sexta-feira, 28 de junho de 2019

“TIMÓTEO, TRAGA-ME OS LIVROS”


“Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, bem como os livros, especialmente os pergaminhos.” (II Tm. 4.13)


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João d’Eça



Introdução:
            Estamos estudando todas as quintas-feiras na igreja, as cartas de Paulo a Timóteo e a Tito. Já terminamos a primeira carta a Timóteo e estamos ainda no primeiro capítulo da segunda carta. A segunda carta, dizem os especialistas foi a última carta que Paulo escreveu, sendo que naquele mesmo período de tempo ele foi executado pelas autoridades romanas.

O apóstolo Paulo “combateu o bom combate, completou a carreira e guardou a fé”. Ele estava consciente de que a hora da sua morte já se aproximava e ele estava pronto para enfrenta-la, pois sabia que após a sua morte é que ele receberia das mãos do seu Senhor, “a coroa da justiça”.

O seu tempo já estava abreviado e a prisão em Roma seria a sua última morada. Do cárcere em Roma ele sairia para deixar rolar a sua cabeça aos pés do Imperador Nero. Apesar de aos olhos do Império ele era um derrotado, na verdade ele era um conquistador, e a sua cabeça rolando aos pés do tirano serviu para solapar os alicerces do trono dos césares.

Paz na Morte

            Paulo sentia grande paz apesar da sentença trágica de morte. A sua tranquilidade era inexplicável para os seus algozes. Uma coisa chama atenção: em meio a todo esse cenário, Paulo sentia falta de sua capa, seus livros e dos pergaminhos.

Aproximava-se o inverno e o frio intenso da cidade de Roma, ele escreve a Timóteo dizendo: “Apressa-te a vir antes do inverno.” (II Tm. 4.21). Antes ele pedido para ele trazer a capa que havia deixado na casa de Carpo. Estava preocupado com o frio que iria passar naquele cabouco romano.

Livros, um bom companheiro

Apesar da situação em que Paulo se encontrava, de pobreza, a ponto de não ter com que se cobrir durante o rigoroso inverno com neve em Roma, ele confortava a muitos, não só por meio de correspondências, mas também, por meio de aconselhamento e pregação do evangelho aos da guarda pretoriana que o vigiavam. “Todos os santos te saúdam, especialmente os da casa de César.” (Fl. 4.22).

Ao pedir que Timóteo não esquecesse de lhe trazer os livros e os pergaminhos, ele demonstrava preocupação com a leitura e o aprendizado.

Festo disse a Paulo: “Estás louco.... As muitas letras te fazem delirar” (At. 26.24). Paulo que havia sido educado aos pés de Gamaliel, chamado de “grande rabino”, também necessitava de livros e de pergaminhos, os quais levava consigo em suas viagens, mas que por alguma razão havia deixado em Trôade.

Um ministro do Evangelho sem livros é uma contradição. Sem livros o ministro aniquilará o seu ministério. Nasci e vivo no Maranhão, terra de poetas, de cronistas, de escritores de renome mundial, onde os livros fazem parte do dia a dia das pessoas. A ausência dos livros é tão sentida como a ausência de um bom amigo. Viajei por muitos lugares, e quando esquecia os meus livros, sempre buscava adquirir um desses companheiros inseparáveis nos aeroportos ou nas ruas das cidades por onde andei.

Que melhor companheiro na hora da enfermidade, deitado em um leito, que um livro? Paulo deve ter sentido uma dupla alegria, quando viu chegar o seu amigo Timóteo trazendo a capa, os livros e os pergaminhos.

A Bíblia, livro dos livros

A Bíblia é conforto em todo tempo, em todas as circunstâncias da vida. A Bíblia é a mais preciosa de todos os livros. Nunca, jamais, se permita esquecer da Bíblia e da sua leitura diária, bem como de bons livros. Nunca se esqueça da Bíblia, nem em Trôade, nem no Maranhão, em lugar nenhum, principalmente porque ela deve estar em teu coração. Assim como no filme O Livro de Eli que ao final ele a ditou de memória, assim também a Escritura deve fazer parte de nós e nós da Bíblia.

Conclusão:

            Paulo deixou a capa em Trôade, mas para se aquecer ele se revestiu de um manto que ofusca e que atrai. Deixando os seus livros, ele estudou na Palavra de Deus que estava em sua mente, na sua alma e no seu coração. Ele era “uma carta viva” de Deus para todos que buscam comunhão íntima com o Senhor.

Aplicação:

            Você é capaz de, esquecendo os seus livros ou a sua Bíblia, falar com desassombro sobre as maravilhas de Deus em Sua Santa Palavra, citando o endereço dos capítulos e versículos da Escritura sem pestanejar?

quinta-feira, 20 de junho de 2019

EU AMO A JUVENTUDE


EU AMO AJUVENTUDE
“E Jesus, fitando-o, o amou...”

(Marcos 10.21)


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João d’Eça





Introdução:

            A juventude é a primavera da vida, é o que se diz, e eu concordo. Apesar de na nossa região a primavera não ser tão destacada como nas regiões onde as quatro estações são bem divididas, porém dá pra perceber a mudança de atmosfera, quando as flores desabrocham, os pássaros cantas, as borboletas dançam no seu bailado e as abelhas polinizam as flores para dar continuidade à vida. Amo a primavera, por isso amo a juventude.

A juventude e a esperança

Sou dominado pela alegria quando vejo um jovem dedicado a Deus, quando despertam para a vida cheios de esperança de viverem uma vida feliz. Quando encontro jovens cheios de amor por Jesus Cristo, realizando em sua vida a palavra do sábio Salomão: “Lembra-te do teu Criador nos dias de tua mocidade”. Quando um jovem dedica a sua vida a Jesus Cristo, é uma vida feliz iniciada, é uma melodia suave entoada, é uma juventude que nunca conhecerá a velhice espiritual.

Devo amar todos os jovens, mas quando vejo um jovem de olhar tristonho, vivendo no pecado e manchando a alvura de sua alma, perdendo a beleza do seu coração, fico tão triste quando na primavera percebo uma flor estragada e a voz embarga de emoção. Como é desolador ver um jovem no mau caminho, obedecendo à voz da carnalidade, que o aprisiona, escraviza e o condena a viver uma vida de ruina.

Quem nos dera ver sempre os jovens vivendo vidas felizes e abençoadas. Se dependesse de mim, eu faria com que todos os jovens vivessem vidas felizes com Jesus Cristo na mente e no coração.

O domínio do pecado e o acolhimento

            Infelizmente muitos jovens estão totalmente dominados pelo pecado. Abrigam em seus corações a feiura do pecado, estão como flores murcham, estragadas, pisadas, almas que perderam a inocência. Para esses devo olhar com olhar de amor, com gestos de ternura e da boca o som da voz suave.

Diante de uma situação assim, é melhor deixar que a alma fale, que o jovem perceba que amor está no domínio da situação e não a repreensão, o constrangimento, o ódio. Quando o amor nos domina a alma, oramos para que Deus dê ao jovem um melhor caminho e o poder para que ele possa viver uma vida feliz.

Amo a mocidade. Sinto ser por um lado seus irmãos, por outro, como seu pai. Como irmão identifico o meu coração com os jovens, com suas derrotas e vitórias; como pai, recebo-os diante de mim e lhes imponho as mãos, com os olhos fitos no céu, para que de lá desçam a paz e a alegria para as suas vidas.

Amo os jovens quando estou de joelhos suplicando a eles as bençãos do céu. Amo quando os vejo seguindo os caminhos de Jesus Cristo em doce e suave felicidade. Amo-os sem discriminação de etnia ou posição intelectual e social. Até mesmo quando demonstram sentimentos pouco nobres e preferem se tornar inimigos, mesmo assim devo amá-los.

O dever de amar a juventude

            O amor deve estar à disposição para dar sem a esperança de receber, porque o amor que o bem de todos. O amor busca os desalentados para os conduzir ao caminho da felicidade.

Aos jovens que tiveram dificuldades, que se sentem fracassados, que tiveram sonhos frustrados, que sonham e não sabem como realizar, saiba, se quiserem conversar, se precisarem de ajuda, estou aqui para ouví-los. Eu enfrentei na minha vida muitas derrotas, muitos fracassos, muitas decepções, eu sei o que isso, por isso, posso ajuda-lo. Deus me concedeu passar por momentos assim para que eu pudesse me identificar com os que estão passando por dificuldades como as que eu passei. Em todas as dificuldades, frustrações e decepções Deus me deu vitórias, para que eu e todos saibam o quanto Deus é poderoso.

Jovens, saibam que nada há no mundo mais sublime e mais belo do que o amor. Deus é amor! Eu quero ser dominado pelo amor. O amor faz da vida bela e divina. Amo a juventude.

Conclusão:

            Não há tristeza maior do que ver a juventude se perdendo, envolvida em crimes, atrás das grades de uma prisão por causa de se deixar dominar pelo maldade do coração sem Deus, por querer dar vazão à vaidade de seus corações e desprezar a humildade que Deus quer que cultivemos.

Quero cantar a bela história do amor de um meigo e divino amigo que se chama Jesus Cristo. Quero fazer de minha vida um hino de amor.

Prezados jovens, sejam felizes. Sigam o conselho do sábio Salomão:

“Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas cousas Deus te pedirá contas. Afasta, pois, do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, porque a juventude e a primavera da vida são vaidade”.

(Ec. 11.9,10).

segunda-feira, 17 de junho de 2019

O PECADO E A GRAÇA (Romanos 5.20)


O PECADO E A GRAÇA
(Romanos 5.20)

Introdução:

            Temos um antídoto para o pecado, que é a graça de Deus. A graça é apresentada a nós como um vasto oceano, e tentar explicar a graça do Senhor, é semelhante a tentar contar as gotas do oceano. Todo que se propõe a explicar a graça de Deus, assemelha-se ao balbuciar de uma criança. Só iremos ter pleno conhecimento da graça do Senhor, na eternidade. O que nos cabe conhecer então, são umas pequenas observações sobre a manifestação dessa graça.

Tudo o que somos e possuímos, são dons da graça de Deus. A nossa criação foi um ato da graça de Deus, como também é a conservação da nossa vida e o glorioso destino de nossas almas.

Precisaríamos da graça de nosso Deus, mesmo se não tivéssemos pecado, pois sem a graça de Deus não vida, não há felicidade, sem a graça de Deus só há desespero. Somos criados para sermos vasos nos quais Deus derrama vida e amor, para sermos templo do Espírito Santo, e isso é graça. Semelhante à planta que precisa dos raios do sol para a sua vida, assim nós precisamos da graça de Deus para vivermos plenamente a nossa. Sem a graça do Senhor ninguém alcançará a felicidade na eternidade. A mais alta dignidade do homem é a capacidade de receber Deus em seu coração, seu mais alto destino é a comunhão com Deus. Tudo isso é graça.

Amor dom de graça imerecido

O amor é dom imerecido. Poderíamos até merecer muitas coisas como gratidão, recompensa ou reconhecimento, mas se alguém nos dá o seu amor, quem poderá dizer que o mereceu? O amor é sempre um livre dom e sempre é graça.

A graça está colocada acima da justiça. A justiça e as leis formam o fundamento do Estado, mas a graça é a sua coroa. Não podemos passar sem a graça, em qualquer que seja a atividade da vida, quanto mais em nossa relação com Deus.

Bem-aventurados

            O mundo em que vivemos é um lugar de sofrimentos e aflições, mas isso não é tudo. Jesus Cristo inicia o seu Sermão do Monte, chamando de “bem-aventurados os que são pobres de espírito, os mansos e os que choram. Aqueles a quem o mundo chama de infelizes, Jesus Cristo os chama de bem-aventurados e lhes promete consolação. Esse é o valor da vida presente, não consiste na felicidade exterior, mas na consolação. Não podemos todos ser ricos, mas todos podemos ser consolados.

A declaração de Jesus: “Bem-aventurados os que choram, pois eles serão consolados”, só pode ser declarado nesse mundo de tristezas e dores, por Jesus Cristo, porque somente ele possui a verdadeira consolação, sendo esta a sua graça.

Para nós é uma grande consolação saber que que diante de todas as dificuldades da vida, do sofrimento, da pobreza, da doença e do inesperado, somos objeto da graça de Deus, e isto é para nós grande consolação. Porém essa é ainda a menor parte da recompensa da graça que o Senhor nos tem reservado. A graça de Deus se manifesta no seu mais elevado grau, na salvação dos pecadores.

O coração e a mente do homem natural, envolto em seus pecados não consegue entender e nem mesmo crer na graça salvadora do Senhor. Antes da Queda, talvez, fosse possível para o homem ter um pouco de entendimento do que seria a graça de Deus, mas desde que o pecado entrou na realidade humana pela desobediência dos nossos primeiros pais, o pecador vive em oposição a Deus e aos seus desígnios, está possuído de medo e longe de aproximar-se do Senhor. O homem foge de Deus por causa da sua culpa. Como disse o apóstolo João: “Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras.” (João 3.20).

O pecador tenta expiar as suas culpas por seus próprios esforços, tentando aplacar a “ira de Deus sobre os filhos da desobediência” buscando a salvação pelas obras, o que é impossível ao homem. A palavra de Deus, revelação divina, nos instrui na verdade consoladora da salvação sem mérito humano, do perdão dos pecados, da bem-aventurança eterna para todos os que confiam no Senhor e na sua graça.

No tempo do Antigo Testamento, todos os grandes homens de Deus que viveram o período, reconheceram que só a graça de Deus podia salvar os pecadores arrependidos, nada mais os pode salvar. “Abraão creu o Senhor e isso lhe foi imputado para justiça”. (Rm. 4.3). Assim também Moisés regozijava-se no Senhor, que guarda misericórdia em milhares de gerações: “... Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até a terceira e quarta geração. (Êxodo 34. 6,7).

O rei Davi, pecador como todos nós, não se cansava de cantar e louvar a graça e a misericórdia do Senhor, que perdoa os pecados e salva os arrependidos e contritos de coração. No tempo dos profetas, quanto mais o povo se afastava do Senhor, mais eles confiavam na graça de Deus. “Porque os montes se retirarão, e os outeiros serão removidos; mas a minha misericórdia não se apartará de ti, e a aliança da minha paz não será removida, diz o Senhor, que se compadece de ti”. (Isaias 54.10).

O que era prometido no Antigo Testamento foi cumprido no Novo. Na pessoa de Jesus Cristo a graça do Pai se manifestou visivelmente entre os homens. A vida de Cristo era toda a expressão da graça de Deus. Ele tomou sobre si os nossos pecados e reconciliou os pecadores com Deus-Pai. Jesus ensinou os crentes a chamarem Deus de Pai, nome que melhor expressa o que é a graça de Deus. Pelos merecimentos de Jesus Cristo, somente os pecadores que creem nele, tornam-se filhos de Deus.

Os apóstolos, no fiel cumprimento de sua missão, exortaram os cristãos a confiarem inteiramente na graça do Senhor. Paulo, cuja vida é o resultado da graça, começa as suas cartas com a frase: “Graça e paz da parte de Deus Pai e de nosso Senhor Jesus Cristo”. O conteúdo de suas cartas são a explicação da Graça de Deus em Jesus Cristo e da salvação gratuita dos pecadores.

A maior manifestação da graça no Novo Testamento, é, a redenção dos pecadores por Deus, enviando seu próprio Filho para levar sobre si os pecados do mundo, e atribuindo aos que creem nele a própria justiça de seu Filho. Porém esta manifestação é acompanhada de outras ações da graça.

1 – PELA VOCAÇÃO - que consiste em o Senhor chamar e convidar-nos a aceitar a salvação por ele alcançada. Os que se salvam não podem atribuir a si a iniciativa. “Não foste vós quem me escolheste, pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis frutos e o vosso fruto permaneça” (João 15.16). Jesus, por seu Espírito e pelas circunstâncias da nossa vida, nos conduz ao conhecimento de seu Filho por mera graça sua, sem que nós o tivéssemos merecido.

2 – PELA ILUMINAÇÃO Que consiste em o Espírito Santo renovar os corações dos homens e convencê-los tanto da própria indignidade, como da graça de Deus. É o Senhor quem abre os nossos olhos para conhecermos qual é a esperança a que ele nos chamou e quais as riquezas e a glória da herança que ele prepara para os santos.

3 – PELA JUSTIFICAÇÃO – Que consiste em Deus selar e confirmar com a sua paz ao pecador crente e arrependido o perdão dos seus pecados, atribuir-lhe a justiça de seu Filho e restituir-lhe os direitos de filho seu e co-herdeiro de Cristo.

4 – PELA SANTIFICAÇÃO Que consiste em nos dar um novo coração e em derramar em nós um novo espírito pelo qual podemos clamar ABBA PAI¸ e na força do qual podemos andar e crescer no seu amor e na santidade. “Porque Deus em quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade (Fl. 2.13).

A Ele seja a honra e a glória para sempre!

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