Rev. João d’Eça
Introdução:
Quando o Evangelho de Jesus
Cristo inunda a nossa mente e o nosso coração, traz a nós uma alegria nunca
antes experimentada por nós. Quando jovens, cheios de esperança e de vigor, a
ideia de conduzir pecadores à cruz de Cristo invade a nossa existência e faz
brotar em nossos corações a pureza de uma ideia iluminada, o sagrado
ministério.
Não há no mundo nada mais importante ou desejável do que ser
instrumento nas mãos do Senhor para atrair pecadores a Jesus Cristo,
arrancando-os da sua escravidão espiritual. Não há atividade mais nobre do que
ser o condutor de um povo santo, através das trilhas de uma vida cristã. Não há
nada mais bonito do que ver um jovem se lançar aos pés de Cristo e se
apresentar para somar no mesmo caminho que percorreram os profetas e os
apóstolos do Senhor, abrindo mão de uma carreira secular, afim de colher os
frutos da fé, mesmo em meio a espinhos e dores.
Abraçar o ministério é cooperar com Deus, esse é um
privilégio especial. Nossa vida de auxílio na obra do Senhor deve ser revestida
de piedade, nosso lar deve ser o santuário do Espírito onde as reclamações do
mundo não reverberam, nosso caráter deve refletir o caráter de Jesus Cristo que
se mostra em nossas almas, santo e imaculado; onde os nossos pensamentos e as
nossas condutas serão uma antecipação do Céu.
No ministério aprendemos que não somos o que talvez
pensássemos que fossemos, aprendemos que somos absolutamente imprestáveis e
absolutamente dependentes do Senhor. Nossos ideais iniciais vão se tornando
difíceis de serem realizados e em cada passo dado, vemos um obstáculo imerso,
que bem poderia nos fazer tropeçar, nos fazer fracassar e abalara nossa fé.
Seja cauteloso
Cautela é necessária. Jesus disse: “... Sede, portanto,
prudentes como as serpentes e símplices como as pombas.” (Mt. 10.16). Será que
o Senhor na sua volta me reprovará pelos “talentos” que eu lhe apresentar? Será
que eu não o escondi e fiquei acomodado?
Agora é hora de prosseguir, de dar mais um passo à frente, “esquecendo-me das coisas que para trás ficam
e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o
prêmio da Soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. (Fl. 3. 13, 14).
Enfrentaremos inúmeras tentações nessa carreira de
aspirações grandiosas, tendo um enorme campo de trabalho à nossa frente, até
que estejamos prontos, com o caráter aperfeiçoado, com a imaginação equilibrada
usando-a para a meditação nos problemas da fé. O Senhor exige de nós que
estejamos em perfeito equilíbrio de nossas faculdades mentais. Às vezes
abandonamos a causa de Cristo pelo envolvimento com as coisas terrenas de
nossas preferências. Gastamos tempo precioso imaginando coisas vãs e perdemos o
nosso tempo de comunhão com o Senhor porque não nos dedicamos com mais
dedicação à oração.
Trabalhemos pelo
Evangelho
Os ossos secos que jazem na terra do Brasil estão à espera
da palavra profética em nossa boca para que eles revivam em um exercito de
almas para a glória de Deus. Assim como Jesus Cristo tinha por objetivo fazer a
vontade do Senhor e como Paulo que dizia que nada sabia, a não ser de Cristo
crucificado, nós, engajados no ministério pastoral, temos de nos desvencilhar
de tudo que pode ser um atrapalho para o nosso ministério, “olhando firmemente
para o Autor e Consumador da fé, Jesus...” (Hb. 12.2).
Conclusão:
Ainda que você sinta que a atração mundana ainda te tenta,
que abandonar a carreira seja uma opção, que a dúvida ameaça a tua alma, ore
com fervor a Deus e peça a ele para um desejo mais consagrado a Jesus Cristo,
para que você viva mais perto da cruz, que o reino de Deus seja a constante
preocupação da tua mente. Não vacile diante das responsabilidades do
ministério.
Muitos já estão com os seus ministérios falidos, não vivem
mais pelos princípios da Sagrada Escritura. Sem Deus no comando de nossas vidas
e ministério, nada poderemos fazer.
Que o Espírito Santo, consolador, conforte a nossa alma e
nos dirija o caminho.
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