Por
Ilanajara G. d'Eça
Quando pequena sonhava ser cientista, pois imaginava descobrir fórmulas mágicas para resolver problemas da humanidade. Farmacêutica, entendi que o segredo das descobertas era compensado quando em minhas mãos passava o medicamento, fruto de experimentos, que após dispensado alivia a dor quem sofre.
Após, então pensou em ser professora. Farmacêutica entendeu que ao orientar sobre a utilização de um medicamento, seus cuidados, contribuía não só para a formação de conhecimento em uma pessoa, mas evitava que esta vida corresse perigo.
Depois queria ser astronauta, astrofísica, coisa parecida, entrar em uma nave explorar o universo. Fazer cálculos imensos para construção de uma nave espacial para impedir que um grande meteoro atingisse a Terra e fizesse um grande estrago, como na série: “guerra nas estrelas”. Farmacêutica, descobriu que a maior viagem era conhecer o ser humano suas ações e reações quando um medicamento era administrado. Avaliar as condições e necessidades quando o tratamento acontecia. Poder intervir junto com outros profissionais e impedir que grandes lesões acontecessem em órgãos nobres e afetasse aquela vida. Calcular a tomada certa, calcular as interações medicamentosas e alimentarem e impedir para não provocar um choque com o inesperado.
Até quis ser mágica para transformar o feio em belo. Fazer truques e provocar o sorriso e encantamento no rosto de alguém. “Farmacêutica exerceu este prazer quando visualizava a alegria no sorriso de alguém que diz: “Graças a Deus este medicamento deu certo”, estou curada, aliviado, me sinto melhor”
Então pensou em ser música e tocar em uma grande orquestra pelos maiores palcos do mundo. Farmacêutica entendeu que a melhor e melhor canção a ser ouvida depois de um tratamento medicamentoso eram: “Agora está tudo bem comigo, estou renovado.”
Quis ser bióloga para conhecer todas as espécies animais. Farmacêutica, descobriu que o conhecimento do ser humano é algo dinâmico e insuperável, pois a cada dia suas ações e reações são modificadas, inesperadas. Um dia um moribundo, no outro um vivaz sonhador cheio de forças.
Quis ser juíza para dar o veredito final no tribunal. Farmacêutica, entendeu que como pode decidir por vidas salvas e livres do medo do entendimento e do cuidado consigo mesmo.
Também pensou em ser policial para defender as pessoas do mal aparente. Farmacêutica, pôde exercitar a defesa da vida contra males que nem imaginava antes, pois aparentemente estão disfarçados, fungos, bactérias, protosoários, parasitas, vírus etc.. com os medicamentos. O cuidado diário através da atenção farmacêutica sela tão alto objetivo de defender e cuidar de vidas.
Quis ser psicóloga, e até fez curso de psicanalista clínico para entender melhor as pessoas. Farmacêutica, descobriu que o saber ouvir e se colocar no lugar do outro era muito mais que vasculhar o interior alheio. Que palavras de conforto em situações de grande apreensão de uma mãe, por exemplo, na espera da melhora de seu filho, vale muito mais, pra esta pessoa, que sessões de psicoterapia, nesse sofrimento. E que o interior do ser humano é renovado cada vez que a esperança brota e frutifica dentro de cada um. Uma esperança que vem lá do alto, mas também bem de pertinho de nós quando entregamos como um frasco de porção a quem precisa.
Passou por sua cabeça em ser médica, mas logo o desejo passou. Farmacêutica, descobriu que não bastava descobrir os problemas dos outros tinha, mesmo com todos os recursos disponíveis tinha que ter as fórmulas magistrais para acabar com o sofrimento, a dor...
Então vendo os filmes desejou ser uma grande executiva e dirigir grandes empreendimentos. Farmacêutica, descobriu que não tinha prazer maior em dirigir palavras certas às pessoas que precisam saber como utilizar aquele medicamento que, às vezes, adquirido de forma sofrida com o último centavo e ansiosamente deseja que der certo e que seu ente querido volte a ter uma vida normal.
Pensou em ser perita criminal, descobrir com testes como se deu tal fato um sinistro aconteceu. Farmacêutica descobriu que a perícia estava em monitorar o tratamento de um paciente e evitar que tais sinistros acontecessem.
Já grande, sentiu o desejo de ter mais filhos. Farmacêutica, manipulando nutrição parenteral, sentiu que de suas mãos saia o líquido tão esperado nas UTI’s e pediatria que acabaria com a fome de muitos bebês e que alimentava de forma especial muita vidas cujas mães, não podiam fazer... Era uma mãe especial de vários bebês ali ao mesmo tempo, hoje de muitos adolescentes e torce para que todos sejam bem sucedidos.
Desejou então estudar mais para se aperfeiçoar. Então fez cursos de pós-graduação em algumas áreas. Mais tão logo descobriu que todo conhecimento sem sensibilidade não adiantaria de nada. Seria tão somente conhecimento para sua própria vaidade interior e orgulho dos seus.
Escrevendo esta crônica descobriu porque nunca quis ser palhaça, trapezista e trabalhar em circo. Desculpe-me a minha sinceridade. Sempre achou que as pessoas deviam ser levadas a sério e que o sorriso de alguém era precioso demais para ser extraído de uma simples graça engraçada. A vida já nos dar grandes cambalhotas, nos faz andar em cordas bambas e pular de picadeiro. Pintar a cara é demais, esconder a verdade não era intenção desta menina.
Nesta caminhada a menina, cresceu pensou ter tantas profissões e se fez FARMACÊUTICA, que em sua essência é um pouco e muito de todas as profissões existentes, hoje compartilha com vocês este momento ímpar.
Por fim, coincidentemente tomou uma outra decisão muito importante na sua vida. Casou no dia 20 de janeiro de 1990. Hoje faz 22 anos.
Esta menina sou eu. Obrigada
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