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Rev. João d’Eça
Introdução
Não pretendo com esse artigo diagnosticar de forma precisa a crise da igreja evangélica brasileira, mas contribuir de forma resumida para a reflexão, tentando apontar caminhos de análise e de solução dos problemas que enfrentamos hoje.
Do mesmo modo que os hebreus no deserto encheram-se de consternações,
ouvindo o relatório que de sua viagem fizeram os espias enviados à terra
prometida, da qual esperavam tomar posse facilmente; assim como as tropas de
Israel tremeram de terror ante o ousado gigante Golias que, confiado em sua
força prodigiosa e nas suas armaduras guerreiras, as dasafiava para um combate por
si só: a Igreja Evangélica do Brasil, por enquanto fraquíssima, como que vacila
ante os muitos e quase insuperáveis obstáculos que tentam retardar em nossa
pátria a esplendida vitória do Evangelho.
A crise da Igreja
brasileira
A crise que estamos atravessando, inspira-nos sérios
cuidados e, com toda a certeza, desfaleceríamos, se não tivéssemos plena convicção
de que a santa causa que advogamos não é humana, mas divina, se não crêssemos
firmemente que a sua vitória não é incerta, mas repousa sobre a infalível
promessa do Filho de Deus que disse: “As
portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt. 16.18).
A igreja evangélica brasileira está num estado de lástima.
Os crentes sérios, que estão no labor diário da evangelização e da educação cristã
do nosso povo tem de “matar um leão por dia”. Temos uma missão muito difícil a
cumprir.
Os pregadores que se preocupam com a propagação das
Boas-Novas de Salvação, estão indo ao campo inimigo (que infelizmente já adentraram
as portas de nossas igrejas), e estão planejando os seus ataques contra as
trincheiras do mal, estes são pouquíssimos, se comparados ao exercito de falsos
pastores e falsos pregadores, que capitaneados pelo príncipe das trevas,
assumiram para si a vergonhosa e destruidora tarefa, de em nome de Deus,
disseminar o erro e abrir as portas do inferno para milhares de almas.
A nossa tarefa dada por Deus é de altíssima
responsabilidade, e o campo de nossa atividade é imenso, e a voz dos pregadores
do Grande Rei, quase não é ouvida, em meio aos gritos estridentes de pessoas
loucas que dizem que com seus gritos desvairados estão falando com Deus. Estes
se esquecem da vida futura, post-mortem, e zombam dos avisos celestes. Esses
pregadores e administradores de igrejas que conduzem o rebanho do Senhor como
se fora uma empresa, lutam pelos seus interesses financeiros os mais mesquinhos,
tirando em nome de Deus, até o último centavo dos incautos-cumplices.
A nossa mocidade
A Mocidade que se ergue em nossa igreja nacional, seria a
esperança da nossa igreja, humanamente falando, porém, falta-lhes a fé, o
entusiasmo, o engajamento e a coragem necessária para sacrificar-se no altar do
nosso Senhor. Falta-lhes a coragem de ser diferente, daqueles que nos deixaram
o legado.
Há uma crise de vocação no meio da nossa juventude. Não há
jovens dispostos a abraçarem a vocação ministerial, os seminários estão quase
vazios. Nossos jovens querem ser engenheiros, médicos, advogados, mas não
querem ser pastores, a missão mais nobre, o trabalho mais digno, o serviço a
Deus. É exatamente quando nos sentimos cansados que surge a verdade das
palavras do Senhor Jesus: “A seara é
grande, mas os trabalhadores são poucos” (Lc. 10.2).
O que nos aguarda o
futuro?
Confiamos que Deus está no controle de todas as coisas e ele
tem os seus planos, e haverá de os cumprir segundo a sua santa vontade. A voz
do púlpito evangélico, muitas vezes, humanamente falando, está sem esperança
para o futuro.
Ai está as dificuldades que enfrentamos, por esta razão a
pregação do Evangelho está caminhando a passos morosos. A pregação do Evangelho
de Cristo merece amor e sacrifício voluntário da mocidade dessa geração que
hoje faz parte da igreja.
O que fazer diante de tais circunstâncias? Não podemos
cruzar os braços e nos entregar vencidos diante dos obstáculos que vislumbramos.
Não! Não podemos admitir sermos vencidos. Seremos a geração que deixará um
legado de fé para a próxima geração.
Aqueles que nos legaram a fé travaram a luta entre o bem e o
mal, entre a verdade e o erro. Devemos ser soldados fiéis à causa da cruz de
Cristo, honrarmos o Evangelho santo. Ofereçamo-nos como sacrifício voluntário
no altar da honra do Evangelho. Ouçamos a voz do capitão da nossa fé, Jesus,
que sempre nos consola e anima no combate da fé e que nesse momento nos diz: “Trabalha
como um bom soldado de Cristo”.
Conclusão
Que as bênçãos dos céus desçam abundantemente sobre nós e
nos encha de um novo vigor. Que possamos enxugar as lágrimas da igreja
brasileira e que a nossa vida seja para o engrandecimento do Reino de Deus no
Brasil.
Que Deus levante vocacionados para fortalecer a próxima
geração com fé e interesse de que o Reino de Deus se estabeleça em nossa
pátria.
Que Deus nos ajude.
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