A guerra e a Bíblia.
Introdução:
A
guerra faz parte da humanidade desde pouco depois da sua origem. O primeiro ato
de guerra foi de um homem contra o outro, de Caim contra Abel, o que resultou
da morte de Abel, assassinado pelo seu irmão, Caim.
Em
seguida o que se viu foi inúmeros conflitos entre pessoas, resultando em vários
assassinatos, depois guerras entre tribos, entre estados e entre nações. Ao longo
da história, não houve paz duradoura entre as nações até os dias de hoje. O
Centro Carter, que monitora conflitos ao redor do globo diz que existem hoje
mais de 100 conflitos entre nações.
No início Antigo Testamento, a guerra foi muitas vezes vista como uma guerra
santa, um conflito iniciado e guiado por Deus, uma guerra declarada por
Deus ( Êxodo 17.16 ; Números 31.1-3 , 1 Samuel 15.1-3 ), e
todas as facetas da guerra tinha um significado religioso. A arca sagrada
da aliança, que simboliza a presença de Deus, muitas vezes foi levada para a
batalha (1 Samuel 4.3). Mais tarde
na história de Israel, os profetas viam o terror da guerra como um juízo de
Deus contra os pecados do seu povo, (Habacuque 1.5-11, Jeremias 21.3-7). Israel
então começou a olhar para o dia em que o ciclo interminável de guerra seria
quebrado, conforme, Isaias 2.3-4).
No
Novo Testamento, a guerra é universalmente visto como mal e Jesus enfatizou a
paz em seu lugar. Ele nos aconselhou a evitar retaliação e vingança e estender
nosso amor, mesmo aos nossos inimigos (Mateus 5.38-45). O apóstolo Paulo e
outros escritores do Novo Testamento ampliaram esse sentimento de Jesus:
-
Nunca pague o mal com o mal a ninguém;
-
Respeite o que é correto aos olhos de todos os homens;
-
Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens;
-
Nunca tome vingança, mas dai lugar à ira de Deus, porque está escrito:
"Minha é a vingança, eu retribuirei", diz o Senhor."
-
Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem. (Rm. 12.17-21).
Apesar
do imenso mal da guerra, Jesus disse que é inevitável que as guerras continuem até
que Ele volte (Marcos 13.7-8),
e a Bíblia não se opõe a governos terrestres ou ao seu direito de manter
exércitos (Mateus 8.5-10).
O
claro ideal cristão é a total eliminação da guerra e instalação do amor
fraterno entre todos os povos. No entanto, neste mundo imperfeito, a
guerra pode ser imposta àqueles que não a desejam. Agostinho de Hipona
(354-430) e Tomás de Aquino (1225-1274) são os principais responsáveis pela
formulação da teoria da Guerra Justa, cuja abordagem se mantem até
hoje no meio dos círculos cristãos. Os pontos principais dos defensores da
guerra justa são:
- Deve haver uma causa justa para
a guerra;
- A guerra deve ser travada
apenas em resposta a danos causados pelo agressor;
- O motivo para a guerra deve ser
impedir o avanço do mal;
- O objetivo final da guerra deve
ser o de trazer a paz;
- Vingança, revolta, busca pelo
poder ou exploração não são justificação para a guerra;
- Todos os meios possíveis para
se evitar o conflito devem ser esgotados antes;
- A guerra não deve causar um mal
maior do que o mal a ser eliminado;
- A popilação civil deve ser
protegida;
- Os vencidos devem ter um
julgamento justo.
A maioria dos cristãos são
opositores à guerra. O pacifismo é a natureza do cristão. Os pacifistas tomam o
seu exemplo de Jesus que nunca resistiu aos Seus perseguidores. Quando a
turba veio prendê-lo, um de seus seguidores tentou defendê-lo com uma espada. Mas
Jesus o repreendeu (Mateus 26: 52-53). A maioria dos apóstolos de Jesus e
outros seguidores também foram martirizados por sua fé, mas nunca usaram de
violência para resistir a seu destino. Outra justificativa para o pacifismo é a
crença de que o reino de Deus está separado do mundo (Mateus 5.20, 7.13-14, João 18.36). O mundo vai continuar no
pecado de todos os tipos, incluindo a guerra (Mateus 24.6-7, Marcos 13.7-8), mas
aqueles que realmente pertencem ao reino de Deus são chamados a colocar a sua
total confiança em Deus (Mateus 10.28, João 14.1) e obedecer a todos os
ensinamentos de Jesus (Mateus 7.21, 28.18-20, Lucas 6.46, João 14.15, 15.10), incluindo seus ensinamentos contra
a violência.
Continua.....
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