sábado, 30 de março de 2019

O CULTO DOMÉSTICO - ESSE MOMENTO ESQUECIDO.

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João d’Eça



Introdução:

            O culto doméstico não é mais uma prática familiar observada com constância nos dias de hoje. As famílias não estão mais reunidas em volta da mesa ou numa sala, sob a liderança do pai, para a instrução dos seus filhos. Essas afirmações são fruto de pesquisas de institutos evangélicos preocupados com a caminhada da igreja com as novas gerações. Na geração passada essa prática era bem mais comum, as pessoas, era bem mais fácil reunir os pais e seus filhos para orar e buscar instrução na Sagrada Escritura para os enfrentamentos da vida, que tentam solapar a fé e fazer o crente desistir.

O culto doméstico é uma ação solene e tocante, um momento em que o pai de família, em hora determinada, reúne sua casa aos pés do altíssimo. É uma hora bendita no recinto familiar. Para o pai de família é consolador ter a certeza de que a sua família, protegidos pelo lar, poder reunir com os seus entes queridos, na presença e sob a proteção do Deus do universo!

Quando o pai de família, de joelhos, ergue a sua voz em nome de todos, entra no trona da Majestade divina, elevando ao céu as sua súplica, envoltas com sinceros louvores e cordiais agradecimentos pelos benefícios já recebidos. São louvores que partem do fundo da alma e são cheios de sinceridade, e que são ouvidos pelo altíssimo.

São muitas as bênçãos que estão ligadas diretamente ao culto doméstico. As bênçãos que descem do Senhor são abundantes, trazem consolo, e os louvores são reverberados ao Deus como forma de gratidão da alma que é saciada. Nossa oração é que as famílias cristãs se utilizem desse expediente, que na verdade é uma disciplina espiritual para participar de um evento que lhes faz estar na presença de Deus.

Quando a família cristã despreza o culto doméstico, está em outras palavras, privando-se de uma comunhão mais íntima com o Senhor e renunciando a maior das bênçãos, a de viver em plena comunhão com o Rei dos reis e Senhor dos senhores.

Assim como é com cada indivíduo, deve ser também com a família, deve manter íntima comunhão entre si e com Deus em primeiro lugar, através do culto doméstico. Cabe ao chefe da família cuidar para que este dever santo não deixe de ser observado.

Ninguém ache que pode deixar de ser observado no seio da família o culto doméstico. Num tempo em que o mundo ao nosso redor está cada vez mais secularizado, onde o pecado está escancarado nas praças, nas ruas nos outdoors, nos canais de televisão e nos smartphones, a observância do culto doméstico se torna essencial.

Conclusão:

            É um privilégio sermos agraciados com a alegria do Senhor, o bondoso Deus que por misericórdia nos concede poder participar dessa alegria. Quando a experimentamos ao lado dos que nos são caros, seja o culto doméstico, o lugar onde essa alegria se consolida. Se porventura as nuvens negras da tribulação nos atingir ou se elas se acumularem sobre as nossas cabeças, anunciando a próxima tempestade, o culto doméstico será o refúgio da nossa família.

quinta-feira, 28 de março de 2019

O MASSACRE DE SAINT-BARTHÉLEMY - Parte final


Saint-Barthélemy

Continuação do artigo anterior

            Os historiadores dão conta de que muitos católicos favoráveis aos calvinistas também foram massacrados na noite de São Bartolomeu. Um bispo e mais alguns declaradamente católicos, se opuseram ao sanguinolento massacre dessa noite fatídica, que mancha a história da humanidade. Há quem diga que os líderes católicos fizeram a benção dos punhais que matariam os protestantes calvinistas huguenotes em Paris. Em Roma, o papa Gregório XIII mandou celebrar uma missa, e por todas as catedrais de Paris ouviu-se cânticos de alegria.

O autor do livro História dos Protestantes na Françai, diz o seguinte:

Recolhamos com um cuidado religioso os nomes dos governadores que recusaram manchar-se nos morticínios: o visconde d’Orte, em Bayonne; o conde de Tendi, no Delphinado; Saint-Hèran, em Auvergne; Chabot-Charny e o presidente Jean, em Dijon; La Guiche, em Márcon; de Rieux, em Norbonne; Matgnon, em Alençon; Villars, em Nimes; o conde de Carce, na Provence, e Mentmorency em seus domínios e governos.


O sacerdote, bispo de Lisieux, João Hennuyes, quando recebeu a ordem do lugar-tenente do rei para trucidar os huguenotes, ele respondeu:

“Não, não, senhor, me oponho e me oporei à execução de semelhante ordem. Sou pastor de Liseux, e essas criaturas a cujo assassinato, como você diz, vos mandaram proceder, são minhas ovelhas. Embora se achem elas agora transviadas, por terem saído do aprisco cuja guarada me foi confiada por Jesus Cristo, o soberano pastor, elas podem tornar a ele. Nada vejo no Evangelho que permita ao pastor deixar derramar o sangue de suas ovelhas; pelo contrário, o que ai vejo é que ele é obrigado a verter o seu sangue, e a dar a vida por elas.”


            O fato de haver homens como Hennuyes, não tira a responsabilidade da liderança católico-romana no massacre. Em toda a Europa as notícias de São Bartolomeu causaram sentimentos diferentes em cada casa, em cada choupana, em cada rua, nos comércios, entre as famílias, essas notícias foram recebidas por uns com imensa alegria ou por outros, com assombro e terror.

Para a liderança católica europeia, nas pessoas de Felipe II e Carlos IX, faltou força, mas não vontade de dizimar a comunidade protestante calvinista, já que eles divulgavam em alto e bom som que o desejo deles era o do “completo extermínio dos hereges”.

Alegria e vibração na santa sé pela matança

Na santa sé em Roma, a notícia do trucidamento dos “hereges” era esperada com ansiedade. Eles queriam saber o que Carlos IX havia feito. Quando o mensageiro chegou com a fatídica notícia, houve uma efusão de alegria, a ponto de o mensageiro ter sido gratificado com mil peças de ouro. Ele trazia uma carta do núncio Salviati, escrita no mesmo dia 24 de agosto, na qual o núncio anunciava a Gregório XIII, que ele bendizia a Deus por ver começar seu pontificado com tamanha felicidade. Ele na carta louvava o rei Carlos IX e Catarina, por terem usado de dissimulação para extirpar os crentes e que a dissimulação deles, proporcionou que a grande maioria da liderança dos huguenotes estavam enclausurados, não tendo como escapar da armadilha.

Tanto o papa quanto o colégio dos cardeais, vibraram de alegria e mandaram que a artilharia desse salvas de canhões à partir do castelo de santo Ângelo, além de mandar publicar um jubileu e cunhar uma moeda em honra deste acontecimento. O cardeal de Lorraine, que tinha ido a Roma para a eleição no novo pontífice, celebrou também a matança com uma grande procissão na igreja francesa de São Luís. Ele mandou colocar nas portas uma inscrição co0om letras douradas, na qual dizia que “o Senhor havia atendido aos votos e às súplicas que lhe dirigia há doze anos”.

O papado, Carlos IX e Catarina de Médicis são os responsáveis pelo massacre da noite de 23 e 24 de agosto de 1572, conhecida como “o massacre da noite de Saint-Barthélemy”.

Conclusão:

            Na obra de G. Fèlice, ele diz em um trecho:

“Quinta-feira, quando o sangue inocente inundava as ruas de Paris, o clero celebrou um jubileu extraordinário, e fez uma procissão geral. Decidiu até que se consagrasse uma festa anual a um tão glorioso triunfo; e enquanto as tribunas católicas retumbavam com ações de graça, cunhou-se uma medalha com esta legenda: A piedade despertou a justiça.”


            Em que pese o catolicismo romano querer apagar da história episódios como esse, não conseguirá. Eles são culpados de atrocidades tão deprimentes quanto esta. Apesar de querer esconder a existência de papas assassinos como Alexandre VI, da família dos Bórgia, não conseguirá. Apesar de tentar esconder as papisas que se passavam por homens, não conseguirá. Porém a “noite de Saint-Barthélemy” estará na memória de todos os cristãos que lutam por uma vida santa e por uma igreja pura. Não podemos nos esquecer desses acontecimentos que trucidaram irmãos e irmãs por causa da sua fé.

quarta-feira, 27 de março de 2019

O MASSACRE DA NOITE DE SÃO BARTOLOMEU - Parte I


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João d’Eça


Introdução:

            O massacre da noite de São Bartolomeu, ocorreu em Paris, França, perpetrado pelo rei e príncipes católicos franceses, no dia 23 e 24 de agosto de 1572, onde foram assassinados cerca de 30 mil protestantes huguenotes. Vamos mostrar aqui o contexto do acontecimento, culminando com a narrativa do massacre.
            Um magistrado do sec. XVI declarou: “Seja varrida da memória dos homens, a lembrança da terrível noite de São Bartolomeu”. O historiador francês De Fèlice, disse “que por mais que seja esquecida, ainda assim se poderia encher uma vasta biblioteca com o número de livros que trataram dela”. Muitos historiadores católicos romanos querem tirar a culpa daquela noite de horrores, das costas do Papa, jogando toda a responsabilidade sobre Catarina de Médicis e Carlos IX.
            No que se refere a Carlos IX, escreveu Chateaubriand: “não haverá alguma piedade para este monarca de vinte e três anos, nascido com muitos talentos, com gosto pelas letras e pelas artes, um caráter naturalmente generoso, que uma execrável mãe se comprazerá em depravar por todos os abusos da devassidão e do poder?

Quem foram os verdadeiros autores da matança da noite de São Bartolomeu?

            Chateaubriand responde: “O papa e o rei da Espanha, que não cessavam de pedir pelos seus legados, embaixadores, agentes públicos e secretos, o extermínio dos chefes do partido huguenote”.[1]
            Catarina de Médicis, a neta de Clemente VII, a mulher de Florença que era seguidor das doutrinas de Machiavel; O Cardeal de Loraine, na sua qualidade de príncipe da igreja romana; seu sobrinho Henrique de Guise, chamado, o Loreno, com seus vinte e dois anos de idade; Alberto de Gondi, o florentino. Ele citava como exemplo a Carlos IX o assassinato do duque de Orleans pelo duque de Borgonha, e dizia ser preciso fazer as cousas, não pela metade, mas matar tudo, ainda os dois jovens príncipes de Bourdon; René Birago ou de Birague, aventureiro milanez que Francisco I havia trazido para França, o qual, pelo servilismo recebeu o chapéu cardinalício em recompensa da grande parte que tomou na noite de São Bartolomeu. Foi esse mesmo Birago.
            Luis Gonzaga, originário de Mantua, conhecido como duque de Nevres, era um hábil cortesão, um capitão medíocre e um dos mais ardentes estimulador dos assassinatos da fatídica noite.
            O marechal de Tavannes autorizou o massacre e também ajudou a consumá-lo. Antes ele havia falado nos conselhos com moderação e se colocou contra o assassinato dos dois príncipes de Bourdon.
            O duque de Anjou, com idade de vinte anos, tinha sido educado, com seu irmão Carlos IX, por Gondi, o qual lhe havia ensinado a violar a sua fé e se divertir com o derramamento de sangue dos huguenotes. Como ele já tinha se entregado a todo tipo de devassidão, ficou conhecido como o mais abjeto dos príncipes que ocupara o ntrono da França. Carlos IX disse a Coligny: “quanto a mim, sou francês e rei dos franceses;meu irmão, o duque de Anjou, só fala com a cabeça, co0m os olhos e com os ombros: é um italiano.”
            Carlos IX recebeu toda execração humana, que caiu sobre a sua cabeça, porque era ele o rei no tempo do ocorrido massacre da noite de São Bartolomeu, e porque, ao sentir o odor do sangue, ficou furioso por ser aquele que carregaria a pecha de carrasco de seus próprios súditos. De toda coorte francesa ele foi o único a sentir remorsos.

Quem eram os chefes da Reforma na França?

            A coorte francesa via com desprazer os chefes do movimento reformado na França. Eram eles: Joana d’Albret, Henry de Bourbon, Henry de Condè, Coligny, Larochefoucauld, Lanoue, Briquemant, Cavagnes, se retiraram para La Rochelle e isso causou a ira da coorte, que os fez voltar através de um estratagema, para tê-los à mão. A coorte enviou mensageiros, dissimulados, para induzí-los a voltar à Paris.
Os calvinistas foram à coorte onde foram acolhidos. Carlos IX agiu com desfaçatez porque queria agradar os seus maldosos súditos que planejavam o massacre. O rei dissimulou o tempo todo para ganhar a confiança dos calvinistas, agindo até com a aparência de uma falsa amizade.
O rei dissimulado, queria que os principais chefes protestantes viessem para Paris, e por esta razão, dissimilava com esses citados acima. Para mostrar uma falsa amizade, marcou o casamento de sua irmã Margarida de Valois, com Henry de Bearn, fazendo aliança com a casa de Navarra, mas que não entusiasmou Joanna d’Albret, porque ela colocava os vícios dos Valois acima da fortuna deles.

Continua.....



[1] Huguenotes: É como eram conhecidos os protestantes reformados franceses.

terça-feira, 26 de março de 2019

ASSIM ERAM OS MOSTEIROS

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João d'Eça



Os monastérios católicos tiveram origem numa época de fanatismo doutrinário, em que o cristão deveria sair do mundo, pois ele é mal e representa um perigo para a salvação, assim pensavam. Os adeptos da reclusão nos monastérios do início e durante a Idade Média, fugindo dos pecados do mundo, contrariamente aos ensinos das Escrituras, e em especial dos Dez Mandamentos, criam que uma vida de austeridade ascética tornaria o homem mais agradável a Deus.

Já desde o segundo o século pessoas cultivavam um estilo de vida eremita e habitavam os desertos do Egito, próximo a Tebaida, como se refere a obra Vita Patrum.[1] Num estilo de vida anti-social, que fugiam de toda a relação com o próximo, viviam escondidos em cavernas, longe de toda a amizade mesmo com outros ermitões e até se negavam a auxiliar os viajantes do deserto que precisassem de ajuda. Se o viajante fosse uma mulher, eles fugiam rotulando-a de diabo.[2]

Como viviam os Ermitões

         Podemos dizer que os eremitas sofriam de cosmofobia, viviam sozinhos, enclausurados em buracos ou cavernas, tinham de procurar o seu próprio alimento e água. Geralmente se alimentavam de frutas e se vestiam parcamente com roupas tecidas à partir de fibras vegetais, muitas vezes insuficientes para cobrir a sua nudez. Estando sozinhos, viviam de recitar orações com fórmulas ascéticas buscando resistir às tentações da carne, que mesmo distante da civilização, sozinho no meio do nada, ainda ser humano, ainda pecaminoso, ainda carnal.

O aspecto físico dos monges do deserto era assustador, já que eles não se davam à higiene pessoal e ao cuidado com o cabelo e a barba. Conta-se de um desses ermitões, que viveu em uma coluna, era Simeão Estilita, conhecido como “O Antigo”. Foi canonizado pela igreja católica romana. Esses que assim viviam só se comunicavam com o mundo à sua volta por meio de mensagens erguidas por cordas, bem como os poucos alimentos que comiam eram dados por pessoas que se apiedavam deles e que eles levavam para cima ou para baixo (se estavam em cavernas), através de cordas.

Esses que vivam desse modo, expostos ao vento, à chuva, ao sol, ao frio e à neve, só eram dados como mortos, à partir do sinal das aves de rapina que vinham aos bandos devorar os seus corpos falecidos. Ainda hoje vivem monges assim, especialmente na Índia, onde são conhecidos como Stilitas.[3]

Esses monges eram conhecidos em sua época primordial como “anacoretas”[4] mas que depois da mudança para os mosteiros ficaram conhecidos como monges. Os eremitas que viviam próximos numa região próxima, foram adquirindo um estilo de vida que os juntavam em certas horas do dia para orarem, dai a origem das chamadas horas canônicas, tanto diurnas como noturnas. Nos escritos e nos hinos compostos por essas pessoas, é visto claramente a exaltação à solidão e ao medo do demônio e das outras pessoas.

A instituição da vida monástica

Com o tempo, essas reuniões de oração em conjunto, em horários fixos, foram se fortalecendo, a ponto de os principais eremitas, como Santo Antão, no século III e Pacomio e Basílio no sec. IV, estabeleceram regras de vida monástica, que eles como cenobitas[5], deveriam observar.

Um cenóbios ocupava uma grande extensão de espaço, dentro do qual cada cenobita, como eram conhecidos, tinha uma casinha, onde o monge vivia separadamente, e lá ele comia, bebia e dormia. No meio do local havia a igreja onde eles se reuniam em certas horas do dia e da noite para prati arem as suas disciplinas espirituais.

Na Europa Ocidental este sistema de monasticismo é representado pelos camuldulences, instituídos em 1012 na Itália por um homem chamado Romualdo. As únicas ocupações a qual eles se entregavam eram: orações conjuntas, recitando cada sílaba; contemplação evitando toda e qualquer distração; não falavam por qualquer que fosse o motivo, pois para eles era pecado e comiam peixe em abundância, ovos e bebiam leite, evitando comer carnes de animais e de aves.

As regras de São Bento

Em Monte Cassino, Itália, no século VI, nasceu a ordem monástica mais célebre que já existiu, a ordem dos beneditinos. Bento, foi quem a instituiu, e entre as suas regras estavam: vida de orações, trabalho em conjunto no Mosteiro e a fuga de todo e qualquer contato com o mundo.

Na verdade, desde o princípio, os Mosteiros beneditinos não eram tão espirituais quanto se diz. Os seus Dom Abades nada faziam como diziam as regras estabelecidas, eles se preocupavam unicamente em usufruir das suas imensas riquezas adquiridas através da ignorância dos fieis que aumentavam essa riqueza cada vez mais, com o propósito de obterem a remissão de seus pecados pelas orações dos monges.

Entre esses monges citados e outros que surgiram ao longo do tempo, raramente se vê um que, de fato, vivesse uma vida espiritual saudável. Não há entre os historiadores mais antigos, um só que não demonstre a vida de orgias, depravação e devassidão que era vivida nos Mosteiros. Isso se reflete nos dias de hoje, onde os escândalos de abusos de crianças e outros estão sendo revelados nas paróquias e dioceses ao redor do mundo.

As várias reformas da vida monástica

A ordem de São Bento existe até hoje e são conhecidos como beneditinos, mas também há uma ramificação destes chamados de cistercienses[6], que é um grupo reformado dos beneditinos, de hábito branco, originados por Bernardo Clairavaux, que lhes instituiu uma vida sem vícios e sem abusos, que eram na prática o que os beneditinos praticavam. Ocorre que não muito depois da criação dos cistercienses, eles mesmos precisaram ser reformados novamente, pelos motivos que os anteriores. No sec. XVII o abade do Mosteiro cisterciense de Tapper, na França, estabeleceu aos seus súditos, novas regras mais severas e que foram aprovadas pelo papa.

Os monges desse Mosteiro francês, não comiam carnes em nenhuma hipótese, mesmo que fosse de peixe, nem outro alimento de origem animal como ovos, leite e mel. Nem mesmo os temperos poderiam ser de origem animal. Era-hes permitido comer bastante chocolate. Dentre as suas regras severas: levantavam-se à meia noite e por duas horas ficavam de pé juntos, na igreja cantando, aquilo que conhecemos hoje como canto gregoriano. Essa prática era repetida quatro ou cinco vezes durante o dia. O tempo que restava eles trabalhavam em profissões diferentes para o sustento do Mosteiro.

As profissões que eles exerciam eram as de tecelões, alfaiates, ferreiros, carpinteiros, sapateiros e outras, geralmente nessa área de artesãos. A cozinha deles era muito suja, a higiene era parca. A roupa do corpo nunca era tirada, a não ser para fazer remendos. Por causa dessa falta de higiene corporal eles exalavam um fedor inebriante e os dormitórios eram impenetráveis para quem não estava acostumado com aquela sujeira e falta de higiene. Geralmente esses dormitórios abrigavam entre trinta a quarenta monges.

Os monges também não podiam falar nem mesmo entre si, sob pena de pecado mortal. Para se comunicarem eles inventaram alguns sinais, mas que nem todos decifravam. Eles eram obrigados a confessar os seus pecados semanalmente ao Abade.

Conclusão:

O que se constata é que nenhuma dessas regras rígidas é capaz de formar um santo. Quanto mais regras rígidas externas são estabelecidas, muito mais pecados são praticados na surdina. Muitos monges nesses Mosteiros praticavam às escondidas o homossexualismo ou levavam para os Mosteiros por passagens escondidas, prostitutas que se submetiam a eles em troca de alguma coisa de valor



Referências:

Campenhausen, Hans von. Os pais da Igreja. Rio de Janeiro. CPAD. 2005.

Chadwick, Henry; Evans G.R. Igreja Cristã. Barcelona. Folio. 2004.

Gonzales, Justo. Uma história do Pensamento Cristão. São Paulo, Cultura Cristã. 2004.



[1] Obra de vários biógrafos dos séculos II, IV e V, em que relata também o sistema de vida que eles viviam.
[3] O termo vem da palavra grega sylos ou etêlê, e que significa coluna.
[4] Os ancoretas eram monges cristãos ou eremitas que viveram em retiro solitariamente, especialmente nos primórdios da era cristã e dedicavam-se à oração e a produção de textos escritos. queriam alcançar a pureza da alma através da contemplação.
[5] Ordem Cisterciense é uma ordem religiosa monástica católica beneditina reformada. Aos seus membros religiosos de clausura monástica dá-se o nome de monges (ou monjas) cistercienses, ou monges brancos, como ficaram conhecidos devido à cor do hábito.

sábado, 16 de março de 2019

A GRAÇA DE DEUS NÃO É LICENÇA PARA PECAR (Rm. 6.3-11) - Parte II

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João d'Eça


Continuação do artigo anterior.



Deus perdoa os nossos pecados não por nós mesmos, mas por causa do amor a Seu Filho Jesus Cristo. Em nós só existe razões e mais razões para sermos condenados, mas Deus usa de misericórdia para conosco por amor a Jesus Cristo. Nesse caso a graça de Deus nunca seria uma licença para a prática do pecado, mas para nos tornar conscientes de que só em Cristo, e nele exclusivamente é que somos perdoados.

Não há no ensino paulino a ideia de que a graça é adquirida através do pecado, ou que o pecado produz graça; ele diz exatamente o oposto: que “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens...” (Rm. 1.18). A razão é que o pecado exerce um poder tão grande de condenação na vida das pessoas, que somente um poder maior pode neutralizar esse poder destruidor, e esse poder maior é a graça de Deus.

Onde há um fogo poderoso, é preciso correntes poderosas de água para extingui-lo. Em casos de doenças graves, um remédio forte é essencial para a cura. Não há a menor chance de entendermos que é preciso multiplicar os pecados com o propósito de receber uma graça mais abundante. A graça se opõe ao pecado e o destrói, como o pecador poderia pensar em pecar mais, deliberadamente, para que a graça fosse mais abundante?

Usando a figura do batismo Lutero nos diz que Paulo nos mostra que a morte, o sepultamento e a ressurreição de Cristo, é a significação de que fomos sepultados com ele. Em primeiro lugar, Cristo foi sepultado para que perdoasse e destruísse os nossos pecados, não só os que cometemos deliberadamente, mas aquilo que é inerente a nós.

Jesus Cristo morreu e foi sepultado para que, através do Espírito Santo, mortificar a carne e o sangue com suas inerentes paixões pecaminosas; eles não devem mais ter domínio sobre nós, mas devem estar sujeitos ao Espírito até que nos libertemos totalmente deles.

Lutero, no sermão, critica a prática anabatista dizendo que o batismo não deve ser considerado um mero sinal, como os anabatistas erroneamente pensam. Para ele o sinal está incorporado no poder da morte e ressurreição de Cristo. Por isso, Paulo diz: “somos sepultados juntamente com Cristo”, enxertados nele como um membro de seu corpo, de modo que ele é o poder em nós e sua morte opera em nós. Através do batismo ele nos dedica a si mesmo e transmite-nos o poder de sua morte e ressurreição, até o fim, de modo que tanto a morte como a vida possam seguir em nós.

Crescimento Cristão

Paulo dá a razão para um novo crescimento. Ele diz: “Sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos;” (v, 6).

Assim, Cristo, sofrendo a crucificação pelos nossos pecados, suportou a penalidade da morte e a ira de Deus. Cristo, inocente e sem pecado, sendo crucificado pelos nossos pecados, assim o pecado deve ser crucificado em nosso corpo; deve ser totalmente condenado e destruído, tornado sem vida e sem poder. Devemos considerar o pecado como o mal que condena, e com o poder de Cristo em nós, devemos resistir a ele, subjugá-lo e matá-lo.

Paulo chama a vida de pecado de “velho homem”, no sentido de apodrecido, de morto em delitos, cadavérico. O pecado é chamado de “velho homem” porque não é convertido, é inalterado de sua condição original como um descendente pecaminoso de Adão.

O “novo homem” é aquele que se converteu a Deus em arrependimento, alguém que tem um novo coração e entendimento, que mudou sua crença e, através do poder do Espírito Santo, vive de acordo com a Palavra e a vontade de Deus. Esse “novo homem” deve ser encontrado em todos os cristãos; começa no arrependimento e conversão. Paulo declara: “os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências”. (Gl. 5.24).

O pecador com Cristo está duplamente morto. Espiritualmente falando, eles estão mortos para o pecado. É bem-aventurado, um confortável e feliz morrer, pois produz uma vida celestial, pura e perfeita. Estão também fisicamente mortos - o corpo morre. Em Cristo, você já escapou da morte morrendo para o pecado; essa morte você não precisará morrer mais. A primeira morte, que você herdou de Adão através do pecado, já foi tirada de você. Sendo essa a morte real, amarga e eterna. O crente é consequentemente liberto da necessidade de morrer. Ao mesmo tempo, há uma morte, ou melhor, apenas a semelhança da morte, que o crente deverá sofrer porque ainda está na terra e é descendente de Adão.

Morte e Ressurreição

A primeira morte, herdada de Adão, é eliminada: transformada em morte espiritual para o pecado. A alma do crente convertido não mais consente em pecar e o corpo não mais a comete. Assim, no lugar da morte que o pecado trouxe sobre nós, a vida eterna já começou no crente. Os crentes estão agora livres da terrível morte condenatória.

A morte física exterior, é imposta à carne porque, enquanto vivermos na terra, a carne nunca deixa de pecar. “Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer.” (Gl. 5.17).

Assim faz a carne continuamente, enquanto vive aqui; atrai e arrasta o pecado atrás de si; é rebelde e se recusa a morrer. Portanto, Deus finalmente faz morrer o pecado para que morramos para o pecado.

A Escritura fala também da segunda morte, que é a morte depois da morte, a morte espiritual. Os que não estão em Jesus Cristo a experimentarão, mas os que estão em Cristo não passarão por ela. O crente experimentará a morte física, nessa o cristão morre segundo a carne; isto é, ele passa da descrença para a fé, do pecado para a justiça eterna, das aflições e tristezas e tribulações para a perfeita alegria eterna.

Conclusão:

A morte pode despertar raiva, melancolia, medo e terror em nossa pobre carne fraca, mas não tem mais domínio sobre Cristo. Pelo contrário, a morte deve se submeter ao domínio de Cristo em nós.

Nós morremos para o pecado; isto é, nós fomos redimidos do aguilhão e poder, o controle da morte. Cristo realizou plenamente o trabalho de poder sobre a morte e conferiu esse poder a nós, que nele devemos reinar sobre a morte. Então, Paulo conclui: “Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus” (v, 11).

A GRAÇA DE DEUS NÃO É UMA LICENÇA PARA O PECADO (Rm. 6.3-11) - Parte I

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João d’Eça



Introdução:

         O tema que encima esse artigo não é novo e nem é ideia minha. Esse tema está num sermão pregado pelo reformador Martinho Lutero. Ele usou o texto de Romanos 6.3-11 na pregação do seu sermão há 500 anos atrás.

Como o sermão do reformador é denso em sua escrita, vou fazer uma síntese dos principais pontos defendidos por Lutero quando pregou o sermão.


Introdução:

         O tema que encima esse artigo não é novo e nem é ideia minha. Esse tema está num sermão pregado pelo reformador Martinho Lutero. Ele usou o texto de Romanos 6.3-11 na pregação do seu sermão há 500 anos atrás.

Como o sermão do reformador é denso em sua escrita, vou fazer uma síntese dos principais pontos defendidos por Lutero quando pregou o sermão.

Uma exortação à vida cristã

No texto, Paulo instrui aos cristãos a viverem a vida cristã enquanto na terra, com a esperança de futuro no céu. Após a conversão e depois que o crente se submete ao batismo como testemunho da sua nova vida, que deve ser refletida no crente à partir de então.

O fato de Lutero mencionar esse ensino doutrinário, tem a ver com um erro que sempre prevalece. O pensamento do reformador é de que quando pregamos que sobre nós é concedida a graça e o perdão dos pecados, sem qualquer mérito de nossa parte, as pessoas entendem que agora estão livres para deixar de fazer certas coisas, que muitas vezes são a sua obrigação, como por exemplo a prática de boas obras.

O apóstolo Paulo diz que a sua experiência de conversão fez com que ele tivesse um maior desejo de agradar a Cristo, como ele explica em Romanos 5.20: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça”. Isto implica que onde o pecado é ou foi grande, a graça de Deus é mais abundante. Lutero em seu comentário diz que muitas pessoas quando aprendem isso, acham que  se é assim, então justificaria uma vida entregue ao pecado para que a graça de Deus fosse mais e mais abundante.

A Graça de Deus não é uma licença para cometer pecado.

O argumento paulino vai de encontro aos que diziam que para a graça de Deus ser mais abundante, eles deveriam pecar muito mais. Na verdade Paulo ensina o exato oposto - como podemos escapar do pecado e da terrível ira de Deus sobre os pecadores inveterados? (continua em artigo com o mesmo título...)

sexta-feira, 15 de março de 2019

A SANTIFICAÇÃO, DEVE SER O ALVO DE TODO CRENTE (Rm. 6, 7 e 8)

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João d'Eça



Todos os crentes, são crentes, com um único objetivo: Serem santos.  Ser santo é ser separado das práticas pecaminosas do mundo, listadas na Bíblia. Essa lista inclui pecados que um crente não deve praticar, tais como: prostituição, impureza, fornicação, mentira, roubo, engano, bebedices, embriaguez, maledicência, ira, raiva, rancor, e outros tantos.

Não se justifica, um crente, ser chamado para ser crente e não viver em santidade. Se alguém foi chamado para ser crente em Jesus Cristo, e viver  a vida parecida com a de Jesus, separado do mundo; se praticar um desses pecados listados, significa que, ou ele está deliberadamente desobedecendo a Deus, ai a mão de Deus pesará sobre a sua vida, ou, essa pessoa não é convertida.

Os verdadeiros crentes foram justificados, e a Escritura ensina que justificação é: o processo pelo qual Deus declara uma pessoa justa, com base na fé, na pessoa e obra de Cristo. A Justificação é a atividade de Deus que liberta a pessoa da culpa do pecado.

A santificação é a atividade de Deus que liberta o cristão do poder do pecado. A justificação imputa a justiça de Deus ao homem. A santificação transmite a justiça de Deus através do homem.

A santificação é categorizada em três aspectos: 

(1) A santificação posicional é o estado de santidade imputado ao cristão no momento de sua conversão a Cristo – Aqui, não se refere a condição espiritual de alguém, mas à sua posição espiritual.

(2) A santificação progressiva refere-se ao processo em nossas vidas diárias pelo qual estamos ficando mais parecidos à imagem de Cristo - É o processo de se tornar o que somos em Cristo. Isso envolve o abandono dos velhos hábitos de mentir, roubar, caluniar, se prostituir, fornicar etc., que são substituídos por qualidades como honestidade, misericórdia, amor e santidade, semelhantes a Cristo (Colossenses 3.1-10).

(3) A santificação final é o estado de santidade que não alcançaremos nesta vida, mas receberemos quando finalmente estivermos na presença de Deus: (1 João 3.2). A santificação, o adiamento do velho homem e a imitação da justiça de Cristo são tridimensionais: posicional, progressiva e final.

O argumento do apóstolo Paulo em Romanos, capítulos 6, 7 e 8, é que somos obrigados a experimentar a santificação progressiva por causa da nossa santificação posicional realizada na cruz do Calvário.


publicado no boletim dominical da Igreja Presbiteriana do Calvário, em 17/03/2019

segunda-feira, 11 de março de 2019

CINCO CASOS DE JOVENS QUE FIZERAM DIFERENÇA EM SUA GERAÇÃO

by

João d'Eça




Introdução:



            Muita gente ainda despreza os jovens julgando-os irresponsáveis e sem firmeza de caráter espiritual. Entendemos que a nossa contemporaneidade tem produzido muitos jovens como os descritos anteriormente, mas essa não é toda a verdade acerca da vida jovem, eles podem ser gigantes na fé e altamente comprometidos com Deus e com a sua palavra. Aliás, os exemplos que daremos abaixo, de jovens, que ainda inexperientes na vida, fizeram a diferença com a sua atitude, assim também, qualquer jovem que queira pode fazer diferença na sua geração, tendo Jesus Cristo em sua vida.



Davi venceu Golias:

Talvez uma das histórias mais conhecidas da Bíblia seja a história de Davi. Quando lemos esta história em 1 Samuel 17, Davi provavelmente tinha apenas 17 anos de idade. O texto bíblico nos mostra Davi como um filho obediente (1 Samuel 17.17-20), um soldado destemido(v, 26 e 32) e um jovem que confiou plenamente em Deus (versos 37.45-47).



O pai de Davi pediu a ele que tomasse providências para que seus irmãos que estavam no campo de batalha israelita, em guerra contra os filisteus. Quando Davi chegou ali, ele ouviu o campeão dos filisteus, o gigante Golias, blasfemando o nome do Deus. Davi não admitiria que alguém falasse mal do Senhor. Ele se surpreendeu mais ainda, com a atitude do exército israelita que ouvia as ameaças e blasfêmias sem dizer nada.



O jovem Davi ficou tão indignado que se apresentou ao rei Saul, como alguém que iria lutar contra o blasfemador Golias. Providenciaram uma armadura usada pelo rei, para o jovem Davi, mas não deu certo, ele não estava acostumado com aquilo, além do que, os recursos humanos, sem Deus no negócio, nada vale.



Davi foi ao riacho e de lá pegou 5 pedrinhas lisas do leito, e foi ao campo de batalha para combater Golias. Não precisou de muito, apenas uma pedrinha foi usada, e com ela, ele derrubou o gigante no chão, tomou a espada dele, e o matou cortando sua cabeça. (1 Samuel 1. 48–51). Davi era um jovem que confiava em Deus para fazer grandes coisas através dele. Assim, conhecemos Davi como um jovem que fez grandes coisas para Deus.



José na casa de Potifar:

José foi vendido por seus irmãos como escravo, por inveja, ao chefe de uma caravana que ia para o Egito (Gênesis 37). No final do capítulo, José estava servindo na casa de Potifar, que era um oficial do governo e comandante militar (Gênesis 37.36). José serviu na casa de Potifar e tinha plena confiança de seu patrão. José tinha consciência de que era mordomo de tido na casa daquele homem, exceto a sua esposa (Gênesis 39.9).



            A esposa de Potifar, resolveu traí-lo, flertando com o jovem José, ele sabiamente recusou as suas investidas. Embora ele fizesse o que era certo e sábio, foi falsamente acusado de agir inadequadamente com ela. O resultado foi que ele foi jogado na prisão (Gênesis 39.11-20).



A história de José é um bom exemplo de que só porque fazemos o que é certo, isso não significa que imediatamente seremos elogiados por isso. No entanto, no final, ele foi honrado por Deus e justificado à vista dos homens por tomar uma atitude correta, mesmo quando isso não era fácil e nem prazeroso.



Uma menina israelita desconhecida:

Há uma história maravilhosa em II Reis 5 sobre o general Naamã, que foi curado de lepra por Deus, por meio da instrumentalidade de uma menina desconhecida. Um dos personagens secundários da história é essa pequena menina escrava, de quem não sabemos nem mesmo o seu nome. No entanto, uma coisa importante que sabemos sobre ela, é que ela estava preocupada com as pessoas ao seu redor, para que eles conhecessem a Deus. Eu penso nela como uma missionária no Antigo Testamento.



Ela estava em uma terra distante de casa. Ela estava lá contra sua vontade. No entanto, ela demonstrou amor às pessoas que Deus colocou ao seu redor e ela estava disposta a compartilhar o que sabia sobre o Deus de Israel, com eles.



Quando soube que seu mestre, Naamã, tinha lepra, falou-lhe sobre o profeta Eliseu e como o Deus de Israel trabalha através desse homem. Naamã foi a procura de Eliseu porque confiou no que a menina lhe disse (II Reis 5.1–3).



Naamã foi até Eliseu e depois de relutar a aceitar a proposta do profeta, foi aconselhado pela menina, e depois que atentou para o seu conselho, foi curado de sua lepra.



Daniel e seus amigos:

Outro exemplo é a história de Daniel. Seus amigos Misael, Azarias e Ananias, que receberam nomes que exaltavam divindades pagãs babilônicas, por causa da sua fé, foram jogados na fornalha ardente. Depois, também pelo mesmo motivo, Daniel foi jogado na cova dos leões. Nesse segundo episódio, Daniel tinha algo em torno de 80 anos.



Nabucodonosor construiu uma estátua de um ídolo, e queria que as pessoas adorassem a estátua. Esse acontecimento ocorreu entre 3º e o 23º ano do cativeiro de Israel na Babilônia. Os amigos de Daniel foram lançados na fornalha ardente quando tinham entre 15 a 25 anos de idade.



Os amigos de Daniel e ele próprio, defendiam suas crenças desde muito jovens. O resultado da decisão deles foi a de honrar o Senhor até mesmo com os seus hábitos alimentares (Daniel 1.17). 



O menino com os pães e os peixinhos:

No N.T. conhecemos a história do menino que respondeu a um chamado para fazer algo que Jesus pediu. Jesus estava diante de uma multidão de mais de cinco mil pessoas, em João 6. Jesus dirige-se aos seus discípulos em busca de uma solução para o problema, porque a multidão estava com fome e já era tarde. É claro que Jesus já sabia o que estava planejando fazer (João 6.6).



Jesus perguntou a Filipe onde era possível conseguir pão suficiente para alimentar aquela multidão. Filipe não tinha ideia, mas duvidava que fosse possível conseguir alimento para aquela multidão. André procurou por uma solução. Ele encontrou um jovenzinho que tinha em seu poder 5 pães de cevada e dois pequenos peixes.



O menino poderia ter se recusado. Nem André nem o menino sabiam o que Cristo iria fazer, mas esse menino permitiu que o Senhor o usasse naquele milagre. Ele atendeu ao pedido de Jesus e teve uma maravilhosa experiência presenciando o milagre.



Jesus pegou aquela pequena comida. Ele operou um milagre espetacular, multiplicando e alimentando a todos, a ponto de todos comerem e ainda sobrar 12 cestos cheios (João 6.10–13).



Como aquele rapazinho, devemos estar dispostos a entregar ao Senhor qualquer coisa que Ele nos pedir. Podemos não saber o que Ele fará com isso, mas se confiarmos com nossas posses e nossas vidas, então Ele fará algo maravilhoso como Ele fez com esta pequena porção de comida.



Conclusão:

Independentemente da sua idade, você é capaz de colocar sua vida nas mãos de Deus e permitir que Ele trabalhe em você e através de você. Deus está fazendo e fará uma grande obra neste mundo. Ele escolhe usar pessoas de todas as idades para realizar Seus propósitos.

Que sejamos úteis nas mãos do Senhor.

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