Rev. João d'Eça, MD
Introdução:
Desde que eu
era criança, aos 9 anos de idade, senti o chamado para ser pastor. Não era de
uma família cristã protestante e nem praticavam a religião, os meus parentes.
Mas eu gostava de ver os jovens e outras pessoas passarem aos sábados e domingos
pela minha rua indo para igreja vestidos
naqueles paletós tradicionais. Aquilo me encantava e eu sonhava o dia em que
iria vestir um paletó e caminhar para a igreja.
Eu, sem nem
ainda ter contato com os crentes, mas já lia a Bíblia, pelo menos o Novo
Testamento ganho da escola pelos Gideões Internacionais. Eu reunia os meus
amigos e pregava para eles, como via os pregadores ao ar-livre fazer e eles
gostavam, levavam tudo na brincadeira, achavam aquilo uma palhaçada, mas para
mim era sério, na minha inocência de 9 anos de idade eu me transportava mentalmente
para o púlpito de uma igreja e já nem percebia quem estava ao meu redor.... Até
que passava aquela viagem mental.
Pastor na Bíblia
A palavra “pastor”
aparece nas Escrituras oito vezes no Antigo Testamento e uma no Novo. Significa
uma pessoa encarregada de vigiar, guiar um rebanho, cuidar de sua alimentação e
defende-los dos perigos e assaltos dos lobos.... Afinal, ama-lo e governa-lo.
A Escritura
nos conta que o povo, certa vez foi surpreendido com a Boa-Nova contada pelos
pastores que guardavam os rebanhos nos campos de Belém e que anunciavam o
nascimento de Jesus Cristo, uma das cenas mais espetaculares das Sagradas
Escrituras.
Com o
conhecimento que temos da vida pastoril do Oriente Médio, não é difícil fazer a
imaginação voar e ver aquelas verdejantes colinas, onde descansando o rebanho,
também estavam os pastores vigiando-os, quando a mais saudosa antífona ecoou
pelos vales afora, vindo do céu esta voz: “Glória a Deus nas maiores alturas e
paz na terra aos homens a quem ele quer bem”.
Outra cena
igualmente encantadora naquela parte do mundo no tempo de Jesus era ver pela
manhã os pastores levando os seus rebanhos às verdes pastagens, e, à tarde, à
torrente das águas cristalinas. Era interessante o conhecimento que essas
ovelhas tinham da voz do pastor; não atendiam nem conheciam a voz de outro, que
para elas era estranho. O cuidado do pastor era tal que apesar do tamanho do
rebanho, ele podia chamar cada uma delas pelo seu nome.
Esse é o
trabalho do pastor de almas!
O árduo e
difícil trabalho pastoral é para aqueles que se dedicam corpo e alma ao bom
Senhor. Ele não pode dormir, e deixar sozinhas as almas confiadas ao seu
cuidado.
A missão do pastor
Não podemos
esquecer que somos ministros da palavra, não podemos desperdiçar o tempo e as
forças, cuidar de nossos próprios corpos, pregar regularmente três ou quatro
vezes por semana e às vezes mais, dependendo do caso, pois os crentes estão
sedentos de ouvir uma pregação, o cuidado do estudo para dar alimento
conveniente ao rebanho, a visitação que é um dos trabalhos importantes do pastorado,
pois é pela visita que o pastor pode conhecer a felicidade, a tristeza, as
esperanças, o triunfo, os temores, o combate, a condição espiritual do seu
povo, para poder ministrar os confortos do evangelho. Muitos ministros caem em
descrédito porque não estão na convivência com o seu rebanho; ignoram a sua
condição, porque não estão junto do rebanho.
Muitos se
queixam por não poder visitar o rebanho, isso porque muitos estão acumulando
trabalhos além das suas forças. O apóstolo Paulo disse a seu filho na fé
Timóteo: “Cuida bem de ti, e do rebanho”. Muitos pastores não sabem dosar a sua
carga de trabalho.
Conclusão:
De suma importância é que o
ministro ou pastor seja amigo de seu povo. Seja o pastor, o conselheiro, o
mestre, o guia, o confortador do seu povo. Se assim o fizer terá cumprido a sua
missão nobremente, ser pastor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário