31 DE OUTUBRO – DIA DA REFORMA – PARTE I
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Rev. João d’Eça
Martinho
Lutero nasceu na cidade de Eisleben, na Alemanha, a 10 de fevereiro de 1483 e
morreu a 18 de fevereiro de 1546. Tornou-se frade agostiniano. Leu com vigor as
Escrituras Sagradas. Numa de suas leituras em latim, encontrou em uma bíblia
que costumava ler na biblioteca do convento de Erfurt, a luz que procurava para
a sua alma combalida e cansada pelo peso do pecado e da incerteza que o corroía
pela dúvida que tinha se Deus perdoaria os seus pecados pelos sacrifícios que
ele costumava fazer para aplacar a ira divina. A luz que irradiou na sua vida
foi o texto de Romanos 1:17: “... o justo viverá por fé.”
Iluminado
pela luz da Palavra de Deus, inicialmente Lutero pregou contra as “indulgências”[1].
As pessoas na Idade Média tinham pavor da morte e do Inferno, nada sabiam
acerca da fé verdadeira, desconhecendo por completo os princípios e valores relativos
ao reino de Deus. A igreja católica negava ao povo esse conhecimento, e o que
lhes dava era figuras medonhas e um retrato de um Deus vingativo e que punia
com a morte e o inferno, a todos que não doassem à igreja os seus recursos e as
suas propriedades.
Como
as pessoas tinham pavor do inferno, a igreja então dizia que os que trouxessem
ofertas aos seus cofres, teriam os seus pecados imediatamente perdoados e se a
oferta fosse maior, os pecados dos seus entes queridos já mortos, também seriam
perdoados e as suas almas sairiam do “purgatório”.
Como
na Idade Média, as pessoas hoje em dia vivem com medo da solidão, da pobreza e
da doença. Do modo como fez a igreja católica na Idade Média, assim essas
igrejas de hoje, como Universal, Poder de Deus, Igreja da Graça, Igreja
Renascer, Sara Nossa Terra e todas as neo-pentecostais, fazem o mesmo, dizendo
que se as pessoas vierem e ofertarem para essas igrejas, elas terão todos os
seus problemas resolvidos (Fé Tabajara): Volta do marido ou da esposa, se não
tinham encontrarão o cônjuge ideal e serão livres de doenças e ainda
prosperarão financeiramente. Quando a pessoa não alcança o prometido, a
desculpa que eles dão é: “Ou você não tem fé”, dai começa outra campanha, com
mais fé, ou “você está em pecado.”
Na
Idade Média, a culpa era da igreja católica que além de negar o conhecimento ao
povo, ainda os enganava com promessas mentirosas. Hoje em dia isso é feito por
99% das igrejas neo-pentecostais, e a culpa não é mais das igrejas, mas das
pessoas, que não procuram estudar o assunto da fé e da religiosidade com
sinceridade. Gastam a vida e a saúde em busca de diversão, distração e baladas,
porém, quando sofrem as consequências na saúde, nos relacionamentos ou nas
finanças, tendem a procurar os charlatães das igrejas mencionadas acima e ai
são ludibriadas, por sua própria culpa.
Lutero
aprofundou-se nos estudos da Escritura Sagrada e nos clássicos da literatura da
antiguidade cristã, foi demonstrando com grande eloquência e erudição que também:
o papado, o purgatório, o celibato clerical, a transubstanciação, as imagens, a
confissão auricular, etc, eram inovações humanas do romanismo, abusos
introduzidos paulatinamente na igreja.
Lutero
traduziu a Bíblia em linguagem popular e foi o responsável da volta que o
cristianismo deu às suas origens primitiva. Levantou um protesto eficaz contra
os acréscimos do romanismo ao cristianismo, ou aquilo que ele denominou “apostasia
ultramontana”.
O
número de adesões na Europa só crescia mais e mais, cresceu e avassalou o mundo
todo, tornando a Reforma, o segundo momento mais importante da história do cristianismo,
sendo o primeiro, a Encarnação do Verbo, ou nascimento de Jesus Cristo. Lutero
não foi o criador de uma nova religião, foi somente o homem usado por Deus para
trazer o cristianismo às suas origens primitivas. Ele foi somente um pregador
do Evangelho.
[1] Indulgências eram títulos de
propriedade do céu, onde quem ofertasse para a construção da Catedral de São
Pedro em Roma, teria todos os seus pecados passados, presentes e futuros,
perdoados. O responsável pelo recolhimento dessas ofertas nas cidades alemães
era o frade Yohann Tetzel que tinha um incentivo para fazer as pessoas ofertar.
Ele dizia: “Quando a moeda tilintar no fundo do cofre, mas uma alma sai do
purgatório e voa para o céu.”
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