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Rev. João d'Eça, MDiv
Publiquei um texto com o mesmo assunto em 5 de janeiro e agora, um pouco modificado, mas abordando outros princípios, republico-o.
Introdução
A pregação da
Palavra de Deus é o ponto alto do culto público que é realizado em nossas
igrejas. A pregação é, portanto, uma matéria de grande responsabilidade. O
pregador é o responsável por explicar, à partir do púlpito, as grandes verdades
acerca da salvação, porque em tese, foi para isso que ele foi chamado por Deus.
Pregar é ter a
responsabilidade de transmitir com fidelidade a Palavra de Deus. Já que as
pessoas darão contas de suas palavras frívolas e ociosas, a responsabilidade de
ser fiel às Escrituras no púlpito é muito maior, porque o resultado será para
toda eternidade.
O Catecismo
Maior de Westiminster na resposta à pergunta
155 diz:
“O Espírito de Deus
torna a leitura, e especialmente a pregação da Palavra, um meio eficaz para
iluminara, convencer e humilhar os pecadores; para lhes tirar toda confiança em
si mesmos e os atrair a Cristo; para os conformar à sua imagem e os sujeitar à
sua vontade; para os fortalecer contra as tentações e corrupções; para os
edificar na graça e estabelecer os seus corações em santidade e conforto
mediante a fé para a salvação.”
Como deve ser feito o
sermão
O sermão nunca
deve ser feito de improviso. O pregador tem a responsabilidade de estudar e
meditar com todo esmero e cuidado. O lema de Calvino nesse particular era “Orare et Labutare” [Oração e Trabalho].
O pregador deve possuir bons comentários bíblicos e uma boa biblioteca. O
pregador deve estar constantemente estudando, sua leitura deve ser constante e
ele deve aproveitar bem cada oportunidade para estar lendo bons livros.
Nenhum pregador está devidamente pronto, logo ao sair do
seminário. Após os estudos, os estudos continuam. Paulo dando conselho a
Timóteo diz: “Até à minha chegada, aplica-te à leitura....” (I Tm. 4.13).
O conteúdo dos
sermões
Os sermões
podem ser aplicados à partir de um texto das Escrituras ou podem ser
expositivos, com textos bem maiores, com pelo menos mais de três versículos.
Podem ser pregados com ênfase de edificação, de instrução ou evangelização,
cujo objetivo principal é alcançar os corações dos pecadores não convertidos.
Todo pregador
tem o dever de apresentar uma mensagem fiel à igreja, onde o sermão precisa ser
bem estudado e meditado. Ele deve se lembrar que, entre os ouvintes, embora não
podendo ser visto, está o Senhor Jesus Cristo. Assim, sendo o púlpito um lugar
de responsabilidade, deve haver muito cuidado na escolha de um substituto ao
pastor em suas ausências. Quem não tem o devido preparo não deve se meter a
pregador.
Críticas aos
pregadores
Em todo lugar
há os críticos, que se arvoram em aparentar que são bons pregadores pelo
simples fato de criticarem os outros. Para muitos, o pregador é avaliado pela
tonalidade da sua voz. O de voz mais aguda tende a ser para esses críticos, o
mais eloquente. No entanto, os críticos nunca se lembram do texto da pregação
que criticam, costumam apontar para os supostos erros de homilética ou
hermenêutica e se limitam a criticar por criticar.
Conclusão:
A nossa tarefa como ouvintes é
apresentarmo-nos na casa de Deus com júbilo e desejar ouvir o que o SENHOR fala
através dos seus servos, os pregadores do Evangelho. Com isso não estou dizendo
que todo sermão é digno de se ouvir, pois há sermões sofríveis, fruto de falta
de leitura e estudo árduo, no entanto, devemos ouvir a Palavra de Deus com
espírito de mansidão e humildade, respeitando a Palavra de Deus que está sendo
pregada, pois como disse o profeta Isaias:
“Que formosos são sobre os montes
os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia cousas
boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina!”
(Isaias 52.7)
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