O que mais chama a
atenção da narração do Evangelho é a doutrina da divindade de Jesus Cristo e o
valor de sua obra dirigida pelo Pai. "A humanidade não conhece o Pai, senão o
Filho".
A natureza é um
livro riquíssimo e precioso, mas não é o bastante para o homem conhecer a Deus.
“Os céus proclamam a glória de Deus, e o
firmamento anuncia as obras de suas mãos” (Salmo 19.1). Foi preciso que o
próprio Deus falasse ao homem em sua própria linguagem e lhe manifestasse de um
modo mais positivo o seu amor imenso.
Os Evangelhos nos
dizem em todas as suas doutrinas, que Jesus Cristo é Deus, e não há como
contestar. Jesus é o nosso Mestre, o nosso Guia e o nosso Salvador. Todas as
obras que Jesus fez, relatados nos Evangelhos, não são obras de um homem comum,
mas de um Deus.
O incrédulo não
compreende e não reconhece a divindade de Jesus, muito mais por temer a sua
pureza doutrinária do que pela importância de suas próprias argumentações e
ensinos contrários. O bem é sempre odiado pelo mal. O Evangelho exalta a Deus e
abate o homem arrogante.
Era a vontade do
Pai, Todo Poderoso, que seu Filho Santo Jesus Cristo morresse a morte de cruz,
para que o pecador pudesse ser levantado do abatimento em que se encontrava.
O grande filósofo
Sócrates foi obrigado a beber a mortal cicuta, mostrando a sua grandeza de
espírito diante dos seus algozes, levantando assim a bandeira da independência
de espírito, e, Platão, o seu discípulo não menos famoso, arriscou a sua vida
propagando os ensinos do seu mestre, arriscando a ter o mesmo fim do de
Sócrates.
Nem Sócrates e nem
Platão, nem outros assim como eles, podem ser comparados ao Mestre do Gólgota, que
nos revelou o Pai e nos fez participantes do Espírito e da graça infinita da
Trindade, manifestando-nos Deus em seu tríplice aspecto.
Primeiro, como Deus
criador invencível e de infinito poder; segundo, como Deus manifestado em
carne, que pela morte na cruz garantiu a salvação ao pecador perdido, que
arrependido dos seus pecados, ouve o chamado do Senhor para a salvação de sua
alma; terceiro, como Deus Espírito Santo, é o guia invisível e permanente do
cristão.
Vemos o Deus e Pai
em Sua magna criação, assim como diz o salmo citado, e a prova disso estar o
verdor dos campos, matizados de flores, contratado com o majestoso azul do
firmamento, com suas luzes estelares no majestoso oceano celestial. A natureza
não cessa de anunciar as grandezas de Deus, de proclamar as glórias do Criador,
todas as coisas criadas e sustentadas pelo Senhor, proclamam a Sua majestade,
bradando incessantemente:
“...Grandes e
admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros
são os teus caminhos, ó Rei das nações! Quem não temerá e não glorificará o teu
nome, ó Senhor? Pois só tu és Santo; por isso, todas as nações virão e adorarão
diante de ti, porque os teus atos de justiça se fizeram manifestos”. (Apoc. 15. 3,4).
Nós podemos entender o Deus Espírito
Santo, na parte moral dessa mesma criação, e que assume seu verdadeiro aspecto,
na influência divina que exerce nos homens, nas mentes inteligentes da terra,
revelando-lhes o bem, encaminhando-os pelas sendas do dever cristão e
ensinando-lhes a única estrada que conduz às glórias eternas.
O Deus-homem, vemos
revelado na pessoa do Senhor Jesus Cristo. Nele vibram com as notas
altissonantes, as mais nobres e sensíveis fibras do amor pela humanidade decaída.
Jesus Cristo é a manifestação da voz de Deus, Ele é a verdade puríssima, tal
qual a gravou Deus na consciência de seus filhos, e que deve servir de norma e
exemplo ao gênero humano a quem veio libertar do jugo do mal.
A trindade não é
produto de superstição ou de engano, não é resultado de combinação de fatos
demonstrados, onde não cabe a mínima dúvida e em que não pode haver mistério.
Cristo e os seus apóstolos quando ensinando a doutrina da trindade, não o
fizeram por seguir as concepções do paganismo e muito menos por servilismo às
antigas tradições; eles pregaram essa doutrina pela força indiscutível de uma verdade
palpável para os que conhecem a Deus.
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