Rev. João d’Eça
Introdução:
O
evangelista Lucas, em Atos 20.35, enfatiza as palavras de Jesus, que
disse: “Há mais felicidade em dar do que receber”. Essa é uma verdade
para quem compreende o cristianismo.
Para quem entendeu os princípios
do evangelho de Cristo, dar a quem necessita vem acompanhado de prazer,
inspiração e benção.
O apóstolo Paulo em II Co. 9.7
declara que “Deus ama o que dá com alegria”. O Senhor concederá a graça
aquele que é liberal em contribuir.
Essa pobre mulher do texto que
encima esse esboço, claramente está dominada por esse sentimento quando se
aproximou do gazofilácio do templo, a fim de depositar a sua, aparentemente,
insignificante oferta.
A palavra “insignificante” aqui,
não tem a ver com o que ela ofertou, mas em comparação com as outras ofertas
doadas pelos mais ricos, que doava o que lhes sobravam, enquanto que aquela
mulher doou tudo o que possuía.
Vamos analisar a oferta da viúva.
1 – O SIGNIFICADO DA OFERTA
DA VIÚVA
A viúva fez a sua oferta com
espírito de amor a Deus, piedade e devoção. Ela era viúva, pobre e muito carente.
As viúvas eram uma classe desamparada, não havia quem amparasse, eram jogadas à
sua própria sorte, forçadas a trabalhar para manter a sua subsistência... Sendo
pobre não ganhava o suficiente nem mesmo para o mais básico. As viúvas eram sem
dúvida, dignas de piedade, de compaixão, carentes de socorro das pessoas
piedosas.
Nada conseguiu demover o espírito
piedoso daquela mulher. A fome, o desamparo, o sofrimento, nem mesmo a morte.
Acima de toda essas circunstâncias, ela era uma mulher temente a Deus, e o amor
pela causa do evangelho, era o que lhe impulsionava.
Nos comove a leitura do
Evangelho, quando vemos as condições daquela viúva e a oferta que ela deu: Duas
moedas. A mulher poderia ter dado somente uma das moedas, e guardado a outra.
Ou, então, poderia ter ficado para si. A sua situação justificaria plenamente a
atitude, se assim fizesse. A pergunta que fazemos é a seguinte: Por que ela não
fez assim? Porque a sua dedicação ao Senhor, a sua lealdade e piedade não lhe
permitiria fazer diferente.
Quando a lealdade, a fidelidade, o altruísmo e
o amor a Deus imperam no coração de um crente, não sobra espaço para uma mera
fé intelectual, porque o que impera é a confiança, a abnegação e a renúncia de
si mesmo. O Senhor retribui com muitas bençãos, não só aqui, mas também na
eternidade, para aqueles que amam a sua obra e contribuem para o avanço do
reino.
Observamos no entanto que os que
mais contribuem para o avanço do reino de Deus, são justamente os mais
necessitados, os que passam por maiores dificuldades financeiras, mas são estes
que desfrutam das maiores bençãos recebidas das mãos do Salvador.
Onde a mulher fez a sua
oferta?
Ela depositou no gazofilácio, no
lugar apropriado, para ser administrado não por ela, mas por quem tinha
responsabilidade de fazê-lo. A contribuição é para ser trazida à tesouraria da
igreja, não pode ser administrada por quem oferta.
Para que as ofertas foram
dadas?
Para o sustento da obra, para a organização do
culto divino, para a manutenção da igreja do Senhor, afim de que o Seu nome
seja honrado e glorificado, e, essa atitude é confortadora ao coração. Quem não
se sentir impelido a contribuir para uma causa tão nobre, com certeza não se
sentirá impelido a mais nada.
Os que não contribuem para a obra
de Deus demonstram mesquinhez e egoísmo. Não contribuem, ou contribuem com
muito pouco diante do seu potencial de contribuição, porque o que ganham, estão
gastando consigo mesmo, a ponto de gastarem até o que é devido a Deus e ao sustento
da Sua obra.
2 – O RECONHECIMENTO DA
OFERTA DA VIÚVA
O texto lido nos mostra a
observação de Jesus Cristo: Ele prestou atenção, avaliou, aprovou e louvou a
atitude da viúva.
Viu quando ela depositou as duas
moedas e para o modo como as demais pessoas depositavam as suas ofertas. O
texto diz que Jesus avaliou que eles “ofertavam do que lhes sobejava”. A
conclusão do Senhor foi que a oferta da viúva foi maior que a oferta dos
demais, inclusive dos ricos que ali estavam. Ele avaliou, aprovou e reconheceu.
Ela doou tudo o que possuía.
A expressão “tudo o que possuía”,
devia nos humilhar em face de nossa pobreza, não de recursos materiais, mas de
fé, de reconhecimento, de dependência, e de gratidão para com Deus que nos dá
tudo.
3 – AS LIÇÕES DA OFERTA DA
VIÚVA
Aprendemos aqui no ensino desse
texto, que:
a) O valor de uma oferta depende
de algumas situações:
a.1)
Do potencial de oferta de quem entrega a oferta (Se é tudo o que tem, se é o
que está sobrando, ou se é uma oferta generosa, por amor a Deus);
a.2)
Das circunstâncias do ofertante (Se pode doar mas não o faz, ou se doa sem
poder doar);
a.3)
Das motivações do ofertante (Tem prazer em ofertar e enxerga nisso um glorioso
privilégio);
a.4)
Da finalidade da oferta (Por propósitos altruístas e nobres, ou para buscar
reconhecimento pelo que fez).
Conclusão:
A viúva ofertou tudo o que tinha.
Ela dispunha de apenas duas moedas para o seu sustento, mas ela ofertou tudo ao
Senhor, confiando que Ele a supriria. Ela era uma mulher carente, necessitada e
pobre, mas ofertou à causa do mestre. Ela o fez porque amava a causa de Deus,
amava a obra do Senhor e sabia que a sua oferta seria destinada ao culto
divino.
Pergunto a você:
- Você aprendeu essas valiosas
lições?
- Se não aprendeu, como você
poderá viver feliz?
Você sabia que o seu compromisso
para com a obra de Deus é tão importante, ou seja, a sua contribuição tem muita
importância, assim como a sua falta de contribuição também.
Aprenda as lições do nosso Senhor
no texto em tela.
Amém!
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