O Manifesto Comunista foi escrito por Karl Marx,
nascido de pais judeus e educado nas Escrituras Hebraicas. Os pais de Marx
adotaram o cristianismo quando ele era uma criança de seis anos, aumentando
assim a herança do Antigo e Novo Testamentos sobre a sua vida.
Apesar de seu ateísmo e mais
tarde do seu anti-eclesiasticismo, Marx aprendeu que Jesus se preocupava com os
menos favorecidos da sociedade. Em seus escritos ele enfatiza que o comunismo enfatiza
uma sociedade sem classes, porém é fácil constatar que o comunismo criou novas
classes e um novo léxico de injustiças.
Não
devemos negar que o Evangelho está cheio de expressões de preocupação pelo
bem-estar dos mais pobres. Quando lemos
no “Magnificat”:
Derribou do seu trono os poderosos e exaltou os
humildes. Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos. Amaprou Israel,
seu servo, afim de lembrar-se da sua misericórdia…. (Lucas 1.52-54).
Em um
outro texto Jesus referindo-se ao profeta Isaias diz:
O espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu,
para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de
coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos;
A apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a
consolar todos os tristes; A ordenar acerca dos tristes de Sião que se
lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de
louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de
justiça, plantações do Senhor, para que ele seja glorificado. (Isaias 61.1-3).
Os
cristãos reconhecem o ideal de uma unidade do mundo em que todas as barreiras etnicas
são abolidas. O
cristianismo repudia o racismo. O preconceito racial é uma negação
flagrante da unidade que temos em Cristo, pois em Cristo não há “judeu nem gentio, nem escravo nem livre, [nem
branco e nem preto], nem homem e nem mulher, porque todos vós sois um em Cristo
Jesus.” (Gálatas 3).
A igreja
é desafiada a tornar o evangelho de Jesus Cristo relevante dentro da situação
social. O
Evangelho é uma via de mão dupla. De um lado, procura-se mudar a alma humana,
e, assim, uni-las a Deus; por outro, procuramos mudar as
condições sociais dos homens de modo que o homem possa viver bem nessa presente
economia. Esse era o pensamento dos reformadores do século XVI.
Precisamos
ser honestos e concluir que a igreja de um modo geral, excetuando-se algumas
igrejas e denominações, não tem sido fiel à sua missão social sobre a questão
da justiça. Esta
falha é devido, não só ao fato de que a igreja tem silenciado e se tornado indiferente
na esfera política, principalmente por causa da cultura da corrupção enraizada
na sociedadede, e que atingiu a igreja, onde muitos líderes corruptos tem
manchado o bom nome da igreja por causa da corrupção que praticam.
Diante
do desafio comunista, devemos examinar honestamente as fraquezas do capitalismo
tradicional. Com
toda a justiça, temos de admitir que o capitalismo muitas vezes tem deixado um
abismo entre a riqueza supérflua e pobreza extrema, à partir de luxo para
poucos e miséria para muitos. Porém ainda assim, o capitalismo é um melhor sistema
que o socialismo. Através de reformas sociais, o capitalismo ocidental está
fazendo muito para reduzir essa tendência. Como nenhum sistema é perfeito,
mesmo porque o homem não é perfeito, ainda há muito a ser realizado.
A motivação do lucro, quando é
a única base de um sistema econômico, estimula a concorrência acirrada e a ambição
egoísta, que inspira os homens a estarem mais preocupados com ganhar a vida. Será
que não estamos inclinados a julgar o sucesso pelos nossos salários e pelo tamanho
do aro da roda dos nossos carros, e não pela qualidade do nosso serviço e dos
nossos relacionamentos com o nosso próximo?
O capitalismo pode levar a um
materialismo prático que é tão pernicioso quanto o materialismo teórico
ensinado pelo comunismo. Devemos honestamente reconhecer que a verdade
não pode ser encontrada nem no capitalismo tradicional, nem no marxismo. Cada
um destes tem um pouco de verdade parcial. O capitalismo não conseguiu discernir a
verdade no empreendimento coletivo e o marxismo falhou em ver a verdade no
empreendimento individual.
O capitalismo do século XIX não
conseguiu perceber que a vida é social, e o marxismo falhou, e ainda falha, em ver
que a vida é individual e social. O Reino de Deus não é nem a tese da
empresa individual nem a antítese do empreendimento coletivo, mas uma síntese
que reconcilia a verdade de ambos.
Finalmente, como cristãos, somos
desafiados a dedicar nossas vidas à causa de Cristo, mesmo quando os comunistas
dedicam a vida deles ao comunismo. Nós, que não podemos aceitar o credo
dos comunistas, reconhecemos que eles tem um senso de propósito e destino, e que
eles trabalham com paixão e assiduamente para ganhar outros para o comunismo. Nós cristãos
estamos preocupados em ganhar outros para Cristo? Muitas
vezes nós não temos zelo por Cristo e nem entusiasmo pelo seu reino.
Para muitos cristãos, o
cristianismo é uma atividade de domingo e que não tem relevância para a
segunda-feira, e a igreja seria pouco mais que um clube social com uma fina
camada de religiosidade. O que representa Jesus para nós? O seu senhorio é
afirmado em sua vida? Será que o fogo do cristianismo está queimando
nos corações de todos os cristãos com a mesma intensidade que o fogo de Carl
Marx está queimando nos corações dos comunistas?
Precisamos
nos comprometer de novo à causa de Cristo. Devemos recuperar o espírito dos
reformadores do séc. XVI. Precisamos olhar para o estilo de vida dos primeiros
cristãos. Onde
quer que os primeiros cristãos iam eles davam um testemunho triunfante de Cristo. Fosse nas
ruas, nas vilas ou nas prisões, eles ousadamente proclamavam as boas novas do Evangelho. A recompense para
este testemunho audacioso foi muitas vezes a agonia torturante da cova dos
leões, ou a dor de torturas e chicotadas, mas eles continuaram na fé, e até a
morte não era um sacrifício muito grande.
Quando eles entravam numa
cidade, a estrutura de poder era perturbada. O Evangelho trazia o calor refrescante
da nova vida para os homens cujas vidas tinham sido endurecida pelo longo
inverno do tradicionalismo. Eles exortavam os homens a abandonarem
os seus pecados e a se revoltar contra velhos sistemas de injustiça e as velhas
estruturas de imoralidade. Quando os governantes se opunham, mesmo
assim essas pessoas cheias da graça de Deus, continuaram a proclamar o
evangelho.
Onde vemos
esse tipo de fervor hoje?
Onde vemos esse tipo de
ousadia, compromisso revolucionário a Cristo hoje?
Será que não está escondido atrás das
cortinas de fumaça dos altares?
Será que não está enterrado em um
túmulo chamado politicamente correto?
Cristo deve ser mais uma vez entronizado
em nossas vidas. Esta
é a nossa melhor defesa contra o comunismo. Devemos nos envolver em um impulso
positivo para a democracia, percebendo que a nossa maior defesa contra o
comunismo é tomar a ação ofensiva em favor da justiça e da retidão. Devemos
com ação positiva procurar remover as condições de pobreza, insegurança,
injustiça e discriminação racial que são o solo fértil onde a semente do
comunismo cresce e se desenvolve. O comunismo só prospera quando as
portas da oportunidade estão fechadas e as aspirações humanas são abafadas. Cristianismo é
acolhimento em amor e solidariedade.
Como os primeiros cristãos,
temos de avançar por um mundo hostil e armado contra o Evangelho revolucionário
de Jesus Cristo. Com
este poderoso Evangelho que deve desafiar corajosamente as injustiças e, assim,
acelerar o dia em que:
Todo vale será exaltado, e nivelados todos os montes e
outeiros; o que é tortuoso será retificado, e os lugares escabrosos aplanados.
A glória do Senhor se manifestará, e toda a carne a verá, pois a boca do Senhor
o disse.
(Isaias
40.4,5)
Nosso
desafio e nossa oportunidade sublime é dar testemunho de Cristo para um mundo
perdido e embriagado com a sua própria volúpia egoista e pecaminosa. Se
aceitarmos o desafio com dedicação e valor, iremos tornar o mundo seguro para a
democracia e seguro para os cristãos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário