Conforme prometi aos meus leitores estou publicando os artigos que tratam da doutrina dos pactos, segundo o entendimento da Teologia Reformada. Espero que sirva para abrir o entendimento acerca dessa doutrina principalmente dos pós-reformados, porém que é encontrada na Confissão de Fé de Westminster, no capítulo VII.
Estou publicando à medida que vou fazendo o trabalho para a disciplina do Dr. Heber Jr. no CPAJ, logicamente publicarei aqui de forma resumida. Boa leitura.
A TEOLOGIA DOS PACTOS.
A preocupação com o ensino bíblico sobre os pactos tem sido uma distinção característica da teologia reformada. No entanto, nos últimos anos, a doutrina da aliança tem se tornado um tema de interesse no evangelicalismo, em grande parte por causa da aproximação crescente entre as escolas de interpretação dispensacionalistas e não-dispensationalistas.
A relação entre Deus e a humanidade é, em uma palavra, uma relação de aliança. Deus lida com sua criação em termos de aliança.
A disciplina “história da teologia cristã”, tem oferecido uma variedade de definições. Essencialmente, "aliança" é um acordo ou relacionamento entre duas partes. Quando falamos dos pactos entre Deus e a humanidade, o Senhor Deus soberanamente impõe os termos destes pactos, em conformidade com sua própria vontade.
Com respeito à história da doutrina cristã a teologia reformada contribuiu para o desenvolvimento e sistematização bíblica da doutrina dos pactos.
História Bíblica.
A história bíblica é estruturada em termos de uma série de pactos distintos. A Teologia Reformada tradicionalmente esquematiza a doutrina dos pactos, refletindo os decretos de Deus na criação e na redenção. Antes da criação do mundo está o plano ou o Conselho eterno de Deus¹ . Uma característica particular desse plano é o "Pacto da Redenção", feito na eternidade, entre o Pai e o Filho com respeito a salvação dos eleitos de Deus, aqueles a quem ele escolheu em Cristo, e os chamou eficazmente para a fé verdadeira e arrependimento na história por meio da regeneração e poder de convencimento do Espírito Santo de Deus. Eleição para a salvação é a finalidade da Aliança Redentora.
Os pactos iniciais.
O primeiro pacto histórico é o "Pacto das Obras", também chamado de "Pacto da Natureza" ou "Pacto de Criação". A terminologia " Pacto das Obras", é a mais comumente empregada por escritores reformados, e salienta o dever filial e obrigação dos filhos de Deus para tornar plena e perfeita obediência ao seu Criador.
O "Pacto da Graça", abrange a época da queda de Adão até o
Consumação da história com o retorno de Cristo. Esses Pactos são claramente ensinados nas Escrituras, por exemplo, na criação de Adão, no Sinai, na teocracia israelita, e na encarnação do Filho de
Deus "nascido de mulher, nascido sob a lei" (Gálatas 4:4).
Existe um tempo de provação, que é a maneira ordenada por Deus para a realização das bênçãos prometidas no primeiro pacto.
Apesar de manter os dois pactos, o pacto das obras inicial e o pacto das obras subsequente, a Teologia Reformada tem salientado ao mesmo tempo a singeleza de propósito e o plano de Deus. Por um lado ele reconhece a unidade e a continuidade da Antiga e da Nova Aliança ou Antigo e Novo Pacto (ou Testamentos), mantendo as diferenças e descontinuidades entre eles.
Assim como os decretos multiformes de Deus abrangem todas as coisas que passam pela história, assim também o decreto singular de Deus os une. Assim, podemos falar do decreto(s) de Deus como a causa final, o propósito predestinador de Deus pelo qual todas as coisas são predestinadas por Deus em seu eterno conselho.
As Controvérsias do escolásticismo protestante Reformado do século XVII levou à divisão entre os “infra” e os “supralapsarianos”. Em última análise, esses debates destacaram a natureza paradoxal da verdade bíblica, verdade essa que está além da compreensão humana finita.
[1] CAMPOS, Heber Carlos de. As duas naturezas do redentor. A pessoa de Cristo. São Paulo. Cultura Cristã. 2004. p. 51.
Nota: O termo Pacto é também conhecido como "Convenios", "Pacto", "Aliança", "Acordo".
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