no desempenho
de seus deveres, em muitas ocasiões pregou quatro vezes por semana, escrevendo
quase todos os seus sermões, além do mais, visitava assiduamente os membros da
congregação.
Sua personalidade era simpática,
era um homem além de inteligente, culto, era também criativo e cativava as
pessoas ao seu redor. Seu prazer maior era servir às pessoas e trabalhar em
benefício de quantas precisassem dele.[1]
Homem de Imprensa
Simonton e outros colaboradores
fundaram em 1864 a Imprensa Evangélica, periódico
que circulou até o mês de 1892. Através desse jornal Simonton combateu o erro e
proclamou a verdade do Evangelho de Cristo. Ele foi o iniciador do movimento da
imprensa religiosa no país, mas que não recebeu nenhum reconhecimento ainda.
A morte da esposa e de Simonton
Blackford continua a sua
narrativa sobre o seu cunhado: “Ele casou-se em 1863 com Helen Murdoch na
cidade de Baltimore. Infelizmente Helen morreu em 1864, deixando uma filha que
herdou o seu nome. No fim do ano de 1867, Simonton, estando na cidade de São
Paulo, adoeceu vitimado de uma febre violenta e no dia 9 de dezembro daquele
ano, antes de completar 35 anos de idade, descansou no Senhor”.[2]
Os restos mortais de Simonton, descansam no Cemitério dos protestantes em São
Paulo, ao lado do túmulo do Rev. José Manoel da Conceição.
A Editora Cultura Cristã lançou o
livro Sermões Escolhidos, obra que
nos presenteia com alguns sermões que Simonton pregou quando pastor da igreja
do Rio de Janeiro.
Homenagens póstumas
Logo depois do anúncio da morte
do Rev. Simonton, os seus amigos americanos e ingleses, reunidos no consulado
dos Estados Unidos, adotaram uma resolução nos seguintes termos:
“Visto que aprouve À Divina
Providência remover deste mundo o nosso muito amado e estimado amigo, o Rev. A.
G. Simonton no meio dos seus trabalhos e no vigor da sua virilidade, por isso
resolvemos:
1 – Que na morte do nosso
estimado amigo, cada um de nós sente que sofreu uma grande perda pessoal; e
desejamos unir as nossas lágrimas Às daqueles que eram ligados com ele pelos
laços de parentesco;
2 – Que tendo tido relações
de amizade durante alguns anos com o falecido Sr. Simonton, sempre o conhecemos
como um homem de raros dotes morais e intelectuais – um cristão a cujos severos
princípios de dever juntava um grande espírito de tolerância para com os
outros, e cuja moralidade e pureza de vida não desprezava os prazeres inocentes
– um cavalheiro, cujas maneiras eram amáveis, cuja franqueza era delicada e
cujas convicções declaradas nunca deram ofensa e eram recebidas com respeito
mesmo por aqueles que não as partilharam.
Como vizinho, interessava-se
por tudo quanto dizia respeito ao bem-estar dos outros, e sentiremos por muito
tempo a falta de sua presença agradável nas nossas casas de negócio e no
círculo doméstico onde ele sempre era bem acolhido.
Era pacífico, moderado,
dócil, susceptível de todo bem, cheio de misericórdia, e de bons frutos, e não
era dissimulador;
3 – Que damos os nossos
sinceros pêsames aos parentes do falecido, neste pais e nos Estados Unidos., e
aos seus associados neste império; e prometemos-lhes guardar viva em nossos
corações a memória de nosso excelente amigo e de imitar as virtudes que lhe
adornaram a alma.”
Um comentário:
Certa vez, ouvi alguém dizer que Dom Pedro II era admirador de Simonton, talvez porque o imperador era um homem culto e o Evangelho é sabedoria pura!
Postar um comentário