sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

PORQUE SOU CRISTÃO E REFORMADO? E NÃO OUTRA COISA?

Por

Rev. João d'Eça

Começando pelo final, eu sou reformado, porque entendo que a Reforma do século XVI veio trazer a verdade novamente à baila, quando redescobriu a Palavra de Deus, obscurecida por mais de mil anos. Os princípios reformados são princípios de vida, acima de tudo, de vida rendida ao Deus Todo-Poderoso e Soberano do universo. Ser reformado é ser seguidor do Cristo revelado nas Sagradas Escrituras hebraico-cristã e que essas mesmas Escrituras são a Palavra de Deus, do Gênesis ao Apocalipse. Sendo reformado, quando interpreto as Escrituras, o faço pelo estudo sistemático e sério da mesma, buscando entender a intenção do autor sagrado ao transmitir o texto, que foi Revelado pelo próprio Deus, texto esse de instrução, de direção, de ensino prático para que o homem possa ser apefeiçoado em Deus. Dito isto, tratarei da questão, porque sou cristão? Poderia ser Budista, Taoista, Confucionista ou outra coisa qualquer, mas sou cristão, e pretendo dizer as razões porque o sou. Recebo muitas críticas porque sou cristão. São parentes amigos, conhecidos e outros que acham que ser cristão hoje em dia, é coisa para gente de quinta categoria, ou para espetalhões em busca de faturar em cima de incautos, mas eu sou cristão por convicção, aliás, de tanto ver as pessoas de minha geração se afundarem num liberalismo-humanista-esquerdista-incrédulo-pobre, cheguei à conclusão de que nenhum homem inteligente pode alcançar a felicidade quando se sente desarvorado, sem Deus, sem rumo, sem paz, tendo que se dopar ou de drogas, ou de comportamentos, para poder sobreviver. Tenho visto muitos procurarem conforto numa crença, filosofia ou religião, que lhe dê uma explicação de si mesmo, dos seus motivos, dos seus atos e do seu destino. Muitos estão segurando-se unicamente na frágil “religião” do humanismo ateísta ou não, porque acreditam que o homem guiado pela razão, é auto-suficiente, e que o progresso buscado apenas no conhecimento, acabará automaticamente por trazer à luz um mundo melhor. O que temos assistido nos últimos cem anos, é o avanço do materialismo, dos sistemas anti-Deus baseados na teoria da Evolução, das nações materialistas-socialistas que vivem sem Deus e estão perpetrando atos desumanos, liderados por despostas loucos, que em nome de uma idéia político-social tem trazido insegurança ao mundo, em especial à América Latina. Convenço-me com isso de que o humanismo não é suficiente, não é a solução. O Homem para a sua própria sobrevivência, necessita de Deus e do Seu poder. Necessita entrar no conhecimento e no amor desse Deus, que Jesus Cristo ensinou com tanta clareza e simplicidade. Muitas forças desviam o homem do Caminho: pode ser a força do egoísmo, da ansiedade por possuir, do desejo pelo poder ou pelo conhecimento. Pode ser orgulho pela história familiar ou pelo conhecimento adquirido através de uma educação refinada, mas pode também ser um estilo de vida ou um conceito como o confucionismo que diz: “Devemos ser homens de bem simplesmente porque somos seres humanos.” O confucionismo dá importância à cortesia, à lealdade, ao sentimento de dever e fundamentalmente a uma atitude de reverência diante da vida, com fé na inteligência e na capacidade de aperfeiçoamento do homem por meio da educação. Essas crenças, semelhantes ao humanismo desenvolvido na Europa, são seguidas por muita gente hoje em dia. Ao meu redor vejo pessoas que estão se contentando com essa fé no poder da razão do homem de melhorar-se e de tornar o mundo melhor, mas nada disso pode tornar o homem mais semelhante à Deus. Ele pode até adquirir mais e mais conhecimento tecnológico, mas terá cada vez menos a serena e sublime humildade de quem vive na presença de Deus. Os acontecimentos contemporâneos, nos tem mostrado, o quanto mais perto do selvagem, do animalesco o homem pode chegar, por mais adiantado ou educado que esteja do ponto de vista material ou técnico. Do oriente vem ainda, outros sistemas com ensinamentos morais e religiosos. Entre eles estão o taoísmo e o budismo. O budismo ensina a piedade, baseia-se no conceito filosófico de que o mundo sensorial não passa de uma ilusão. Buda comentou a respeito disso: “Tudo é uma pena”. O taoismo prega uma simples reverência pelo Tão, “amorfo”, “inefável”, esquivo, mas onipotente, que é Deus, e cujas leis, governam o universo. A sua insistência na mansidão e na humildade se aproxima muito dos princípios do Sermão da Montanha, talvês por isso, muitos o aderem. Sei que preciso aperfeiçoar muito mais o meu sermão, não tecnicamente, mas piedosamente. Preciso falar mais de um assunto corrente na Bíblia, porém negligenciado no púlpito, a vida eterna. A simplicidade de Jesus ao discorrer nesse tema é notável. A pureza de Jesus ao pregar sobre a vida eterna é admirável. Jesus pregou com tanto amor e fé, que disse coisas que jamais outro homem antes dele disse, e outro também dirá: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”, ou, com divinal beleza: “o que fizerdes ao menor destes meus irmãos, a mim tereis feito”. Deus não é “amorfo”, ele é concreto e visível, não por um lunático, ou esquisofrênico, mas por meio de Jesus Cristo, nosso salvador. Tudo isto é puro, completo, não é hipotético. Só o cristianismo pode nos dar esse inigualável dom do relacionamento pessoal com Deus. Onde encontrar a satisfação perfeita? Onde o homem contemporâneo pode achar paz interior permanente e duradoura? Só em Jesus Cristo! Os homens sempre tentaram superpor a sua credulidade e as suas fórmulas às verdades simples. Aquele que se esforçar por ver a incomparável beleza e força dos ensinamentos de Jesus Cristo, terá muitas vezes de lutar contra aquilo que procurava destruir. Foi o próprio Jesus Cristo que simplificou as coisa para nós, quando nos ensinou a “amar à Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo com a nós mesmos”.

Nenhum comentário:

Minhas postagens anteriores