Hoje em dia nós não temos o hábito de relatar as conversões de pessoas
ilustres da sociedade ao protestantismo, a não ser muitas falsas conversões de
celebridades, talvez por causa de nos dias de hoje isso ser um fato raro, o
certo é que no passado, no início do protestantismo no Brasil, as conversões
eram mais destacadas entre intelectuais, pessoas ilustres e entre sacerdotes
católicos.
Em seu livro “O Protestantismo Brasileiro – Estudo de Eclesiologia e
História Social”, Émile – G. Leonard (Juerp-ASTE, 1963), fazendo referência
principalmente a Kidder e a Themudo Lessa, relata conversões de sacerdotes
católicos ocorridas no início da evangelização do Brasil logo depois da segunda
metade do século XIX.
A mais famosa conversão dessa época foi a do padre José Manoel da
Conceição, que tornou-se pastor presbiteriano e ajudou a consolidar a pregação
do Evangelho e das doutrinas da Graça no interior de São Paulo. Hoje o seu nome
é destacado entre os presbiterianos e até um Seminário com o seu nome, existe
na cidade de São Paulo.
SACERDOTES CONVERTIDOS AO
PROTESTANTISMO
O nome que sempre vem a nossa mente quando
lembramos de conversões de sacerdotes católicos é o da conversão de Martinho Lutero
no séc. XVI, aquele que perpetrou o movimento da Reforma e outros que também
foram protagonistas desse movimento da Idade Média. Aliás à época milhares de
padres e freiras abandonaram as fileiras do catolicismo e aderiram ao
protestantismo.
CONVERSÕES DE SACERDOTES CATÓLICOS AO PROTESTANTISMO NO BRASIL.
Alguns desses novos
conversos ao protestantismo e que saíram do catolicismo, estão os nomes de indivíduos
que eram figuras de grande projeção no cenário nacional em seu tempo.
- Francisco Rodrigues dos Santos Saraiva
(1834-1900). Foi padre. Era filologista, especialista na língua hebraica, foi
um dos amigos pessoais de D. Pedro II. Escreveu o livro: “O catolicismo romano
ou A velha e fatal ilusão da sociedade”. Ele foi também o tradutor de um
esplendido trabalho nos Salmos intitulado “A Harpa de Israel”.
- Antônio Teixeira de Albuquerque
(1840-1887). Era padre. Foi o primeiro pastor batista de Maceió-AL, cidade onde
já havia sido vigário. Escreveu a obra: “Três razões porque deixei a Igreja
Romana”, foi reeditada pela Casa Publicadora Batista em 1945. No livro ele dá
as razões de sua saída, que eram: A Transubistanciação, o celibato dos padres e
a confissão absolutória.
- Antônio Lino da Costa (1850-1913). Era padre.
Sobrinho do Bispo Dom Sebastião Pinto do Rego. Ele foi pastor presbiteriano
depois de convertido ao protestantismo.
- Hipólito de Oliveira Campos – Foi vigário
de Juiz de Fora-MG e era membro de uma família ilustre do Estado. Abandonou o
sacerdócio católico após 26 anos de trabalhos e se tornou um pastor da Igreja
Metodista. Publicou em 1919 uma Miscelânia Religiosa anti-católica.
- ex-cônego, Dr. Honório Benedito Ottoni - Foi
pastor batista. Foi o tradutor da Apologética de Tertuliano.
- José Domingos Batista – Ex-cônego –
Publicou entre os anos de 1898 e 1900 a sua autobiografia intitulada: “Cinquenta
anos em Cativeiro”.
Podemos citar ainda
as conversões ao protestantismo dos padres João Francisco da Cruz e dos padres italianos
Constâncio Omegna, Luiggi Fideli e Joseph Piani, os dois últimos eram salesianos, que se converteram
em virtude da violência contra os protestantes da região de Recife.
Essas e outras conversões podem ser confirmadas na bibliografia. Existiram
também conversões temporãs de indivíduos que abandonaram a batina, e depois de
um tempo abandonaram a fé e se tornaram pessoas comuns da sociedade, atuando na
área educacional, principalmente.
Bibliografia:
ÉMILE - G. Leonard - O protestantismo Brasileiro - Estudo de Eclesiologia e História Social. Juerp/ASTE. 1963.
TEMUDO LESSA, Vicente. Anais Históricos da 1ª Igreja Presbiteriana de São Paulo. São Paulo, 1938.
Nenhum comentário:
Postar um comentário