A estrutura pagã do catolicismo Romano.
Introdução:
Depois
do estabelecimento do cristianismo no século 1, como o maior evento da história
da humanidade, a Reforma protestante, 16 séculos depois, é o segundo maior
evento do cristianismo.
A
invenção da imprensa por João Gutemberg, juntamente com a redescoberta das
letras, foi o que preparou o terreno para o evento histórico chamado Reforma. O
redescobrimento das letras clássicas fez com que o cristianismo não fosse
deturpado com adições comprometedoras.
Como
a igreja havia se afastado da sua inicial pureza e simplicidade, com o
surgimento da igreja católica romana no século IV, com o imperador Constantino,
quando este cristianizou o Império e passou dai em diante a ser uma igreja
comprometida e envolvida com a política e os negócios seculares.
Já
na época de Paulo, apóstolo, o partido judaico-cristão, por Paulo combatido com
veemência, havia conseguido implantar em meio aos primeiros cristãos, ideias e
costumes emprestados exclusivamente do Antigo Testamento. As pompas do culto,
necessárias a um povo grosseiro e rudimentar, que ainda se achava no berço da
sua existência política, insinuaram-se na igreja. Copiaram o sacerdócio
israelita e, de imitação em imitação acabaram por ter a hierarquia dos
sacerdotes judaicos, desde o sumo pontífice, até o mais humilde dos ajudantes
do templo.
Os
judeus eram detentores do sacrifício perpétuo, a igreja romana também
reivindicou esse sacrifício, os judeus tinham uma lâmpada que nunca se apagava,
a igreja romana também acendeu uma lâmpada nos seus templos. Os judeus tinham o
altar onde o sangue das vítimas era derramado, a igreja romana também
estabeleceu um altar onde é feito um sacrifício incruento (a missa). Os judeus
tinham festas solenes, a igreja romana instituiu festas análogas nesse novo
culto. Essa imitação do romanismo às festas judaicas podem ser explicadas da
seguinte forma: Moisés e os profetas dos judeus foram os antepassados do
Salvador, os arautos da sua vinda. Deus havia falado por intermédio dos antigos
profetas e os seus escritos eram a Palavra de Deus.
A
igreja romana decidiu perpetuar essas cerimônias no culto cristão. Diziam que
fazer assim era uma demonstração de obediência ao Senhor. Porém, eles não
souberam distinguir o que, na antiga aliança, era permanente e o que era
transitório. Confundiram os ritos cristãos com os ritos judaicos. É dai que vem
essa identidade judaica dos rituais que existe no romanismo.
PERÍODO
DA IDADE MÉDIA
Na
Idade Média, a igreja romanizada e já corrompida introduziu muito do paganismo
nos rituais romanistas. Muitos usos e tradições dos pagãos foram incorporados
no romanismo. Eram costumes que os papas consideraram inocentes, que no
princípio se desculpava e que mais tarde veio a ser tolerado, introduzindo no
inconsciente das massas ignorantes as ideias e superstições pagãs.
Os
acontecimentos se processam da seguinte forma: primeiro desce-se por um declive
inicialmente insensível desviando-se e afastando-se do terreno primitivo, e,
sem pensar, encontra-se num terreno totalmente diferente, numa zona
desconhecida, numa atmosfera totalmente adversa da original. Depois de se estar
lá, o próximo passo, é acomodar o novo estado dos espíritos com os dogmas
primitivos, modificando-se e interpretando-se de um outro modo, para só então
se perceber que a nova religião está impregnada de elementos da antiga.
O
PANTEÃO ROMANO
No
Panteão romano, assim como no grego haviam centenas de deuses, cada um para uma
faceta da vida humana. A sociedade grega e a romana também era politeísta. O
romanismo não aboliu esses deuses, mas os incorporou de outro modo.
Entre
o Deus supremo e os homens, o romanismo colocou um exercito de semi-deuses,
heróis divinizados. Em lugar das deusas colocou-se a virgem Maria, em lugar dos
heróis, colocou-se os santos. Em lugar dos deuses domésticos colocou-se os
padroeiros da família sob o nome venerado dos apóstolos ou de alguns cristãos
célebres. Estabeleceu-se então uma corte de deuses, assim como os deuses do
Olimpo.
JUDEUS
E PAGÃOS
Os
judeus tiveram os profetas, dirigidos pelo Espírito Santo e constante comunhão
com o Altíssimo. Foram os profetas quem redigiram os oráculos divinos que
vieram a se tornar o código religioso de Israel.
O
paganismo não possuía revelação escrita, mas possuíam um corpo de sacerdotes
que serviam de intermediários entre os deuses e os homens. Na crença pagã os
deuses não falavam com os homens, mas somente com os sacerdotes e para
consultar os deuses, necessitava-se da intermediação sacerdotal. Os sacerdotes
eram o primeiro degrau da escada de seres divinos que terminava em Júpiter. Os
seus ensinos eram infalíveis e a sua autoridade era incontestável. Para o
paganismo tudo se resumia em obedecer aos sacerdotes. O sacerdote era o
representante oficial da religião. Não se podia dispensar o seu ministério em
nenhuma cerimônia pública. Assim o paganismo tornou-se, em essência, uma
religião humana.
O
princípio era a glorificação do homem na pessoa do sacerdote ou a exaltação do
homem na deificação dos imperadores. Pedro vem e combate esse pensamento quando
diz: “Vós sois reino de sacerdotes.” (I Pd. 2.9).
Já
deu pra perceber sobre onde e sobre o que está montado todo o arcabouço do
catolicismo romano. Foi contra toda essa gama de paganismo que os Reformadores
lutaram, foi contra essa deturpação do cristianismo que Martinho Lutero e João
Calvino levantaram as suas vozes e trouxeram a igreja para os seus princípios
originais.
Continuaremos
no próximo artigo.
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