Rev. João d'Eça
Lucas 2.1-7
Introdução
Nos versículos
de Lucas destacados acima, falam da história do nascimento do Filho de Deus,
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Assim como o nascimento de qualquer
criança é sempre um acontecimento maravilhoso, pelo fato de agregar ao seio da
humanidade mais uma alma imortal, o nascimento do menino Jesus é mais do que
especial, é divino.
Desde o início da humanidade nunca houve um acontecimento
tão maravilhoso quanto o nascimento de Jesus Cristo. Foi mais surpreendente do
que qualquer outro acontecimento da humanidade, o nascimento de Jesus Cristo,
foi um milagre: Deus se fez homem, e habitou entre nós, “manifestou-se em carne”
(I Tm. 3.16). Os bens que Jesus com o seu nascimento trouxe ao mundo são
incomparáveis: abriu ao homem a porta da vida eterna.
1. Quando Jesus
Nasceu
Os versículos do Evangelho de
Lucas revelam quando Jesus nasceu. Foi nos dias de Augusto, primeiro imperador
romano, expediu um “decreto para que todos fossem listados.” A sabedoria de
Deus se manifesta neste simples fato, o cetro estava apartando-se de Judá G.
49.10. Os judeus começaram a sair sob um domínio estrangeiro, e já tinham que
render-lhe tributo. Os estrangeiros começavam a governar o povo judeu nessa
época, já não tinham nenhuma independência e o chamado “tempo oportuno” de se
apresentar o Messias prometido havia chegado.
O tempo era especial para a chegado do Rei dos reis e para a
introdução do Evangelho. Assim como profetizou Daniel, todo o mundo civilizado
seria governado por um Senhor (Dn. 2.40). Todos os reinos anteriores ao Reino
de Cristo haviam passado, mas o reinado de Cristo seria eterno, “o mundo pro
meio de sua sabedoria, não conheceu a Deus” (I Co. 1.21). Os reinos do mundo
estavam repletos de tenebrosa idolatria. Esse era o tempo oportuno para que
Deus se interpusesse desde o céu, e enviasse à terra o Poderosos Salvador. Era
o tempo de Cristo nascer (Rm. 5.6).
Deus está no controle de todas as coisas (Sl. 31.15), ele
sabe qual é a hora mais favorável para socorrer a sua igreja e trazer nova luz
ao mundo. Nós temos a pretensão de querer saber os acontecimentos que não nos
cabe. Matinho Lutero sempre dizia a seu amigo impaciente Filipe Melanchton: “Cessa,
Filipe, de pretender governar o mundo”.
2. Onde Jesus nasceu
Jesus nasceu em Belém da Judeia,
não foi em Nazaré, ai ele foi criado e cresceu. O profeta Miquéias predisse o
acontecimento com riqueza de detalhes (Mq.5.2), e assim foi, na cidade de
Belém, nasceu Jesus Cristo. Deus manifesta a sua Divina Providência nesse
simples fato. O Senhor dirige o coração dos reis até onde ele quer. Ele
assinalou o tempo em que Augusto deveria espedir o decreto para arrolamento do
povo, cada um em sua terra natal, de modos que Maria, indispensavelmente
estaria em Belém, quando “se completassem o dia para ela dar a luz”.
O orgulhoso imperador e o seu oficial Quirino não sabiam que
eram instrumentos nas mãos de Deus para cumprir os seus propósitos. Eles nem
imaginavam que estavam ajudando a assentar as bases de um reino, ante o qual os
impérios deste mundo se desmoronariam algum dia, e a idolatria de Roma minguaria.
Todos os crentes devem consolar-se na certeza absoluta de
que Deus rege o mundo. Ora, se o Senhor usou uma jumenta para abençoar o seu
povo, como não usaria umas bestas que se acham importantes, no intuito de
trazer bênçãos ao seu povo espalhado por toda a terra?
Não se inquiete meu irmão, minha irmã por causa da conduta
dos governantes desse mundo. Perceba com os olhos da fé que a mão que os guia
para cumprir o seu propósito, é a mão do Senhor, que o faz para a sua honra e
glória do Seu próprio nome. Deus considera cada governante, seja ele Augusto,
Dario, Ciro, Nabucodonosor, Napoleão, Obama, Dilma ou qualquer outro, como um
homem ou mulher, cujo poder nada pode fazer, senão o que Deus lhe permite, e
nada que não seja para que a Sua vontade seja feita.
3. O estado em que
Jesus nasceu
Jesus Cristo
não nasceu debaixo de um teto na casa dos seus pais, ou num local apropriado
para o nascimento de um bebê humano, mas num lugar estranho, numa estalagem.
Quando nasceu não foi colocado sobre almofadas macias, sua mãe o colocou numa manjedoura,
tudo porque “não havia lugar para eles na estalagem”.
Isso faz toda a diferença para nós hoje. Se Jesus Cristo
houvera nascido num berço de ouro, Ele que veio salvar o gênero humano do seu
maior mal, o pecado, se viesse revestido de majestade e rodeado dos anjos, isto
já seria para nós um ato de misericórdia imerecida. Se Ele quisesse habitar em
um palácio, rodeado de poder e autoridade, nós nos espantaríamos com isso.
Jesus porém fez-se pobre e de tão baixa condição como os demais de seu tempo e
ainda muito mais, esse é um amor incompreensível e incontestável.
Nunca devemos em tempo algum duvidar que por meio da
humilhação, o nosso Senhor Jesus Cristo nos comprou um título para a glória
eterna. Por meio de uma vida de sofrimentos, assim como também por meio de sua
morte, nos alcançou com eterna redenção. Por nosso amor foi pobre durante toda
a sua vida, desde a hora do seu nascimento até o momento da sua crucificação; e
por sua pobreza somos nós ricos (II Co. 8.9).
Conclusão:
Nosso Senhor
Jesus Cristo não faz acepção de pessoas. Ele abraçou os desvalidos, deu-se em
favor daqueles que não mereciam. Deus não faz acepção de pessoas. Ele enxerga o
coração dos homens e não a sua conta bancária. Não se envergonhe da cruz e nem
da sua pobreza. Ser pecador e cheio de cobiça é desonroso, mas ser pobre não.
Uma casa simples, um alimento parco, uma cama dura não é
agradável ao corpo; e, todavia, tal foi isso que o Senhor encontrou quando da
sua vinda ao mundo. Quando o amor ao dinheiro apodera-se da pessoa ela esquece
a Deus. Lembre-se do presépio de Belém e daquele que ali foi deitado.
Concentrando-se no menino Jesus e na sua condição ao vir ao mundo, poderemos
nós, livrar-nos da atração das luzes do mundo nesse Natal.
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